Todos nós
temos uma missão nesta terra. Quando Deus nos criou, Ele em sua infinita
bondade, nos deu uma vocação particular. Uns são chamados ao sacerdócio, outros
ao matrimônio, outros, porém, à vida consagrada. Em cada estado de vida o
Senhor também faz chamados especiais (particulares) para cada pessoa. São Padre
Pio foi sacerdote, porém, como padre, teve um chamado maior, particular, que
foi viver cinquenta anos sentindo as dores dos estigmas. Este também construiu
um hospital. Santa Faustina foi uma freira, mas teve o chamado particular de
difundir a devoção à Divina Misericórdia no mundo. Todos nós somos chamados a
algo. O Senhor nos confia a alguma coisa. O Senhor nos deu uma missão. Devemos
cumpri-la.
Por isso, ao
contemplarmos o Menino Jesus no presépio, lembremos que ali está uma missão,
ali há um desígnio do Pai. A encarnação do Verbo não foi à toa. Jesus Cristo,
Filho de Deus, tinha uma missão. Olhemos para o Menino Jesus na manjedoura, sob
o olhar e a proteção da Virgem Maria e de S. José, e contemplemos este amor de
Deus que se faz verdadeiro homem para que sejamos glorificados no Céu. O Verbo
se fez carne e habitou entre nós. Mas porquê? Porque Deus é amor, e o amor não
podia ser contido no Céu, este amor teve que invadir nossa realidade, mesmo que
nossos primeiros pais por um momento tenham “expulsado” o amor da Terra. Este
Amor veio e se tornou um conosco, para que nós, que outrora queríamos ser
“deuses”, pudéssemos, pela Misericórdia de Cristo, participar da Glória do Pai
eternamente.
Sabendo,
então, que a missão de Cristo era tirar-nos da miséria do pecado, da escravidão
do demônio, olhemos para este belo Menino Deus, e lembremos do fim de sua vida
terrena. Não podemos separar a manjedoura do patíbulo da Cruz. Ele se fez carne
no ventre puríssimo e imaculado de Nossa Senhora, foi colocado em uma
manejedoura e não em um berço de ouro; tudo isso porque ele estaria em um
trono, não de glória, mas no trono da Santa Cruz. O trono de glória Cristo
recebera após Sua ressurreição. Em sua gloriosa ressurreição e ascenção, Cristo
nos levou com ele. Mas para isso, Ele teve que sofrer, ser triturado nas mãos
dos pagãos, e, elevado no madeiro da Cruz no monte Calvário, lavar o mundo com
Seu preciosíssimo sangue. Eis que o ofendido se torna um com os ofensores, e
lava com seu próprio sangue a imundície produzida pelos outros. Eis que o amor
veio nos amar. Eis que na pobreza da manjedoura está Aquele que nos libertará
da pobreza espiritual do pecado, e nos levará para a glória da Santíssima
Trindade.