Os Atos dos Apóstolos nos contam a eleição dos primeiros diáconos, sendo
o primeiro nomeado Estevão "cheio de Fé e do Espírito Santo" (At 6,
5), "cheio de graça e do poder de Deus" (At 6, 8). E narram o enorme
apostolado que ele desenvolveu em Jerusalém.
Porém, surgiram invejas, inimizades, ódios... porque "não podiam
resistir à Sabedoria e ao Espírito com que ele falava" (At 6, 10). E
subornaram falsas testemunhas para o condenar a morte. O jovem diácono
compareceu diante do supremo tribunal dos Judeus, o Sinédrio, porém "todos
viram que o seu rosto parecia o rosto de um anjo". Converteram-se? Não. O
ódio cresceu e o condenaram a morte.
Estevão foi apedrejado, fora da cidade, e converteu-se assim no primeiro
mártir da História da Igreja Católica. Ao morrer, perdoou seus algozes
exclamando em alta voz: "Senhor, não os consideres culpados deste pecado!"
(At 7, 60).
Onde está esse corpo bendito do primeiro homem que, a semelhança de
Jesus, deu a vida pelos irmãos, pela sua conversão e salvação eterna?
Recentes escavações arqueológicas, perto de Rámala, a 16 km de Jerusalém
(relata o site "Fundación Tierra Santa") encontraram restos de uma
basílica com uma lápide de oito linhas, em grego, na qual se afirma ter sido
construída no ano 35 em honra do santo diácono protomártir, cujo corpo era
venerado nessa igreja. Além do mais, a inscrição acrescenta que nesse lugar
esteve Jesus menino, com 12 anos, quando deixando seus pais ficou durante três
dias em Jerusalém (Lc 2, 41-51), como narra o doutor Salah al Hudeliyya, do
Instituto de Arqueologia da Universidade Al-Qud, chefe dos pesquisadores.
Tendo sido perdida a memória da sepultura, foi miraculosamente
descoberta nos primeiros anos do século V. Santo Agostinho, contemporâneo do
fato, relata na sua obra A Cidade de Deus (livro 22, cap. 8) numerosos milagres
realizados pelas relíquias de Santo Estevão, dos quais ele fora testemunha.
A tradição multissecular testemunha que, em 415, o corpo de Santo
Estevão fora transferido de Jerusalém para Constantinopla, e posteriormente
para Veneza, onde atualmente se encontra no mosteiro beneditino de San Jorge.
Porém, algumas relíquias foram levadas a outros lugares. A mão direita, por
exemplo, é venerada num mosteiro na Rússia.
José Manuel Jiménez
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Gaudium Press
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