sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

As núpcias de Cristo e da Igreja*


No terceiro dia, houve um casamento (Jo 2,1). Que casamento é este senão as promessas e as alegrias da salvação humana, insinuada no significado místico do número três, quer em referência à proclamação da Trindade quer à fé na ressurreição do Senhor ao terceiro dia?

No mesmo sentido se lê também noutra passagem do Evangelho, que o regresso do filho pródigo, símbolo da conversão dos pagãos, foi celebrado com música, danças e vestes nupciais.

Por isso, como um esposo que se levanta do quarto nupcial (Sl 18,6), Cristo veio à terra a fim de unir-se pela encarnação à Igreja em que haviam de reunir-se os povos pagãos. Deu-lhe penhor e dote: penhor, quando Deus se uniu ao homem; dote, quando se imolou pela salvação do homem. Pelo penhor, entendemos a presente redenção; pelo dote, a vida eterna. Tudo isso eram milagres para os que viam; e  mistério para os que compreendiam seu sentido. Se considerarmos com atenção, veremos que a própria água, transformada em vinho, nos apresenta, de certo modo, a imagem do batismo e da vida nova. De fato, quando algo se transforma interiormente, quando uma criatura passa de um estado inferior a outro melhor por uma íntima mudança, realiza-se o mistério de um segundo nascimento. As águas são repentinamente transformadas, para em seguida transformar os homens.

Na Galiléia, por intervenção de Cristo, a água transformou-se em vinho, quer dizer, cessa a lei e sucede-lhe a graça; as sombras são desfeitas e a verdade se manifesta; as coisas materiais cedem às espirituais; a lei antiga se transforma no Novo Testamento. Como diz o Apóstolo, o mundo velho desapareceu; tudo agora é novo (2Cor 5, 17). E assim como a água contida nas talhas nada perde do que era e começa a ser o que não era, também a lei não deixa de existir, mas se aperfeiçoa com a vinda de Cristo.

Tendo faltado uma qualidade de vinho, serviu-se outra. É certamente bom o vinho do Antigo Testamento, mas o do Novo é melhor. O Antigo Testamento, que os judeus observam, dilui-se na letra; o Novo, que seguimos, tem o sabor da vida da graça.

Considera-se bom vinho o bom preceito da lei, quando ouves: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo (Mt 5,43). Melhor, contudo, e mais forte é o vinho do Evangelho, quando ouves: Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e rezai por aqueles que vos perseguem (Mt 5,44).


Dos Sermões de São Fausto de Riez, bispo
(Sermo 5, de Epiphania 2: PLS 3, 560-562) (Séc. V)
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* Sábado após a Epifania do Senhor

Católico ignorante, futuro protestante!


Não é raro escutarmos ou depararmos com postagens de pessoas que se diziam católicas, que frequentavam missas, ex catequistas,ex membros de pastorais, ex coroinhas, ex padres etc que usam a velha história dizendo: “Fui católico (a) por x anos, até que um dia a “verdade” foi relevada a mim, hoje sou evangélico(a), tive um encontro pessoal com Cristo ou Quando católico(a) adorava imagens e hoje evangélico(a) eu conheço a palavra, leio a bíblia, vcs estão errados…”

Bom, será mesmo que eram verdadeiramente católicos? Tomo a liberdade de colocar uma frase conhecida que diz: “Você ficar parado em uma garagem não te faz um carro”, sim, da mesma forma que você apenas “frequentar” a Igreja Católica também não pode te fazer um católico, mas como?

Ora, muitas pessoas que assistem a missa todos os dias, participam de pastorais, comungam, enfim, se dizem católicos, mas nunca procuraram estudar verdadeiramente a doutrina de sua religião, nunca sequer prestaram atenção verdadeiramente na homilia, nunca buscaram viver a palavra de Deus. Em muitos casos a pessoa se diz católica, mas facilmente se deixa levar por conversas e ilusões do mundo protestante.


Seria ótimo se cada pessoa que se diz católico buscasse ler o Catecismo e conhecesse a religião ao qual está seguindo (ou diz seguir) verás que as difamações inventadas no mundo protestante desde a época de Lutero são todas equivocadas, saberás que católicos não adoram imagens coisa nenhuma, que o Salmo 115, Êxodo 20 e demais passagens preferidas, usadas por protestantes para nos atacar em relação às imagens, não têm nada a ver com a Comunhão dos Santos, saberás também que nós, católicos, nunca colocamos Nossa Senhora acima de Deus, jamais! 

Dia de Reis*


No dia 6 de janeiro a Igreja celebra a festa da manifestação do Senhor (Epifania). O Catecismo da Igreja nos ensina que “a Epifania é a manifestação de Jesus como Messias de Israel, Filho de Deus e Salvador do mundo. Com o Batismo de Jesus no Jordão e com as bodas de Caná, ela celebra a adoração de Jesus pelos magos vindos do Oriente” (Mt 2,1).

Os três reis são chamados de “Magos” não porque fossem expertos na magia, mas porque tinham grande conhecimento da astrologia. De fato, entres os persas, se dizia “Mago” aqueles que os judeus chamavam “escribas”, os gregos “filósofos” e os latinos “sábios”.

Nesses “magos”, representantes das religiões pagãs circunvizinhas, o Evangelho vê as primícias das nações que acolhem a Boa Nova da salvação pela Encarnação. A vinda dos magos a Jerusalém para “prestar homenagem ao Rei dos Judeus” mostra que eles procuram Israel, à luz messiânica da estrela de Davi, aquele que será o Rei das nações.


Sua vinda significa que os pagãos só podem descobrir a Jesus e adorá-lo como Filho de Deus e Salvador do mundo voltando-se para os judeus (Jo 4,22) e recebendo deles a sua promessa messiânica, tal como está contida no Antigo Testamento. A Epifania manifesta que “a plenitude dos pagãos entra na família dos Patriarcas” e adquire a “dignidade israelítica”.

Santo Agostinho comentou a adoração dos reis Magos que vieram do Oriente: “Ó menino, a quem os astros se submetem! De quem é tamanha grandeza e glória de ter, perante seus próprios panos, Anjos que velam, reis que tremem e sábios que se ajoelham? Quem é este, que é tal e tanto? Admiro de olhar para panos e contemplar o céu; ardo de amor ao ver no presépio um mendigo que reina sobre os astros. Que a fé venha em nosso socorro, pois falha a razão natural”.

De fato, apenas nascido, o Rei começa imediatamente a governar o seu poderoso império: chama de longínquas regiões os monarcas, como seus servos, para adorá-Lo; o Céu e a terra se curvam diante dEle e seus inimigos tremem à sua chegada.

A Igreja nos ensina que em primeiro lugar Jesus Menino se apresentou a seu povo Judeu na figura dos Pastores de Belém que, avisados pelos Anjos, foram adorar o Deus Menino em Belém. Em seguida, Ele quis se manifestar (Epifania) aos pagãos, para mostrar que Ele veio para reinar sobre toda a humanidade e salvar a todos. Os pagãos estão representados nos misteriosos Reis Magos, que deviam ser reis de cidades orientais, como havia muitos antigamente.

Santa Rafaela Maria


Nasceu em Córdova, na Espanha, no ano de 1850. Juntamente com sua irmã de sangue, fundou a Congregação das Escravas do Sagrado Coração de Jesus. Dedicadas à adoração ao Santíssimo Sacramento e ao cuidado das crianças, Santa Rafaela ocupou o cargo de Madre Superiora e sua irmã – co-fundadora – de ecônoma geral. Mas, no ano de 1893, a irmã de Santa Rafaela foi partilhando com outras conselheiras a ponto de convencê-las de que sua irmã, Santa Rafaela Maria, por não ser apta na economia, também não poderia continuar governando a congregação. Diante daquele consenso, ela deixou o cargo e sua irmã o ocupou e foi superiora durante 10 anos.

Nos 22 anos de vida que restaram a essa grande serva de Deus, ela viveu na humildade, fazendo os serviços que davam a ela sempre com muito amor e obediência na graça de Deus. Santa Rafaela Maria foi uma verdadeira adoradora diante do Santíssimo Sacramento. Ao falecer, em 1925, partiu para a glória. Não passou muito tempo, veio à luz toda a trama de sua irmã, que não foi reconhecida como santa.



Senhor Jesus, que fizestes da vida de Santa Rafaela Maria um exemplo de santidade e de entrega pela união, concede-nos o dom de sermos, também nós, pessoas de paz, união e de festa. Amém!

Nossa Senhora de Caná


Temos uma história muito bela na igreja, do amor e devoção a Nossa Senhora. Encontramos na sagrada escritura a presença da Virgem Maria, lemos textos na palavra de Deus que nos remete a figura de Nossa Senhora. A partir do concílio de Éfeso pudemos chamar Santa Maria Mãe de Deus.

Porém, a igreja tem um sentido honesto de verdade, o que acontecesse no decorrer dos séculos , confirma a presença de Maria em toda a sua história. Não há medo por parte da igreja de submeter-se , inclusive aos critérios de razão, por isso não existe contradição ente a sua fé e o que a sua inteligência vai mostrando .

Vamos agora a Sagrada escritura no lugar onde ela se mostrou discípula, em Caná da Galiléia, no Evangelho de João 2,1-12,. Na vida pública de Jesus, Maria aparece de uma forma bem marcada, quando movida pela compaixão fez Jesus o Messias dar início aos seus milagres. Assim a Virgem Maria avançou, progrediu, no caminho da fé.


O bem aventurado João Paulo II descreve no encíclica Redemptoris Mater esta peregrinação da fé feita por Maria. Voltemos a Caná, o casamento é um momento festivo , onde acontece o primeiro sinal e a manifestação da glória de jesus, os discípulos creem nele. Na bíblia o matrimônio é o simbolo da união de Cristo com a sua igreja. O Vinho na bíblia é um símbolo, vinho é o dom do amor, Deus que promete ao povo abundância, festa , fartura, e esse vinho é simbolo de algo muito importante , o verdadeiro noivo é Jesus.

E no casamento prefigurado a Virgem é mãe do verdadeiro noivo, ela faz as coisas acontecerem, leva aqueles servidores a Jesus que aprendem a ser discípulos: “Fazei tudo o que ele vos disser”.No que se baseia a eficácia da nossa oração? A eficácia de quem bate a porta, é o fundamento na bondade de quem está da porta para dentro, quando Jesus diz: “batei e abrirá”, Ele está dizendo da qualidade de quem acolhe os pedidos, no amor do Pai.

A igreja sabe bem da certeza da oração atendida, mas pedida em nome de Jesus Cristo. Toda nossa oração dirige-se ao Pai, por Cristo no Espírito, é o mesmo senhor que proclamou: “Sem mim nada podeis fazer”. Nosso Senhor garante que o Pai é bom, que sua oração será atendida, o espírito intercede por nós pois não sabemos como pedir, Ele clama em nós.



Ó Maria Santíssima Virgem Santíssima, que neste episódio do Evangelho, apareceis como suplicante, como medianeira pela primeira vez, nos relatos evangélicos; vós que intercedestes junto a vosso Divino Filho apesar de não ser ainda a hora, para pedir um milagre, vos que antecipastes, portanto, a vida pública de Nosso Senhor Jesus Cristo. Vós que tendes a voz, vós sabeis pedir como ninguém sabe, tendes a súplica infalível, nós vos pedimos, ó Mãe, nesta meditação, que desde já entregamos em reparação ao vosso Imaculado Coração por tantos pecados, horrores e ofensas que se cometem no mundo de hoje contra vosso Imaculado Coração.

Pedimo-vos, nesta meditação, que estejais a cada passo conduzindo a nossa inteligência, iluminando-a, fortalecendo nossa vontade, inflamando-nos com o desejo de aceitar inteiramente todas as graças que Nosso Senhor nos dará durante esta meditação. Cada um de nós aqui presente, pede que Vós nos ensineis a compreender a beleza da vocação, a beleza de vossa mediação, a beleza da fé e da obediência, para que assim melhor possamos Vos servir. Assim seja!"

Espanha: Governo estudará incluir festas muçulmanas no calendário


O Ministério de Justiça da Espanha propôs durante esta legislação algumas mudanças acerca da relação com outras confissões religiosas diferentes da católica, como a inclusão de alguma festa muçulmana entre os dias festivos no país, embora isto suponha ter que eliminar algumas festas católicas ou civis.

Em uma entrevista concedida a ‘Europa Press’, o ministro de Justiça, Javier Herrera García-Canturri, afirmou que “estão querendo” incluir alguma festa religiosa dos muçulmanos como a Ruptura do Jejum no calendário do trabalho em 2018. No calendário de 2017, as comunidades de Ceuta e Melilla (cidades autônomas espanholas no norte da África) tem como dia festivo o dia da Festa do Sacrifício.

Esta inclusão de novas festas muçulmanas é, segundo o ministro, um pouco “complicada” pois a quantidade de dias festivos no país não pode ser modificada e no caso de introduzir uma nova festa, deveriam substitui-la por uma festa cristã ou civil.

Com estas medidas, conforme explicou o ministro da Justiça, pretendem realizar uma “sensibilização” em relação à pluralidade religiosa.

O subdiretor de Relações com as Confissões, Jaime Rossell, declarou também a ‘Europa Press’ que “cada vez se torna mais comum que os haja empresários que fazem com que o mês de férias de seus funcionários coincida com, por exemplo, com o Ramadã”, o que lhe permite estar livre em uma festividade da sua religião em vez de trabalhar no dia de Natal. 

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Nota da CNBB sobre o massacre no Complexo Penitenciário de Manaus


NOTA DA CNBB SOBRE O MASSACRE
NO COMPLEXO PENITENCIÁRIO DE MANAUS
Estive na prisão e me visitastes (Mt 25,36)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, através da sua Presidência, manifesta seu repúdio e sua indignação diante do massacre de presos ocorrido, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim, em Manaus (AM). Nós nos unimos ao arcebispo de Manaus, Dom Sérgio Castriani, e à Pastoral Carcerária, para reafirmar a defesa incondicional da vida dos encarcerados e a solidariedade com as suas famílias. “Manifestamos nosso repúdio contra a mentalidade daqueles que banalizam a vida achando que a mesma é descartável e que se pode matar e praticar todo tipo de crime e violência contra os cidadãos” (Nota Pública da Arquidiocese de Manaus).  

O Papa Francisco, na audiência geral desta quarta-feira, 4 de janeiro, referindo-se a esse massacre, afirmou: “Renovo o apelo para que as prisões sejam lugares de reeducação e reinserção social, e que as condições de vida dos reclusos sejam dignas de pessoas humanas”. Nestes três pilares mencionados pelo Papa, estão construídas, há muitos anos, a posição e solicitude da Igreja, diante da realidade de vida dos encarcerados no Brasil: a reeducação, a reinserção social e o respeito pela dignidade humana. 

A Igreja tem oferecido a sua contribuição para defesa da dignidade dos encarcerados e promoção da justiça social. Por intermédio da CNBB, manifesta sua disposição de continuar trabalhando, para que se implante uma segurança que proporcione condições de vida pacífica para os cidadãos e para as comunidades.   

Festa dos Reis Magos: hora de desmontar a árvore de natal


A retirada da decoração natalina deve ser feita dia 6 de janeiro, quando se comemora o dia dos Reis Magos

Depois das festividades de fim de ano, é hora de desfazer a decoração natalina e desmontar a tradicional árvore de natal, mas quando fazer? De acordo com o assessor da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frei Faustino Paludo, o dia correto para desmontar a árvore e o presépio é em 6 de janeiro, quando é comemorado o Dia dos Reis Magos. No entanto, o tempo do Natal só se conclui com a festa do Batismo do Senhor que, neste ano, acontecerá na próxima segunda-feira, 9. “A festa dos Reis é a última grande festa do ciclo de Natal. Depois da festa do batismo de Jesus e festa dos Reis, inicia um novo tempo litúrgico. A primeira parte do tempo comum que se estende até a terça-feira de carnaval”, diz frei Faustino.

O dia 6 de janeiro, marca o momento em que os três Reis Magos encontraram o menino Jesus, revelando seu nascimento para o restante do mundo. É a data em que o Oriente celebra o Natal, como o Ocidente celebra no dia 25 de dezembro. A Igreja de Roma passou então a celebrar a Festa dos Reis Magos. É a festa da manifestação de Jesus como salvador da humanidade - de todos os povos. Epifania que quer dizer manifestação. “Para os cristãos, essa festa significa a acolhida da proposta salvadora de Deus para todos os povos. Três magos, representa o reconhecimento, acolhida da ação salvadora de Deus Pai que se realizará por meio de Jesus Cristo”, ressalta o frei.

Na tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos, converteu-se na tradicional visitação feita pelos "três Reis Magos", denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados como santos a partir do século VIII. Segundo frei Faustino, em pesquisa literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis” chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da colonização. Essa manifestação cultural era realizada em toda a Península Ibérica e era comum a ocorrência de doação e recebimento de presentes enquanto eram entoados cantos e danças nas residências da época. Baseado nessa argumentação, a Folia de Reis teria vindo ao Brasil no século XVI, cerca do ano de 1534, trazido pelos Jesuítas, e servindo como um instrumento na catequização dos índios e, posteriormente, dos negros escravos.

Em alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem espanhola, a festa dos Reis Magos passou a ser a mais importante data comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal. No estado do Rio de Janeiro, os grupos realizam folias até o dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião e padroeiro do estado. No Nordeste, a festa também é bem popular. Em Salvador, os fieis celebram a data com tríduos, procissões e missas.