A retirada da decoração natalina deve ser feita dia 6 de
janeiro, quando se comemora o dia dos Reis Magos
Depois
das festividades de fim de ano, é hora de desfazer a decoração natalina e
desmontar a tradicional árvore de natal, mas quando fazer? De acordo com o
assessor da Comissão Episcopal para a Liturgia da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), frei Faustino Paludo, o dia correto para desmontar a
árvore e o presépio é em 6 de janeiro, quando é comemorado o Dia dos Reis
Magos. No entanto, o tempo do Natal só se conclui com a festa do Batismo do
Senhor que, neste ano, acontecerá na próxima segunda-feira, 9. “A festa dos
Reis é a última grande festa do ciclo de Natal. Depois da festa do batismo de
Jesus e festa dos Reis, inicia um novo tempo litúrgico. A primeira parte do
tempo comum que se estende até a terça-feira de carnaval”, diz frei Faustino.
O
dia 6 de janeiro, marca o momento em que os três Reis Magos encontraram o
menino Jesus, revelando seu nascimento para o restante do mundo. É a data em
que o Oriente celebra o Natal, como o Ocidente celebra no dia 25 de dezembro. A
Igreja de Roma passou então a celebrar a Festa dos Reis Magos. É a festa da
manifestação de Jesus como salvador da humanidade - de todos os povos. Epifania
que quer dizer manifestação. “Para os cristãos, essa festa significa a acolhida
da proposta salvadora de Deus para todos os povos. Três magos, representa o
reconhecimento, acolhida da ação salvadora de Deus Pai que se realizará por meio
de Jesus Cristo”, ressalta o frei.
Na
tradição católica, a passagem bíblica em que Jesus foi visitado por reis magos,
converteu-se na tradicional visitação feita pelos "três Reis Magos",
denominados Melchior, Baltasar e Gaspar, os quais passaram a ser referenciados
como santos a partir do século VIII. Segundo frei Faustino, em pesquisa
literária, feita por Pergo, levantou-se que a tradição da “Folia de Reis”
chegou ao Brasil por intermédio dos portugueses, ainda no período da
colonização. Essa manifestação cultural era realizada em toda a Península
Ibérica e era comum a ocorrência de doação e recebimento de presentes enquanto
eram entoados cantos e danças nas residências da época. Baseado nessa
argumentação, a Folia de Reis teria vindo ao Brasil no século XVI, cerca do ano
de 1534, trazido pelos Jesuítas, e servindo como um instrumento na catequização
dos índios e, posteriormente, dos negros escravos.
Em
alguns países de origem latina, especialmente aqueles cuja cultura tem origem
espanhola, a festa dos Reis Magos passou a ser a mais importante data
comemorativa católica, mais importante, inclusive, que o próprio Natal. No
estado do Rio de Janeiro, os grupos realizam folias até o dia 20 de janeiro,
dia de São Sebastião e padroeiro do estado. No Nordeste, a festa também é bem
popular. Em Salvador, os fieis celebram a data com tríduos, procissões e
missas.
Formação
A festa da Epifania (festa dos santos Reis/manifestação)
surgiu no Oriente como a festa do nascimento de Jesus. É o Natal do Oriente. A
exemplo de Roma, no Oriente, nos primeiros dias de janeiro celebrava-se a festa
da concepção do deus Hélio (deus sol) pela virgem deusa Coré. No século IV,
esta festa chega ao Ocidente e é celebrada de forma diferente. Passa a ser a
festa dos Reis Magos. Nesta época, a Igreja não celebrava nenhuma das duas
festas: dos Reis Magos e a manifestação de Jesus às nações. A Epifania
transformou-se numa festa popular na Idade Média. Na época em que as supostas
relíquias dos Reis foram transferidas de Milão para Colônia, na Alemanha. O
Evangelho de Mateus (2, 1-12), não fala de reis, mas de magos. E nem revela o
nome e quantos eram. Os nomes de Gaspar, Melquior e Baltazar são conhecidos no
século IX. No fim da Idade Média, havia o costume de se abençoar as casas com
água e incenso bentos no dia 6 de janeiro. As casas abençoadas eram assinaladas
nas portas com as letras C + M + B = Christus Mansionem Benedicat (Cristo
abençoe esta casa). A piedade do povo associou as letras ao nome dos Reis Magos
(cf A.ADAM. O Ano Litúrgico, p.145).
Batismo de Jesus
A Igreja após a Epifania do Senhor celebra o Batismo de
Jesus no rio Jordão. Nesse dia, seria aconselhável que as comunidades,
refletindo sobre o Batismo de Jesus, renovassem as promessas batismais. “A
celebração do Batismo de Jesus encerra o tempo do Natal e abre as portas para
os domingos do Tempo Comum”, ressalta o frei.
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