quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

México: Igreja denuncia desaparecimento do Pe. Joaquín Hernández


A Conferência Episcopal Mexicana (CEM) se une na oração e solidariedade à Diocese de Saltillo, nordeste do país, e ao Bispo local, Dom Raúl Vera López, pelo desaparecimento do sacerdote diocesano Pe. Joaquín Hernández Sifuentes, vigário paroquial na comunidade do Sagrado Coração, em Aurora Coahuila.

Não se há notícias do sacerdote de 42 anos desde o último dia 3. “Fazemos um apelo às autoridades competentes para que sejam esclarecidos os fatos que levaram ao desaparecimento do sacerdote, e à sociedade civil e a toda a comunidade eclesial para que colaborem nas buscas”, lê-se no comunicado assinado pelo Presidente da CEM, Cardeal Francisco Robles Ortega, Arcebispo de Guadalajara, e pelo Secretário-geral, Dom Alfonso Gerardo Miranda Guardiola, Bispo auxiliar de Monterrey. 

O comunicado da CEM segue após o apelo feito, na última segunda-feira (09/01), pelo Bispo de Saltillo, Dom Raúl Vera López: “A nossa diocese acompanha há anos as pessoas que procuram seus entes queridos que desapareceram. Infelizmente, hoje cabe a nós procurar o nosso irmão que faz parte da comunidade de presbíteros. Estamos colaborando muito com as autoridades judiciárias do Estado de Coahuila em sua busca, seguindo o exemplo das pessoas com as quais trabalhamos.”

O comunicado expressa proximidade à família do sacerdote e denuncia as tentativas de criminalização do Pe. Joaquín e as ameaças feitas aos membros da família e conhecidos do sacerdote após os interrogatórios. Padre Hernández deveria partir, no último dia 3, e voltar à paróquia no dia 7 deste mês. As suas malas foram encontradas na sacristia e daquele dia em diante não mais respondeu a telefonemas. 

Algumas testemunhas disseram ter visto duas pessoas entrarem no carro do sacerdote na manhã do dia 3.

Relatório Portas Abertas: 215 milhões de cristãos perseguidos no mundo


Cresce a perseguição contra os cristãos no mundo: o número chega a 215 milhões.  Quem revela é o Relatório World Watch List 2017, publicado esta quarta-feira pela organização “Portas Abertas”, que elabora anualmente uma lista com os 50 países onde mais se verifica este “fenômeno”.

Cobrindo o período de 1º de novembro de 2015 a 31 de outubro de 2016, a WW List avalia o grau de liberdade dos cristãos na vivência diária de sua fé em cinco áreas: privadamente, em família, na comunidade em que residem, na igreja que frequentam e na vida pública do país em que vivem. A estas, soma-se uma sexta voz de análise, que serve para medir o eventual grau de violência a que são submetidos.

Os métodos de pesquisa e os resultados são submetidos à revisão independente por parte do Instituto Internacional pela Liberdade Religiosa. Três cores diversas em um mapa assinalam três diferentes graus de perseguições  (com base em uma contagem). Alta (41-60), Muito Alta (61-80), Extrema (81-100). Este mapa pode ser consultado no link do relatório https://www.porteaperteitalia.org/pdf/wwl2017_report .

Mais de 215 milhões de perseguidos


Esta cifra refere-se aos cristãos perseguidos nos 50 países que fazem parte da WWList 2017. A população total destes 50 países gira em torno dos 4,83 bilhões de habitantes, dos quais cerca de 650 milhões são cristãos. Destes, 30% (isto é, 215 milhões) sofrem algum tipo de perseguição que vai da alta à extrema.

Disto deduz-se que 1 cristão a cada 3 é gravemente perseguido nestes 50 países. Diz-se “mais de” 250 milhões, porque existem cristãos perseguidos também em nações que não fazem parte da WWList 2017, como Uganda, Nepal, Azerbaijão, Quirguistão, Níger, Cuba, entre outros.

A pontuação total na WWL aumentou, passando de 3299 de 2016 a 3355 em 2017, mostrando claramente que a perseguição dos cristãos em todo o mundo tende a aumentar. 

O Verbo do Pai embeleza, ordena e contém todas as coisas


O Pai de Cristo, santíssimo e imensamente superior a todas as coisas criadas, como ótimo timoneiro, pela sua sabedoria e pelo seu Verbo, Cristo nosso Senhor e Salvador, governa, dispõe e executa sempre todas as coisas de modo conveniente, como Lhe parece justo. Ninguém certamente negará a ordem que observamos na criação, porque Deus assim o quer. Se a criação se movesse ao acaso e sem ordem, nenhuma fé mereceriam estas afirmações. Mas se, pelo contrário, o mundo foi criado com ordem, sabedoria e prudência, e foi ornado de toda a beleza, temos necessariamente de admitir que o seu autor e artífice não é senão o Verbo de Deus.

Refiro-me ao Verbo de Deus vivo e operante, do Deus bom do universo; ao Verbo que é distinto de todas as coisas criadas e que é o Verbo próprio e único do Pai; ao Verbo cuja providência ilumina todo o mundo presente por Ele criado. É Ele, o Verbo bom do Pai bom, que dispõe ordenadamente todas as coisas, conciliando entre si os elementos contrários e compondo-os em perfeita harmonia. É o Deus único e unigênito, o Deus bom que procede do Pai, fonte de toda a bondade, e que embeleza, ordena e contém o universo.

Aquele que pelo seu Verbo eterno criou o universo e a todas as coisas deu uma natureza, não quis abandonar as suas criaturas à deriva e às flutuações da natureza, para que não voltassem ao nada; mas na sua bondade, governa e sustenta a criação por meio do seu Verbo, que também é Deus, a fim de que, iluminada pelo governo, providência e direção do Verbo, permaneça firme e estável, e desse modo, tornando-se participante do Verbo do Pai, seja por Ele ajudada para que não deixe de existir. Isso certamente aconteceria, se não fosse conservada pelo Verbo, que é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criatura. Por Ele e n’Ele subsistem todas as coisas, visíveis e invisíveis, e Ele é a cabeça da Igreja, como ensinam os ministros da verdade na Sagrada Escritura.

O onipotente e santíssimo Verbo do Pai, que está presente em todas as coisas, desenvolve por toda a parte a sua virtualidade, ilumina toda a realidade e tudo contém e abrange em Si mesmo. Nada escapa à influência do seu poder. Em tudo e por toda a parte, a cada coisa em particular e ao universo em geral, é Ele que dá a vida e a conserva.


Do Tratado de Santo Atanásio, bispo, «Contra os pagãos»

(Nn. 40-42: PG 25, 79-83) (Sec. IV)

Sacristão: Um ofício importante na comunidade!


Um dos ofícios e ministérios mais importantes nas comunidades e nas igrejas é o do sacristão ou da sacristã. Trata-se, frequentemente, de um serviço discreto, embora decisivo para o funcionamento da igreja e para o desenrolar da celebração. O seu protagonismo não é tão visível e sensível como o do leitor, do acólito ou do músico e, muito menos, o do presidente. Mas, sem ele, esses ministérios não atuavam digna e eficazmente. É ele quem abre a igreja, convoca os fiéis, prepara os paramentos, o altar, a credência, o pão e o vinho, a água, o incenso, os livros, o órgão, organiza as procissões, a recolha dos dons, acende as luzes e liga os microfones: tarefas demasiado importantes para serem deixadas à improvisação do momento. É, com efeito, um ofício tão discreto, mas importante: quando há não se nota, quando se dispensa faz falta. Com efeito, muitas são as coisas que se encomendam a um sacristão, sobretudo nas paróquias: manter a limpeza, a ordem, a guarda, a conservação e o funcionamento dos espaços, dos objetos, das vestes, dos livros e dos diversos instrumentos;  

1. Preparar as celebrações, sobretudo, do ponto de vista material, mas de modo nenhum secundário, pois que, por ser exterior, condiciona o funcionamento e o desenvolvimento dos ritos e de toda a celebração: paramentos, livros, pão, vinho e água, iluminação e megafonia, toque dos sinos, música ambiente, abrir e fechar as portas, lâmpada do Santíssimo, flores; 

2. por vezes, assume outros serviços mais burocráticos, como o registro de batizados e casamentos, etc.;  

3. pode acontecer que tenha de suprir, até, a falta do acólito, leitor ou cantor.  

Ser sacristão requer, por isso, qualidades e uma preparação ampla e diversificada. O Cerimonial dos Bispos atribui ao sacristão tarefas importantíssimas: preparar as celebrações (com o mestre de cerimônias); cuidar de tudo quanto é necessário à celebração; tocar os sinos; criar um ambiente de recolhimento na sacristia e no vestiário (sacristia e secretario) (secretário = lugar onde os ministros, em dias solenes, se paramentam e dão início à procissão de entrada); guardar as alfaias e os bens culturais da igreja; estar atento e ser zeloso pela limpeza, asseio e ornamentação da igreja; enfim, providenciar para que tudo, na igreja, manifeste amor e reverência para com Deus e seja sinal de piedade, festa e alegria para o povo de Deus. (cf. C. B., nº 37-38).  

Nem qualquer pessoa serve para sacristão. Não basta estar desempregado para se ser bom sacristão. Também não são precisos títulos acadêmicos. Mas com certeza que é preciso preparação, sensibilidade humana, litúrgica e cristã. Partindo das qualidades humanas, dever-se-ia dar-lhes formação específica. Não basta certamente que saibam as cores dos paramentos do dia ou como se tocam os sinos. Há toda uma sensibilidade litúrgica e espiritual que seria favorecida se os sacristães pudessem frequentar algum curso sistemático, periódico ou intensivo. Dar formação aos ministros que animam as celebrações da comunidade é um investimento certo que dará frutos em pouco tempo para o bem das comunidades. Nesses cursos, o sacristão conhecerá a Introdução Geral do Missal Romano, os Preliminares dos diversos Rituais e, sobretudo, para além das rubricas, aprofundará o porquê das coisas, o sentido e o espírito da liturgia, dos ritos, do ano litúrgico, etc. O sacristão é, frequentemente, a primeira imagem de uma igreja (se a imagem é má, será a última). Os sacristães são mais que pessoas que acendem velas. Com o seu trabalho escondido e eficiente, realizam um precioso apostolado: a ordem, a limpeza e o silêncio na igreja são o primeiro cartaz de bom acolhimento; a sua presença discreta e atenta marca o sinal de uma comunidade disponível para os outros; o atendimento paciente e bem humorado aproxima as pessoas da comunidade e de Deus. Deste modo, preparam as pessoas que se deslocam à igreja para o encontro verdadeiro e profundo com Deus. Assim, realizam um autêntico ministério.
 

A efusão do Espírito Santo sobre todos os homens*




Tendo o Criador do universo decidido restaurar todas as coisas em Cristo, dentro da mais admirável e perfeita ordem, e restituir à natureza humana sua condição original, prometeu, junto com os outros dons que daria copiosamente, conceder o Espírito Santo. Pois, de outro modo o homem não poderia ser reintegrado na posse tranquila e permanente desses dons.

Determinou, portanto, o tempo em que o Espírito Santo desceria sobre nós, isto é, o da vinda de Cristo, prometendo com estas palavras: Naqueles dias, a saber, nos dias do Salvador, derramarei meu Espírito sobre todo ser humano (Jl 3,1).

Quando esse tempo de imensa e gratuita liberalidade trouxe ao mundo o Filho Unigênito encarnado, isto é, como homem nascido de mulher, segundo a Sagrada Escritura, novamente Deus Pai nos concedeu o seu Espírito, sendo Cristo o primeiro a recebê-lo como primícias da natureza renovada. João Batista o testemunhou dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu, e permanecer sobre ele (Jo 1,32).

Afirma-se que Cristo recebeu o Espírito enquanto homem e enquanto convinha ao homem recebê-lo; embora seja Filho de Deus Pai e gerado de sua substância, mesmo antes da encarnação, e mais ainda, antes de todos os séculos, não se ofende ao ouvir Deus Pai declarar-lhe, depois que se fez homem: Tu és meu Filho, e eu hoje te gerei (Sl 2,7).

O Pai diz que foi gerado hoje aquele que antes dos séculos era Deus, gerado por ele, para receber-nos em Cristo como filhos adotivos. Com efeito, toda a natureza humana se encontra em Cristo enquanto homem. Assim o Pai dá ao Filho seu próprio Espírito, a fim de que em Cristo também nós o recebamos. Por esse motivo, Cristo veio em auxílio da descendência de Abraão, como está escrito, e tornou-se em tudo semelhante a seus irmãos.

O Unigênito de Deus não recebeu o Espírito Santo para si mesmo; com efeito, esse Espírito que é seu, nos é dado nele e por ele, como já dissemos antes, pois, tendo-se feito homem, tinha em si a totalidade da natureza humana, a fim de restaurá-la toda e restituir-lhe a integridade original. Podemos ver assim – se quisermos aplicar um reto raciocínio e os testemunhos da Escritura – que Cristo não recebeu o Espírito Santo para si mesmo, mas para que o recebêssemos nele; pois é também por ele que recebemos todos os bens.



Do Comentário sobre o Evangelho de São João, de São Cirilo de Alexandria, bispo (Lib. 5, cap. 2: PG 73, 751-754)  (Séc. V)
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*Quinta-feira após a Epifania do Senhor

São Bernardo de Corleone


O santo de hoje nasceu no ano de 1605 em Corleone, Sicília, na Itália. Como é belo poder perceber o testemunho de hoje! Como a misericórdia de Deus fez maravilhas a partir do arrependimento!

São Bernardo foi crescendo numa vida longe do relacionamento com Deus e com a Igreja. Logo, distante de si e do amor aos irmãos, o orgulho foi tomando conta do seu coração. Então, decidiu entrar para a vida militar; não para servir a sociedade, mas para dominá-la. De fato, ele estava longe de Deus. Resultado: numa das muitas discussões que viraram briga, ele acabou num duelo, ferindo de morte um companheiro seu da vida militar. Foi neste momento trágico de sua história que ele abriu o coração para Deus, pois sua consciência foi pesando. Embora ele tenha fugido e recorrido a um chamado “direito de asilo”, não foi preso, mas estava preso a uma vida de pecado. Quem poderia resgatá-lo? Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo encarnado que veio nos assumir na nossa fragilidade e nos revelar este amor que redime, que salva e é a nossa esperança.

Assim, arrependeu-se e começou a busca de uma vida em Deus, uma vida de Igreja, sacramental. Discerniu um chamado à vida religiosa, buscou a família franciscana e ali tornou-se irmão religioso, fiel às regras. De fato, se antes expressava arrogância, agora comunicava paz, penitência, luta contra o pecado.

Ele foi se santificando também no serviço ao próximo. “Santidade sem serviço aos outros pode ser apenas um ideal, mas, no concreto, esta luta, este bom combate é para sermos melhores em Deus, melhores uns para os outros”.

Religioso, capuchinho, modelo de vida na pobreza, na castidade e na obediência. Este santo do século XVII nos convida, neste novo milênio, a sermos sinais no poder que a misericórdia divina tem de, com a nossa ajuda e nosso sim, fazer-nos santos.



Senhor, que em São Bernardo de Corleone nos destes um modelo extra- ordinário de penitência evangélica, concedei- nos, por sua intercessão, a graça de relativizar tudo o que é temporal e transitório, para sermos dignos da recompensa eterna. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Iraque: Mais de cem locais de culto danificados ou destruídos pelo Daesh

Igreja São João Batista, em Qaraqosh, também conhecida como Hamdaniya, a cerca de 30 km de Mosul - AFP

São ao menos cem os locais de culto vandalizados ou totalmente destruídos nos territórios de Mossul e da Província do Nínive a partir de junho de 2014, quando os jihadistas do Estado Islâmico (Daesh) impuseram seu domínio na região.

A informação é do porta-voz do Ministério para os Assuntos Religiosos da Região Autônoma do Curdistão, Mariwan Naqshbandi. Ele antecipou o conteúdo de uma relatório a ser publicado em breve por uma Comissão que investiga os crimes cometidos pelos milicianos do Daesh em Mosul e na Planície do Nínive, no período em que mantiveram o controle daquela hora. 

Vídeo mostra pastora quebrando imagem de Nossa Senhora em SP


Um vídeo feito por membros de uma igreja evangélica de Botucatu (SP) e postado no Facebook nesta quarta-feira mostra uma mulher, apontada como pastora, quebrando uma imagem de Nossa Senhora Aparecida, a padroeira do Brasil. Enquanto a mulher, ajoelhada na grama, destrói o objeto com um martelo, outras pessoas que acompanham o ritual a céu aberto fazem orações.

“Quebra toda obra contrária. Teu nome seja glorificado, Senhor, Aleluia Jesus, abençoa Senhor meu Pai. Essa obra feita pelas mãos do inimigo, Senhor, agora está sendo quebrada, Senhor meu Deus e meu Pai, em nome de Jesus”, prega um dos homens no local.

“Nós não aceita (sic.) outro Deus a não ser o Senhor”, diz outra mulher.


Após a repercussão negativa o vídeo foi retirado do Facebook, porém diversas pessoas já tinham realizado o download das imagens e não demorou para o vídeo retornar para a web e receber diversas críticas.

Católicos indignados marcaram um encontro em frente da casa da suposta pastora para um momento de oração. Outros afirmaram que denunciariam os envolvidos pelo crime de Intolerância Religiosa.

Por meio de nota, o Conselho de Pastores da Cidade de Botucatu afirma que “não esteve envolvido e nem apoia nem uma prática de intolerância religiosa. Fazendo dessa nota um pedido de perdão aos nossos irmãos e amigos católicos que se sentiram ofendidos com o vídeo de uma prática isolada que está circulando nas redes sociais”.