MENSAGEM
DE PÁSCOA DO
REGIONAL LESTE 1 DA CNBB
Neste
tempo em que celebramos a grande festa da Páscoa, nós bispos das dioceses que
compõem o Regional Leste 1 da CNBB, abrangendo todo o Estado do Rio de Janeiro,
desejamos enviar nossa fraterna saudação, envolta em fé e esperança. Falamos de
esperança a partir de Jesus Cristo. Ele é a razão do nosso viver. É Ele que nos
impele a manifestar um pouco do que vai em nossos corações, pois, nestes dias
tão especiais, nós O contemplamos em Sua paixão, morte e ressurreição. Ao
fazê-lo, lembramo-nos do povo fluminense que também vive suas dores e
angústias, ansiando, na esperança, pelo bem e pela paz.
Quando
contemplamos o Cristo Crucificado, vêm-nos à mente os inúmeros sofrimentos de
todos os irmãos e irmãs em cada parte do mundo e, em especial, em nosso querido
Estado do Rio, um sofrimento que tem muitos nomes e formas. Ele se encontra,
por exemplo, em quem está privado de acesso à saúde, à educação, à moradia
digna, à segurança, à geração de renda e à seguridade depois de trabalhar por
longos anos. Esta é uma lista que pode ser acrescida de inúmeras outras
situações, algumas das quais já foram tratadas em notas específicas de nossa
Conferência Episcopal.
Em
nossos dias, dois males tem tomado conta de vários corações humanos: a
corrupção e a indiferença. Ambas são concretizações do mesmo pecado que leva
cada um a pensar somente em si, isentando-se ilusoriamente das consequências de
seus atos diante de Deus. Conscientes de que não podemos cair no erro da
generalização ao destacar estes dois pecados, manifestamos nossa angústia
diante do crescente risco de se plasmar uma cultura da indiferença perante a
dor alheia, uma mentalidade que, na corrupção e outros meios semelhantes, olha
apenas para si, pensando unicamente no seu próprio benefício.
Mas,
a contemplação do Ressuscitado nos preenche de esperança. Naquele domingo da
Páscoa, os que foram ao túmulo e o encontraram vazio souberam reconhecer que
havia ocorrido algo muito maior do que sua capacidade de compreensão. Eles
viram os sinais e acreditaram que a maldade, a dor e a morte não possuem a
última palavra.