Hoje falaremos sobre
O Domingo, como Dia da Ressurreição do Senhor e sua ligação com a Eucaristia.
Os evangelistas informam que a Ressurreição se deu no “primeiro dia da semana”
(Mt 28,1; Mc 16, 2.9; Lc 24, 1.13.36; Jo 20, 1.19). As aparições também
aconteceram no domingo (Mt 28, 9; Lc 24, 13; Jo 20, 19), sendo, igualmente, o
dia escolhido para a vinda do Espírito Santo (At 2, 1; Jo 20, 22). E assim ele
se tornará o dia, por excelência, para a celebração do Mistério Pascal, especialmente
pela Eucaristia, e o núcleo central, o fundamento de todo ano litúrgico (SC
106). A expressão “Dominicus dies = dia do Senhor” aparece pela primeira vez no
Apocalipse (Ap 1,10), pelo ano 97 d. C., e logo será chamado por “Dominicus =
Domingo”.
O
Domingo é, portanto, uma criação originariamente cristã e não uma simples troca
do sábado pelo domingo. Já no final do primeiro século, o sábado permanece
somente ligado aos judeus, e os cristãos optam exclusivamente pelo Domingo como
“Dia do Senhor”.
A
celebração, que inicialmente tinha lugar à hora vespertina e estendia-se noite
adentro, já no primeiro século passa a ser celebrada na aurora do domingo, uma
vez que as reuniões noturnas eram consideradas ilícitas pelas autoridades do
Império Romano.
Pelo
ano 150 d.C., S. Justino nos deixa uma preciosa descrição de como era, nessa
época, a celebração eucarística. Ele chama o domingo como o “dia do sol”
(Sonntag - Sunday), em que os fiéis da cidade e do interior se reúnem no mesmo
lugar. Faz-se a leitura dos profetas e dos apóstolos... Chama-se “Dia do Sol”
porque lembra o dia no qual Deus criou a luz e Jesus Cristo ressuscitou dos
mortos. Ele é o “sol da justiça” (Ml 3, 20), a “luz do mundo” (Jo 8, 12), a
“luz para iluminar as nações” (Lc 2, 32), a “luz dos homens” (Jo 1, 4). Quem
segue Jesus Cristo não anda nas trevas, mas tem a luz da vida (Cf. Jo 12,46).
Somente
em 321 d.C., por ordem do Imperador cristão Constantino, o Domingo é declarado
também como dia de repouso (inclusive para os escravos), a fim de que todos
pudessem participar da celebração eucarística. Integra-se, desse modo, o
descanso e o ato celebrativo do Domingo, estando o primeiro a serviço do
segundo: ”Este é o dia que o Senhor fez para nós! Alegremo-nos e nele
exultemos” (Sl 117, 24)!