terça-feira, 16 de maio de 2017

Como o olhar de Jesus converteu o intérprete de Barrabás em “A Paixão de Cristo”.


Quando era adolescente, o ator italiano Pietro Sarubbi fugiu de casa para se unir a um grupo de circo e, desde então, girou mundo tentando achar sentido existencial e preencher o vazio espiritual que o atormentava. Entre peças de teatro, gravação de comerciais televisivos e produções do cinema italiano independente, Pietro se destacou na comédia, mas nunca se livrou de uma sutil e persistente sensação de fracasso, já que o seu sonho era se tornar diretor.

Mesmo em 2001, quando conseguiu um papel secundário em “Capitão Corelli”, filme de Hollywood, o vazio não se dissipou. As coisas começariam a mudar, no entanto, alguns meses depois: Pietro recebeu um convite para trabalhar com Mel Gibson no que imaginou que seria um filme de ação. Nunca imaginaria que o filme se propunha a retratar a Paixão de Cristo.

Embora muito afastado da Igreja, Pietro desejou, naquele momento, interpretar o apóstolo Pedro – não porque tivesse particular apreço pelo Santo Padre, mas apenas porque o valor a ser pago por dia de trabalho era mais alto. Não foi pequena a decepção quando o diretor lhe disse que o queria no papel de Barrabás.

Foi o próprio Mel Gibson quem lhe explicou, porém, que Barrabás não era apenas um bandido. O rebelde zelote tinha ficado muitos anos preso, fora torturado e levado ao limite do humanamente suportável. Uma frase de Mel Gibson bateu fundo no coração de Pietro: Barrabás tinha ido se transformando num animal, um ser embrutecido e sem palavras que só se expressava com o olhar. Era por isso que o diretor o tinha escolhido: porque Pietro poderia encarnar tanto o animal selvagem quanto, no fundo do coração, manter no olhar o brilho de um homem bom.

Durante as gravações, Pietro Sarubbi e o zelote se fundiram num só. A cena avançava e Pietro encarnava os acontecimentos de tal forma que já nem atuava conscientemente. Quando as autoridades libertam Barrabás, escolhido pela multidão no lugar de Jesus, o bandido, entre incrédulo e exultante, fitava os poderosos e depois a turba com ironia. É quando desce as escadas e o seu olhar se cruza com o de Jesus.

“Foi um grande impacto. Eu senti uma corrente elétrica entre nós. Eu via o próprio Jesus”, declarou Pietro Sarubbi a respeito da força da cena compartilhada com o colega Jim Caviezel, intérprete do Cristo ali condenado ao suplício horrível da morte na cruz.

E foi naquele instante que a paz tão desesperadamente procurada ao longo de tantos anos finalmente lhe inundou a alma.

“Quando olhou nos meus olhos, os olhos de Jesus não tinham ódio nem ressentimento. Só misericórdia e amor”. 

São Simão Stock


O santo de hoje nasceu no condado de Kant (Inglaterra). Com apenas 12 anos, movido pelo Espírito Santo de Deus, abandonou sua família por uma vida eremítica, uma vida no deserto. Ele fez do tronco de uma árvore a sua morada, por isso o ‘Stock’ em seu nome (stock = tronco). Ali, se consagrou na penitência e na busca da salvação das almas. Descia até o povoado para visitar os doentes e evangelizar, e voltava para o seu retiro.

Simão, homem de obediência ao Senhor. Deus o quis na família carmelita, recém chegados à Inglaterra. Após discernir, tornou-se um religioso nesta Ordem. Profundamente mariano, era um homem do serviço e dedicado aos irmãos. Nossa Senhora apareceu a ele, com o escapulário, apresentando-o como uma proteção especial àqueles que o usarem com devoção. Quanto mais marianos, mais cristãos!


Ó Deus, só vós sois Santo e sem vós ninguém pode ser bom. Pela intercessão de São Simão Stock, dai-nos viver de tal modo, que não sejamos despojados de vossa glória. Por Cristo Senhor nosso. Amém. 


São Simão Stock, rogai por nós!

segunda-feira, 15 de maio de 2017

Cristão que se negou a fazer camisetas para marcha do orgulho gay ganha batalha legal


Em uma vitória da liberdade de expressão, um empresário dono de uma gráfica que se negou a realizar camisetas para uma marcha do orgulho gay em Kentucky (Estados Unidos), ganhou a batalha contra o lobby homossexual.

Um tribunal de apelações Kentucky se pronunciou neste 12 de maio a favor da liberdade de expressão de Blaine Adamson, um empresário cristão sancionado por uma Comissão de Direitos humanos local por negar-se a realizar camisetas com mensagens a favor da agenda gay.

“Os americanos sempre deveriam ter a liberdade de acreditar, a liberdade de expressar essas crenças e a liberdade de não expressar ideias que violariam sua consciência”, disse Jim Campbell, conselheiro sênior do Alliance Defending Freedom (ADF), organização a cargo da defesa de Blaine.

“A decisão de hoje é uma vitória para donos de gráficas (ndt: ou estamparias) e outros profissionais criativos que servem a todos mas não podem promover todas as mensagens”, assegurou.

Blaine Adamson é dono da imprensa Hands On Originals em Kentucky, que realiza materiais publicitários, como camisetas, boinas e mantas. Realizou diversos trabalhos sem discriminar por raça ou preferências sexuais de seus clientes. Além disso, com frequência contrata trabalhadores homossexuais.

Blaine tem algumas exceções para seu trabalho: não imprime mensagens contrárias à sua fé, como aquelas que contêm material violento ou sexualmente explícito. 

Apresentado o logo oficial da JMJ Panamá 2019


Durante o “Encontro Eucarístico”, celebrado ontem, presidido pelo Arcebispo José Domingo Ulloa, foi apresentado o logo oficial da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Panamá 2019, que acontecerá de 22 a 27 de janeiro do mesmo ano.

O Escritório de Comunicação e Imprensa da Arquidiocese do Panamá informou que a autora do logo é Ambar Calvo, uma estudante de 20 anos da faculdade de arquitetura na Universidade do Panamá.

O logo foi escolhido entre 103 propostas que foram avaliadas por um júri integrado por especialistas em desenho gráfico, marketing e outras profissões do ramo, que selecionaram as 3 melhores ideias. Mas a escolha definitiva ficou a cargo do Comitê Executivo da JMJ, com o Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida no Vaticano.

Dom Ulloa Mendieta comentou que o desenho Ambar Calvo “conseguiu captar a mensagem que desejamos enviar aos jovens do mundo, a pequenez do nosso país, mas a grandeza do nosso coração, aberto a todos sem exclusão”.

“Os jovens são a reserva moral e humana de nossas sociedades e da própria Igreja, eles são capazes de transformá-las por inteiro, positivamente, se formos capazes de ensinar-lhes a amar como Jesus fez conosco”, destacou ainda o Arcebispo panamenho. 

Homilética: 6º Domingo de Páscoa - Ano A: "A Promessa de Jesus".


Hoje celebramos o VI Domingo da Páscoa! A Igreja celebra nos próximos dias duas grandes festas: Ascensão e Pentecostes; convida-nos a ter os olhos postos no Céu, a Pátria definitiva a que o Senhor nos chama.

No Evangelho de hoje (Jo 14, 15-21), João define como podemos cumprir os mandamentos divinos. Agora nos ensina que o modo de viver o mandamento provém do próprio Deus. E, nem sempre conseguimos agir como queríamos. Também nós sentimos como São Paulo: “quero fazer o bem, mas faço o mal”. Por isso nos envia o Espírito Santo, por isso é Ele mesmo a falar e a agir em nós. Ele não nos deixa órfãos. É urgente que dediquemos tempo na oração para pedir a Deus a graça de fazer o bem no amor ao próximo.

“Se me amais, guardareis os meus mandamentos”. Poderíamos fazer a oração negativa, tão verdadeira quanto a afirmativa: se não me amais, não guardareis os meus mandamentos. A moral cristã não é a moral dos heróis, dos gigantes da vontade, daquelas pessoas que à força de teimar e teimar conseguem chegar à meta. Lembro-me de uma das aulas do já falecido bispo emérito da Diocese de Anápolis, D. Manoel Pestana Filho. Animando-nos a estudar muito, ele dizia que “um gênio é 5% de inspiração e 95% de transpiração”. Aquele santo bispo nos animava a ser estudiosos de verdade. Hoje eu gostaria de utilizar a frase dita pelo D. Manoel, mas mudando-a um pouquinho para servir ao meu propósito, e sem pretensões matemáticas do mistério: “um cristão é 95% graça de Deus e 5% de esforço pessoal”.

A graça de Deus e o seu amor é o que nos vai construindo a cada momento. Podemos e devemos lutar, mas – como diz o Salmo – “se o Senhor não edificar a casa, em vão trabalham os que a constroem” (126,1). Com o passar do tempo, a experiência nos vai mostrando a importância de confiar mais na graça de Deus que nas nossas próprias forças. Os nossos propósitos, por mais firmes que sejam; a nossa luta, por mais heroica que venha a ser; os meios humanos dos quais dispomos, por mais seguros que nos pareçam… Tudo isso estaria destinado ao fracasso, dentro de pouco ou muito tempo, se não fosse a ajuda de Deus. Essa ação de Deus criou em nós, no momento em que fomos batizados, um dinamismo novo que nos capacitou para viver a nova vida em Cristo.

É possível cultivar o amor? Em primeiro lugar, a caridade inicial ninguém a merece, a recebemos no momento do nosso Batismo sem mérito algum da nossa parte. Depois de batizados, podemos atrair mais o amor de Deus para nós.

Os Apóstolos, que se tinham entristecido com a predição das negações de Pedro, são confortados com a esperança do Céu. A volta a que Jesus se refere inclui a sua segunda vinda no fim do mundo e o encontro com cada alma quando se separar do corpo. A nossa morte será precisamente o encontro com Cristo, a quem procuramos servir nesta vida e que nos levará à plenitude da glória. Será o encontro com Aquele com quem falamos na nossa oração, com quem dialogamos tantas vezes ao longo do dia.

Da Oração, do trato habitual com Jesus Cristo, nasce o desejo de nos encontrarmos com Ele. A fé purifica muitas das asperezas da morte. O amor ao Senhor muda completamente o sentido desse momento final que chegará para todos.

O pensamento do Céu nos ajudará a superar os momentos difíceis. É muito agradável a Deus que fomentemos a virtude da esperança, que está unida à fé e ao amor, e que em muitas ocasiões nos será necessária. Ensinou São Josemaria Escrivá: “À hora da tentação, pensa no Amor que te espera no Céu. Fomenta a virtude da esperança, que não é falta de generosidade” (Caminho, nº 139). Devemos fomentá-la nos momentos em que a dor e a tribulação se tornarem mais fortes, quando nos custar ser fiéis ou perseverar no trabalho ou no apostolado. O prêmio é muito grande! Está no dobrar da esquina, dentro de não muito tempo.

A meditação sobre o Céu deve também estimular-nos a ser mais generosos na nossa luta diária “porque a esperança do prêmio conforta a alma para que empreenda boas obras”( S. Cirilo de Jerusalém). O pensamento desse encontro definitivo de amor a que fomos chamados nos ajudará a estar mais vigilantes nas nossas tarefas grandes e nas pequenas, realizando-as de um modo acabado, como se fossem as últimas antes de irmos para o Pai.

O pensamento do Céu, agora que estamos próximos da festa da Ascensão, deve levar-nos a uma luta decidida e alegre por tirar os obstáculos que se interpõem entre nós e Cristo, deve estimular-nos a procurar sobretudo os bens que perduram e a não desejar a todo custo as consolações que acabam.

Jesus promete aos discípulos o envio de um defensor (Jo 14, 16-17), de um intercessor, que irá animar a comunidade cristã e conduzi-la ao longo da sua história. Trata-se do Paráclito que é o nosso Consolador enquanto caminhamos neste mundo no meio de dificuldades e sob a tentação da tristeza. “Por maiores que sejam as nossas limitações, nós, homens, podemos olhar com confiança para os Céus e sentir-nos cheios de alegria: Deus ama-nos e liberta-nos dos nossos pecados. A presença e a ação do Espírito Santo na Igreja são o penhor e a antecipação da felicidade eterna, dessa alegria e dessa paz que Deus nos prepara” (Cristo que passa, nº 128). Invoquemos sempre o Espírito Santo! Ele é a força que nos anima e sustenta na caminhada cotidiana e nos revela a verdade do Pai.


“Para avançar na vida interior e no apostolado, o necessário não é a devoção sensível; mas a disposição decidida e generosa da vontade, em face das instâncias divinas.” ( Sulco, 769 ).

10 razões para criarmos nossos filhos no catolicismo


No ano 2000, coincidindo com o jubileu decretado pelo Papa João Paulo II, Michael Leach e Therese J. Borchard editaram um livro de grande proveito para os leitores norte-americanos: “I like being catholic” (Eu gosto de ser católico).

Dezessete anos após sua publicação, o texto continua atual, sobretudo para a Igreja americana, que passou por maus momentos por causa dos casos de pedofilia cometidos pelos padres na arquidiocese de Boston, quase ao mesmo tempo em que o livro era lançado.

Do acervo de temas e informações, extraímos alguns. Eles foram elaborados por Michael Leach, sob o título “Dez razões para criar seus filhos no catolicismo”:

1. Eles terão algumas “regras” para rejeitar quando forem adolescentes;

2. Eles terão regras para reconsiderar quando tiverem filhos;

3. Eles terão alguns valores para levar para o resto da vida;

4. Eles terão algo a que se agarrar em tempos difíceis;

5. Quando estiverem grandes e interessados no mundo, eles terão, ao menos, uma Bíblia velha e enrugada para ler e encontrar sabedoria; 

Santo Isidro (Isidoro)


O santo de hoje nasceu em Madri (Espanha), no ano de 1070.

Ele era lavrador, um camponês. Vocacionado ao matrimônio casou-se com Maria Turíbia e tiveram um filho, o qual perderam ainda cedo.

Vida difícil e sacrificante, Isidoro santificou-se ao aprender a mística de aceitar e oferecer a Deus suas dores. Participava diariamente da Santa Missa e trabalhava para um patrão injusto e impaciente.

Santo Isidro: um homem fiel, de perdão, que numa tremenda enfermidade não se revoltou. Consumiu-se por amor a Deus. Morreu no ano de 1130, em Madri, sendo enterrado sem nenhuma distinção.

Ó Santo Isidoro, a vossa fé vos levava a esquecer o mundo para contemplar as belezas do Reino de Deus. Dando-vos em oração, os anjos completavam o vosso trabalho de agricultor. Abençoai-me, Santo Isidoro! Abençoe a minha família, a minha terra, a minha horta, as minhas plantações, a minha criação. Pedi aos anjos que sustentem as minhas forças nas horas de cansaço. Abri os meus olhos e fazei-me ver, na semente que nasce, na flor que desabrocha, no fruto que amadurece, a força criadora de Deus onipotente. Santo Isidoro, fortalecei a minha fé, dai-me gosto pela oração, para a minha piedade atraia as bênçãos de Deus e dos anjos do céu sobre o trabalho de minhas mãos e faça frutificar a minha plantação. Santo Isidoro rogai por mim e por todos os agricultores. Que Assim Seja.


Santo Isidro, rogai por nós!

domingo, 14 de maio de 2017

100 anos de Fátima: a “escandalosa traição” da Irmã Lúcia


O texto que reproduzimos a seguir parece uma “provocação”, à primeira vista, entre as tantas que se fazem no mundo sem fé em que vivemos. No entanto, ele se revela uma sensível e iluminadora reflexão sobre o sentido de “fracasso” e “sucesso” na missão, conforme seja visto aos olhos do mundo ou aos olhos de Deus. O que parece “traição” do ponto de vista meramente humano pode ser o maior triunfo aos olhos de Deus, que enxerga a essência. O texto é do pe. Gonçalo Portocarrero, de Portugal, e está aqui adaptado ao português brasileiro. 

É escandaloso, mas é verdade: decorridos cem anos das aparições de Fátima, é possível afirmar que a principal vidente, não obstante a sua tão longa existência, não cumpriu, com eficiência, a sua missão aqui na Terra. É estranho que os jornalistas, tão argutos e corajosos na descoberta e publicitação dos “podres” da Igreja, nunca tenham denunciado este caso.

Como misterioso é o silêncio que salvaguarda a memória da última vidente de Fátima, quando é por demais óbvio que defraudou as expectativas que sobre ela recaíram, nomeadamente como confidente da “Senhora mais brilhante do que o sol”.

A matéria de fato é conhecida. Na segunda aparição da Cova da Iria, Lúcia expressou um desejo comum aos três pastorinhos: “Queria pedir-lhe para nos levar para o Céu“. A esta súplica, a resposta de Maria não se fez esperar:

“Sim, a Jacinta e o Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração”.

Com efeito, em 4 de abril de 1919, menos de dois anos depois das aparições marianas, o beato Francisco Marto “morreu a sorrir-se”, como seu pai confidenciou. Sua irmã, a Beata Jacinta, faleceria menos de um ano depois, em 20 de fevereiro de 1920, em Lisboa, depois de um longo martírio vivido com exemplar espírito de penitência.

Não assim a prima Lúcia, a mais velha dos três e que, efetivamente, como Nossa Senhora tinha dito, ficou aqui “mais algum tempo”. Como Maria vive na eternidade de Deus, os 97 anos que tinha a Irmã Lúcia quando faleceu são só “algum tempo”. Mas, se não acompanhou os seus primos no seu tão apressado trânsito para o Céu, foi – recorde-se – para dar a conhecer e amar a Mãe de Deus e para estabelecer, em âmbito mundial, a devoção ao Imaculado Coração de Maria.

No entanto, como Lúcia cumpriu este encargo que lhe foi expressamente pedido? O que ela fez para espalhar mundialmente a devoção mariana?

Pois bem: fecha-se, sob rigoroso anonimato, numa instituição religiosa em que nem sequer às outras religiosas ou às educandas pode confidenciar a revelação de que fora alvo. Pior ainda: alguns anos depois, não satisfeita com aquele regime de voluntária reclusão, pede e alcança a graça de transferir-se para um convento de mais estrita clausura, onde se encerra para sempre, proibida, pela respectiva regra, de ter contato com o mundo exterior, salvo em muito contadas ocasiões.