sexta-feira, 26 de maio de 2017

Nossa Senhora de Caravaggio


A história relatada abaixo é atribuída à fé católica. O município de Caravaggio, terra da aparição, se encontrava nos limites dos estados de Milão e Veneza e na divisa de três dioceses: Cremona, Milão e Bérgamo.

Ano de 1432, época marcada por divisões políticas e religiosas, ódio, heresias, assolada por bandidos e agitada por facções, traições e crimes. Além disso, teatro da segunda guerra entre a República de Veneza e o ducado de Milão, passou para o poder dos venezianos em 1431. Pouco antes da aparição, em 1432, uma batalha entre os dois estados assustou o país.

Neste cenário de desolação, às 17 horas da segunda-feira, 26 de maio de 1432, acontece a aparição de Nossa Senhora a uma camponesa. A história conta que a mulher, de 32 anos, era tida como piedosa e sofredora. A causa era o marido, Francisco Varoli, um ex-soldado conhecido pelo mau caráter e por bater na esposa. Maltratada e humilhada, Joaneta Varoli colhia pasto em um prado próximo, chamado Mezzolengo, distante 2 km de Caravaggio.

Entre lágrimas e orações, Joaneta avistou uma senhora que na sua descrição parecia uma rainha, mas que se mostrava cheia de bondade. Dizia-lhe que não tivesse medo, mandou que se ajoelhasse para receber uma grande mensagem. A senhora anuncia-se como “Nossa Senhora” e diz: “Tenho conseguido afastar do povo cristão os merecidos e iminentes castigos da Divina Justiça, e venho anunciar a Paz”. Nossa Senhora de Caravaggio pede ao povo que volte a fazer penitência, jejue nas sextas-feiras e vá orar na igreja no sábado à tarde em agradecimento pelos castigos afastados e pede que lhe seja erguida uma capela. Como sinal da origem divina da aparição e das graças que ali seriam dispensadas, ao lado de onde estavam seus pés, brota uma fonte de água límpida e abundante, existente até os dias de hoje e nela muitos doentes recuperam a saúde.

Joaneta, na condição de porta-voz, leva ao povo e aos governantes o recado da Virgem Maria para solicitar-lhes – em nome de Nossa Senhora – os acordos de paz. Apresenta-se a Marcos Secco, senhor de Caravaggio, ao Duque Felipi Maria Visconti, senhor de Milão, ao imperador do Oriente, João Paleólogo, no sentido de unir a igreja dos gregos com o Papa de Roma. Em suas visitas, levava ânforas de água da fonte sagrada, que resultavam em curas extraordinárias, prova de veracidade da aparição.

Os efeitos da mensagem de paz logo apareceram. A paz aconteceu na pátria e na própria Igreja.

Até mesmo Francisco melhorou nas suas atitudes para com a esposa Joaneta. Sobre ela, após cumprida a missão de dar a mensagem de Maria ao povo, aos estados em guerra e à própria Igreja Católica, os historiadores pouco ou nada falam. Por alguns anos foi visitada a casa onde ela morou que, com o tempo desapareceu no anonimato.



Ó Maria, Virgem Santa de Caravaggio,
do presépio até a cruz cuidaste do teu Filho,
e para Joaneta, foste consolação e fonte de paz.
Mostra-nos o Salvador: fruto do teu ventre,
e ensina-nos a acolher Jesus
e seguir seu Evangelho.
À tua proteção recorremos, ó cheia de graça,
em nossas necessidades: livra-nos dos perigos;
ajuda-nos a vencer as tentações;
leva ao Senhor nossa prece
e mostra que és nossa mãe, a mãe que ele nos deu.
Roga por nós, Nossa Senhora de Caravaggio,
para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Bispos da Comissão Especial de Textos Litúrgicos se reúnem com pauta ampla de trabalho


A Comissão de Textos Litúrgicos (Cetel) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) iniciou, nesta terça-feira, 23, mais uma reunião, na sede da Conferência, em Brasília (DF), dando continuidade ao trabalho de acompanhamento e aprovação da revisão do missal romano por uma equipe de bispos e peritos.

A revisão da tradução atende a uma ordem vinda da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos através da quinta instrução Liturgiam Authenticam, de 2001, que serve de comentário sobre as traduções em língua vernácula dos textos da liturgia romana. Outro cuidado é com a linguagem poético-musical. 

O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da CNBB, frei Faustino Paludo, explica que as Conferências Episcopais de todo o mundo estão se dedicando ao mesmo trabalho. De acordo com ele, a Conferência do Brasil já está bem adiantada no quesito, uma vez que a Cetel já está revendo a tradução da terceira edição do missal.

Nessa reunião, que vai até o dia 25, por exemplo, os bispos estão discutindo os assuntos que foram levados para apreciação na 55ª Assembleia Geral da CNBB, ocorrida no mês de abril, em Aparecida (SP), entre eles, a aprovação das missas rituais, àquelas que estão unidas à celebração de alguns sacramentos e sacramentais. “Agora é a hora de analisarmos o que foi decidido na Assembleia, se há coisas a serem feitas, encaminhadas”, explica frei Faustino. 

Índia: Mais de 100 extremistas assaltam nova igreja dedicada à Virgem de Fátima


Uma igreja dedicada a Nossa Senhora de Fátima e recentemente inaugurada por ocasião dos 100 anos das aparições marianas foi atacada por uma multidão de cem pessoas na Diocese de Hyderabad, no estado indiano de Andhra Pradesh.

Segundo informou no dia 22 de maio a revista ‘Mondo e Missione’ do Pontifício Instituto para as Missões Exteriores (PIME), a igreja tinha sido inaugurada pelo Arcebispo de Hyderabad, Dom Thumma Bala, no último dia 13, durante a celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora de Fátima.

A revista assinalou que os responsáveis que pertencem aos “movimentos mais fanáticos da direita nacionalista hindu” e que a igreja ficou “completamente” devastada. Os vândalos destruíram as imagens de Jesus e da Virgem Maria, paramentos, quadros e cadeiras.

A informação e as imagens foram enviadas a ‘Mondo e Missione’ pelo Pe. Vijay Kumar Rayarala, Superior Regional do PIME na Índia. A revista assinalou que este ataque é “um sinal particularmente preocupante não só pela maneira que foi executado, como também porque Hyderabad não está em uma das áreas onde normalmente ocorre este tipo de violência”.

“Estamos em estado de choque e com muita dor. Que o Senhor nos proteja e perdoe as pessoas que cometeram esta destruição. É um sinal muito perigoso e os cristãos devemos permanecer unidos ao exigir que os culpados sejam detidos”, expressou o Pe. Vijay.

Filipinas: Terroristas ligados ao ISIS incendeiam catedral e sequestram sacerdote e fiéis


Um grupo terrorista que jurou lealdade ao Estado Islâmico (ISIS) atacou na terça-feira a Catedral de Marawi, na ilha filipina de Mindanao, e sequestrou um sacerdote, religiosas e vários fiéis que estavam rezando no último dia da novena a Nossa Senhora Auxiliadora.

Em declarações à agência vaticana Fides, o Bispo de Marawi, Dom Edwin de la Peña, assinalou que são militantes do grupo islamista Maute. “Atacaram a catedral católica em Marawi City, e sequestraram cerca de 15 fiéis, entre eles um sacerdote – o Pe. Chito Sunganob –, algumas religiosas e vários leigos que estavam rezando na igreja”, informou o Prelado.

O ataque em Marawi começou em 23 de maio às 12h, quando o exército filipino começou uma operação contra “alvos de alto valor” pertencentes aos grupos terroristas Abu Sayyaf e Maute na área comercial e residencial de Marawi.

Em represália, entre 100 e 200 homens armados apoiados por simpatizantes locais ocuparam o centro médico Amai Pakpak, em Marawi. Uma hora depois, o grupo terrorista ocupou a prisão e incendiou a instalação. Foram divulgadas na Internet imagens da bandeira negra do ISIS em vários lugares da cidade.

Mais tarde, a imprensa filipina informou dois incêndios em Dansalan College e na Catedral de Nossa Senhora Auxiliadora.

O Bispo disse à agência Fides que “isto ocorreu justamente na véspera da Festa de Maria: pedimos ajuda a Ela, que é o auxílio dos cristãos. Pedimos a salvação dos nossos fiéis. Somente ela pode vir em nosso socorro”.

“Dirigimos um apelo também ao Papa Francisco para que reze por nós e possa pedir aos terroristas para libertar os reféns, em nome de nossa comum humanidade. Violência e ódio trazem somente destruição: peçamos aos fiéis em todo o mundo para rezarem junto conosco pela paz”, pediu. 

A Ascensão do Senhor


Ao final do percurso que estamos percorrendo como Igreja nesse tempo pascal nos deparamos com a solenidade da Ascensão do Senhor. Essa celebração marca o final desse período de particular alegria por celebrar a vitória de Cristo sobre a morte e, com ela, a nossa reconciliação com Deus. Mas se a ascensão é a subida de Jesus ao Pai, podemos nos alegrar? Parece que Jesus está nos deixando, qual é então o motivo da celebração?

Essas são perguntas que, de alguma forma, o Papa Bento XVI buscou responder em seu livro Jesus de Nazaré, no qual fala sobre a vida de Jesus e os diversos acontecimentos que nela se deram. Quando medita sobre a Ascenção do Senhor, ele destaca a reação dos discípulos frente a esse suposto “ir embora” de Cristo. A reação deles é de alegria, o que nos deixa muito intrigados. Como assim os discípulos puderam se alegrar com isso? Mas efetivamente se alegraram como podemos ver no final do evangelho de Lucas: “Enquanto os abençoava, separou-se deles e foi arrebatado ao céu. Depois de o terem adorado, voltaram para Jerusalém com grande júbilo.” (Lc 24, 51-52)

Se, à primeira vista, não conseguimos uma explicação na bíblia para isso, pelo menos a leitura deve fazer-nos pensar que alguma coisa está escapando a nossa compreensão. O que fica evidente é que os discípulos não se sentem abandonados, não acreditam que Jesus tenha partido para um céu inacessível e distante. Parece evidente, diz o Bento XVI, que os discípulos estão seguros de uma certa presença nova de Jesus. E de fato, se olhamos a comunidade primitiva e o seu anuncio, perceberemos que se bem eles anunciam a vinda de Cristo novamente, o que eles fizeram foi, sobretudo, dar testemunho de uma presença viva de Jesus. Testemunho de que ele está vivo, que é a Vida mesma.

E para explicar melhor, Bento XVI nos diz que essa figura na qual Cristo aparece sentado à direita do Pai não faz referência a um local concreto, porque Deus é espírito puro. Deus não está no espaço, Ele é aquele que sustenta o espaço sem estar nele. Jesus retorna ao Pai e por isso retorna a essa condição na qual não está limitado pelo espaço e justamente por isso pode estar presente de uma forma distinta no mundo inteiro. Diz Bento XVI: “Seu ir é precisamente uma vinda, um novo modo de proximidade, de presença permanente”. E é essa presença a causa da alegria dos discípulos no Evangelho de Lucas que vimos acima. 

5 mitos sobre a confissão que muitas pessoas ainda creem (talvez você também).


O Sacramento da Confissão (ou Reconciliação) é uma parte amplamente incompreendida da fé católica, o que é muito triste, porque é um dos pontos mais importantes! Aqui estão 5 dos mitos mais comuns:

Mito 1: A Confissão mostra que os católicos realmente não acreditam que o sacrifício de Cristo foi suficiente


Esta objeção geralmente vem de protestantes que se perguntam por que uma pessoa precisa de mais perdão se eles já puseram sua fé em Cristo. Assim, veem a confissão como algo separado e adicional à graça de Jesus. Há dois problemas com esta objeção:

Primeiro, o poder da Confissão depende inteiramente do sacrifício de Cristo. Cristo ganhou graça infinita na cruz, e o Sacramento da Confissão é um importante caminho que a graça percorre a cada indivíduo. Em outras palavras, a Confissão não é uma fonte de graça separada de Cristo, é um instrumento para sua aplicação.

Em segundo lugar, esta objeção geralmente vem de um mal-entendido da vida cristã. Alguns protestantes pensam que após a conversão inicial de uma pessoa, não há mais cooperação adicional e crescimento na graça necessária para a salvação. A Igreja Católica, por outro lado (seguindo a Bíblia), ensina que a vida cristã é uma contínua conversão e crescimento em santidade pela graça de Cristo.

Mito 2: A confissão foi inventada pela Igreja Católica e não está na Bíblia


Isso pode surpreender algumas pessoas, mas o núcleo do sacramento da confissão é explicitamente estabelecido pelo próprio Cristo nas Escrituras.

No Evangelho de João, depois de ressuscitar dos mortos, Jesus aparece aos seus discípulos e isto acontece:

“Jesus disse-lhes outra vez, “paz seja com você. Assim como o Pai me enviou, assim vos envio. E, tendo dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; aqueles aos quais mantiverdes ser-lhes-ão mantidos.” (João 20,21-23).

Ali mesmo, Jesus dá explicitamente aos Apóstolos o poder de dar e reter o perdão dos pecados, que é a base do sacramento da confissão. E a Igreja praticou isso desde o princípio. Certamente, a maneira exata como isso tem se mostrado na prática variou um pouco ao longo do tempo, mas o núcleo está bem ali na Bíblia (CIC 1447). 

Santa Maria Madalena de Pazzi


Nasceu no ano de 1566 em Florença, na Itália, e pertenceu a uma nobre família.

Ela muito cedo se viu chamada à vida religiosa e queria consagrar-se totalmente. Abandonou tudo: os bens e os projetos. Entrou para a Ordem Carmelita e ali viveu por 25 anos. Uma aventura espiritual mística que resultou em uma grande obra com suas experiências carismáticas.

Todos os santos foram carismáticos. E a nossa Igreja é carismática, pois ela é marcada pelas manifestações do Espírito Santo. Precisamos aprender com os santos a sermos dóceis ao Espírito Santo. Ela sofreu muito. Amou a cruz de cada dia. Santa Maria sofreu com várias enfermidades até que entrou no Céu, com 41 anos. Seu lema foi: “Padecer, Senhor, e não morrer!”



Ó Deus, que destes grandes graças na vida mística de Santa Maria Madalena de Pazzi, fazei que eu também seja um dócil instrumento em suas mãos para a maior Glória de Vosso Nome. Santa Maria Madalena de Pazzi, rogai por nós.

quarta-feira, 24 de maio de 2017

Homilética: Solenidade da Ascensão do Senhor - Ano A: "A exaltação, o senhorio de Cristo e a evangelização".


Quarenta dias depois da Páscoa, a Igreja celebra a Ascensão do Senhor. Na realidade, o que se celebra hoje é bem mais do que uma aparição na qual Jesus é elevado ao céu. É toda a realidade de sua glorificação que celebramos, aquilo que os primeiros cristãos chamaram de “estar sentado à direita do Pai”. Assim, a última aparição de Jesus aos apóstolos aponta para uma realidade que ultrapassa o quadro da narração. Por isso, não precisamos preocupar-nos em “harmonizar” a ascensão segundo At 1,1-11, em Jerusalém (I leitura), com a de Mt 28,16-20, na Galileia (evangelho). Pode tratar-se de duas aparições, dois acontecimentos diferentes, que têm o mesmo sentido: Jesus, depois de sua ressurreição, não veio retomar sua atividade de antes na terra (cf. sua advertência a Maria Madalena em Jo 20,17) nem implantar um reino político de Deus no mundo, como muitos achavam que ele deveria ter feito (cf. At 1,6). Não. Jesus realiza-se agora em outra dimensão, a dimensão de sua glória, de seu senhorio transcendente. A atividade aqui na terra, ele a deixa a nós (“Sede as minhas testemunhas… até os confins da terra” [At 1,8]), e nós é que devemos reinventá-la a cada momento. Na ressurreição, Jesus volta a nós, não mais “carnal”, mas em condição gloriosa, para nos animar com seu Espírito (At 1,8; Mt 16,20; cf. Jo 14,15-20, evangelho do domingo passado).

Os donos deste mundo haviam jogado Jesus lá embaixo (se não fosse José de Arimateia a sepultá-lo, seu corpo teria terminado na vala comum…). Mas Deus o colocou lá em cima, “à sua direita”, deu-lhe o “poder” sobre o universo não só como “Filho do homem”, no fim dos tempos (cf. Mc 14,62), mas, desde já, por meio da missão universal daqueles que na fé aderem a ele e nós participamos desse poder, pois Cristo não é completo sem o seu “corpo”, que é a Igreja, como nos ensina a II leitura.

O livro dos Atos dos Apóstolos narra que Jesus, depois da sua Ressurreição, apareceu aos discípulos durante quarenta dias e depois “elevou – se à vista deles” ( At 1, 9). O significado deste último gesto de Cristo é duplo. Em primeiro lugar, “elevando – se”, Ele revela de modo inequívoco a sua divindade; volta para lá, de onde veio, isto é, para Deus, depois de ter cumprido a sua Missão na Terra. Além disso Cristo sobe ao Céu com a humanidade que assumiu e que ressuscitou dos mortos: aquela humanidade é a nossa, transfigurada, divinizada, que se tornou eterna. Portanto, a Ascensão revela a “altíssima vocação” ( Gaudium et Spes, 22) de cada pessoa humana: ela está chamada à vida eterna no Reino de Deus, Reino de amor, de luz e de paz.

Com a ascensão de Jesus, começa o tempo para anunciá-lo como Senhor de todos os povos. Mas não um senhor ditador! Seu “poder” não é o dos que se apresentam como donos do mundo. Jesus é o Senhor que se tornou servo e deseja que todos, como discípulos, o imitem nisso: mandou que os apóstolos fizessem de todos os povos discípulos seus (evangelho). Nessa missão, ele está sempre conosco, até o fim dos tempos.

O testemunho cristão, que Jesus nos encomenda, não é triunfalista. É fruto da serena convicção de que, apesar de sua rejeição e morte infame, “Jesus estava certo”. Essa convicção se reflete em nossas atitudes e ações, especialmente na caridade. Assim, na serenidade de nossa fé e na vivência radical da caridade, damos um testemunho implícito. Mas é indispensável o testemunho explícito, para orientar o mundo àquele que é a fonte de nossa prática, o “Senhor” Jesus.

A ideia do testemunho levou a Igreja a fazer da festa da Ascensão o dia dos meios de comunicação social – a “mídia”: imprensa, rádio, televisão, internet. Para uma espiritualidade “ativa”, a comunidade eclesial deve se tornar presente na mídia.

Ao mesmo tempo, para a espiritualidade mais “contemplativa”, o dia de hoje enseja um aprofundamento da consciência do “senhorio” de Cristo. Deus elevou Jesus acima de todas as criaturas, mostrando que ele venceu o mal mediante sua morte por amor e dando-lhe o poder universal sobre a humanidade e a história. Por isso, a Igreja recebe a missão de fazer de todas as pessoas discípulos de Jesus.

Uma ideia que permeia a liturgia deste dia (como de todo o tempo pascal) e se exprime na oração sobre as oferendas e na oração depois da comunhão é que o cristão deve viver com a mente no céu, comungando na realidade da glorificação do Cristo. Essa participação é novo modo de presença junto ao mundo; não uma alienação, mas, antes, o exercício do senhorio escatológico sobre este mundo. Viver com a mente junto ao Senhor glorioso não nos dispensa de estar com os dois pés no chão; significa encarnar, neste chão, aquele sentido da história e da existência que em Cristo foi coroado de glória.

Nessa semana, que precede a Solenidade de Pentecostes, fiquemos unidos em oração, como disse Jesus: “Permanecei na cidade até que sejais revestidos da força do alto” (Lc 24,48). Assim a vida da Igreja não começa com a ação, mas com a oração, junto com Maria, a Mãe de Jesus.

A festa de hoje nos fortalece a esperança pelo destino que nos aguarda, mas também nos lembra que a nossa missão hoje é continuar o projeto de Jesus, Não fiquemos de braços cruzados, parados, olhando para o Céu! É hora de olhar ao nosso redor e começar a Missão!

“Esse Jesus que vos foi levado para o Céu, virá do mesmo modo como O vistes partir para o Céu” ( At 1,11 ).

Ascensão! Pensar no Céu dá uma grande serenidade. Nada aqui na terra é irreparável, nada é definitivo, todos os erros podem ser retificados. O único fracasso definitivo seria não acertarmos com a porta que conduz à Vida. Ali nos espera também a Santíssima Virgem.