sábado, 17 de junho de 2017

RO: Policial evangélico destrói tapete de Corpus Christi com carro e fiéis se revoltam


Um policial militar passou por cima do tapete de Corpus Christi com um carro, nesta quinta-feira (15), em frente à Igreja São Sebastião em Ji-Paraná (RO), na Região Central de Rondônia. Segundo fiéis católicos, que ficaram revoltados com a ação, o condutor do veículo aparentava estar embriagado e, após destruir o tapete, relatou que decidiu destruí-lo por ser evangélico.

Segundo representantes da igreja São Sebastião, o caso aconteceu durante a manhã desta quinta-feira (15), quando o condutor passou pelo tapete e freou bruscamente, danificando parte da decoração.

A procissão da igreja está marcada para começar no fim da tarde.

Aos policiais, testemunhas informaram que o motorista aparentava estar embriagado e teria dito que passou por cima do tapete por ser evangélico e não concordar com a procissão da igreja católica.

Após danificar a decoração, a Polícia Militar (PM) foi acionada e compareceu na paróquia para encaminhar o condutor da picape à 1ª Delegacia de Polícia Civil de Ji-Paraná. O condutor não quis fazer o teste do bafômetro e está sendo ouvido na delegacia.

Após deter o condutor, os agentes confirmaram que o motorista do veículo é um policial militar.

Arquidiocese de Goiânia esclarece fieis sobre grupos sectários que se autodenominam "católicos".


NOTA DE ESCLARECIMENTO DA IGREJA CATÓLICA EM GOIÂNIA


A Arquidiocese de Goiânia, circunscrição eclesiástica da Igreja Católica Apostólica Romana em Goiânia e cidades vizinhas, por seu Arcebispo Metropolitano, Dom Washigton Cruz, alerta os fieis católicos sobre a existência de grupos religiosos que se autodenominam católicos, como por exemplo, a “igreja católica carismática santas missões” e “igreja primitiva católica ortodoxa”, que não estão em comunhão com o Santo Padre, o Papa Francisco, e não possuem qualquer vínculo com a Igreja Católica Apostólica Romana.

Em sintonia com a nota oficial lançada em 2011 pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), esclarece que o uso de nomes, termos, símbolos e instituições próprios da Igreja Católica Apostólica Romana por outras denominações religiosas distintas da mesma, pode gerar equívocos e confusões entre os fieis católicos. Assim, o uso das palavras “católico”, “paróquia”, “padre”, pode induzir a engano e erro. Alerta ainda que quaisquer sacramentos realizados por essas denominações religiosas são inválidos para os fieis católicos, podendo trazer ainda sérias consequências de ordem espiritual e pastoral.

A fé católica é um tipo de autoajuda?


Há uma noção geral, nos dias de hoje, de que a fé religiosa seria apenas um sentimento. Daí que muitos pregadores, inclusive católicos, se esforcem amiúde para tocar os corações e arrancar lágrimas do público que devotamente acode às suas pregações, à procura de alguma solução para seus problemas, mais temporais que propriamente sagrados: a conta a pagar, o namoro que terminou, a inveja da vizinha, e por aí vai…

Esse tipo de vivência religiosa não deixa de gerar um problema: uma fé puramente sentimental, por mais "fervorosa" que seja, não exige obediência a qualquer revelação objetiva, dado que sua motivação parte propriamente de uma experiência particular, que pode variar segundo as diferentes condições e circunstâncias da pessoa. A consequência disso é lógica: se a fé é tão somente expressão de um sentimento ou de uma experiência íntima, como sugerem alguns teólogos modernos, então qualquer sentimento ou experiência religiosa são válidos. Como dizer, portanto, que o "batismo no Espírito Santo" é mais verdadeiro que as manifestações do terreiro de umbanda ou que as bênçãos de Alá?

Note-se, por isso, uma coisa: não é estranha a má vontade com que muitos olham para o fenômeno religioso, uma vez que ele se torna mais um delírio de mulheres apaixonadas do que atitude de gente sensata. O ser humano é por natureza um ser racional; ele naturalmente procura saber as causas dos fenômenos que se apresentam diante de seus olhos. Se a causa da fé é apenas um "um movimento do coração" — e não um dom gratuitamente dado por Deus, pelo qual o homem move racionalmente a sua vontade às verdades eternas —, iniciada está a marcha para o ateísmo, cujo primeiro passo foi dado 500 anos atrás por um monge agostiniano chamado Martinho Lutero.

Lutero foi quem primeiro mudou o conceito de fé, associando-o a "uma atitude interior" ou "disposição do sujeito", pela qual ele se relaciona subjetivamente com o conteúdo da Revelação. Em sua tradução da Carta aos Hebreus, o pai do protestantismo traduziu ὑπόστασις ("hipóstase") , o termo grego utilizado por São Paulo para definir a fé, por firmeza: "Fé é: permanecer firmes naquilo que se espera, estar convencidos daquilo que não se vê" (11, 1). Embora essa interpretação não seja de todo errada, ela não reflete o sentido mais profundo da palavra "hipóstase", tal como os Santos Padres e a Escolástica sempre a entenderam e ensinaram aos fiéis: "A fé não é só uma inclinação da pessoa para realidades que hão-de vir, mas estão ainda totalmente ausentes; ela dá-nos algo" [1].

Todavia, o subjetivismo de Lutero acabou prevalecendo na exegese bíblica, o que ocasionou, nos séculos seguintes, toda uma amálgama de heresias e contestações da Tradição, da Sagrada Escritura e do Magistério da Igreja, conforme denunciou São Pio X: "Neste caminho os protestantes deram o primeiro passo; os modernistas o segundo; pouco falta para o completo ateísmo" [2].

Qual seria, então, a definição correta de fé? Ora, o texto exato da Carta aos Hebreus é este: "A fé é 'hipóstase' das coisas que se esperam; prova das coisas que não se vêem". A palavra "hipóstase", aqui, quer dizer substância, isto é, "o que está debaixo". Esta é, portanto, a tradução correta do ensinamento de São Paulo, de acordo com os manuscritos da Igreja primitiva: " Est autem fides sperandarum substantia rerum, argumentum non apparentium". A fé, neste sentido, é algo mais que um sentimento; trata-se de um contato concreto e efetivo com as realidades divinas, uma relação com o ser, com a substância de Deus. E é por essa razão, ou seja, pela autoridade do ser de Deus, que o homem move racionalmente a sua vontade para o conteúdo das verdades reveladas.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

Homilética: 12º Domingo do Tempo Comum - Ano A: «Não tenhais medo!»


O tema central da Palavra de Deus, neste domingo, é a confiança em Deus. Não devemos ter medo de nada nem de ninguém. «Não temais os que podem matar o corpo mas não matam a alma». Em Cristo encontramos toda a segurança.

Encontramos muitas pessoas com medo! Muitas vezes estamos cheios de medo. A criança tem medo do escuro e da pessoa que grita. O adolescente tem medo de si: medos inconscientes, mas dolorosos; medos que se chamam timidez, complexos de inferioridade, agressividade.

Muitos adultos vivem roídos de medo, da pior forma de medo – a angústia. Muitas vezes vivemos tremendo: medo do futuro, medo da morte, ou simplesmente do amanhã. Por medo, a pessoa se tranca dentro de seu pequeno mundo, cada vez mais se isola da sociedade. Por medo, levanta muros protetores cada vez mais altos, criam-se condomínios mais fechados e seguros… Medo da doença… do desemprego… .

Porém, Jesus no Evangelho (Mt 10, 26-33), com sua Palavra, derrama um bálsamo em nossos corações: “Não tenhais medo!” 

Na nossa vida passamos por momentos duros, quem não? (1ª leitura). Cristo não nos escondeu nunca que a nossa vida cristã seria difícil, pois não podemos ter melhor sorte que Ele, o nosso Mestre (Evangelho) que passou por dificuldades terríveis. Porém devemos viver com a confiança, dado que em Cristo temos a sobre abundância de graça (2ª leitura).

Como é insegura a confiança nos homens! Repare-se que hoje quase não se confia em ninguém. Por um lado o homem progride em diversos campos de forma vertiginosa. Porém, de modo paralelo, fala-se de corrupção, roubos, diversos tipos de violência, faltas de respeito pela dignidade da pessoa humana, incapacidade de assumir compromissos duráveis, etc. Pode dizer-se que o homem de hoje perdeu credibilidade. Mas Deus criou o homem à Sua imagem e semelhança. Após a queda do homem envia Jesus Cristo para nos salvar (2ª Leitura). O homem foi reabilitado mas continua a afastar-se de Deus. Aqui radica a sua pobreza; o seu fracasso, a sua impotência para solucionar os problemas com que se debate.

Se o homem não confia em Deus, como pode confiar nos outros homens? Não confiando em Deus o homem perdeu o ponto de referência, para a sua conduta. O homem de hoje faz este raciocínio: – «Se não tenho de prestar contas a Deus dos meus atos, para que hei de prestar contas aos homens»? «Se os homens se atrevem a pedir-me contas dos meus atos, eu saberei libertar-me das malhas da lei humana, através do meu dinheiro e das minhas influências. Só os pobres são julgados e condenados». Quando o homem não acredita que, após esta vida, terá de prestar contas a Deus, liquida tudo o que lhe dava segurança e garantia de ser feita justiça.

A Abraão Deus diz para não ter medo, na hora mesma que o chama para fora de sua terra, para um país desconhecido. Aos profetas diz: não temas, eu estou contigo. A Maria: não temas, encontraste graça. Aos apóstolos, enviando-os ao mundo, diz: não temais diante dos tribunais e diante dos governadores. A todos os discípulos: Não temais, pequeno rebanho (Lc 12, 32).

Jesus oferece-nos as motivações, oferece-nos o verdadeiro remédio para nossos medos. Não temais – diz – aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Não temais, pois! Vós valeis mais do que os pássaros. No entanto, nenhum cai por terra sem a vontade do Vosso Pai. “O Vosso Pai” – o que dizer: o que fará por vós que lhe sois filhos? A revelação da PATERNIDADE de Deus e a revelação de uma vida além da morte asseguram, portanto, o convite de Jesus. Todo o medo é redimensionado no momento em que Jesus traça e revela um plano da vida humana – o plano mais verdadeiro e mais pessoal do homem – em que nada o pode prejudicar, nem quem o mata. Vós podeis nos matar, mas não podeis nos prejudicar, exclamava, dirigindo-se aos perseguidores, o mártir São Justino, nos primeiros dias da Igreja.

Por outro lado, o que é que se pode temer dos homens? Eles poderão rir-se, perseguir, privar dos bens terrenos, meter na prisão e até causar a morte; mas esse não é o pior mal. Jesus, com efeito, diz: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode fazer perecer na Geena o corpo e a alma” ( Mt 10, 28). O crente, em certos casos, pode encontrar-se perante uma alternativa extrema: ou renegar da fé por medo aos homens e perder a alma; ou, para não se separar de Cristo, ter que enfrentar graves danos, ou a própria morte, garantindo assim a vida eterna. O martírio, ato supremo de amor a Deus, é um dever para todo o cristão, quando o fugir dele signifique renegar da fé.  

A raiz maligna de cada medo humano tem um nome preciso: é a morte, fruto do pecado. Jesus a venceu, expiando o pecado, todo o pecado do mundo. Venceu a morte passando pela morte e esvaziando-a de todo o veneno. A morte e a Ressurreição de Cristo são penhor de nossa vitória, são fonte de nossa esperança e de nossa coragem: Se Deus é por nós, quem será contra nós… Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A fome? A nudez? O perigo? A espada? … Mas, em todas essas coisas, somos mais que vencedores pela virtude daquele que nos amou (Rm 8, 31-37). Tribulações, angústia, perseguição e fome: a Escritura tomou conhecimento de nossos medos mais profundos, mas nos ofereceu uma saída, uma esperança de vitória, graças a Jesus Cristo, que nos amou e se entregou por nós (Gl 2,29).

Sem medo à vida e sem medo à morte, alegres no meio das dificuldades, esforçados e abnegados perante os obstáculos e as doenças, serenos perante um futuro incerto: o Senhor pede-nos que vivamos assim. E isto será possível se considerarmos muitas vezes ao dia que somos filhos de Deus, especialmente quando somos assaltados pela inquietação, pela perturbação e pelas sombras da vida. Esta é a vitória que vence o mundo: a nossa fé (1Jo 5, 4) . E do alicerce seguro de uma fé inamovível surge uma moral de vitória que não é orgulho nem ingenuidade, mas a firmeza alegre do cristão que, apesar das suas misérias e limitações pessoais, sabe que essa vitória foi ganha por Cristo com a sua Morte na Cruz e com a sua gloriosa Ressurreição. Deus é a minha luz e a minha salvação, a quem temerei? Nem ninguém, nem nada, Senhor. Tu és a segurança dos meus dias!

Devemos ser fortes e valorosos diante das dificuldades, como é próprio dos filhos de Deus: ”Não temais aqueles que matam o corpo, mas não podem matar a alma; temei antes aquele que pode precipitar a alma e o corpo na geena” (Mt 10, 28). Jesus exorta – nos a não temer nada, exceto o pecado, que tira amizade com Deus e conduz à condenação eterna.

«Não tenhais medo dos homens, porque não há nada encoberto que não venha a descobrir-se. Nada há oculto que não venha a conhecer-se». De tudo isto conclui-se que o homem, queira ou não, terá de prestar contas a Deus do bem e do mal que praticar neste mundo. A Deus ninguém pode enganar.


Fora o temor de perder a Deus – que é preocupação filial e precaução para não ofendê – Lo –nada nos deve inquietar. Em determinados momentos do nosso caminho, poderão ser grandes as tribulações que padeçamos, mas o Senhor nos dará então a graça necessária para superá-las e para crescer em vida interior: Basta te a minha graça (2Cor 12, 9 ), nos dirá Jesus.

Polêmica na Espanha por muçulmanos rezando diante da Imaculada Conceição


Um grande grupo de muçulmanos se reuniu recentemente nos Jardins do Triunfo em Granada, Espanha, aos pés da Virgem da Imaculada Conceição, para realizar a sua oração tradicional durante o Ramadã.

A cerimônia, realizada em 10 de junho, foi justificada pelo prefeito de Granada, Francisco Cuenca, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), que garantiu que a sua “cidade é tolerante para a convivência e respeita todos os credos”.

Entretanto, vários políticos expressaram críticas à cerimônia.


Rocío Díaz, porta-voz do Partido Popular (PP) no município de Granada, acusou o prefeito local de “cometer um ato ilícito e insultar milhares de granadinos” por ter permitido que os muçulmanos rezassem aos pés da Imaculada Conceição, conhecida nesse lugar como a Virgem do Triunfo, em um espaço que tem “um significado muito especial para os católicos”.

Para Diaz, “há muitos outros lugares” onde poderiam ter realizado a oração coletiva dos muçulmanos, por isso considera que a decisão do prefeito foi “um erro político”.

Por sua parte, o imã da Mesquita de Granada, Sheikh Ahmed Bermejo, que pediu permissão para usar o parque, garantiu: “Até aquele dia eu não percebi que havia uma estátua da Virgem neste local, nós não queríamos reivindicar nada”. Ele disse que só buscavam mostrar que o Islã é “convivência e generosidade”.

Rocío Díaz também criticou que, enquanto o município de Granada deu “todas as facilidades” para a oração muçulmana no último fim de semana, mostrou-se “resistente e muitas vezes diretamente contra” diversas solicitações dos cristãos da cidade.

Entre estes casos, recordou a proibição, logo depois revogada, de carregar velas acesas durante as procissões.

“Do respeito absoluto às crenças e à ausência de crenças, não podemos permitir que haja queixas comparativos”, assinalou.

Honduras: Homem destrói imagens de Jesus, da Virgem e dos anjos em Catedral


Um homem, aparentemente cristão evangélico, entrou na Catedral de São Pedro Sula, em Honduras, e destruiu as imagens do Sagrado Coração de Jesus, da Virgem da Medalha Milagrosa e de vários anjos.

Por volta das 11h30 (hora local) do dia 10 de junho, o sujeito, identificado pela imprensa local como Edman Garanche, entrou no templo católico com uma maleta, na qual carregava uma Bíblia, um livro intitulado "Apascenta as minhas ovelhas” e um passaporte.

De forma inesperada, o homem jogou no chão o pedestal que servia de base para uma imagem da Virgem Maria. A imagem caiu no chão e foi destruída.


Em seguida, atacou as imagens dos anjos e, finalmente, desfigurou o rosto da imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Os guardas conseguiram impedi-lo quando tentava destruir as imagens da Via Sacra, nas paredes do templo.

Papa: "Não existem crianças ou adolescentes maus, mas pessoas infelizes".


CATEQUESE
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 14 de junho de 2017


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Hoje fazemos esta audiência em dois lugares, mas ligados pelas telas: os doentes, para que não sofram tanto no calor, estão na Sala Paulo VI, e nós aqui. Mas permanecemos todos juntos e nos conecta o Espírito Santo, que é aquele que sempre faz a unidade. Saudemos aqueles que estão na Sala!

Ninguém de nós pode viver sem amor. E uma bruta escravidão em que podemos cair é aquela de acreditar que o amor deve ser merecido. Talvez boa parte da angústia do homem contemporâneo deriva disso: acreditar que se não somos fortes, atraentes e belos, então ninguém se ocupará de nós. Tantas pessoas hoje procuram uma visibilidade somente para preencher um vazio interior: como se fôssemos pessoas eternamente necessitadas de confirmações. Porém, imaginem um mundo onde todos mendigam motivos para suscitar atenção dos outros e ninguém, em vez disso, está disposto a querer o bem gratuitamente a uma outra pessoa? Imaginem um mundo assim: um mundo sem a gratuidade de querer bem! Parece um mundo humano, mas na verdade é um inferno. Tantos narcisismos do homem nascem de um sentimento de solidão e de orfandade. Por trás de tantos comportamentos aparentemente inexplicáveis está uma pergunta: é possível que eu não mereça ser chamado pelo nome, isso é, ser amado? Porque o amor sempre chama pelo nome…

Quando a não ser amado ou não sentir-se amado é um adolescente, então pode nascer a violência. Por trás de tantas formas de ódio social e de delinquência muitas vezes há um coração que não foi reconhecido. Não existem crianças más, como não existem adolescentes malvados, mas existem pessoas infelizes. E o que pode nos tornar felizes se não a experiência do amor dado e recebido? A vida do ser humano é uma troca de olhares: alguém que nos olhando nos arranca um sorriso e nós gratuitamente sorrimos a quem está fechado na tristeza e assim lhe abrimos um caminho de saída. Troca de olhares: olhar nos olhos e se abrem as portas do coração.

É o povo ou a massa?


Estamos no tempo de manifestações populares, a voz das ruas, pedindo tal ou tal coisa: a voz do povo! E cita-se o provérbio: “Vox populi, vox Dei”, “a voz do povo é a voz de Deus”. Será mesmo?

Nem sempre. Se fosse realmente o povo... Por isso há que se fazer a distinção entre povo e massa.

Como assim? Qual a diferença? O povo raciocina, a massa não. O povo caminha, a massa é conduzida. O povo segue racionalmente, a massa é manipulada cegamente. O povo percebe os embustes, a massa é alvo fácil de quaisquer demagogos e propagandistas. “O povo vive, a massa é inerte e não se move se não do exterior, fácil joguete nas mãos de quem quer que lhe explore os instintos e as impressões, pronta a seguir, alternadamente, hoje esta bandeira e amanhã aquela” (Pio XII).

Por isso, nem sempre é exato dizer: o povo quer isso, o povo pede tal coisa, o povo está gritando, quebrando tudo, cheio de indignação. Será mesmo o povo? Ou a massa?

Na Paixão de Jesus, temos um exemplo gritante e intrigante: a mudança repentina do “povo” que pediu a morte de Jesus, depois de tê-lo aclamado rei no Domingo de Ramos. Como pode ocorrer uma mudança assim em cinco dias? Gritaram “hosana ao Filho de Davi!” no Domingo e “crucifica-o!” na sexta-feira seguinte?! Será que foi o mesmo “povo” ou foi outro? Ou o povo se transformou em massa?! Ou houve alguma mudança que transformou sua mentalidade e comportamento? Ou foi a massa, manobrada?