sábado, 1 de julho de 2017

Homilética: 15º Domingo do Tempo Comum - Ano A: "Os frutos da Palavra de Deus".


O poder e a eficácia da Palavra de Deus constituem o argumento central da reflexão de hoje. “Assim como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra e fazê-la germinar e dar semente para o plantio e para a alimentação; assim a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi ao enviá-la” (Is 55, 10-11).

São Mateus (Mt. 13, 1-23) narra que Jesus, diante das multidões que se aproximaram dele, sentou-se na barca, começou a ensinar-lhes: Saiu o semeador a semear, e as sementes caíram em terrenos muito diversos. Ou seja, a eficácia da Palavra, no coração do homem, depende de suas disposições. Nem todos a aceitam porque não deixam a Palavra de Deus penetrar fundo em suas vidas. As provações, as riquezas, os prazeres da vida impedem que produza fruto.

O Semeador, que saiu para semear, é precisamente Jesus, e a semente que espalha “é a Palavra de Deus” (Lc. 8, 11). O semeador espalha a sua semente aos quatro ventos, e assim se explica que uma parte caia no caminho. A semente caiu em vários tipos de terras diferentes: terreno pedregoso, entre espinhos; outras sementes caíram em terra boa. O terreno onde cai a boa semente é o mundo inteiro, cada homem.

A mesma semente produz muito fruto numa classe de terreno e em outros não produz nada. Isto significa o mistério da liberdade do homem perante o dom de Deus. Jesus semeia, em qualquer parte, a Palavra: nem sequer a nega aos pecadores, à gente superficial e distraída, aos homens imersos nos prazeres ou ocupados em negócios, comparando-os na parábola, à que cai à beira do caminho, em terrenos pedregosos, ou entre espinhos; isto significa a grande misericórdia do Senhor! Com efeito, em sentido espiritual, ensina São João Crisóstomo, “é possível que a rocha se transforme em boa terra; que o caminho deixe de ser pisado e se converta também em terra fértil, e que os espinhos desapareçam e deixem crescer exuberantemente as sementes. E se não se opera em todos essa transformação, não é, certamente, por culpa do semeador, mas daqueles que não querem mudar”. Isto é terrível, mas acontece: o homem pode fechar-se à Palavra de Deus, recusá-la e, consequentemente, torná-la ineficaz.

Aos discípulos que perguntam a Jesus: “Por que falas ao povo em parábolas?”; responde-lhes: “Pois à pessoa que tem será dado ainda mais, e terá em abundância; mas à pessoa que não tem será tirado até o pouco que tem” (Mt. 13, 12). O Senhor explica aos seus discípulos, que eles, justamente porque têm fé nEle e desejam conhecer mais a fundo a Sua doutrina, lhes será dado um conhecimento mais profundo das verdades divinas. Mas os que não O seguem depois de O terem conhecido, perdem o interesse pelas coisas de Deus, estarão cada dia mais cegos, e é como se lhes fosse tirado o pouco que tinham. O Senhor nos exorta, sem tirar a nossa liberdade, à responsabilidade de sermos fiéis: devemos fazer frutificar os dons que Deus nos vai enviando e aproveitar as ocasiões de santificação cristã que nos são oferecidas ao longo da nossa vida.

Não pensemos que o não querer ouvir, nem ver, nem compreender, foi coisa exclusiva daqueles homens contemporâneos de Jesus; cada um de nós também tem as suas durezas de ouvido, de coração e de entendimento perante a Palavra de Deus, perante a Sua graça. Além disso, não basta saber a doutrina da fé: é absolutamente necessário vivê-la com todas as suas exigências morais e ascéticas. Jesus foi pregado na Cruz não só pelos pregos e pelos pecados de alguns judeus, mas também pelos nossos pecados, que iríamos cometer séculos depois, mas que já atuavam sobre a Humanidade Santíssima de Jesus Cristo, que carregava com nossos pecados.

“A alma que ama a Deus de verdade não deixa, por preguiça, de fazer o que pode para encontrar o Filho de Deus, o seu Amado. E depois de ter feito tudo o que pode, não fica satisfeita e pensa que não fez nada” (São. João da Cruz).

“A semente que caiu entre os espinhos é aquele que ouve a palavra, mas as preocupações do mundo e a ilusão da riqueza sufocam a palavra, e ele não dá fruto” (Mt. 13, 22). Trata-se de almas obcecadas pelas coisas materiais, envoltas numa “avareza de fundo que leva a apreciar apenas o que se pode tocar: os olhos que parecem ter ficado colados às coisas terrenas, mas também os olhos que, por isso mesmo, não sabem descobrir as realidades sobrenaturais” (São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, nº 6). É como se estivessem cegos para o que verdadeiramente importa.

Deixar que o coração se apegue ao dinheiro é um grave obstáculo para que o amor de Deus crie raízes no coração. São Paulo ensina que quem coloca o seu coração nos bens terrenos como se fossem bens absolutos, comete uma espécie de idolatria (Col. 3, 5). Esta desordem da alma conduz com freqüência à falta de mortificação, à sensualidade, à fuga ou ao esquecimento dos bens sobrenaturais, pois sempre se cumprem aquelas palavras do Senhor: “onde estiver o vosso tesouro, ali estará o vosso coração” (Lc. 12, 34).

Deus espera que sejamos um terreno que acolha a graça e dê fruto; e produziremos mais e melhores frutos quanto maior for a nossa generosidade com Deus.

Cabe – nos a pergunta: Que tipo de terreno sou eu? As quatro qualidades de terra se encontram, mais ou menos, em cada um de nós!

Em cada um de nós há espinhos, pedras, trilhos e terra de boa qualidade. Trata-se de tomar consciência e de melhorar o terreno ( que é o nosso coração ) para que a Palavra de Deus possa produzir frutos.

Gostaria de fixar-me sobre o lado positivo e encorajador do Evangelho de hoje: a Palavra de Deus encontra também muitos corações disponíveis, muito terreno bom. O terreno melhor foi aquele de Maria, que acolhia todas as palavras e as guardava em seu coração (cf. Lc 2,19 ). Terreno bom foram os apóstolos e os discípulos, que acolheram a Palavra e a pregaram ao mundo, irrigando-a com o próprio sangue.


Quem é hoje o terreno bom que produz fruto? É o cristão que, antes de tudo, tem sede da Palavra de Deus, que a ama, que se preocupa em ouvi-La, compreendê-La, convicto de que não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus ( Mt 4,4 ). É aquele que aplica a Palavra à sua vida; dá-lhe forma e espaço, com a reflexão, de modo que possa germinar, em seu coração, iluminar as intenções, fortificar os propósitos, de modo que eles se transformem em obras evangélicas, isto é, nos cem por cento de que fala Jesus no final de sua parábola.

Santo Aarão


Primeiro sumo sacerdote (século XIII a.C.) Irmão mais velho de Moisés, Aarão foi o principal colaborador deste na recondução do povo eleito à Terra Prometida, uma vez libertado da escravidão do Egito. No Pentateuco vem descrita, de modo particular, sua função sacerdotal: “Exaltou também a Aarão, santo como ele, seu irmão, da tribo de Levi. Confirmou para ele uma aliança eterna, deu-lhe o sacerdócio do seu povo, encheu-o de felicidade e de glória. Moisés consagrou-lhe as mãos e o ungiu com o óleo santo. Foi-lhe, pois, concedido por aliança eterna, a ele e à sua descendência, enquanto durar o céu: servir ao Senhor e exercer o sacerdócio, e abençoar o povo em seu nome.” (Eclo 45,7-8.18-19)

Tinha a bela idade de 83 anos quando se apresentou diante do faraó, junto com o irmão, e foi o autor dos milagres das três primeiras pragas. Durante a caminhada no deserto, compartilhou com Moisés as dificuldades e responsabilidades. Conduziu o povo durante todo o tempo em que o irmão permaneceu no Sinai, mas teve a fraqueza de ceder ao desejo do povo de construir uma imagem de Deus (um bezerro de ouro, segundo a simbologia semítica). Foi duramente exprobrado, mas poupado da terrível cólera divina graças à intercessão de Moisés.

Após a solene consagração sacerdotal, o próprio Deus tomou a defesa da legitimidade contra a insubordinação de alguns opositores em relação ao milagre da vara. Mas quando Aarão, como Moisés, duvidou da possibilidade de uma intervenção divina para fazer brotar água da rocha, Deus o puniu da mesma forma que ao irmão: nenhum dos dois poria os pés na terra de Canaã!

De fato, Aarão morreu nas proximidades de Cades, aos pés do monte Hor, após ter sido despojado por Moisés das insígnias sacerdotais em favor de Eleazar. Foi pranteado pelo povo, que guardou luto por 30 dias, considerando-o — como se lê no livro de Sirácida — grande e semelhante a Moisés, a despeito das fraquezas humanas de que deu mostras em mais de uma ocasião. Entretanto, redimiu-se porque aceitou humildemente as repreensões e os castigos.

Sua hierática figura também se encontra no Novo Testamento: a Epístola aos Hebreus menciona Aarão quando submete a nossa reflexão o significado bem mais alto do sacerdócio de Cristo: “Porquanto todo sumo sacerdote, tirado do meio dos homens é constituído em favor dos homens em suas relações com Deus. A sua função é oferecer dons e sacrifícios pelos pecados”.



Senhor, hoje de maneira especial, eu Vos peço pelas vocações e em particular pelos sacerdotes. Iluminai os Pastores para que Vosso rebanho caminhe sob Vossa Luz. Dai também aos leigos a Vossa Graça, para que junto com os Pastores possam ser colaboradores na implantação do Reino de Deus entre nós. Amém.

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Padre recebe testemunhas de jeová na casa paroquial. Veja o que acontece!


Acabo de receber mais uma visita dos Testemunhas de Jeová aqui na Casa Paroquial. Dessa vez, fui cordial e pedi que entrassem. Eram duas senhoras:

Começaram citando Lucas Lc 11,28. "Felizes os que ouvem a Palavra de Deus e a põem em prática".

Eu perguntei: "Mas é pra colocar em prática a Bíblia toda, ou só a metade?"

Responderam: TODA.

Então, vamos lá. A Bíblia diz em Lucas 1,48 que todas as gerações irão proclamar a santidade de Maria. Porque vocês não fazem isso?

A Bíblia também diz em Mateus 16,18, que Jesus fundou uma só Igreja. Porque vocês preferem uma seita fundada no século XX?

A Bíblia afirma em Filipenses 2,6 que Jesus é Deus. Então porque vocês negam a Divindade do Cristo?

Nisso, as senhoras começaram a gaguejar e a tremer. Uma delas disse:

Olha, Gabriel...

Eu interrompi: "Gabriel, não. Padre Gabriel".

- Rsrs, me desculpe pra.. pradri grabiel. É que eu tenho um filho com esse nome... eu já acho bonito esse nome rsrs...

A outra falou:

- Mas veja, Padre... Jesus nunca chamou Maria de mãe...

Continuei: "Mas eu não estou falando de Maria. Estou falando de Jesus, o Senhor. Mas já que você tocou no assunto, vou explicar: Jesus chamou Maria de mulher, porque existe uma mulher profetizada em Gênesis 3,15 e no Apocalipse 12,1. Maria é a mulher por excelência"

- É mesmo, Padre. Eu tô vendo aqui... mas em Revelação 4, 11 Jesus chama o Pai de "Deus".

- Minha senhora, isso é porque você leu apenas o versículo 11. Leia a partir do 9, e você verá que não é Jesus quem diz, mas os vinte e quatro anciãos que estão ajoelhados diante do Trono. E quem está sentado no Trono? O Cordeiro. E quem é o Cordeiro que tira o pecado do mundo?

Responderam a uma só voz: "Jesus".

- Pois bem. Jesus diz: "Eu e o Pai somos um". Ele se enganou dizendo isso?

A mão de uma delas tremia tanto que a Bíblia quase caiu no chão.

- Mas, padre... não podemos adorar Maria. 

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Cardeal Pell retorna à Austrália para responder acusações de abusos


Com pesar, a Santa Sé recebeu a notícia da abertura do processo penal na Austrália contra o prefeito da Secretaria para a Economia, Cardeal George Pell, pelas imputações referentes a fatos ocorridos décadas atrás. É o que informa um comunicado da Sala de Imprensa da Santa Sé.

Ao tomar conhecimento, no pleno respeito das leis civis e reconhecendo a importância de sua participação a fim de que o processo possa realizar-se de modo justo e assim favorecer à busca da verdade, o Cardeal Pell decidiu retornar a seu país para enfrentar as acusações que lhe foram atribuídas.

Informado pelo próprio purpurado, o Santo Padre concedeu-lhe um período de dispensa para que o mesmo possa defender-se. Durante a ausência do prefeito, a Secretaria para a Economia continuará desempenhando suas tarefas institucionais. Os secretários continuarão em seus cargos para a prossecução das questões ordinárias, donec aliter provideatur (até novas disposições, ndr), lê-se no comunicado.

O Santo Padre, que pôde apreciar a honestidade do Cardeal Pell durante os três anos de trabalho na Cúria Romana, é-lhe grato pela colaboração e, em particular, pelo enérgico empenho em favor das reformas no setor econômico e administrativo e pela ativa participação no Conselho de Cardeais (C9), acrescenta ainda.

A Santa Sé expressa respeito pela justiça australiana que deverá decidir o mérito das questões levantadas.

Ao mesmo tempo – afirma –, “deve-se recordar que há décadas o Cardeal Pell condenou abertamente e repetidamente os abusos cometidos contra menores como atos imorais e intoleráveis, cooperou no passado com as Autoridades australianas”, apoiou a criação da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores e, por fim, “como Bispo diocesano na Austrália introduziu sistemas e procedimentos para a proteção de menores e para dar assistência às vítimas de abusos”, conclui o comunicado.

Papa elenca três palavras essenciais para a vida do apóstolo


HOMILIA
Praça São Pedro – Vaticano
Quinta-feira, 29 de junho de 2017

A liturgia de hoje oferece-nos três palavras que são essenciais para a vida do apóstolo: confissão, perseguição, oração.

A confissão é a que ouvimos dos lábios de Pedro no Evangelho, quando a pergunta do Senhor, de geral, passa a particular. Com efeito Jesus, primeiro, pergunta: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» (Mt 16, 13). Desta «sondagem» resulta, de vários lados, que o povo considera Jesus um profeta. E então o Mestre coloca aos discípulos a pergunta verdadeiramente decisiva: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» (16, 15). Agora responde apenas Pedro: «Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo» (16, 16). Esta é a confissão: reconhecer em Jesus o Messias esperado, o Deus vivo, o Senhor da nossa própria vida.

Hoje, Jesus dirige esta pergunta vital a nós, a todos nós e, de modo particular, a nós Pastores. É a pergunta decisiva, face à qual não valem respostas de circunstância, porque está em jogo a vida: e a pergunta da vida pede uma resposta de vida. Pois, de pouco serve conhecer os artigos de fé, se não se confessa Jesus como Senhor da nossa própria vida. Hoje Ele fixa-nos nos olhos e pergunta: «Quem sou Eu para ti?» Como se dissesse: «Sou ainda Eu o Senhor da tua vida, a direção do teu coração, a razão da tua esperança, a tua confiança inabalável?» Com São Pedro, também nós renovamos hoje a nossa opção de vida como discípulos e apóstolos; passamos novamente da primeira à segunda pergunta de Jesus, para sermos «seus» não só por palavras, mas com os factos e a vida.

Perguntemo-nos se somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam Jesus com a vida, porque O têm no coração. Quem confessa Jesus, sabe que está obrigado não apenas a dar conselhos, mas a dar a vida; sabe que não pode crer de maneira tíbia, mas é chamado a «abrasar» por amor; sabe que, na vida, não pode «flutuar» ou reclinar-se no bem-estar, mas deve arriscar fazendo-se ao largo, apostando dia-a-dia com o dom de si mesmo. Quem confessa Jesus, faz como Pedro e Paulo: segue-O até ao fim; não até um certo ponto, mas até ao fim, e segue-O pelo seu caminho, não pelos nossos caminhos. O seu caminho é o caminho da vida nova, da alegria e da ressurreição, o caminho que passa também através da cruz e das perseguições.

E aqui temos a segunda palavra: perseguições. Não foram só Pedro e Paulo que deram o sangue por Cristo, mas, nos primeiros tempos, toda a comunidade foi perseguida, como nos recordou o livro dos Atos dos Apóstolos (cf. 12, 1). Também hoje, em várias partes do mundo, por vezes num clima de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e não raro sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados.

Entretanto queria salientar sobretudo aquilo que o apóstolo Paulo afirma antes: «estou pronto – escreve ele – para oferecer-me como sacrifício» (2 Tim 4, 6). Para ele, viver era Cristo (cf. Flp 1, 21), e Cristo crucificado (cf. 1 Cor 2, 2), que deu a vida por ele (cf. Gal 2, 20). E assim Paulo, como discípulo fiel, seguiu o Mestre, oferecendo também ele a vida. Sem a cruz, não há Cristo; mas, sem a cruz, não há sequer o cristão. De facto, «é próprio da virtude cristã não só fazer o bem, mas também saber suportar os males» (Agostinho, Sermão 46, 13), como Jesus. Suportar o mal não é só ter paciência e prosseguir com resignação; suportar é imitar Jesus: é carregar o peso, levá-lo aos ombros por amor d’Ele e dos outros. É aceitar a cruz, prosseguindo confiadamente porque não estamos sozinhos: o Senhor crucificado e ressuscitado está connosco. Deste modo podemos dizer, com Paulo, que «em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados» (2 Cor 4, 8-9).

Papa a novos cardeais: Jesus não os chamou para ser príncipes na Igreja.


Consistório Ordinário Público 
para a criação de cinco novos cardeais

Basílica Vaticana
Quarta-feira, 28 de junho de 2017


«Jesus seguia à frente deles». Esta é a imagem oferecida pelo Evangelho que escutamos (Mc 10, 32-45) e que serve de cenário também ao ato que estamos a realizar: um Consistório para a criação de alguns novos Cardeais.

Jesus caminha, decididamente, para Jerusalém. Sabe bem o que lá O espera, tendo-o referido várias vezes aos seus discípulos. Mas, entre o coração de Jesus e os corações dos discípulos, há uma distância, que só o Espírito Santo poderá preencher. E Jesus sabe-o; por isso é paciente com eles, conversa abertamente com eles e sobretudo precede-os, segue à frente deles.

Ao longo do caminho, os próprios discípulos estão distraídos por interesses não condizentes com a «direção» de Jesus, com a sua vontade que se identifica com a vontade do Pai. Por exemplo, como escutamos, os dois irmãos, Tiago e João, pensam como seria bom sentar-se à direita e à esquerda do rei de Israel (cf. 10, 37). Não olham para a realidade! Pensam que veem e não veem, que sabem e não sabem, que entendem melhor do que os outros e não entendem…

A realidade, porém, é muito diferente! É a realidade que Jesus tem presente e que guia os seus passos. A realidade é a cruz, é o pecado do mundo que veio tomar sobre Si e extirpar da terra dos homens e das mulheres. A realidade são os inocentes que sofrem e morrem por causa das guerras e do terrorismo; são as escravidões que não cessam de negar a dignidade, mesmo na era dos direitos humanos; a realidade é a dos campos de refugiados, que às vezes lembram mais um inferno do que um purgatório; a realidade é o descarte sistemático de tudo o que já não é útil, incluindo as pessoas.

É isto que Jesus vê, enquanto caminha para Jerusalém. Durante a sua vida pública, manifestou a ternura do Pai, curando todos os que eram oprimidos pelo maligno (cf. At 10, 38). Agora sabe que chegou o momento de Se empenhar a fundo, de arrancar a raiz do mal, e por isso segue resolutamente para a cruz.

É correto fazer o sinal da cruz ao passar em frente a uma Igreja Católica? Isso é bíblico ou apenas uma invenção?


Tarde dessas, passando diante da centenária igreja de São João Batista, no histórico bairro do Brás, em São Paulo (SP), terminava de traçar o Sinal da Cruz sobre minha fronte e peito quando ouvi um murmurar vindo de trás de mim: “O que é que você está fazendo, moço?” – Olhei e vi uma senhora dos seus cinquenta e poucos anos, ostentando um grande coque grisalho no alto da cabeça e óculos de aros plásticos. Ela falava num tom quase de súplica, como se eu estivesse cometendo um crime horrível.

"Estou fazendo o Sinal da Cruz", respondi, enquanto ela balançava a cabeça negativamente. “Não faça isso, meu filho...”. Perplexo, quis saber o porquê, e ela se saiu com esta: “Cada vez que você faz esse sinal, é como se estivesse crucificando Jesus novamente, é uma ofensa...”.

Até que ponto chega a criatividade das pessoas que odeiam a Igreja, pensei com meus botões (pensando não naquela pobre senhora, mas sim em quem incutiu tal bobagem em sua mente). Tomando cuidado para não parecer agressivo ou irônico, argumentei: "eu faço o sinal da cruz em Nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Como pode ser ruim algo que eu faço invocando a Deus conforme ensina a Bíblia?". Fiz questão de mencionar a Bíblia (conf. Mt 28,19), porque já tinha percebido, logo de cara, que se tratava de uma “evangélica”, e sei bem que eles acreditam que só podem aceitar aquilo que está escrito, literalmente, no Livro Sagrado.

Ela pareceu surpresa com a minha resposta. “Esta é a primeira vez que um católico me responde com uma citação da Bíblia! Só que está errado, viu? Jesus sofreu muito na cruz, a cruz é um símbolo de maldição, de sofrimento, de vergonha...”. E ela fez menção de ir embora, mas eu insisti: "com todo o respeito, quem foi que falou isso para a senhora?"; e ela me olhou, desconcertada: “Quem falou foi um homem de Deus, meu filho”...

"A senhora acredita que a Bíblia é a Palavra de Deus?", perguntei, e ela mais que depressa respondeu, com muita ênfase: “Mas é claro!"; e então eu prossegui: "nesse caso, acho que o homem que ensinou isso para a senhora está bem equivocado. O Apóstolo Paulo diz na Bíblia: 'Longe esteja de mim gloriar-me, a não ser na cruz de nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim e eu para o mundo' (Gl 6,14). Quer dizer, a Cruz é glória para o cristão. Na verdade, a cruz é o símbolo que nos identifica como cristãos, é como se fosse a nossa 'carteira de identidade'. Era um símbolo de vergonha antes de Jesus Cristo, mas depois dEle tornou-se símbolo de vitória, de salvação, de santidade. Quem pensa que a cruz é um símbolo de vergonha está vivendo ainda antes de Cristo! É como se essa pessoa nunca tivesse ouvido falar em Jesus! – Digo mais: em Efésios está escrito: 'Pela cruz, Jesus Cristo reconciliou os povos com Deus, em um Corpo, eliminando com a cruz as inimizades.' (Ef 2,16)".

Ao dizê-lo, fiz uma pausa e fitei aquela senhora bem nos olhos, com firmeza e seriedade. Ela esfregou as mãos no saiote comprido, baixou o olhar e retrucou, agora baixinho: “Mas o Senhor Jesus sofreu tanto na cruz”. – "E como sofreu!", Respondi, com firmeza. "Por isso mesmo é que devemos honrar e amar a Cruz, porque foi por meio dela que Nosso Senhor se entregou em Sacrifício pela nossa salvação. Como diz a Bíblia, a Cruz é o nosso maior orgulho enquanto cristãos! Nela, e somente nela, podemos e devemos nos gloriar!". 

Bispo americano: "Casais" do mesmo sexo não podem receber Comunhão nem ter ritos fúnebres.


O Bispo de Springfield (EUA), Mons. Thomas Paprocki, emitiu um decreto no qual explica que as pessoas envolvidas em relações com pessoas do mesmo sexo não podem receber a Sagrada Comunhão nem sequer têm direito aos ritos fúnebres católicos, a não ser que tenham dado sinais de arrependimento antes da morte.

Sendo um pecado grave e público, o Bispo limitou-se a explicar a doutrina da Igreja em relação a esta matéria e a esclarecer os seus sacerdotes e os seus fiéis de como devem agir nestes casos. O decreto explica ainda que as pessoas que se encontram nesse tipo de relações não podem ser padrinhos de Baptismo nem de Crisma, nem sequer ser leitores ou ministros na Liturgia.

As crianças que vivem com pessoas nessa situação poderão receber os sacramentos desde que existam garantias que estão preparadas e que serão sempre educadas na Fé católica.