Ontem foi postado um texto bíblico de Isaías 17 aqui na página que menciona uma destruição da Síria. Muitos vieram de imediato com links e argumentações sem parar para refletir que o texto, ainda que ele tenha um contexto histórico passado, pode ser relido hoje para perceber a própria instabilidade histórica das nações. As pessoas querem muito se mostrar conhecedoras das coisas se esquecendo que a Palavra de Deus é maior que o contexto original da própria Escritura podendo iluminar outros momentos históricos, e qualquer teólogo sabe disso.
Quantas vezes a Escritura se atualiza sobre nossas próprias vidas? Se não fosse assim, a Palavra de Deus tenderia a ser um livro histórico enfurnado em nossas gavetas. Somos vítimas do chamado historicismo na leitura dos textos sagrados, onde as pessoas se preocupam mais com uma cientifização da sua leitura que com o sentido pleno da palavra. Uma postura mais racionalizante produz a sensação de uma fé mais segura e de mais elevado nível que a de outros, anseio que inclusive leva muitos à soberba. Isso gera muitas vezes um reducionismo da Escritura a dados históricos e exegéticos, que são boníssimos, mas não podem limitar a sua exposição.
Ora, se a Síria foi relativamente destruída no passado, quantas vezes mais será até que as nações se convertam dos seus pecados e ouçam a voz de Deus? Pois a guerra é fruto do pecado humano. Quantas vezes Jerusalém foi destruída e o Templo posto abaixo? Duas! A história da nação israelita se repetiu? Podemos reler numerosas profecias do Antigo Testamento para refletir sobre o destino histórico de Jerusalém na sequência de suas infidelidades à Aliança e como isso tem a ver com a perda de sua identidade, o enfraquecimento da nacionalidade e a dispersão entre os povos.