quinta-feira, 3 de maio de 2018

A CNBB: Esclarecimentos!



“O Espírito Santo instituiu os Bispos para governar a Igreja de Deus”
(São Paulo, em Atos 20,28)

A respeito da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), têm surgido ultimamente entre os católicos muitos questionamentos, alguns, justificados pela retidão e merecedores de explicação, outros, agressivos, carentes de espírito católico e respeito, que perdem assim toda a credibilidade. Reunida recentemente em sua 56ª Assembleia Geral (56ª AG), a própria CNBB fez diversos pronunciamentos, que cito entre aspas, procurando elucidar algumas dúvidas, às quais acrescento algumas elucidações, dirigidas aos católicos de boa vontade.  


O QUE NÃO É A CNBB?


Uma Conferência Episcopal, como a CNBB, não faz parte da hierarquia da Igreja como tal, que é formada pelo Papa e pelos Bispos em comunhão com ele. A Conferência, instituição eclesiástica, não existe para anular o poder dos Bispos, instituição divina. Não confundir Conferência Episcopal com o Episcopado ou Colégio dos Bispos, sucessor do Colégio Apostólico, de instituição divina. 


A Conferência Episcopal não tem poder hierárquico sobre os Bispos. Quem tem poder sobre eles é o Papa, que se comunica com eles através da Nunciatura Apostólica.  

O Papa emérito Bento XVI, quando Cardeal, falou sobre um dos “efeitos paradoxais do pós-concílio”: “A decidida retomada (no Concílio) do papel do Bispo, na realidade, enfraqueceu-se um pouco, ou corre até mesmo o risco de ser sufocada pela inserção dos prelados em conferências episcopais sempre mais organizadas, com estruturas burocráticas frequentemente pesadas. No entanto, não devemos esquecer que as conferências episcopais... não fazem parte da estrutura indispensável da Igreja, assim como querida por Cristo: têm somente uma função prática, concreta”. É, aliás, continua, o que confirma o Direito Canônico, que fixa os âmbitos de autoridade das Conferências, que “não podem agir validamente em nome de todos os bispos, a menos que todos e cada um dos bispos tenham dado o seu consentimento”, e quando não se trate de “matérias sobre as quais haja disposto o direito universal ou o estabeleça um especial mandato da Sé Apostólica”. E recorda o Código e o Concílio: “o Bispo é o autêntico doutor e mestre da Fé para os fiéis confiados aos seus cuidados”. “Nenhuma Conferência Episcopal tem, enquanto tal, uma missão de ensino: seus documentos não têm valor específico, mas o valor do consenso que lhes é atribuído pelos bispos individualmente”. 


“O grupo dos bispos unidos nas Conferências depende, na prática, para as decisões, de outros grupos, de comissões específicas, que elaboram roteiros preparatórios. Acontece, além disso, que a busca de um ponto comum entre as várias tendências e o esforço de mediação dão lugar, muitas vezes, a documentos nivelados por baixo, em que as posições precisas são atenuadas”. E ele recorda que, em seu país, existia uma Conferência Episcopal já nos anos 30: “Pois bem, os textos realmente vigorosos contra o nazismo foram os que vieram individualmente de prelados corajosos. Os da Conferência, no entanto, pareciam um tanto abrandados, fracos demais com relação ao que a tragédia exigia” (Ratzinger, A Fé em crise, IV).

  
Portanto, não se pode nem se deve atribuir à CNBB responsabilidade e poderes que ela não tem.


ENTÃO, O QUE É A CNBB? 
QUE IDEIA DEVEMOS FAZER DELA?

  
“A Conferência dos Bispos, organismo permanente, é a reunião dos Bispos de uma nação..., que exercem conjuntamente certas funções pastorais em favor dos fiéis do seu território, a fim de promover o maior bem que a Igreja proporciona aos homens, principalmente em formas e modalidades de apostolado devidamente adaptadas às circunstâncias de tempo e lugar, de acordo com o Direito” (C.D.C. cânon 447). Por isso, por ser uma obra da Igreja, merece o nosso especial respeito e consideração.   


“A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) é a instituição permanente que congrega os Bispos da Igreja Católica no País...; nela, conjuntamente, eles exercem funções pastorais e dinamizam a missão evangelizadora... Respeitadas a competência e responsabilidade de cada membro, quanto à Igreja universal e à própria Igreja particular, cabe à CNBB, como expressão peculiar do afeto colegial, fomentar a comunhão entre os membros..., ajudar os Bispos no seu ministério para o benefício de todo o povo de Deus, concretizar o afeto colegial e facilitar o relacionamento de seus membros, sendo espaço de diálogo, ajuda fraterna e de encorajamento recíproco...., estudar assuntos de interesse comum, promover a ação evangelizadora, exercer o magistério doutrinal e a atividade legislativa, segundo as normas do direito..., representar o Episcopado brasileiro junto a outras instâncias, inclusive a civil” (Estatutos art. 1º e 2º). 


A natureza das conferências episcopais foi exposta na Carta Apostólica Apostolos suos, de S. João Paulo II, onde cita o decreto Christus Dominus do Concílio Vaticano II, que considera “muito conveniente que, em todo o mundo, os Bispos da mesma nação ou região se reúnam periodicamente em assembleia, para que, da comunicação de pareceres e experiências, e da troca de opiniões, resulte uma santa colaboração de esforços para bem comum das Igrejas”. Ensina ele que “a união colegial do Episcopado manifesta a natureza da Igreja... Assim como a Igreja é una e universal, assim também o Episcopado é uno e indiviso, sendo tão extenso como a comunidade visível da Igreja e constituindo a expressão da sua rica variedade. Princípio e fundamento visível dessa unidade é o Romano Pontífice, cabeça do corpo episcopal”.

  
“Nós, Bispos da Igreja Católica, sucessores dos Apóstolos, estamos unidos entre nós por uma fraternidade sacramental e em comunhão com o sucessor de Pedro; isso nos constitui um colégio a serviço da Igreja (cf. Christus Dominus, 3). O nosso afeto colegial se concretiza também nas Conferências Episcopais, expressão da catolicidade e unidade da Igreja. O Concílio Vaticano II, na Lumen Gentium, 23, atribui o surgimento das Conferências à Divina Providência e, no decreto Christus Dominus, 37, determina que sejam estabelecidas em todos os países em que está presente a Igreja” (56ª AG - Mensagem ao Povo de Deus).

  
O respeito devido aos Bispos, sucessores dos Apóstolos, se estende também, de certa maneira, à Conferência dos Bispos. 

  
No dia da ordenação dos Bispos, foi dirigida ao povo de Deus essa exortação: “Deveis honrá-lo como ministro de Cristo e dispensador dos mistérios de Deus... Lembrai-vos das palavras de Cristo aos Apóstolos: “quem vos ouve, a mim ouve; quem vos despreza, a mim despreza, e quem me despreza, despreza aquele que me enviou”.  

A intolerância dos "tradicionalistas" radicais


Pensando aqui...

Soubemos que a Igreja Católica de São Paulo ofereceu um templo católico à comunidade luterana pra que possa rezar e celebrar até a reconstrução do próprio templo, destruído em partes pelo desmoronamento do prédio incendiado no Largo do Paissandu.

Até aqui um gesto humano, fraterno e nobre.

A contento de todos os católicos? Imagine!

O Facebook está fervilhando de críticas mordazes à Igreja Católica paulistana (e aos seus Pastores) por esta atitude de socorro aos luteranos, irmãos num batismo válido, embora de comunhão não plena conosco.

Será que estender a mão e emprestar um templo significa consentir com as heresias de Lutero?

Por que não pensarmos mais positivamente? Por que  não pensarmos que um tal gesto possa diminuir as distâncias, amolecer os corações, convencer os hesitantes, atrair os dissidentes, aproximar os que se distanciaram, fazer rever posturas férreas, converter, inclusive...?

Por que tanta dureza e amargura por parte, sobretudo, de jovens católicos cada vez mais autodenominados "tradicionalistas" radicais? Será pela distância própria desses meios de comunicação, em que todos são durões na impessoalidade dos dardos lançados? Será que diante de um luterano desalojado de seu lugar de prece, de um luterano vizinho ou colega de classe ou trabalho, por exemplo, ali, olho no olho, cheiro humano exalando, um corpo diante de outro corpo, será que esses rapazotes e essas moçoilas tão pudicas continuariam assim tão inflexíveis, tão "radicais"?

É por estas e outras posturas semelhantes --- desumanas, livrescas, soberbas, arrogantes e pretensiosas --- que os católicos de sensibilidade tradicional em âmbito litúrgico e doutrinal são cada vez mais desconsiderados, pois revelam sempre que nem entre eles se entendem e muito menos aos outros respeitam!

Santuário de Aparecida nega apoio a "Romaria pela liberdade de Lula"



NOTA OFICIAL DO SANTUÁRIO DE APARECIDA

Diante da manifestação pública da Senadora Gleise Hoffmann sobre o desejo de organizar uma Romaria ao Santuário Nacional de Aparecida no próximo dia 20 de maio, o Santuário oficialmente informa que:

- O Santuário Nacional de Aparecida é um espaço sagrado que acolhe todos os filhos e filhas de Nossa Senhora Aparecida, sem distinção;

- Da mesma forma, também é uma Casa que se coloca contra toda e qualquer utilização do seu espaço para fins políticos ou ideológicos;

- Com base nos valores éticos e cristãos, o Santuário Nacional entende que o momento atual é propicio de reflexão e protagonismo do cidadão ao que tange às escolhas eleitorais, por isso, sob qualquer hipótese se posiciona ou se posicionará em favor de quaisquer líderes políticos, refutando toda e qualquer iniciativa que queira utilizar-se do Altar da Eucaristia para fins de promoção individual ou partidária;

- A cada domingo cerca de 200 romarias passam pelo Santuário Nacional, casa da Mãe Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil, e, como cristãos, as portas da Igreja devem estar abertas para os devotos quem venham a Aparecida com o objetivo de realmente encontrarem neste espaço uma experiência profunda de fé; 

Gleisi convoca “Romaria por Lula” a Aparecida, mas não avisa ao Santuário


A senadora Gleisi Hoffmann, que se tornou uma espécie de sacerdotisa do PT à frente do culto ao messias Lula, aproveitou o feriado do Dia do Trabalho para convocar todos os fiéis do condenado a participarem de uma romaria para Aparecida do Norte, motivada pelas seguintes intenções expressas por seu post nas redes sociais: “Lula livre e pela paz no Brasil”. A peregrinação deve ocorrer no dia 20 de maio e, no mesmo anúncio, há o chamado para uma missa às 14h, no Santuário Nacional.

Quem lê o post fica com a impressão de que se trata de mais um vergonhoso caso de uso das estruturas da Igreja Católica para fins político-partidários por parte do PT, com aval do clero simpatizante, mas, segundo a assessoria do Santuário Nacional, ninguém por lá estava sabendo da iniciativa da devota senadora.

terça-feira, 1 de maio de 2018

Palavra de Vida: «É este o fruto do Espírito: amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, autodomínio» (Gl 5, 22).


 

O apóstolo Paulo escreve aos cristãos da região da Galácia, que tinham recebido o anúncio do Evangelho por seu intermédio. Sente o dever de os repreender por não terem compreendido o verdadeiro significado da liberdade cristã.

Para o povo de Israel a liberdade tinha sido uma dádiva de Deus: Ele libertou o povo da escravidão do Egito, conduziu-o para uma nova terra e estabeleceu com ele um pacto de recíproca fidelidade.

Da mesma maneira, Paulo afirma convictamente que a liberdade é uma dádiva de Jesus.

De fato, Jesus dá-nos a possibilidade de nos tornarmos, como Ele e n’Ele, filhos de Deus que é Amor. Se nós imitarmos o Pai, como Jesus nos ensinou (1) e mostrou (2) com a sua vida, podemos aprender a mesma atitude de misericórdia para com todos, pondo-nos ao serviço dos outros.

Para Paulo, este aparente sem-sentido da “liberdade de servir” torna-se possível pela dádiva do Espírito, que Jesus concedeu à humanidade, com a sua morte na cruz.

E é o Espírito que nos dá a força de sairmos da prisão do nosso egoísmo – com as consequentes divisões, injustiças, traições, violências – guiando-nos para a verdadeira liberdade.
 

CNBB lança mensagem aos trabalhadores pelo 1º de maio de 2018



MENSAGEM DA CNBB 
AOS TRABALHADORES E TRABALHADORAS
1º DE MAIO DE 2018

“O clamor dos trabalhadores chegou aos ouvidos do Senhor todo-poderoso” (Tg 5,4)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil -CNBB, fiel à sua missão profética, iluminada pela Palavra de Deus e pela Doutrina Social da Igreja, saúda os trabalhadores e trabalhadoras do Brasil que celebram o seu dia neste 1º de Maio. “Convencida de que o trabalho constitui uma dimensão fundamental da existência do ser humano sobre a terra” (Laborem Exercens, 4), a Igreja coloca-se ao lado dos trabalhadores e trabalhadoras em sua luta por justiça e dignidade, sobretudo, neste momento de prolongada crise vivida pelo Brasil.

O trabalho não é mercadoria, mas um modo de expressão direta da pessoa humana (cf. Mater et Magistra, 18) que, por meio dele, “deve procurar o pão quotidiano e contribuir para o progresso contínuo das ciências e da técnica, e sobretudo para a incessante elevação cultural e moral da sociedade, na qual vive em comunidade com os próprios irmãos” (Laborem Exercens, Intr.).

Além disso, recorda-nos o Papa Francisco, o trabalho humano é participação na criação que continua todos os dias, inclusive, graças às mãos, à mente e ao coração dos trabalhadores: “Na terra, há poucas alegrias maiores do que as que sentimos ao trabalhar, assim como há poucas dores maiores do que as do trabalho, quando ele explora, esmaga, humilha e mata” (Gênova, 2017). Com tão grande dignidade, o trabalho humano não pode ser governado por uma economia voltada exclusivamente para o lucro, sacrificando a vida e os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

Ao Estado compete cuidar para que as relações de trabalho se deem na justiça e na equidade (cf. Mater et Magistra, 21). A solução para a crise, que abate o País, não pode provocar a perda de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. Nos projetos políticos e reformas, o bem comum, especialmente dos mais pobres, e a soberania nacional devem estar acima dos interesses particulares, políticos ou econômicos. 

Prédio desaba durante incêndio no Centro de São Paulo



Um edifício de 24 andares ocupado por pessoas sem-teto desmoronou no centro de São Paulo, depois que um incêndio consumiu rapidamente sua estrutura, deixando ao menos três desaparecidos.

Algumas pessoas que conseguiram escapar relataram que acordaram durante a noite cercados pelas chamas, mas foram capazes de sair do prédio com seus filhos antes que o edifício desmoronasse.

O corpo de bombeiros de São Paulo indicou que ainda não há um número confirmado de vítimas.

“Há algumas pessoas desaparecidas, umas três, e uma muito provavelmente morta”, declarou o comandante dos bombeiros, Ricardo Peixoto, à AFP. “Não sabemos quantas pessoas estavam no prédio, então não sabemos se encontraremos mais vítimas entre os escombros”.

Até o momento, 250 pessoas que moravam no local haviam se registrado após a tragédia, indicou o coronel José Roberto, da pasta de Segurança Urbana da prefeitura de São Paulo.

O incêndio começou durante a noite e se espalhou rapidamente, transformando o edifício em um verdadeiro inferno.

Imagens postadas no Twitter pelos bombeiros mostram as chamas devorando todo o prédio, que depois desabou.

Pais do bebê Charlie enviam mensagem emocionante aos pais do bebê Alfie



Os pais do bebê Charlie Gard enviaram uma mensagem de apoio aos pais do bebê Alfie Evans: eles dizem que compartilham a intensa dor pela morte de seu filho e pela luta aparentemente perdida em favor da sua vida, mas também afirmam que a esperança resiste como uma luz no final do túnel de desespero que eles estão atravessando.

Chris Gard e Connie Yates, pais de Charlie, conquistaram corações no mundo todo em sua luta para levar o bebê gravemente doente aos Estados Unidos, onde lhe era oferecido um tratamento experimental pioneiro. Assim como acaba de acontecer com Alfie, a justiça impediu a transferência alegando “o melhor interesse” do bebê: no caso, ser morto mediante a desconexão do suporte vital, porque, segundo o parecer de médicos ingleses envolvidos, qualquer tentativa de tratamento seria “inútil”.

Assim como Alfie, Charlie parecia ter nascido saudável. No entanto, aos 2 meses, ele ficou doente e, levado às pressas para o hospital, precisou ser entubado. Descobriu-se que ele sofria de síndrome de depleção do DNA mitocondrial, uma condição extremamente rara que vai extinguindo a força dos músculos e as funções do cérebro.

Em execução da sentença judicial, os aparelhos que mantinham o suporte à vida de Charlie foram retirados. A batalha contra a ideologia do descarte tinha sido perdida. Charlie foi morto em julho de 2017, uma semana antes de completar o seu primeiro ano de vida.