Um edifício de 24 andares ocupado por pessoas sem-teto desmoronou no centro de São Paulo, depois que um incêndio consumiu rapidamente sua estrutura, deixando ao menos três desaparecidos.
Algumas pessoas que conseguiram escapar relataram que acordaram durante a noite cercados pelas chamas, mas foram capazes de sair do prédio com seus filhos antes que o edifício desmoronasse.
O corpo de bombeiros de São Paulo indicou que ainda não há um número confirmado de vítimas.
“Há algumas pessoas desaparecidas, umas três, e uma muito provavelmente morta”, declarou o comandante dos bombeiros, Ricardo Peixoto, à AFP. “Não sabemos quantas pessoas estavam no prédio, então não sabemos se encontraremos mais vítimas entre os escombros”.
Até o momento, 250 pessoas que moravam no local haviam se registrado após a tragédia, indicou o coronel José Roberto, da pasta de Segurança Urbana da prefeitura de São Paulo.
O incêndio começou durante a noite e se espalhou rapidamente, transformando o edifício em um verdadeiro inferno.
Imagens postadas no Twitter pelos bombeiros mostram as chamas devorando todo o prédio, que depois desabou.
Imagens da televisão também mostraram que uma igreja [luterana] vizinha sofreu danos.
“Recebemos uma ligação por volta das 01h30, chegamos imediatamente e, alguns minutos depois, cinco andares do prédio estavam em chamas”, disse Peixoto. “Quinze ou 20 minutos depois, o prédio caiu”.
Um total de 57 veículos e 160 bombeiros foram enviados ao local do incidente, segundo o corpo de bombeiros.
São muitas as famílias sem-teto que ocupam edifícios abandonados ou constroem barracos em terrenos baldios em toda a cidade.
O presidente Michel Temer, cujo nível de aprovação não chega a dois dígitos, foi alvo de uma recepção hostil quando visitou brevemente o local da tragédia.
“Nós queremos casas!”, gritava a multidão.
Um dos sobreviventes, Henrique, de 26 anos, disse que conseguiu escapar do terceiro andar com sua amiga e seu cachorro.
“Saímos quando o prédio já estava em chamas”, disse ele. “Nós lutamos muito e agora perdemos tudo”.
Outro homem, José Antonio, descreveu a fuga frenética do sexto andar, onde morava com a esposa, três filhos e sua cunhada.
“Eu não sabia se meu filho estava com a minha filha mais nova”, disse Antonio, de 48 anos, à AFP. “Não tive tempo para pegar mais nada… não via ninguém em casa e fui atrás deles gritando seus nomes para saber se eles tinham saído”.
O governador de São Paulo, Márcio França, disse que era “uma tragédia anunciada (…) é um prédio que não tem a mínima condição de moradia. A União não podia ter deixado ocorrer essa ocupação”.
“Do ponto de vista da segurança, o prédio era uma bomba-relógio”, concordou Peixoto.
“Não havia segurança, a instalação elétrica não era adequada, não havia escada de emergência, o lixo estava amontoado, tudo o que era necessário para desencadear um incêndio enorme”, lamentou.
(AFP)
________________________
Agência de Notícias
Nenhum comentário:
Postar um comentário