segunda-feira, 9 de julho de 2018

Palavra de Vida: «Basta-te a minha graça, porque a força manifesta-se na fraqueza».


Na segunda carta à comunidade de Corinto, o apóstolo Paulo responde a algumas pessoas que punham em dúvida a legitimidade da sua atividade apostólica. Mas ele não se defende, nem enumera os seus méritos e sucessos. Pelo contrário, põe em evidência a obra que Deus realizou, nele e por seu intermédio.

Paulo faz referência a uma sua experiência mística de profunda relação com Deus (1), para logo a seguir partilhar o seu sofrimento, por causa de um “espinho” que o atormenta. Não explica do que é que se trata exatamente, mas compreende-se que é uma dificuldade grande, que o poderá limitar na sua tarefa de evangelizador. Por isso, confessa que pediu a Deus que o libertasse dessa limitação, mas a resposta de Deus é desconcertante:

«Basta-te a minha graça, 
porque a força manifesta-se na fraqueza».

Todos nós temos continuamente a experiência das fragilidades, próprias e alheias, tanto físicas como psicológicas e espirituais, e vemos à nossa volta uma humanidade que sofre e anda à deriva. Sentimo-nos fracos e incapazes de resolver essas dificuldades, e até de as enfrentar. Quando muito, limitamo-nos a não fazer mal a ninguém.

Esta experiência de Paulo, pelo contrário, abre-nos um horizonte novo: reconhecendo e aceitando a nossa fraqueza, podemos abandonar-nos completamente nos braços do Pai, que nos ama tal como somos e quer apoiar-nos na nossa caminhada. Prosseguindo essa carta, Paulo afirma ainda: «Quando sou fraco, então é que sou forte» (2).

domingo, 8 de julho de 2018

Paulo Gustavo critica Igreja: “Se Jesus fosse vivo, estava no show de Pablo Vittar"


O ator Paulo Gustavo, famoso por interpretar a personagem “Dona Hermínia” de “Minha Mãe é uma Peça”, é homossexual e vive uma relação homoafetiva com o médico Thales Bretas.

Filmando seu oitavo longa, “Minha Vida em Marte”, baseado na peça teatral de mesmo nome, ele aproveitou o set de gravação e fez uma espécie de esquete-manifesto. O vídeo curto, postado em seu perfil do Instagram, já passa de 1,3 milhão de visualizações.

Nele, o ator interpela um padre e pede: “Casa eu e meu marido?”. Diante da negativa, discursa: “Por que não pode? Não existe igreja no mundo! Quem escreveu essa Bíblia? Está desatualizado isso. Se Jesus Cristo fosse vivo hoje, estava no show de Pablo Vittar. Com certeza! Tá todo mundo indo”.

Como os governos podem combater o aborto? Especialista propõe “soluções positivas”


Cristina Valverde Johnson, advogada da Universidade de Navarra (Espanha), com mestrado em Direito Canônico e em Matrimônio e Educação Familiar, apresentou recentemente algumas soluções positivas para impedir a prática do aborto.

Para Valverde Johnson, é evidente que “o aborto mata um ser humano inocente e que nenhuma mulher pretende ter que abortar”.

“Portanto, vamos nos concentrar em soluções positivas que realmente ajudam as mulheres”, assinala em seu artigo.

Indica que a primeira chave é reduzir o número de gravidezes na adolescência. Entre os principais pontos para alcançá-lo, diz a especialista, é necessário adiar a atividade sexual e “impedir o consumo de álcool e drogas que alteram a percepção da realidade e do estado de consciência”.

Além disso, incentiva a propor às crianças e aos adolescentes um projeto de vida “que seja interessante e os ajude em seu futuro”.

Também é importante “a formação dos pais em relação à afetividade e à sexualidade de seus filhos” e “a educação afetiva e sexual: para crianças e adolescentes com a presença de seus pais baseada no autoconhecimento, autocontrole e autorrespeito, de acordo com o desenvolvimento fisiológico das crianças e adolescentes”.

Além disso, Valverde Johnson destaca que se deve controlar “o horário e o conteúdo dos programas nos meios de comunicação para evitar conteúdo que exponha crianças e adolescentes a temas e situações de adultos”.

A segunda chave é erradicar a violência sexual. Valverde Johnson propõe colocar em prática “planos de moradia que identifiquem espaços para adultos e outros para crianças e adolescentes para evitar casos de abuso sexual”.

Além disso, sublinha, “precisamos combater a pornografia infantil e a pornografia com violência física e sexual”, pois estudos apontam que os consumidores de pornografia estão mais propensos “a ser sexualmente agressivos na vida real”.

Também é necessário “quebrar o círculo da violência intrafamiliar, através de acompanhamento e terapias” e “promover uma cultura que respeite as mulheres e não as tratem como objetos sexuais”.

Para a especialista, também é fundamental apoiar a maternidade: “Diante de uma situação difícil, apresentamos o aborto como a única opção? Melhor que apoiemos a mãe e o seu filho”.

Isso se alcança, assinala, “reduzindo a pobreza, especialmente a pobreza feminina”, assim como promovendo “o acesso à educação e à formação profissional”.

Reflexão do Papa Francisco sobre o Sacramento da Crisma (3)


PAPA FRANCISCO
AUDIÊNCIA GERAL
Praça S. Pedro
Quarta-feira, 6 de junho de 2018

Bom dia, prezados irmãos e irmãs!

Prosseguindo a reflexão sobre o Sacramento da Confirmação, consideremos os efeitos que o dom do Espírito Santo faz amadurecer nos crismandos, levando-os a tornar-se, por sua vez, uma dádiva para os outros. O Espírito Santo é um dom! Recordemos que, quando nos dá a unção com o óleo, o bispo diz: “Recebe o Espírito Santo, que te é concedido como dom”. Aquele dom do Espírito Santo entra em nós e frutifica, para que nós o possamos transmitir aos demais. Receber sempre para oferecer: nunca receber e conservar as coisas dentro, como se alma fosse um armazém. Não: receber sempre para oferecer. Recebemos as graças de Deus para as dar aos outros. Esta é a vida do cristão. Portanto, é próprio do Espírito Santo descentrar-nos do nosso eu, abrindo-nos ao “nós” da comunidade: receber para dar. Nós não estamos no centro: somos um instrumento daquela dádiva para os outros.

Completando nos batizados a semelhança a Cristo, a Confirmação une-os mais fortemente como membros vivos ao Corpo místico da Igreja (cf. Rito da Confirmação, n. 25). A missão da Igreja no mundo procede através da contribuição de todos aqueles que fazem parte dela. Alguns pensam que na Igreja existem patrões: o Papa, os bispos, os sacerdotes e depois os outros. Não: todos nós somos Igreja! E todos temos a responsabilidade de nos santificarmos uns aos outros, de cuidarmos dos demais. Todos nós somos Igreja! Cada qual tem a sua função na Igreja, mas todos nós somos Igreja! Com efeito, devemos pensar na Igreja como num organismo vivo, composto por pessoas que conhecemos e com as quais caminhamos, e não como numa realidade abstrata e distante. A Igreja somos nós que caminhamos, a Igreja somos nós que hoje nos encontramos nesta praça. Nós: esta é a Igreja. A Confirmação vincula à Igreja universal espalhada pela terra inteira, mas compromete ativamente os crismandos na vida da Igreja particular à qual pertencem, tendo como cabeça o Bispo, que é o sucessor dos Apóstolos.

E por isso o Bispo é o ministro originário da Confirmação (cf. Lumen gentium, 26), porque insere o confirmado na Igreja. O facto de que, na Igreja latina, este sacramento seja normalmente conferido pelo Bispo põe em evidência o seu «efeito de unir mais estreitamente aqueles que o recebem à Igreja, às suas origens apostólicas e à sua missão de dar testemunho de Cristo» (Catecismo da Igreja Católica, n. 1313).

E esta incorporação eclesial é bem significada pelo sinal de paz que conclui o rito da Crisma. Com efeito, a cada confirmado o Bispo diz: «A paz esteja contigo!». Recordando a saudação de Cristo aos discípulos na noite de Páscoa, cheia de Espírito Santo (cf. Jo 20, 19-23) — ouvimos — estas palavras iluminam um gesto que «manifesta a comunhão eclesial com o Bispo e com todos os fiéis» (cf. CIC, n. 1301). Na Crisma, nós recebemos o Espírito Santo e a paz: aquela paz que devemos transmitir aos outros. Mas pensemos: cada qual pense, por exemplo, na própria comunidade paroquial. Há a cerimónia da Crisma, e depois trocamos o gesto da paz: o Bispo oferece-a ao crismado e em seguida, na Missa, trocamo-la entre nós. Isto significa harmonia, quer dizer caridade entre nós, significa paz. Mas depois, o que acontece? Saímos e começamos a falar mal do próximo, a “esfolar” os outros. Começam as tagarelices. E as bisbilhotices são guerras. Isto não está certo! Se recebemos o sinal da paz com a força do Espírito Santo, devemos ser homens e mulheres de paz, e não destruir com a língua a paz instaurada pelo Espírito. Quanto trabalho tem o desventurado Espírito Santo connosco, com este hábito da bisbilhotice! Pensai bem: a tagarelice não é uma obra do Espírito Santo, não é uma obra da unidade da Igreja. A bisbilhotice destrói aquilo que Deus faz. Mas por favor: deixemos de tagarelar!

sábado, 7 de julho de 2018

Nigéria: Massacre de cristãos é classificado como genocídio por líderes cristãos.


Mais de 1.750 cristãos e outros não-muçulmanos foram mortos por terroristas islâmicos na Nigéria desde janeiro de 2018, de acordo com dados divulgados nesta segunda-feira (2) pela Sociedade Internacional pelas Liberdades Civis e Estado de Direito (Intersociety).

Além disso, nos últimos três anos, mais de 8.800 cristãos foram alvejados e mortos na por forças de segurança nigerianas, muçulmanos radicais xiitas, pastores da etnia fulani e militantes do Boko Haram.

Em meio ao massacre classificado como “genocídio” por líderes cristãos da Nigéria, mais de 6 mil pessoas foram mortas por pastores fulani desde janeiro, a maioria mulheres, crianças e idosos.

“O que está acontecendo no estado de Plateau e outros estados na Nigéria é puro genocídio e deve ser interrompido imediatamente”, declarou em nota a Associação Cristã da Nigéria.

A Associação ainda pediu à comunidade internacional, bem como às Nações Unidas, para intervirem nos ataques Fulani, temendo que eles possam se espalhar para outros países.

“Estamos preocupados com a insegurança generalizada no país, onde ataques e assassinatos arbitrários de pastores, bandidos e terroristas fulani armados vêm acontecendo diariamente em nossas comunidades, apesar dos grandes investimentos nas agências de segurança”, afirma a instituição. 

Grupo de padres alemães corrigem seus bispos por permitirem comunhão aos protestantes


Um grupo de sacerdotes da Arquidiocese de Paderborn Alemanha emitiram uma declaração criticando a recente decisão do arcebispo de implementar a orientação controversa em "intercomunhão" com os protestantes.

O bispo decidiu, em casos específicos, permitir que um protestante receba a comunhão regular. O grupo de padres, Communio veritatis, considera a decisão do arcebispo Hans-Josef Becker de Paderborn "inaceitável".

Segundo o jornal austríaco Kath.net , a Communio veritatis apoia seu documento em todas as recentes declarações doutrinárias e disciplinares da Igreja Católica.

Primeiro, dizem que o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (n 291) que "para receber a Sagrada Comunhão é preciso estar plenamente incorporado à Igreja Católica e estar em Deus 's graça, que não é consciente de pecado mortal." Além disso, se alguém negar um dos vários aspectos relacionados aos sacramentos, a disposição para recebê-los regularmente é perdida:

Ele é necessário para definir bem nestas condições, que são não - derrogável mesmo em casos que envolvam casos individuais e específicos , uma vez que a rejeição de um ou mais verdades da fé sobre esses sacramentos e, entre eles, a respeito da necessidade do sacerdócio ministerial para ser válido, faz com que o requerente não seja devidamente organizado para ser legitimamente administrado. ( Ecclesia de Eucharistia , Juan Pablo II, 46)

Eles também se referem às recentes declarações do Cardeal Brandmüller , cerca de 844 §4 canon , lembrando que o cânone refere-se às circunstâncias em que não - cristãos católicos podem receber a Sagrada Comunhão são de "grave necessidade" e que "nenhum bispo diocesano pode declarar que a situação de viver um casamento misto é uma grave situação de emergência para permitir a intercomunhão”. Como Brandmüller explicou, as situações de emergência mencionadas no cânone estão relacionadas a "situações extremas como guerras, deportações e catástrofes naturais ".

O grupo de sacerdotes lembra a seu bispo que este cânon enfatiza explicitamente que um cristão não católico pode receber ajuda de um padre católico na condição de que ele " não possa encontrar um ministro de sua própria confissão" (esta situação não é este caso na Alemanha, onde existem muitas igrejas protestantes).

Reflexão do Papa Francisco sobre o Sacramento da Crisma (2)


CATEQUESE DO PAPA FRANCISCO
Praça São Pedro – Vaticano
Quarta-feira, 30 de maio de 2018

Queridos irmãos e irmãs,

Prosseguindo com o tema da Confirmação ou Crisma, hoje coloco à luz “a íntima conexão deste sacramento com toda a iniciação cristã” (Sacrosanctum Concilium, 71).

Antes de receber a unção espiritual que confirma e reforça a graça do Batismo, os crismandos são chamados a renovar as promessas feitas um dia pelos pais e padrinhos. Agora são eles mesmos a professar a fé da Igreja, prontos a responder “creio” às perguntas dirigidas pelo bispo; prontos, em particular, a crer “no Espírito Santo, que é o Senhor e dá a vida, e que hoje, por meio do sacramento da Confirmação, é de modo especial a [eles] conferido, como já aos apóstolos no dia de Pentecostes” (Rito da Confirmação, n. 26).

Uma vez que a vinda do Espírito Santo requer corações recolhidos em oração (cfr At 1, 14), depois da oração silenciosa da comunidade, o bispo, tendo as mãos estendidas sobre os crismandos, suplica a Deus que infunda neles o seu santo Espírito Paráclito. Um só é o Espírito (cfr 1 Cor 12, 4), mas vindo a nós traz consigo riqueza de dons: sabedoria, inteligência, conselho, fortaleza, ciência, piedade e santo temor de Deus (cfr Rito da Confirmação, nn. 28-29). Ouvimos o trecho da Bíblia com estes dons que traz o Espírito Santo. Segundo o profeta Isaías (11, 2), estas são as sete virtudes do Espírito infundidas sobre o Messias para o cumprimento da sua missão. Também São Paulo descreve o abundante fruto do Espírito que é “amor, alegria, paz, magnanimidade, benevolência, bondade, fidelidade, mansidão, domínio de si” (Gal 5, 22). O único Espírito distribui os múltiplos dons que enriquecem a única Igreja: é o Autor da diversidade, mas ao mesmo tempo o Criador da unidade. Assim o Espírito dá todas estas riquezas que são diversas mas do mesmo modo faz a harmonia, isso é, a unidade de todas essas riquezas espirituais que temos nós cristãos.

Por tradição confirmada pelos apóstolos, o Espírito que completa a graça do Batismo é comunicado através da imposição das mãos (cfr At 8, 15-17; 19, 5-6; Eb 6,2). A este gesto bíblico, para melhor exprimir a efusão do Espírito que permeia quantos a recebem, é logo acrescentada uma unção de óleo perfumado, chamado crisma [1], que permanece em uso até hoje, seja no Oriente, seja no Ocidente (cfr Catecismo da Igreja Católica, 1289).

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Irlanda fará referendo para remover da Constituição trechos sobre "papel da mulher no lar".


A Irlanda vai realizar um referendo para remover cláusulas de sua Constituição que destacam a importância das mulheres “na vida no lar” e encorajam as mães a não trabalharem fora de forma a poderem cumprir seus deveres domésticos, anunciou o governo local nesta quinta-feira. A decisão é mais uma no processo de atualização da conservadora Constituição do país, promulgada em 1937, de forma a refletir as mudanças na sociedade, mais liberal hoje.

A Irlanda foi durante muito tempo um dos países mais conservadores em termos sociais da Europa, mas nas últimas décadas a opinião pública mudou radicalmente com a perda de influência da Igreja Católica na sociedade. Em 2015, por exemplo, um outro referendo introduziu o casamento gay na Constituição irlandesa.

O texto constitucional irlandês, porém, ainda tem inúmeras referências da tradicional ética cristã, como a cláusula que diz que “a mulher dá ao Estado um suporte sem o qual o bem comum não pode ser atingido ao reconhecer sua vida dentro do lar”. Ou outra que obriga o Estado a “assegurar que as mães não serão obrigadas pela necessidade econômica a trabalhar de forma a negligenciarem seus deveres no lar”. São estas provisões que serão alvo da moção aprovada pelo governo nesta quinta-feira, a ser votada no referendo.