Convivemos num mundo cada vez mais barulhento. Despertamos com uma música forte. O celular já ligado vai anunciando as mensagens. Trânsito, rádio, buzinas,
sirenes. Salas de espera com TV. Filas que “falam”. Reuniões. Aulas. O fone conectado o tempo todo. Estamos com o som continuadamente. Chegamos a esquecer de que ainda existe o silêncio. Para muitos
já se tornou uma sensação estranha ou até mórbida, de risco. É preciso não se sentir sozinho. Será que ele – o silêncio – não está nos
fazendo falta?
É no silêncio que temos a oportunidade de ser ouvidos sobre nós mesmos. Lá está alguém que deixamos passar dias, ou meses, no isolamento, sem
saber ao certo o que está acontecendo com ele. O silêncio tem sido levado tão a sério, que cresce muito o número de publicações sobre a importância da “mindfulness”, ou seja, técnicas de meditação que permitem uma melhora da qualidade de vida, com maior capacidade de concentração, entre outros
benefícios. Como procurar pelo silêncio no nosso dia a dia?
Evidentemente, não podemos esperar as condições de monges ou religiosos de clausura, que vivem em circunstâncias diferentes do que a encontrada grande maioria
da população. Aprendemos deles, porém, que o silêncio desejado é algo que nasce no nosso interior e se propaga para o ambiente em que estamos. No entanto, quando se inicia essa busca, procurar
afastar-se dos ruídos externos desnecessários e reservar um espaço e tempo para esse encontro com o silêncio é fundamental.
A poluição sonora é muito presente. Colocarmos alguns filtros ajuda muito. Exemplo concreto é procurar evitar a frequência a lugares de extremo barulho
e por tempo desnecessário. Outra condição é evitar que os ouvidos permaneçam constantemente ocupados por algum ruído, seja ele musical, de conversa, seja qualquer outro. Aprender a
falar numa tonalidade mais baixa favorece a não elevar os decibéis do ambiente. Ouvir mais do que falar. Evitar tagarelar à exaustão...