Por volta das 8h45 desse domingo (21), uma
série de explosões coordenadas visando três hotéis de luxo e três igrejas com
fiéis celebrando a Páscoa, deixaram cerca de 207 mortos e 469 feridos no Sri
Lanka, país insular do subcontinente indiano. Segundo fontes oficiais, ao menos
27 estrangeiros estão entre os mortos.
Os oito atentados atingiram, simultaneamente,
a capital, Colombo, e aas regiões de Katana e Batticaloa.
Os primeiros casos foram registrados por volta
das 8h45 (0h15, no horário de Brasília) em três hotéis e três templos católicos
que realizavam missas em celebração à Páscoa.
Horas mais tarde, outras duas explosões
ocorreram na capital, uma delas em mais um hotel e outra em um complexo de
casas na periferia de Colombo.
No hotel de luxo Cinnamon Grand, em Colombo,
um homem-bomba detonou o explosivo na fila de clientes que esperava para entrar
em um bufê de Páscoa no restaurante do local.
"Ele se dirigiu para o início da fila e
se explodiu", relatou um funcionário para a AFP. "Era o caos total",
acrescentou.
O primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe,
convocou uma reunião do conselho de segurança nacional em sua casa para o final
do dia. "Eu condeno veementemente os ataques covardes contra nosso povo
hoje. Eu chamo todos para permanecerem unidos e fortes", postou no
Twitter.
O presidente do Sri Lanka, Maithripala
Sirisena, pediu calma ao país. "Por favor, fiquem calmos e não sejam
enganados por rumores", declarou Sirisena, em mensagem à nação.
Sirisena, que se mostrou "em choque e
triste com o que ocorreu", esclareceu que "as investigações estão em
curso para descobrir que tipo de conspiração está por trás destes atos
cruéis".
Imagens divulgadas pela imprensa local e nas
redes sociais mostram a magnitude da explosão em pelo menos uma das igrejas,
com o teto do templo semidestruído, escombros e pessoas no chão enquanto outros
presentes tentam socorrê-las.
Nenhum grupo reivindicou a autoria do
atentado, apesar de o Ministério da Defesa ter identificados os terroristas
como extremistas religiosos. Em vista disso, é importante ressaltar que o
episódio se insere em um contexto de crescente perseguição religiosa a cristão
naquele país. Segundo dados da Open Door USA, agência especializada nesse
assunto, o Sri Lanka figura entre os 50 países do mundo que mais perseguem os
cristãos. O Sri Lanka, que ocupa a posição 46 na lista, tem uma grande maioria
de budistas que, segundo a Open Door, são os grandes agentes da perseguição.