quarta-feira, 29 de maio de 2019

Homossexuais nos seminários. Uma investigação bombástica no Brasil.


Em pesquisa recente, alguns seminaristas declararam que a homossexualidade “é uma realidade comum, uma realidade cada vez mais presente” nos seus seminários. Tão normal que “chega a ser banalizada”. É uma convicção difundida entre eles “que 90% dos seminaristas hoje são homossexuais”.

A pesquisa não é muito recente. Os seus resultados foram apresentados na primavera de 2017, na “Revista Eclesiástica Brasileira” [1].

A questão é a homossexualidade nos seminários.

A homossexualidade é tabu na cúpula da Igreja há alguns meses [2]. Foi proibido falar dele também no encontro sobre os abusos sexuais, realizado entre os dias 21 e 24 de fevereiro. Mas a sua presença disseminada no clero e nos seminários é uma realidade conhecida há muito tempo, de tal forma que em 2005 a Congregação para a Educação Católica divulgou uma instrução exatamente sobre como enfrentá-la [3].

Essa instrução confirmou não só que atos homossexuais são “pecado grave”, mas também que as “tendências homossexuais profundamente arraigadas” são “objetivamente desordenadas”. Por isso, aquele que pratica esses atos, manifesta essas tendências ou de alguma maneira apoia a “cultura gay“, de forma alguma deveria ser admitido à Ordem Sagrada.

Essas são as diretrizes pastorais desde então. Mas, na realidade, quando foram aplicadas? A pesquisa mencionada anteriormente teve como objetivo verificar o que acontece hoje em dois seminários do Brasil, tomados como amostra.

Os autores da pesquisa, Elismar Alves dos Santos e Pedrinho Arcides Guareschi, ambos religiosos da Congregação do Santíssimo Redentor e especialistas em Psicologia Social, com títulos acadêmicos de prestígio, interrogaram a fundo 50 estudantes de Teologia desses seminários, obtendo resultados definitivamente alarmantes.

Antes de tudo, os entrevistados dizem que a homossexualidade nos seus seminários “é uma coisa comum, uma realidade cada vez mais presente”. Tão normal que “chega inclusive a ser banalizada”. É uma convicção difundida entre eles “que na realidade 90% dos seminaristas hoje são homossexuais”.

Alguns homossexuais – eles dizem – “buscam o seminário como meio de fuga para não assumir diante da família e da sociedade as responsabilidades vinculadas ao seu comportamento”. Outros “se descobrem homossexuais quando já estão no seminário”, encontrando ali um ambiente favorável. E quase todos, dizem que 80%, “vão em busca de parceiros sexuais”.

De fato, a homossexualidade – eles declaram -, “é uma realidade presente nos seminários não só na ordem do ser, mas também na ordem do agir”. Muitos a praticam “como se fosse uma coisa normal”. Escrevem os autores do estudo: “Na visão dos que participaram da pesquisa, no contexto atual dos seminários, uma boa parte dos seminaristas está a favor da homossexualidade. E mais. Sustenta que, se existe amor na relação homossexual, não há nada de mal. Dizem: ‘Se existe amor, o que tem de errado?'”.

Bolsonaro recebe Dom Walmor, novo presidente da CNBB




O presidente Jair Bolsonaro recebeu, na tarde desta quarta-feira, 29, Dom Walmor Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte (BH) e novo presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

A reunião foi a portas fechadas, sem autorização para imagens nem áudio da imprensa. O primeiro encontro entre as autoridades começou por volta das 14h e durou menos de uma hora, no Palácio do Planalto. Também estavam presentes membros da CNBB. 

Após a reunião, em entrevista à TV Canção Nova, Dom Walmor comentou o encontro, e disse que a visita não foi para ‘dar recados’, mas para caminhar juntos pelo bem da sociedade brasileira:

Viganò responde: "O Papa mente"


O papa não sabia de nada, nem de ideia, das perambulações do defenestrado McCarrick, disse ele em entrevista concedida à Televisa, na qual denunciou a credibilidade do arcebispo Viganò. Mentira, o acima mencionado respondeu em declarações ao LifeSiteNews.

"O que o papa disse sobre não saber de nada é mentira", respondeu o arcebispo Viganò, de seu desconhecido paradeiro ao portal LifeSiteNews. "Ele finge não se lembrar do que eu disse sobre McCarrick, e finge que não foi ele quem me perguntou sobre McCarrick em primeiro lugar."

E responde Carlo Maria Viganò, autor de um testemunho tumbativo que chocou o mundo católico e deixou literalmente sem palavras Sua Santidade, a entrevista concedida pelo Papa para a rede mexicana Televisa, no qual ele negou ter qualquer ideia de aventuras homossexuais e abusivo ex-cardeal Theodore McCarrick do agora secularizada, e acusou o arcebispo em seu artigo argumentou o contrário.

Infelizmente para a versão de Sua Santidade, o mesmo dia em que foi publicada no Vaticano Notícias transcrição da entrevista, a revista Crux relataram vazou entre o Papa correspondência, a secretária de Estado Pietro Parolin e então cardeal confirmando a existência de sanções privadas impostas ao ex-arcebispo de Washington pelo Vaticano em 2008 e McCarrick viajou em todo o globo durante o pontificado de Francisco desempenhando um papel fundamental para alcançar o polêmico pacto secreto entre a Santa Sé e o governo comunista chinês .

Papa sobre as acusações de Viganò a McCarrick: “Eu não sabia nada, caso contrário não teria permanecido calado”


O "caso McCarrick" ganha novo impulso nos Estados Unidos, com o Relatório Figuereido (do nome do monsenhor que o escreveu) de dez páginas publicadas pelo site católico Crux e, desta vez, com documentos que chamam em causa a cúpula da cúria vaticana, começando pelo Secretário de Estado Pietro Parolin (que, com base na correspondência publicada, teria tratado com McCarrick repetidamente ao longo dos anos sobre o "dossier China", que chegou à assinatura de um acordo preliminar para a nomeação dos bispos) e, principalmente, de novo, o Papa Francisco.

Ganha um novo impulso que se transforma um desafio frontal para o pontificado de Francisco, que em entrevista concedida à jornalista Valentina Alazraki, da rede mexicana Televisa (gravada dias atrás, mas divulgada pelo Vaticano uma hora após o lançamento das novas revelações sobre McCarrick) falou pela primeira vez sobre o episódio.

O Papa Francisco, após quase um ano, rompeu nesta terça-feira o silêncio sobre as acusações feitas pelo ex-núncio nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò, que em uma carta bomba havia acusado o pontífice, no final de agosto de 2018, de ter mantido silêncio sobre a gravidade do comportamento do ex-cardeal McCarrick (abusos contra menores e seminaristas).

No comunicado de 111 páginas, Viganò afirmava que ele mesmo, em uma audiência no início do pontificado, o tornara ciente da pedofilia de McCarrick, mas o papa inicialmente não teria feito nada porque se tratava de um cardeal progressista que era seu amigo e financiador de muitos projetos. O Papa agora responde e acusa indiretamente Viganò de ter mentido.

"De McCarrick eu não sabia nada, naturalmente, nada. Eu disse isso várias vezes, eu não sabia nada. Vocês sabem que eu não sabia nada sobre McCarrick, caso contrário não teria permanecido em silêncio. O motivo do meu silêncio foi, em primeiro lugar, que as provas estavam ali, eu disse a vocês: julguem vocês mesmos. Foi realmente um ato de confiança. E depois, pelo que eu vos falei sobre Jesus, que em momentos de fúria não se pode falar, porque é pior. Tudo vai contra. O Senhor nos mostrou esse caminho e eu o sigo".

O papa continua: "O (meu, ndr) silêncio desses meses é uma maneira de falar. Naquele caso, vi que Viganò não tinha lido toda a carta, então pensei que eu podia confiar na honestidade dos jornalistas, aos quais eu disse: olhem, vocês têm tudo aqui, estudem e tirem suas conclusões. E isso eles o fizeram, porque eles fizeram o trabalho, e neste caso, foi fantástico. Tomei muito cuidado para não dizer coisas que não estavam ali, mas depois acabou dizendo-as, três ou quatro meses depois, um juiz em Milão quando condenou Viganò. "

Nesta passagem, o Papa refere-se a um processo civil contra Viganò por um caso ligado à divisão da herança familiar, cujo relato foi primeiramente publicado no Corriere della Sera, já em março de 2013, e depois em exclusiva para o Huffpost no dia 14 de novembro de 2018.

"Permaneci em silêncio - explicou o Papa - porque eu teria que jogar lama. Deixe aos jornalistas descobrirem os fatos. E vocês os descobriram, vocês encontraram todo aquele mundo. Foi um silêncio baseado na confiança em vocês. Não só isso, eu também disse a vocês: peguem, estudem, é tudo. E o resultado foi bom, melhor do que se eu tivesse começado a explicar, a me defender. Vocês podem julgar com as provas nas mãos. Há outra coisa que sempre me impressionou: os silêncios de Jesus, Jesus respondia sempre, mesmo aos inimigos quando eles o provocaram, "pode-se fazer isto, aquilo", para ver se ele caia na provocação. E ele, em tal caso, respondia. Mas quando a situação se complicou na Sexta-Feira Santa, as pessoas ficaram enfurecidas, ele ficou em silêncio. A ponto de o próprio Pilatos dizer: "Por que você não me responde?" Isto é, diante de uma situação de fúria, não se pode responder. E aquela carta era um sinal de fúria, como vocês mesmo perceberam pelos resultados. Alguns de vocês até escreveram que era comprada, eu não sei, acredito que não."

O ex-núncio e toda a galáxia tradicionalista dos oponentes de Francisco chegaram a pedir a renúncia do Papa Bergoglio, porque ele teria conhecimento das sanções disciplinares dispostas por Bento XVI ao então ex-cardeal, que foi demitido do estado clerical por Francisco no início de 2019.

Nove meses depois, agora é publicado, desta vez nos EUA, um novo documento (o Relatório Figuereido) do nome do ex-secretário McCarrick que por dezenove anos foi seu elo com a Cúria e quem o elaborou. Dez pastas disponíveis em um específico site na internet. O propósito declarado da publicação de e-mails, cartas, é esclarecer, seguir a indicação do Papa Francisco no recente Motu Proprio "Voi estis lux mundi" que impõe a obrigação de denúncia para os abusos e para a ocultação. De "seguir o caminho da verdade onde quer que isso possa levar". Mas está bastante claro para onde isso está levando, isto é, a Francisco. Curiosamente, não há um único documento citado que se refira aos anos em que foi núncio Viganò. E a intenção é também influenciar a próxima Assembleia dos Bispos norte-americanos, chamados a definir as novas diretrizes para o combate aos abusos, que se reunirão de 11 a 14 de junho próximo.

Canadá: Decapitam estátua de um santo em catedral católica ucraniana


Desconhecidos danificaram e depois decapitaram a estátua de um importante santo ucraniano do lado de fora da Catedral de Vladimir e Olga, no Canadá, gerando comoção e indignação por parte do clero e dos fiéis de todo o país.

A catedral pertence à Arquieparquia de Winnipeg, uma circunscrição da Igreja Greco-Católica Ucraniana no Canadá.

O reitor da catedral, Pe. Michael Buyachok, assegurou à CBC que ficou "arrasado" após o vandalismo ocorrido na terça-feira, 21 de maio, contra a estátua de São Vladimir de Kiev.

"Eu olhei para a imagem e fiquei arrasado. É um evento trágico, porque a estátua simboliza algo para nós. Nossos paroquianos conhecem a estátua de cor", disse o Pe. Buyachok.

Alguns funcionários da igreja viram um grupo de adolescentes brincando em volta da estátua na segunda-feira, 20 de maio, pela noite.

EUA: Missouri proíbe o aborto desde o momento em que o coração do feto começa a bater


O governador do Missouri (Estados Unidos), Mike Parson, promulgou no dia 24 de maio uma lei que proíbe o aborto após oito semanas, quando é possível detectar o batimento cardíaco do feto que está no ventre de sua mãe.

"Ao assinar este projeto de lei hoje, estamos enviando um forte sinal para a nação que, no Missouri, defendemos a vida, protegemos a saúde das mulheres e advogamos pelos não-nascidos. Toda a vida tem valor e vale a pena ser protegida ", disse Parson em sua conta no Twitter depois de assinar a lei.

Segundo a plataforma proativa Live Action, a lei, conhecida como "Lei do Missouri para o Nascituro" ( House Bill 126 ), entrará em vigor em 28 de agosto. Isto inclui apenas exceções quando a vida de uma mãe está em perigo ou antes de danos permanentes, mas não antes de gravidezes devido a estupro ou incesto.

Os médicos que realizam abortos após oito semanas podem enfrentar de 5 a 15 anos de prisão e perder permanentemente suas licenças profissionais. Por outro lado, as mulheres que se submetem a um aborto não estariam sujeitas a um processo judicial.

A lei proíbe abortos por raça, sexo ou diagnóstico de síndrome de Down. Além disso, proíbe que essa prática seja realizada em um menor sem o consentimento por escrito do menor e de um dos pais ou responsáveis ​​legais. Antes de dar o consentimento, o outro pai do menor deve ser notificado.

Reino Unido: Desonhecidos ateiam fogo em uma igreja Católica


Um grupo de estranhos atearam fogo a parte do edifício que compõe a igreja da Sagrada Família, na cidade irlandesa de Derry, no Reino Unido. A polícia local disse que o incêndio foi provocado e está investigando o caso.

O incêndio ocorreu na sexta-feira, 24 de maio, por volta das 10:30 da noite na garagem adjacente ao templo, e depois se espalhou para a igreja e para a casa paroquial. O fogo foi contido pelo Serviço de Incêndio e Resgate da Irlanda do Norte, no entanto, a garagem foi completamente afetada.

Além disso, foi relatado que cerca de 20 pessoas que participaram de um evento paroquial foram evacuadas.

"Neste cenário, acreditamos que dois homens possam estar envolvidos na origem do incêndio e estamos dispostos a identificá-los", disse o detetive Fielding à mídia local Belfast Telegraph.

Em carta a Vaticano McCarrick admitiu que compartilhou cama com seminaristas, diz sacerdote


Mons. Anthony Figueiredo, sacerdote e ex-secretário de Theodore McCarrick, publicou um relatório que afirma conter citações de correspondência entre o ex-cardeal norte-americano e vários oficiais da Igreja.

Na correspondência, McCarrick teria admitido suas más condutas e confirmaria alguns relatórios sobre a resposta do Vaticano ao comportamento do ex-arcebispo de Washington. No entanto, alguns funcionários do Vaticano assinalam que o relatório de Figueiredo, sacerdote da Arquidiocese de Newark, não explica completamente a maneira como McCarrick operou em Roma.

Na terça-feira, 28 de maio, Mons. Figueiredo publicou um site "The Figueiredo Report", que contém trechos de correspondência privada entre McCarrick, o sacerdote e vários outros funcionários da Igreja.

A notícia da publicação do relatório foi dada primeiramente pela CBS News e pelo site de notícias Crux.

No entanto, o site de Figueiredo não publicou o texto completo nem as imagens das cartas.

"Eu apresento os fatos da correspondência que considero relevantes sobre as perguntas que ainda pairam sobre McCarrick”, indica o site do sacerdote.

"Esses fatos mostram claramente que os prelados do alto escalão provavelmente tinham conhecimento das ações de McCarrick e das restrições impostas a ele durante o pontificado de Bento XVI. Também mostram claramente que essas restrições não foram aplicadas, inclusive antes do pontificado de Francisco", afirma o site.

"Não me cabe julgar até que ponto a falha está no fato de não impor penas canônicas, ao invés de meras restrições, no início, ou com outros líderes da Igreja, que depois não conseguiram expor o comportamento de McCarrick e a impropriedade de sua contínua atividade pública, e que de fato poderiam ter encorajado isso", escreve o sacerdote.

Em um dos trechos que seria de uma carta de setembro de 2008 de McCarrick ao Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, o ex-cardeal escreveu que "em um (caso) particular estive em falta com um infeliz julgamento”.

"Eu sempre considerei os meus sacerdotes e os meus seminaristas como parte da minha família, e assim como compartilhei minha cama com meus primos, tios e outros parentes, sem pensar se está errado ou não, eu fiz isso em uma ocasião, quando a casa de verão diocesana estava muito cheia. Em nenhum caso houve menores envolvidos, mas homens na casa dos 20 e 30 anos".

No entanto, "nunca tive relações sexuais com ninguém: homens, mulheres ou crianças, nem jamais busquei tais atos", escreveu McCarrick ao Cardeal Bertone.

As citações extraídas por Mons. Figueiredo, que servia como diretor espiritual no Pontifício Colégio Norte-Americano em Roma, confirmariam as acusações do ex-núncio apostólico nos Estados Unidos, Arcebispo Carlo Maria Viganò, que em 2008 ordenou que McCarrick deixasse o seminário arquidiocesano onde morava.

Fontes que estiveram presentes na reunião entre o então Núncio nos Estados Unidos, o Arcebispo Pietro Sambi, e McCarrick, disseram à CNA – agência em inglês do grupo ACI – que o ex-cardeal foi expulso do seminário.

Segundo assinala Figueiredo, McCarrick escreveu uma carta a Dom Sambi depois daquela reunião, na qual teria indicado que, "tendo estudado a carta do Cardeal Re", então Prefeito da Congregação para os Bispos, "e, depois de tê-la compartilhado com o meu Arcebispo, me comprometo novamente a tentar sempre ser um bom servo da Igreja, inclusive se não entendo seus desejos em minha vida. É claro que estou pronto para aceitar a vontade do Santo Padre a meu respeito".

"No futuro, não assumirei compromissos de aceitar aparições públicas ou conversas sem a permissão explícita do Núncio Apostólico e da própria Santa Sé", acrescentou.

Em agosto de 2018, um sacerdote residente na paróquia St. Thomas The Apostle, local para onde McCarrik se mudou, contou à CNA que lhe disseram que o ex-cardeal “não podia” mais morar no seminário, e que o Cardeal Wuerl havia “ordenado” a sua mudança. O sacerdote frisou que não tinha conhecimento direto de todas as circunstâncias.

Em agosto de 2018, Mons. Anthony Figueiredo emitiu uma declaração em apoio a Dom Viganó. "Eu o conheço pessoalmente", disse o sacerdote naquela ocasião. "Eu o conheço como um homem de grande integridade, honesto", acrescentou.

Os trechos da correspondência divulgados agora por Mons. Figueiredo confirmariam alguns relatórios em relação ao papel desempenhado por McCarrick, embora algumas vezes não oficial, nos esforços diplomáticos do Vaticano, especialmente na China, durante os pontificados tanto de Bento XVI quanto de Francisco.

No entanto, fontes da Congregação para os Bispos no Vaticano indicaram à CNA que os trechos mostrados por Figueiredo oferecem apenas um contexto "parcial" de McCarrick sobre sua forma de contornar a imposição de restrições que tinha.

"McCarrick era muito bom explorando as mãos esquerda e direita, sem falar", comentou um oficial da Congregação para os Bispos.

"(O Cardeal) Re poderia lhe ter dito (a McCarrick): ‘Sem aparições, não more aqui', e então (McCarrick) ia até o Bertone e se apresentava como disponível para servir discretamente, pedia para viajar para algum lugar e usava as instruções conflitantes para se mover entre as gretas".

Outro oficial próximo à Congregação disse que McCarrick estava explorando uma cultura na qual havia uma resistência em falar claramente.

"Ele falava e escrevia sobre sua necessidade de manter um perfil discreto, sobre sua mudança de residência, mas nunca disse explicitamente o motivo. Aqueles que sabiam não precisavam falar e aqueles que não sabiam, mas suspeitavam, eram inteligentes o suficiente para não perguntar", explicou.

O mesmo oficial disse à CNA que, para entender claramente como McCarrick procedia com vários oficiais da Cúria, a Congregação para os Bispos está realizando uma investigação, sob a direção do Santo Padre.

"O homem fez um desastre completo nas comunicações com os bispos, o Estado, o Santo Padre, as dioceses, com todos", disse. "Qualquer um que quisesse saber algo sobre ele poderia encontrar três coisas diferentes em três lugares diferentes", acrescentou.

A CNA sabe, de fontes importantes em Roma, que a Arquidiocese de Washington já concluiu uma revisão de toda a correspondência pessoal de McCarrick e enviou seus resultados ao Vaticano.

Um porta-voz da Arquidiocese de Washington preferiu não comentar sobre isso.

No entanto, o porta-voz disse à CNA que "o Cardeal Wuerl disse previamente, e reitera novamente, que não estava ciente de nenhuma imposição de sanções ou restrições relativas a quaisquer acusações de abuso ou atividades impróprias de Theodore McCarrick. Com base nas descrições (dos meios de comunicação), nenhum dos documentos divulgados hoje afirma explicitamente que o Cardeal Wuerl tinha tal conhecimento".