quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Bispo no Sínodo da Amazônia: "Não podemos sacralizar tudo que é indígena, nem demonizar"


Dom Medardo de Jesús Henao del Río, Vigário Apostólico de Mitú (Colômbia), participou nesta quinta-feira da coletiva de imprensa da Sala Stampa do Vaticano e disse que "não podemos sacralizar tudo o que é indígena, nem demonizá-lo".

O Bispo incentivou a tomar os elementos, situações e celebrações indígenas “que têm, o que Santo Irineu diria, sementes do verbo e sementes de Deus” e incentivou a estudar os mitos das comunidades indígenas, para saber o que significam seus rituais e como aceitá-los; e apresentou a figura do diácono como a do “servidor da comunidade”.

Explicou que recentemente ordenou um diácono indígena pelos ritos romano e indígena e destacou que realizou o rito da ordenação diaconal "até o momento de entregar o Evangelho".

Depois, os líderes indígenas da comunidade “lhe colocaram uma coroa como um sinal do homem que adquire sabedoria dentro da comunidade e que vai guiá-la. Isso não é nenhuma oração, é um distintivo”.

“A comunidade o acolhe e diz: 'você vai nos ajudar' (...). Não é uma mistura, é assimilar certos valores que a comunidade indígena tem em comum com o valor cristão”, afirmou Dom del Río.

Também lembrou as palavras do Papa Francisco, nas quais assegurava que os diáconos "não deveriam servir em uma liturgia ao lado do bispo ou do sacerdote", e enfatizou que é "um ministério que tem muita harmonia com toda a tradição indígena”.

Bispo explica perigos de ordenar sacerdotes casados na Amazônia


O Bispo Prelado de Moyobamba (Peru), Dom Rafael Escudero López-Brea, explicou sobre os perigos de ordenar idosos casados, os chamados viri probati, como sacerdotes na Amazônia.

Em seu discurso no Sínodo da Amazônia, Dom Escudero indicou que a solução proposta pelo Instrumentum laboris ou documento de trabalho “é estudar a possibilidade de ordenar homens idosos casados, concedendo-lhes apenas a tarefa de administrar os sacramentos, mas não diz nada sobre a tarefa de ensinar e governar. Consequentemente, faz-se uma separação entre munus sanctificandi, munus regendi e munus docendi”.

A intervenção do Bispo se referiu ao documento de trabalho do Sínodo no número 129.2, que assinala: “Afirmando que o celibato é uma dádiva para a Igreja, pede-se que, para as áreas mais remotas da região, se estude a possibilidade da ordenação sacerdotal de pessoas idosas, de preferência indígenas, respeitadas e reconhecidas por sua comunidade, mesmo que já tenham uma família constituída e estável, com a finalidade de assegurar os Sacramentos que acompanhem e sustentem a vida cristã”.

quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Dom Erwin Kräutler pede ordenar homens casados e diaconisas na Amazônia


O Bispo Emérito do Xingu (Brasil), Dom Erwin Kräutler, se expressou a favor da ordenação de diaconisas e de homens casados de provada virtude, os chamados viri probati.

Ao ser perguntado sobre a ordenação dos viri probati, o prelado austríaco de 80 anos disse que, no caso da Amazônia, “não há outra possibilidade”.

Segundo Kräutler, “os povos indígenas não entendem o celibato” e, para isso, contou uma historieta:

“A primeira vez que fui, perguntaram se eu tinha mulher e, quando disse que não, eles ficaram com pena de mim”.

 Na segunda vez, continuou o Prelado, ele explicou aos indígenas que sim tinha uma mulher, mas se referia à sua mãe que vivia na Europa a 8000 km dali. “Para o povo indígena, talvez o branco possa ser celibatário, mas para eles é como diz São Paulo na Carta a Timóteo: o homem deve ser casado, esposo de uma só mulher e cuidar primeiramente de sua casa, assim, poderá cuidar da casa maior que é a comunidade”, disse em seguida.

Depois de indicar que não é contra o celibato, o Bispo disse que na situação atual “só pode haver Eucaristia quando há um homem celibatário, do contrário, não. Então, o celibato se sobressai à Eucaristia”.

Falando depois sobre as diaconisas, Dom Kräutler disse que “dois terços das comunidades indígenas (na Amazônia) são coordenadas por mulheres. Então, o que fazemos? Temos que fazer coisas concretas e sonham com o diaconato feminino. Por que não?”.

Dom Erwin Kräutler recordou ainda que ele propôs o tema da ordenação de homens casados ao Papa Francisco em 5 de abril de 2014 e que, naquela oportunidade, também falaram sobre a degradação da Amazônia.

O Bispo Emérito do Xingu é um dos prelados escolhidos pelo Sínodo da Amazônia para fazer parte da comissão de informação.

O Prelado está vinculado à Rede Eclesiástica Pan-Amazônica (REPAM) e defende há anos a ordenação sacerdotal de homens casados.

Cardeal Sarah critica que usem Sínodo da Amazônia para planos ideológicos


O Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, Cardeal Robert Sarah, advertiu que é abominável e um insulto a Deus usar o Sínodo da Amazônia para introduzir planos ideológicos, como a ordenação sacerdotal de homens casados.

O Purpurado fez esta advertência em uma entrevista publicada pelo jornal italiano ‘Corriere della Sera’.

Papa Francisco pede para não converter a fé em ideologia


O Papa Francisco pediu para não converter a vida de fé em "ideologia" e colocou como exemplo a conversão de São Paulo, que perseguiu os cristãos "pensando servir à Lei do Senhor" e, no entanto, o jovem Saulo é apresentado "como uma pessoa intransigente, isto é, alguém intolerante com os que pensavam diferente dele, absolutiza a própria identidade política ou religiosa e reduz o outro a um inimigo potencial a ser combatido”.

"Um ideólogo. Em Saulo, a religião é transformada em ideologia: ideologia religiosa, ideologia social, ideologia política", alertou o Santo Padre durante sua catequese semanal nesta quarta-feira, 9 de outubro, na Praça de São Pedro, quando presidia a Audiência Geral.

O Papa refletiu sobre o episódio bíblico da conversão do apóstolo São Paulo e explicou que é “a figura que, ao lado da de Pedro, é a mais presente e incisiva nos Atos dos Apóstolos: a de um jovem chamado Saulo. Ele é descrito, no início, como alguém que aprovou a morte de Santo Estevão e queria destruir a Igreja. Mas, depois, se tornou o instrumento escolhido por Deus para proclamar o Evangelho às nações”.

O Pontífice enfatizou que Saulo perseguia os cristãos e os capturava e, dirigindo-se aos milhares de fiéis reunidos na Praça de São Pedro, acrescentou: “Vocês que vêm de alguns povos que foram perseguidos pelas ditaduras, vocês entendem bem o que significa caçar as pessoas e capturá-las. Assim Saulo fazia”.

No entanto, o Papa disse que Saulo estava "pensando servir à Lei do Senhor". “O jovem Saulo é apresentado como uma pessoa intransigente, isto é, alguém intolerante com os que pensavam diferente dele, absolutiza a própria identidade política ou religiosa e reduz o outro a um inimigo potencial a ser combatido. Um ideólogo. Em Saulo, a religião é transformada em ideologia: ideologia religiosa, ideologia social, ideologia política”, alertou o Santo Padre.

Indígenas e religiosas fazem rituais amazônicos em igreja católica perto do Vaticano


A igreja romana de Santa Maria em Traspontina, localizada na Via della Conciliazione, a poucos metros do Vaticano, acolhe diariamente, de 4 a 27 de outubro, um evento de claro caráter sincrético, no qual se mesclam tradições indígenas da Amazônia com referências cristãs.

O evento, chamado "Momentos de Espiritualidade Amazônica" é organizado por "Amazônia Casa Comum", um espaço da Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), estabelecido de forma temporária nesta paróquia, confiada aos Carmelitas, no contexto do Sínodo da Amazônia, que acontece no Vaticano até 27 de outubro.

 
ACI Prensa, agência em espanhol do Grupo ACI, presenciou o ritual nos dias 8 e 9 de outubro. O primeiro começou às 9h45. Dentro da igreja e diante do local onde fica o Santíssimo Sacramento e junto ao altar principal, estenderam uns panos e uma rede colorida com diversos objetos, como pequenas canoas, imagens de aves, instrumentos, estatuetas, tigelas com alimentos, entre outros; e no centro um cesto de palha dentro do qual estava a imagem de uma mulher grávida nua.

Basílica de São Pedro profanada com exaltação de divindade pagã Pacha Mamma

O fato terrível ocorreu no dia de Nossa Senhora do Rosário, em que os católicos celebram a vitória na Batalha de Lepanto.


Na sexta-feira, 4 de outubro de 2019, o primeiro evento que marcou o início das atividades do Sínodo da Amazônia foi um ritual pagão nos jardins do Vaticano, que chocou os católicos do mundo inteiro. No mesmo dia, caiu parte do teto da Basílica de São Pedro, durante a celebração de uma missa para a ordenação de quatro novos bispos.

Durante a cerimônia sincretista, com danças, imagens pagãs estavam distribuídas no meio de um tapete em formato de mandala, dentre elas, a de Pacha Mamma, a Mãe Terra, e uma imagem fálica, de um indígena deitado sobre o tapete. Tudo isso na presença de clérigos e do próprio Francisco. A imagem fálica do ritual pagão lembra o curupira, que é um sátiro indígena, chamado por São José de Anchieta de “demônio da floresta”. E o pior é que eles fizeram aquele ritual pagão para homenagear São Francisco de Assis, no seu dia.

No domingo, na missa de abertura do Sínodo, Francisco utilizou uma expressão: “dar vida a uma fogueira”, para explicar o sentido de reacender o dom que está em nós.  Não há uma única passagem nas parábolas de Jesus em que se faça menção à fogueira (uma referência pagã). Mas, na homilia, há esta menção. Outra expressão utilizada na homilia, duas vezes, foi “prudência audaciosa”. Pois é óbvio que existe uma agenda a ser discutida e proposta pelo Sínodo, com brechas a ampliar ainda mais as fissuras no edifício católico.

Na segunda-feira, 7 de outubro, a imagem pagã de Pacha Mamma foi levada para o interior da Basílica de São Pedro, onde foi erguida numa canoa de madeira, com a presença de Francisco e os bispos sinodais, próximos ao altar, de onde saíram em procissão, atravessaram a Praça de São Pedro e se dirigiram – todos a pé – até o auditório em que se realizam os trabalhos sinodais. Francisco estava à porta do auditório quando chegou a imagem pagã.

Enfim, o sonho de Leonardo Boff se realizou. Eles chegaram lá. Há anos que ele defende o culto à Pacha Mamma. Francisco lhe é gratíssimo. Sabemos também o que está por trás: Pacha Mamma diverge da concepção cristã da Virgem Maria. Os indígenas têm instituições pré-conjugais, que anulam o valor da virgindade. Tudo isso foi muito chocante, no dia em que os católicos celebram a vitória Nossa Senhora do Rosário, pela vitória na Batalha de Lepanto. A Virgem Maria Santíssima foi ultrajada nesse dia. Em seu lugar, foi exaltada a Pacha Mamma, a Mãe Terra. Meu Deus!

Batizados e Enviados: A Missão.


Para celebrar o centenário da Carta Apostólica Maximum illud de Bento XV, sobre a atividade desenvolvida pelos missionários no mundo, o Papa Francisco decretou este mês de outubro como Mês Missionário Extraordinário, com o tema “Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo”. A finalidade desse decreto é despertar, em medida maior, a consciência da missão ad gentes e retomar com novo impulso a transformação missionária da vida e da pastoral. Por isso, a réplica da Cruz Missionária, abençoada pelo Papa, está percorrendo todas as dioceses do Brasil, recordando a todos a Missão da Igreja, incentivando a todos os cristãos a serem missionários, cada qual no seu próprio estado de vida e condição.

Na Evangelii Gaudium, o Papa Francisco afirma que “a ação missionária é o paradigma de toda obra da Igreja” (n. 15). Trata-se de pôr a missão de Jesus no coração da Igreja, transformando-a em critério para medir a eficácia de suas estruturas, os resultados de seu trabalho, a fecundidade de seus ministros e a alegria que eles são capazes de suscitar. Porque sem alegria não se atrai ninguém. “Sonho com uma opção missionária capaz de transformar tudo, para que os costumes, os estilos, os horários, a linguagem e toda a estrutura eclesial se tornem um canal proporcionado mais à evangelização do mundo atual que à autopreservação. A reforma das estruturas, que a conversão pastoral exige, só se pode entender neste sentido: fazer com que todas elas se tornem mais missionárias, que a pastoral ordinária em todas as suas instâncias seja mais comunicativa e aberta, que coloque os agentes pastorais em atitude constante de ‘saída’ e, assim, favoreça a resposta positiva de todos aqueles a quem Jesus oferece a sua amizade. Como dizia João Paulo II aos Bispos da Oceania, ‘toda a renovação na Igreja há de ter como alvo a missão, para não cair vítima duma espécie de introversão eclesial’.” (Evangelii Gaudium n. 27).