O Bispo Emérito do Xingu (Brasil), Dom Erwin
Kräutler, se expressou a favor da ordenação de diaconisas e de homens casados
de provada virtude, os chamados viri probati.
Ao ser perguntado sobre a ordenação dos viri
probati, o prelado austríaco de 80 anos disse que, no caso da Amazônia, “não há
outra possibilidade”.
Segundo Kräutler, “os povos indígenas não
entendem o celibato” e, para isso, contou uma historieta:
“A primeira vez que fui, perguntaram se eu
tinha mulher e, quando disse que não, eles ficaram com pena de mim”.
Na
segunda vez, continuou o Prelado, ele explicou aos indígenas que sim tinha uma
mulher, mas se referia à sua mãe que vivia na Europa a 8000 km dali. “Para o
povo indígena, talvez o branco possa ser celibatário, mas para eles é como diz
São Paulo na Carta a Timóteo: o homem deve ser casado, esposo de uma só mulher
e cuidar primeiramente de sua casa, assim, poderá cuidar da casa maior que é a
comunidade”, disse em seguida.
Depois de indicar que não é contra o celibato,
o Bispo disse que na situação atual “só pode haver Eucaristia quando há um
homem celibatário, do contrário, não. Então, o celibato se sobressai à
Eucaristia”.
Falando depois sobre as diaconisas, Dom
Kräutler disse que “dois terços das comunidades indígenas (na Amazônia) são
coordenadas por mulheres. Então, o que fazemos? Temos que fazer coisas
concretas e sonham com o diaconato feminino. Por que não?”.
Dom Erwin Kräutler recordou ainda que ele
propôs o tema da ordenação de homens casados ao Papa Francisco em 5 de abril de
2014 e que, naquela oportunidade, também falaram sobre a degradação da
Amazônia.
O Bispo Emérito do Xingu é um dos prelados
escolhidos pelo Sínodo da Amazônia para fazer parte da comissão de informação.
O Prelado está vinculado à Rede Eclesiástica
Pan-Amazônica (REPAM) e defende há anos a ordenação sacerdotal de homens
casados.
Em setembro deste ano, o Cardeal Walter
Brandmüller fez uma série de críticas ao documento de trabalho do Sínodo e
expressou sua preocupação sobre a participação do Cardeal brasileiro Claudio
Hummes, que preside a REPAM, instituição que, segundo o Bispo Emérito do Marajó
(Brasil), Mons. José Luis Azcona, teve um papel protagonista na redação do
texto.
“O fato mesmo de que o Cardeal Hummes seja o
presidente e que assim exercerá uma grave influência em sentido negativo, é
suficiente para que nossa preocupação seja fundada e realista, ao igual a no
caso dos bispos (Erwin) Kräutler, (Franz-Josef) Overbeck, etc.”, escreveu o
Cardeal alemão naquela oportunidade.
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ACI Digital
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