O Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos,
Cardeal Lorenzo Baldisseri, respondeu àqueles que criticam o Instrumentum
laboris ou documento de trabalho do Sínodo da Amazônia.
"Há críticas ao Instrumentum laboris e a
primeira coisa que devo dizer é que não é um documento pontifício", disse
o Cardeal italiano em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, na
Sala de Imprensa do Vaticano.
O Purpurado explicou que o texto é o resultado
de dois anos de trabalho durante os quais “os povos amazônicos foram escutados
e essa expressão foi coletada não apenas em uma única assembleia”, mas em
várias, nas quais “os bispos, responsáveis diretos da evangelização, escutam o
povo e devem registrar isso. Foram dois anos de preparação e essa é a síntese”.
O Secretário-Geral do Sínodo também indicou
que, “se há um cardeal ou um bispo que não concorda e vê que há conteúdos que
não correspondem, tudo bem. Contudo, direi que é necessário escutar e não
julgar, porque (o Instrumentum laboris) não é um documento magisterial. É o
documento de trabalho que será entregue aos padres sinodais e que será a base
para poder começar os trabalhos e construir o documento final do zero”.
Em seguida, o Cardeal Baldisseri disse que
"as críticas são boas, no sentido de que podem mostrar certos elementos
que, no andamento do trabalho, com este alerta, podem contribuir para um
trabalho bem feito alinhado com a Igreja".
O Purpurado indicou que a assembleia sinodal
tem uma “dimensão consultiva e não declarativa. Todo o trabalho que fazemos é
para ajudar o Santo Padre, que no final do percurso, ele mesmo decide se
publicará uma instrução ou uma carta apostólica pós-sinodal. Esse será o
documento final e será assinado pelo Papa”.
Por sua vez, o Cardeal Claudio Hummes, Relator
Geral do Sínodo, disse que o Instrumentum laboris "não é um documento do
Sínodo, mas para o Sínodo", que foi redigido após ouvir cerca de "80
mil pessoas". "No final, tudo no Sínodo será cum Petrum e sub
Petrum" (com Pedro e sob Pedro), ou seja, com o Papa e sob sua autoridade,
disse o Cardeal.
Sobre a postura dos bispos alemães que apoiam
a possibilidade de ordenar homens casados, os chamados viri probati, idosos
conhecidos por sua virtude, o Cardeal Baldisseri disse que os prelados do país
europeu “podem se expressar. Fazem parte da Igreja e estão se expressando, nada
mais”.