domingo, 13 de outubro de 2019

Contrassínodo em Roma critica o Papa sobre Amazônia


Uma centena de ultraconservadores críticos do Papa Francisco, a quem acusam de seguir os princípios progressistas da Teologia da Libertação, que propaga “ódio” e “mentiras”, reuniram-se no sábado (5) em Roma, em uma espécie de contrassínodo sobre a Amazônia.

“Lamento que, para o sínodo que será inaugurado neste domingo, não tenha sido convidado nenhum indígena que pense diferente da corrente desses missionários”, disse à AFP o indígena brasileiro Jonas Marcolino, paralelamente a um encontro realizado em um hotel elegante e central da capital italiana.

Marcolino, pertencente ao grupo étnico Macuxi, da região de Roraima, defende “o capitalismo e o progresso”. “Vim aqui para dizer que os povos indígenas querem liberdade econômica, dignidade humana, querem trabalhar, crescer e ser respeitados”, diz para uma plateia de uma centena de pessoas, entre elas o cardeal americano Raymond Burke, que lidera o setor ultraconservador contrário às reformas de Francisco.

“O que a Igreja pede em nossa região é odiar o branco, proibir a abertura de estradas, de eletricidade. É que mostra ódio e não pode ser assim”, afirma, ao se referir à corrente teológica que, segundo ele, apoia-se “no marxismo e no antagonismo entre as classes sociais”.

“Falo sobre os efeitos desta teoria, porque os resultados não são bons”, sustenta Marcolino, que estudou direito internacional e ambiental e lidera a Associação de Defensores dos Indígenas do Norte de Roraima.

As críticas às propostas do encontro de três semanas convocado pelo Papa no Vaticano roubam a atenção dos objetivos do sínodo, que deseja mobilizar o mundo em defesa da Amazônia e seus habitantes.

Secretário-Geral do Sínodo responde a críticas ao Instrumentum laboris


O Secretário-Geral do Sínodo dos Bispos, Cardeal Lorenzo Baldisseri, respondeu àqueles que criticam o Instrumentum laboris ou documento de trabalho do Sínodo da Amazônia.

"Há críticas ao Instrumentum laboris e a primeira coisa que devo dizer é que não é um documento pontifício", disse o Cardeal italiano em uma coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira, na Sala de Imprensa do Vaticano.

O Purpurado explicou que o texto é o resultado de dois anos de trabalho durante os quais “os povos amazônicos foram escutados e essa expressão foi coletada não apenas em uma única assembleia”, mas em várias, nas quais “os bispos, responsáveis diretos da evangelização, escutam o povo e devem registrar isso. Foram dois anos de preparação e essa é a síntese”.

O Secretário-Geral do Sínodo também indicou que, “se há um cardeal ou um bispo que não concorda e vê que há conteúdos que não correspondem, tudo bem. Contudo, direi que é necessário escutar e não julgar, porque (o Instrumentum laboris) não é um documento magisterial. É o documento de trabalho que será entregue aos padres sinodais e que será a base para poder começar os trabalhos e construir o documento final do zero”.

Em seguida, o Cardeal Baldisseri disse que "as críticas são boas, no sentido de que podem mostrar certos elementos que, no andamento do trabalho, com este alerta, podem contribuir para um trabalho bem feito alinhado com a Igreja".

O Purpurado indicou que a assembleia sinodal tem uma “dimensão consultiva e não declarativa. Todo o trabalho que fazemos é para ajudar o Santo Padre, que no final do percurso, ele mesmo decide se publicará uma instrução ou uma carta apostólica pós-sinodal. Esse será o documento final e será assinado pelo Papa”.

Por sua vez, o Cardeal Claudio Hummes, Relator Geral do Sínodo, disse que o Instrumentum laboris "não é um documento do Sínodo, mas para o Sínodo", que foi redigido após ouvir cerca de "80 mil pessoas". "No final, tudo no Sínodo será cum Petrum e sub Petrum" (com Pedro e sob Pedro), ou seja, com o Papa e sob sua autoridade, disse o Cardeal.

Sobre a postura dos bispos alemães que apoiam a possibilidade de ordenar homens casados, os chamados viri probati, idosos conhecidos por sua virtude, o Cardeal Baldisseri disse que os prelados do país europeu “podem se expressar. Fazem parte da Igreja e estão se expressando, nada mais”.

Estamos à beira de um ecossocialismo na Igreja?


O Papa Bento XVI quando escreveu o livro: “Jesus de Nazaré” afirmou que, da mesma forma como o diabo tentou nosso Senhor sugerindo-Lhe que transformasse pedras em pães, assim também a Igreja, ao longo de seus milênios de existência, foi e é tentada pelo mesmo adversário a erradicar a miséria do mundo matando a fome de seus habitantes. Por vezes, líderes da Igreja, inclusive alguns bens intencionados, sentiram-se fracassados por acreditarem ser esta a missão exclusiva da Igreja nesta Terra e impotentes diante da afirmação do próprio Mestre: “Pobres, sempre tereis entre vós”. (Jo12,8).

Como bem recordou recentemente o Cardeal Sarah: “A Igreja está gravemente equivocada quanto à natureza da crise real se ela acha que a sua missão essencial é oferecer soluções para todos os problemas políticos relacionados com a justiça, a paz, a pobreza, a recepção de migrantes etc., enquanto negligencia a evangelização”. Embora tudo isso seja importante, claro, ela jamais deve descurar de sua missão primária que é a de levar Cristo aos homens. Somente Ele pode revelar o homem ao próprio homem! (Veritatis Splendor).

Na década de 70, um grupo de teólogos na América Latina, inspirando-se no método sócio-analítico-marxista, fez uma releitura da Sagrada Escritura e da própria Teologia e criaram a Teologia da Libertação. Partindo do pressuposto verdadeiro de que Cristo Jesus liberta o homem de todas as suas prisões, sobretudo daquela que é a origem de todas as demais: o pecado; caíram no erro de reduzir a pobreza material a uma espécie de categoria teológica como a única inerente ao homem!

Tal análise, caiu consequentemente numa visão unilateral esquecendo-se de que, como nos diz o livro do Apocalipse, diante de Deus todo homem é miserável, pobre, cego e nu! (Cf. Ap. 3,17). Ou seja, lutando pela bandeira ideológica de um partido dos pobres com o propósito de que todos tivessem o que chamavam de “vida plena”, não se deram conta de que ainda que todas as necessidades materiais do homem sejam supridas, este mesmo homem tem uma alma que é imortal e que tem sede de um Deus que é infinito!

É por esta razão que, embora muitos países de primeiro mundo tenham as necessidades materiais básicas de sua população supridas, mesmo assim, gastam em demasia com ansiolíticos e antidepressivos, pois, como nos disse nosso Senhor, a vida de um homem não consiste na acumulação de bens. (cf. Lc12,16).

Assim, o que era previsível aconteceu: os pobres buscavam os mantimentos mensais nos círculos de reflexão marxista e iam se alimentar da Palavra nas seitas protestantes, que, neste meio tempo, nadaram de braçada! De fato, nosso Senhor respondeu ao maligno: “Nem só de pão vive o homem, mas de toda Palavra da boca de Deus”. (Mt4,4).

Percebendo seu método ineficaz de se disseminar, caindo no descrédito e em plena agonia, a mesma famigerada Teologia da Libertação, percebendo ainda que seu conceito de “pobre” era ineficaz e muito distante que estava e está de compreender a pobreza evangélica que é algo muito mais abrangente, ressurge com o mesmo método, mas com uma nova bandeira: uma espécie de “ecossocialismo”, uma releitura marxista de nossos tempos. O “crucificado” não é mais o pobre material, mas a “Mãe Terra” que grita por libertação! A mesma ideologia trocou de roupa!

Cardeal Sarah: "Opor-se ao papa é estar fora da Igreja".

Ao fazer tal declaração, o Cardeal Sarah nos adverte que precisamos ter cuidado ao nos referirmos ao Vigário de Cristo na terra. Por mais que os ânimos estejam inflamados, precisamos manter o respeito à pessoa do Santo Padre o Papa. Podemos debater sobre possíveis problemas sobre o atual pontificado, mas nunca faltando com o respeito.

O cardeal guineense Robert Sarah, prefeito da Congregação para o Culto Divino e os Sacramentos, disse que as pessoas que o retratam como oponente do Papa Francisco estão sendo usadas pelo diabo para ajudar a dividir a igreja.

“A verdade é que a igreja é representada na terra pelo vigário de Cristo, ou seja, pelo papa. E quem é contra o papa está, ipso facto, fora da igreja”, disse o cardeal em uma entrevista publicada em 7 de outubro em Corriere della Sera, um diário italiano.

O cardeal de 74 anos, que o Papa Francisco nomeou em 2014 como chefe do escritório que supervisiona os assuntos litúrgicos, muitas vezes é retratado como um crítico do Papa Francisco, especialmente por causa da atitude cautelosa do cardeal em receber migrantes muçulmanos na Europa, sua preocupação com a igreja agindo mais como uma agência de serviço social do que como uma igreja missionária e sua abordagem tradicional à liturgia.

A peça Corriere foi publicada para coincidir com o lançamento de uma nova entrevista com o cardeal Sarah, “The Day is Now Far Spent” (O dia está agora muito distante). A edição em inglês foi lançada em 22 de setembro pela Ignatius Press nos Estados Unidos.

A dedicação do livro do cardeal diz: “Para Bento XVI, arquiteto inigualável da reconstrução da igreja. Para Francisco, filho fiel e dedicado de Santo Inácio. Para os sacerdotes de todo o mundo em ação de graças por ocasião do meu jubileu de ouro do sacerdócio, “que era 20 de julho.

Na entrevista ao Corriere, perguntaram ao cardeal qual era a “verdade” sobre seu relacionamento com o papa Francisco.

“A verdade é que muitas pessoas escrevem não para dar testemunho da verdade, mas para colocar as pessoas umas contra as outras, para prejudicar os relacionamentos humanos”, disse ele. “A verdade não importa para eles.”

“Aqueles que me colocam em oposição ao Santo Padre não podem apresentar uma única palavra minha, uma única frase ou uma única atitude minha para apoiar suas afirmações absurdas – e eu diria diabólicas”, ​​disse o cardeal Sarah. “O diabo se divide, coloca as pessoas umas contra as outras.”

Bispos debatem por que protestantes crescem na Amazônia e católicos não


Entre os diferentes debates dos círculos menores no Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que está acontecendo em Roma até 27 de outubro, fala-se sobre por que os protestantes crescem na Amazônia e os católicos estão estagnados ou, inclusive, reduzindo o seu número.

No briefing informativo organizado nesta sexta-feira, 11 de outubro, na Sala de Imprensa do Vaticano, para fazer um resumo dos trabalhos do Sínodo, discutiu-se sobre o forte crescimento das Igrejas e comunidades evangélicas entre a população da Amazônia em detrimento dos fiéis da Igreja Católica.

A questão concreta que foi levantada foi que os missionários católicos da Amazônia colocam o acento no social, enquanto os pastores evangélicos falam do Evangelho.

O Cardeal Carlos Aguiar Retes, Arcebispo do México, explicou que no círculo menor do Sínodo no qual está trabalhando, um delegado fraterno (membro de uma Igreja protestante) disse que os bispos “precisam levar muito em consideração que as pessoas querem, antes de tudo, a Palavra de Deus”.

O Cardeal Aguiar afirmou:“acredito que o Papa Francisco já nos deu um testemunho muito forte na Evangelii gaudium, na Laudato si’ e em seus diversos comunicados de que devemos comunicar, prioritariamente, a Palavra de Deus para que as pessoas possam entrar em uma interiorização de seu relacionamento com Deus e uma forte experiência de vida, e então sim, comprometer-se com os demais.

Por outro lado, Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas (TO), enfatizou que a migração de uma Igreja para outra é um fenômeno religioso complexo que não pode ser explicado por uma única razão.

“Há muitas razões juntas. Chamamos isso de 'trânsito religioso'. Existem alguns estudos que mostram que algumas pessoas migraram de Igreja não apenas uma vez, mas seis vezes. É um fenômeno muito complexo que requer mais tempo para analisar”, explicou.

Ele insistiu que a migração de uma religião para outra “é um fato, mas não há um critério único, um único motivo. Há muitas razões que fazem as pessoas mudarem de uma Igreja para a outra”.

Além disso, assinalou que “internamente, dentro do mundo evangélico, essa migração existe com muita frequência. Basta que uma pessoa não concorde com a opinião do pastor para fundar outra Igreja. Existem mais igrejas do que você pode imaginar”.

Em sua opinião, trata-se de um fenômeno que reflete a vulnerabilidade das pessoas, que faz com que "se afastem de sua Igreja". Para entender, é preciso compreender que as populações da Amazônia têm necessidades materiais que nem sempre podem ser atendidas. Têm deficiências no acesso à saúde, educação etc. e "essas igrejas (evangélicas) prometem: prometem boa economia, casamento, felicidade".

Homilia do Papa Francisco na canonização de Irmã Dulce e outros beatos


SANTA MISSA E CANONIZAÇÃO DOS BEATOS:
GIOVANNI ENRICO NEWMAN, GIUSEPPINA VANNINI,
MARIA TERESA CHIRAMEL MANKIDIYAN, DULCE LOPES PONTES, MARGARITA BAYS

HOMILIA DO SANTO PADRE FRANCISCO

Praça de São Pedro
Domingo, 13 de outubro de 2019

«A tua fé te salvou» (Lc 17, 19). É o ponto de chegada do Evangelho de hoje, que nos mostra o caminho da fé. Neste percurso de fé, vemos três etapas, vincadas pelos leprosos curados, que invocam, caminham e agradecem.

Primeiro, invocar. Os leprosos encontravam-se numa condição terrível não só pela doença em si, ainda hoje difusa e devendo ser combatida com todos os esforços possíveis, mas pela exclusão social. No tempo de Jesus, eram considerados impuros e, como tais, deviam estar isolados, separados (cf. Lv 13, 46). De facto, quando vão ter com Jesus, vemos que «se mantêm à distância» (Lc 17, 12). Embora a sua condição os coloque de lado, todavia diz o Evangelho que invocam Jesus «gritando» (17, 13) em voz alta. Não se deixam paralisar pelas exclusões dos homens e gritam a Deus, que não exclui ninguém. Assim se reduzem as distâncias, e a pessoa sai da solidão: não se fechando em auto lamentações, nem olhando aos juízos dos outros, mas invocando o Senhor, porque o Senhor ouve o grito de quem está abandonado.

Também nós – todos nós – necessitamos de cura, como aqueles leprosos. Precisamos de ser curados da pouca confiança em nós mesmos, na vida, no futuro; curados de muitos medos; dos vícios de que somos escravos; de tantos fechamentos, dependências e apegos: ao jogo, ao dinheiro, à televisão, ao telemóvel, à opinião dos outros. O Senhor liberta e cura o coração, se O invocarmos, se lhe dissermos: «Senhor, eu creio que me podeis curar; curai-me dos meus fechamentos, livrai-me do mal e do medo, Jesus». No Evangelho de Lucas, os primeiros a invocar o nome de Jesus são os leprosos. Depois fá-lo-ão também um cego e um dos ladrões na cruz: pessoas carentes invocam o nome de Jesus, que significa Deus salva. De modo direto e espontâneo chamam Deus pelo seu nome. Chamar pelo nome é sinal de confidência, e o Senhor gosta disso. A fé cresce assim, com a invocação confiante, levando a Jesus aquilo que somos, com franqueza, sem esconder as nossas misérias. Invoquemos diariamente, com confiança, o nome de Jesus: Deus salva. Repitamo-lo: é oração. A oração é a porta da fé, a oração é o remédio do coração.

Caminhar é a segunda etapa. Neste breve Evangelho de hoje, aparece uma dezena de verbos de movimento. Mas o mais impressionante é sobretudo o facto de os leprosos serem curados, não quando estão diante de Jesus, mas depois enquanto caminham, como diz o texto: «Enquanto iam a caminho, ficaram purificados» (17, 14). São curados enquanto vão para Jerusalém, isto é, palmilhando uma estrada a subir. É no caminho da vida que a pessoa é purificada, um caminho frequentemente a subir, porque leva para o alto. A fé requer um caminho, uma saída; faz milagres, se sairmos das nossas cómodas certezas, se deixarmos os nossos portos serenos, os nossos ninhos confortáveis. A fé aumenta com o dom, e cresce com o risco. A fé atua, quando avançamos equipados com a confiança em Deus. A fé abre caminho através de passos humildes e concretos, como humildes e concretos foram o caminho dos leprosos e o banho de Naaman no rio Jordão, que ouvimos na primeira Leitura (cf. 2 Re 5, 14-17). O mesmo se passa conosco: avançamos na fé com o amor humilde e concreto, com a paciência diária, invocando Jesus e prosseguindo para diante.

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Quem financia a iniciativa “Amazônia Casa Comum” durante o Sínodo?


Durante a realização do Sínodo da Amazônia, em Roma, a Igreja de Santa Maria em Traspontina é a sede da iniciativa “Amazônia: Casa Comum”, na qual se realiza um evento diário de caráter sincrético chamado “Momentos de espiritualidade amazônica”, no qual se misturam tradições indígenas da Amazônia com referências cristãs.

Entre as organizações envolvidas nesta iniciativa e em outros eventos em Roma, por ocasião do Sínodo, estão a Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM), duas agências de ajuda dos bispos da Alemanha e uma confederação de grupos sociais com sede em Bruxelas (Bélgica).

A iniciativa ‘Amazônia Casa Comum’ “é um esforço para tentar reunir as diferentes instituições da região amazônica, membros da Igreja ou a ela vinculados, que vieram a Roma para ter um espaço comum e um calendário comum. Mas cada instituição é responsável por seus eventos”, explicou Mauricio López Oropeza, secretário-geral da REPAM, em declarações à CNA, agência em inglês do Grupo ACI.

A REPAM, presidida pelo Cardeal brasileiro Claudio Hummes, é um dos 14 grupos do comitê organizador da iniciativa ‘Amazônia Casa Comum’, ressaltou López.

“Cada caso é diferente e eles estão compartilhando essa diversidade e espiritualidade de seu próprio contexto. Isso é o que eu sei. Existem cerca de 390 comunidades indígenas na região amazônica e a espiritualidade faz parte de toda cultura”, explicou.

A REPAM se descreve como uma organização que defende os direitos e a dignidade dos povos indígenas na Amazônia.

O Bispo emérito de Marajó, na Amazônia brasileira, Dom José Luis Azcona, disse em agosto deste ano que o trabalho do REPAM se baseia em um "pensamento único" que "ameaça" o caminho da sinodalidade e a unidade eclesial do Brasil.

Essas críticas foram negadas pelo presidente da REPAM, o bispo brasileiro de 85 anos, Cardeal Claudio Hummes, e outro importante colaborador da organização, o bispo austro-brasileiro, Dom Erwin Kräutler, que, há anos, defendem a ordenação de homens casados e o sacerdócio feminino.

O Cardeal Hummes é o Relator Geral do Sínodo da Amazônia.

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Brasil terá sua primeira santa neste domingo


No dia 13 de outubro, o Papa Francisco canonizará a Beata Dulce Lopes Pontes, que será a primeira santa brasileira, conhecida como o "anjo bom da Bahia".

A futura santa é lembrada por ser a imagem da caridade, pois dedicou sua vida a cuidar dos pobres e realizou um importante trabalho social na Bahia, onde fundou hospitais de caridade e uma rede de apoio social.

Será declarada santa 27 anos após sua morte, sendo a terceira canonização mais rápida na história recente da igreja, depois de São João Paulo II (9 anos após sua morte) e Santa Teresa de Calcutá (19 anos após sua morte).

Sua vida

Maria Rita Lopes Pontes nasceu em Salvador (BA), em 26 de maio de 1914, foi a segunda de cinco irmãos. Seu pai, Augusto, era dentista e professor da Faculdade de Odontologia, sua mãe, Dulce Maria, morreu em 1921, aos 26 anos.

Maria Rita, aos 13 anos, começou a acolher em sua casa mendigos e doentes, transformando a residência da família em um centro de atendimento. A casa ficou conhecida como "A Portaria de São Francisco", devido ao grande número de pessoas carentes que acolhia.

Junto com uma de suas tias, conheceu os lugares mais carentes da cidade, ficando marcada pela pobreza. Seu interesse pela vida religiosa despertou durante sua adolescência. Assim, em 1933, após se formar como professora, ingressou no Instituto das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, com o nome de Dulce, em homenagem a sua mãe.

Irmã Dulce entregou sua vida ao serviço aos necessitados, fundou a União dos Trabalhadores de São Francisco, um movimento cristão de trabalhadores na Bahia, o Hospital Santo Antônio e uma rede de apoio social que administrou até o dia de sua morte.