O caso da menina que interrompeu uma gravidez
de 22 semanas, com apenas 10 anos de idade, mobilizou as discussões sobre o
tema ao redor do país. Após ter o procedimento negado em um hospital do
Espírito Santo, estado onde mora, a garota teve que viajar para o Recife, em
Pernambuco, onde o aborto foi realizado pelo obstetra Olímpio Moraes, no Centro
Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam).
Moraes pode parecer, a priori, um nome desconhecido
ao público geral, mas é um profissional conhecido quando o assunto é o aborto,
principalmente quando há casos de crianças que ficam grávidas e a opção é por
interromper a gestação, como ocorreu com a garota de 10 anos.
O procedimento realizado neste final de semana
não foi o primeiro em que o médico viu uma forte repercussão sobre seu nome. Em
março de 2009, Olímpio fez o aborto de uma criança ainda mais jovem, com nove
anos. A gestação, na ocasião, ocorreu após um abuso que a menor sofria desde os
seis anos pelo padrasto na casa em que vivia, em Alagoinha, no agreste de
Pernambuco.
O aborto não foi completado sem que houvesse
forte protesto contra o obstetra. Após realizar o procedimento, Moraes acabou
excomungado pela Igreja Católica, pela segunda vez, já que a primeira fora
determinada em 2006, quando ele foi apontado como o responsável pela campanha
que distribuiu gratuitamente a chamada “pílula do dia seguinte” durante e após
o carnaval.