A viagem do Papa Francisco ao Iraque, prevista para acontecer de 5 a 8 de março, está incerta devido às consequências da pandemia do coronavírus.
O Santo Padre, durante a entrevista que concedeu recentemente ao Canal 5 da Itália, afirmou que não sabe se essa viagem finalmente acontecerá.
No entanto, os organizadores continuam com os preparativos e o Patriarcado da Babilônia dos Caldeus já apresentou o lema e a logo da viagem apostólica.
O lema, "Todos sois irmãos", extraído de uma passagem do Evangelho de São Mateus, é uma declaração de intenções: o Papa vem propor uma ideia de fraternidade de tal modo que a viagem ao Iraque seria uma continuação da realizada em 2019 aos Emirados Árabes Unidos.
Em relação à logo, representa o mapa do Iraque com seus emblemas históricos: os rios Tigre e Eufrates e a palmeira. Uma pomba da paz voa com um ramo de oliveira sobre as bandeiras entrelaçadas do Iraque e do Vaticano.
Esta viagem é especialmente esperada pelas autoridades iraquianas que acreditam que a visita papal ajudará a resolver uma situação especialmente difícil. Por enquanto, o simples anúncio da viagem já teve alguns efeitos positivos para a convivência.
Um deles foi a inclusão do Dia de Natal entre os feriados nacionais, proclamado pelo Parlamento iraquiano.
Outro gesto, talvez mais do que um gesto, foi a decisão do líder muçulmano-xiita iraquiano, o clérigo Muqtada al Sadr, e chefe do grupo Sadrista com forte representação no Parlamento, de criar um Comitê encarregado de coletar informações sobre as denúncias de expropriação indevida de imóveis de proprietários cristãos em várias regiões do país.
A restituição das casas expropriadas aos cristãos é uma medida que visa a reconciliação entre iraquianos de diferentes religiões e um ato de justiça que Sadr vem promovendo desde 2016.
Além disso, o governo iraquiano está promovendo várias medidas para facilitar o retorno dos cristãos aos territórios dos quais foram expulsos pelo Estado Islâmico. Para o governo iraquiano, essa é uma medida necessária para a reconstrução do país.
Caso seja finalmente realizada, a viagem do Pontífice ao Iraque incluirá a capital, Bagdá, a Planície de Ur, ligada à memória de Abraão, e as cidades de Erbil, Mosul e Qaraqosh, na Planície de Nínive.