domingo, 27 de junho de 2021

A CPI, a ciência e o realismo cristão



A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, com suas “revelações” (na maioria das vezes apenas confirmações do que já se sabia), suas jogadas políticas e seus lances intempestivos, tem sido o principal foco da mídia brasileira nos últimos tempos. Num dos países com maior número de mortes por Covid-19 no mundo todo, onde as políticas públicas de enfrentamento à pandemia são continuamente questionadas por um lado ou outro do espectro político, acabando julgadas no Supremo Tribunal Federal, todos os esforços para apurar responsabilidades e melhorar a gestão da saúde pública são bem-vindos.

Infelizmente, todas as questões que envolvem o Estado tendem a ser instrumentalizadas nos jogos de poder e espetacularizadas por políticos desejosos de projeção midiática e ganhos eleitorais. Além disso, frequentemente, nesse contexto, existem dúvidas bem fundamentadas sobre a idoneidade tanto dos acusados quanto dos acusadores. Essa situação gera um misto de raiva e frustração, que é compreensível, mas não ajuda a um posicionamento justo e construtivo na resolução dos problemas ou em nosso posicionamento político.

A doutrina social da Igreja não pode responder a perguntas como “as vacinas ou o tratamento precoce são eficazes contra a Covid-19?”, “houve corrupção na compra de vacinas e outros insumos no período da pandemia?”. São questões que dependem de análises científicas e de averiguações policiais. Contudo, a sabedoria da Igreja pode nos ajudar a termos uma postura mais adequada para avaliar as conclusões vindas da ciência, as informações obtidas nas investigações e a própria conduta das personalidades públicas envolvidas.

O bom uso da ciência

Durante os depoimentos dados na CPI, frequentemente se falou “em nome da ciência” ou se pediu para que fossem ouvidas “as duas partes da ciência”, como se a informação científica fosse uma questão de posição num espectro político-ideológico. A ciência é um modo de conhecermos a realidade, não o único, mas aquele que se mostrou mais eficiente ao longo da história humana. A própria doutrina católica reconhece o seu valor nesse sentido, inclusive no enfrentamento à pandemia de Covid.

Não existem duas ciências. Contudo, seus resultados se baseiam em dados observados e, caso sejam numéricos, analisados em termos estatísticos. Quando muitos cientistas, em locais diferentes, estudam o mesmo problema, certas conclusões podem diferir das demais. Nesses casos, cabe à comunidade científica se debruçar sobre os resultados diferentes, compará-los, verificar quais são os mais frequentes e quais as eventuais explicações para as discrepâncias observadas. Ao longo dos séculos, foram desenvolvidos métodos rigorosos para realizar essas verificações e os bons cientistas estão capacitados para aplicar esses métodos e dizerem o que, provavelmente, está mais correto.

Esse era o caso, por exemplo, dos tratamentos precoces e do distanciamento social. Alguns resultados pareciam confirmar a eficácia dos tratamentos precoces, mas o conjunto das pesquisas realizadas no mundo mostraram que eles não apresentavam os efeitos prometidos. Os estudos também demonstraram que o distanciamento social não resolvia os problemas, mas com certeza evitava um mal maior. Nesse segundo caso, outra questão importante é a do uso adequado das políticas de distanciamento social. Quanto mais bem feito e consciencioso, mais proteção contra a pandemia e menor seu custo socioeconômico. Essas constatações não são posicionamentos ideológicos, mas a aceitação de nosso melhor instrumento para conhecer a realidade.

Ciência e moral

A ciência não nos diz o que fazer, apenas nos informa sobre as consequências concretas mais prováveis para nossas ações. A decisão do que fazer é um discernimento ético, que se baseia num conjunto de fatores, inclusive dos dados científicos. O problema do chamado negacionismo é a recusa em aceitar a realidade tal qual ela se apresenta nesse momento. É uma opção moral, ainda que geralmente inconsciente, de colocar a própria opinião ou o próprio desejo acima da realidade – em clara oposição ao realismo que historicamente orientou o pensamento católico.

Nesse sentido, é forçoso reconhecer, o erro do governo não foi ter uma opinião favorável ao tratamento precoce, mas sim colocar opiniões pessoais, defendidas por leigos ou por uma parcela minoritária de médicos, acima das conclusões resultantes de avaliações embasadas nos dados mais completos, tomadas pela maioria dos cientistas especializados nessas questões. Nada impede uma equipe de pesquisadores de continuar fazendo pesquisas com o tratamento precoce, mas o gestor público deve se orientar pelas conclusões mais bem fundamentadas naquele momento. Não se trata de cientificismo, mas de responsabilidade moral frente ao bem comum.

O circo político

As CPI são um instrumento para que deputados e senadores possam exercer uma de suas funções, como representantes do povo, que é a de fiscalizar a administração pública. Nesse sentido, a existência de uma CPI já indica que o sistema não funcionou adequadamente. Em primeiro lugar, porque existe uma dúvida minimamente fundamentada sobre o desempenho do governo. Em segundo lugar, porque representantes do povo terão que desempenhar um papel próprio da autoridade judicial – e não do legislativo.

Essa “disfuncionalidade” se torna evidente na tomada de depoimentos nas CPI. Os deputados e senadores não estão familiarizados com interrogatórios e algumas vezes parecem mais estar se apresentando num palanque do que inquirindo uma testemunha. Acusados de corrupção se apresentam como defensores da moralidade pública ao interrogar os depoentes. A truculência das perguntas muda em função do sexo e da posição política do interrogado.

Daí a frequente comparação entre as CPI e um “circo”, um espetáculo para o público, e não uma investigação de responsabilidades. Trata-se de uma limitação inerente ao sistema democrático em seu conjunto. É justo trabalhar para que o sistema como um todo se mostre mais eficiente, demonstrando mais seriedade e construindo melhor o bem comum. Contudo, não se pode usar essas fragilidades como justificativa para ignorar o trabalho de fiscalização do poder público ou para pactuar com a impunidade.

Onde ciência e religião dialogam para enfrentar o coronavírus


Num momento de tantas polêmicas sobre quarentenas e drogas alternativas, de busca de solidariedade e esperança, precisamos ter claro como, na perspectiva católica, pode haver um diálogo entre ciência e religião – e como ele nos ilumina na luta contra a Covid-19. A Santa Sé conta com órgãos voltados especificamente para o diálogo com a ciência e a técnica no mundo atual. Em fins de março, três deles lançaram documentos voltados especificicamente à crise atual. As Pontifícias Academias de Ciências e de Ciências Sociais publicaram, em coautoria, Responding to the Pandemic, Lessons for Future Actions and Changing Priorities (em português: “Respondendo à pandemia, lições para ações futuras e mudança de prioridades”) e a Pontifícia Academia para a Vida, Pandemia y Fraternidad Universal (título da versão em espanhol).

As três academias caminham no mesmo sentido, exortando o trabalho dos cientistas e o apoio dos governos à pesquisa (ainda que reconhecendo os limites inerentes ao conhecimento científico); chamando os entes públicos à responsabilidade diante da vida das pessoas, particularmente dos mais pobres e vulneráveis; valorizando a solidariedade entre todos na sociedade e a cooperação internacional. Pode parecer que esses tópicos, assim resumidos, apenas façam coro às posições externalizadas pela maior parte da mídia e da opinião pública. Mas, na verdade, sua implicação é muito maior.

O realismo diante da ciência

O cristianismo sempre procurou se afastar das superstições e ilusões. Por isso, na Antiguidade e na Idade Média, realizou um intenso diálogo com a filosofia, confiante em que a verdade é sempre única, ainda que se manifeste de muitas formas, e todos os que a buscam sinceramente podem se entender. A doutrina católica condena, por isso, tanto a ideologia negacionista, que não quer reconhecer o conhecimento científico quando esse contraria sua visão de mundo, quanto a ideologia cientificista, que espera usar a ciência para validar o comportamento humano e a moral.

Trata-se de uma postura realista em relação à ciência. A investigação baseada no método científico mostrou que não podemos confiar de modo inquestionável em nossa percepção da realidade, pois ela muitas vezes é falha. O exemplo clássico e o de uma vara mergulhada em águas claras: ela parece “se quebrar” na superfície e sofrer um pequeno desvio na parte submersa, por causa de uma ilusão de ótica explicada pela física. A ciência elucida o fenômeno e mostra o erro de nossos sentidos. No mundo atual, não podemos simplesmente negar os dados da ciência porque eles nos desagradam. Mas os cientistas também erram. Um importante filósofo da ciência, Karl Popper, afirma que a ciência nunca pode afirmar com certeza quando uma afirmação é certa, apenas quando é errada. O fato de todas as evidências corroborarem uma hipótese, não significa que amanhã não surgirá uma nova evidência que mostre seu erro. Basta essa única evidência contrária para sabermos que a teoria está errada e deve ser descartada ou revista. O bom cientista está sempre disposto a reconhecer erros em suas teorias e render-se a novas evidências.

Para que um trabalho científico ser aceito, deve passar por uma “revisão por pares”, isso é, outros cientistas que conhecem profundamente o assunto devem fazer uma revisão do estudo, para verificar se a metodologia foi bem aplicada, se os dados não foram falseados e se as conclusões fazem sentido. É esse sistema que faz o conhecimento científico atual tão consistente e confiável, em contraposição às teses negacionistas que se baseiam em percepções subjetivas e individuais da realidade.

sexta-feira, 25 de junho de 2021

Mensagem do Papa Francisco para o 1º Dia Mundial dos Avós e Idosos


MENSAGEM DO SANTO PADRE FRANCISCO
PARA O I DIA MUNDIAL DOS AVÓS E DOS IDOSOS

[4º domingo de julho – 25 de julho de 2021]
«Eu estou contigo todos os dias»

 
Queridos avôs, queridas avós!

«Eu estou contigo todos os dias» (cf. Mt 28, 20) é a promessa que o Senhor fez aos discípulos antes de subir ao Céu; e hoje repete-a também a ti, querido avô e querida avó. Sim, a ti! «Eu estou contigo todos os dias» são também as palavras que eu, Bispo de Roma e idoso como tu, gostaria de te dirigir por ocasião deste primeiro Dia Mundial dos Avós e dos Idosos: toda a Igreja está solidária contigo – ou melhor, connosco –, preocupa-se contigo, ama-te e não quer deixar-te abandonado.

Bem sei que esta mensagem te chega num tempo difícil: a pandemia foi uma tempestade inesperada e furiosa, uma dura provação que se abateu sobre a vida de cada um, mas, a nós idosos, reservou-nos um tratamento especial, um tratamento mais duro. Muitíssimos de nós adoeceram – e muitos partiram –, viram apagar-se a vida do seu cônjuge ou dos próprios entes queridos, e tantos – demasiados – viram-se forçados à solidão por um tempo muito longo, isolados.

O Senhor conhece cada uma das nossas tribulações deste tempo. Ele está junto de quantos vivem a dolorosa experiência de ter sido afastado; a nossa solidão – agravada pela pandemia – não O deixa indiferente. Segundo uma tradição, também São Joaquim, o avô de Jesus, foi afastado da sua comunidade, porque não tinha filhos; a sua vida – como a de Ana, sua esposa – era considerada inútil. Mas o Senhor enviou-lhe um anjo para o consolar. Estava ele, triste, fora das portas da cidade, quando lhe apareceu um Enviado do Senhor e lhe disse: «Joaquim, Joaquim! O Senhor atendeu a tua oração insistente» [1]. Giotto dá a impressão, num afresco famoso [2], de colocar a cena de noite, uma daquelas inúmeras noites de insónia a que muitos de nós se habituaram, povoadas por lembranças, inquietações e anseios.

Ora, mesmo quando tudo parece escuro, como nestes meses de pandemia, o Senhor continua a enviar anjos para consolar a nossa solidão repetindo-nos: «Eu estou contigo todos os dias». Di-lo a ti, di-lo a mim, a todos. Está aqui o sentido deste Dia Mundial que eu quis celebrado pela primeira vez precisamente neste ano, depois dum longo isolamento e com uma retomada ainda lenta da vida social: oxalá cada avô, cada idoso, cada avó, cada idosa – especialmente quem dentre vós está mais sozinho – receba a visita de um anjo!

Este anjo, algumas vezes, terá o rosto dos nossos netos; outras vezes, dos familiares, dos amigos de longa data ou conhecidos precisamente neste momento difícil. Neste período, aprendemos a entender como são importantes, para cada um de nós, os abraços e as visitas, e muito me entristece o facto de as mesmas não serem ainda possíveis em alguns lugares.

Mas o Senhor envia-nos os seus mensageiros também através da Palavra divina, que Ele nunca deixa faltar na nossa vida. Cada dia, leiamos uma página do Evangelho, rezemos com os Salmos, leiamos os Profetas! Ficaremos comovidos com a fidelidade do Senhor. A Sagrada Escritura ajudar-nos-á também a entender aquilo que o Senhor nos pede hoje na vida. De facto, Ele manda os operários para a sua vinha a todas as horas do dia (cf. Mt 20, 1-16), em cada estação da vida. Eu mesmo posso dar testemunho de que recebi a chamada para me tornar Bispo de Roma quando tinha chegado, por assim dizer, à idade da aposentação e imaginava que já não podia fazer muito de novo. O Senhor está sempre junto de nós – sempre – com novos convites, com novas palavras, com a sua consolação, mas está sempre junto de nós. Como sabeis, o Senhor é eterno e nunca vai para a reforma. Nunca.

No Evangelho de Mateus, Jesus diz aos Apóstolos: «Ide, pois, fazei discípulos de todos os povos, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a cumprir tudo quanto vos tenho mandado» (28, 19-20). Estas palavras são dirigidas também a nós, hoje, e ajudam-nos a entender melhor que a nossa vocação é salvaguardar as raízes, transmitir a fé aos jovens e cuidar dos pequeninos. Atenção! Qual é a nossa vocação hoje, na nossa idade? Salvaguardar as raízes, transmitir a fé aos jovens e cuidar dos pequeninos. Não vos esqueçais disto.

Não importa quantos anos tens, se ainda trabalhas ou não, se ficaste sozinho ou tens uma família, se te tornaste avó ou avô ainda relativamente jovem ou já avançado nos anos, se ainda és autónomo ou precisas de ser assistido, porque não existe uma idade para aposentar-se da tarefa de anunciar o Evangelho, da tarefa de transmitir as tradições aos netos. É preciso pôr-se a caminho e, sobretudo, sair de si mesmo para empreender algo de novo.

Portanto existe uma renovada vocação, também para ti, num momento crucial da história. Perguntar-te-ás: Mas, como é possível? As minhas energias vão-se exaurindo e não creio que possa ainda fazer muito. Como posso começar a comportar-me de maneira diferente, quando o hábito se tornou a regra da minha existência? Como posso dedicar-me a quem é mais pobre, se já tenho tantas preocupações com a minha família? Como posso alongar o meu olhar, se não me é permitido sequer sair da residência onde vivo? Não é um fardo já demasiado pesado a minha solidão? Quantos de vós se interrogam: Não é um fardo já demasiado pesado a minha solidão? O próprio Jesus ouviu Nicodemos dirigir-Lhe uma pergunta deste tipo: «Como pode um homem nascer, sendo velho?» (Jo 3, 4). Isso é possível – responde o Senhor –, abrindo o próprio coração à obra do Espírito Santo, que sopra onde quer. Com a liberdade que tem, o Espírito Santo move-Se por toda a parte e faz aquilo que quer.

Como afirmei já mais de uma vez, da crise que o mundo atravessa, não sairemos iguais: sairemos melhores ou piores. E «oxalá não seja mais um grave episódio da história, cuja lição não fomos capazes de aprender [somos de cabeça dura!]. Oxalá não nos esqueçamos dos idosos que morreram por falta de respiradores (...). Oxalá não seja inútil tanto sofrimento, mas tenhamos dado um salto para uma nova forma de viver e descubramos, enfim, que precisamos e somos devedores uns dos outros, para que a humanidade renasça» (Papa Francisco, Enc. Fratelli tutti, 35). Ninguém se salva sozinho. Devedores uns dos outros. Todos irmãos.

Nesta perspectiva, quero dizer que há necessidade de ti para se construir, na fraternidade e na amizade social, o mundo de amanhã: aquele em que viveremos – nós com os nossos filhos e netos –, quando se aplacar a tempestade. Todos devemos ser «parte ativa na reabilitação e apoio das sociedades feridas» (Ibid., 77). Entre os vários pilares que deverão sustentar esta nova construção, há três que tu – melhor que outros – podes ajudar a colocar. Três pilares: os sonhos, a memória e a oração. A proximidade do Senhor dará – mesmo aos mais frágeis de nós – a força para empreender um novo caminho pelas estradas do sonho, da memória e da oração.

Vaticano anuncia Indulgência Plenária para o Dia Mundial dos Avós e Idosos



A Penitenciária Apostólica (Santa Sé) anunciou que a celebração do I Dia Mundial dos Avós e dos Idosos, a 25 de julho, vai contar com a possibilidade de se obter indulgência plenária.

Indulgência Plenária no Código de Direito Canônico

A indulgência é definida no Código de Direito Canónico (cf. cân. 992) e no Catecismo da Igreja Católica (n.º 1471) como “a remissão, perante Deus, da pena temporal devida aos pecados cuja culpa já foi apagada”, que o fiel obtém em “certas e determinadas condições pela ação da Igreja”.

A possibilidade de obtenção de indulgência plenária, sob as condições tradicionais na doutrina católica (confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Sumo Pontífice) estende-se à celebração presidida pelo Papa e às que vão decorrer em todo o mundo, bem como a quem dedique tempo para “visitar real ou virtualmente os irmãos idosos necessitados ou em dificuldade”.

“Poderão igualmente lucrar a indulgência plenária, pressupostos o desapego a qualquer pecado e a intenção de cumprir assim que possível as três condições, os idosos doentes e todos os que, impossibilitados de sair de casa por grave motivo, se unirem espiritualmente às funções sagradas do Dia Mundial, oferecendo a Deus Misericordioso as suas orações, dores e sofrimentos da própria vida”, acrescenta o decreto assinado pelo cardeal Mauro Piacenza, penitenciário-mor.

Cristãos promovem boicote ao Burger King após publicidade LGBT envolvendo crianças



Não é a primeira vez que a rede de fast food faz campanha em favor da Ideologia LGBT, entretanto desta vez a empresa passa dos limites ao envolver crianças para promover a ideologia de gênero.

O vídeo começa com o seguinte texto: “Não sabe como explicar LGBTQIA+ para crianças?”. As crianças e os adultos começam a se acomodar nas cadeiras da loja e aparece um texto: “Aprenda com eles:” . Em seguida diferentes crianças começam a contar as suas histórias e opiniões favoráveis ao homossexualismo. Por fim é exibido o texto “se eles conseguem, você consegue”.

Mesmo tendo consciência que a população Brasileira é massivamente cristã e que já demonstrou inúmeras vezes sua aversão às empresas e até órgãos governamentais que ultrapassam dos limites, tentando envolver crianças no contexto LGBT, o Burger King decidiu novamente desafiar a sociedade brasileira com essa nova campanha, demonstrando não se importar com a inocência das crianças.

Muitos cristãos já foram às redes sociais manifestas seu repúdio ao conteúdo apresentado pela empresa e dizer que deixarão de consumir seus produtos.

Cardeal reitera restrições a missas privadas e em latim na basílica de São Pedro


O cardeal Mauro Gambetti, novo arcipreste da Basílica de São Pedro, reiterou a proibição da celebração de missas sem público nos altares laterais da basílica assim como a restrição da celebração de missas na forma extraordinária que agora só podem ser celebradas nas grutas do Vaticano.

Em março, a Secretaria de Estado publicou uma comunicação publicada na sacristia da Basílica de São Pedro restringindo a celebração de missas individuais nos vários altares laterais da basílica. A comunicação dizia que o motivo da mudança era garantir que as missas na Basílica de São Pedro acontecessem “num clima de recolhimento e decoro litúrgico".

As missas privadas ficaram restritas às Grutas do Vaticano, capelas que ficam sob a basílica de São Pedro. A missa na forma extraordinária ficou limitada à capela Clementina, nas Grutas vaticanas. Os sacerdotes ficaram obrigados a concelebrar em uma das missas de língua italiana que já constam no horário normal da Basílica.

A carta da Secretaria de Estado não tinha assinatura, só as iniciais do arcebispo Edgar Peña Parra, da Secretaria de Estado, que não é o setor responsável pelas celebrações litúrgicas.

O documento não foi endereçado ao Cardeal Gambetti, embora ele tivesse sido nomeado Arcipreste da Basílica de São Pedro em fevereiro, mas ao arcebispo Mario Giordana, comissário extraordinário da Fábrica de São Pedro. A Fábrica de São Pedro não trata de celebrações litúrgicas na basílica.

A proibição de missas privadas e na forma extraordinária foi criticada pelos cardeais Joseph Zen, Robert Sarah, Raymond Burke, Gerhard Müller e Walter Brandmüller.

Agora, o Cardeal Gambetti defendeu a obrigatoriedade da concelebração da Missa. "É preciso ressaltar que sempre que os ritos, de acordo com sua natureza específica, preveem uma celebração comunitária envolvendo a presença e a participação ativa dos fiéis, esta forma de celebração deve ser preferida, na medida do possível, a uma celebração que seja individual e quase privada", escreveu Gambetti. "Isto se aplica com particular ênfase à celebração da missa e à administração dos sacramentos, ainda que cada missa tenha por si uma natureza pública e social".

Essas diretrizes constam da Sacrosanctum Concilium, a constituição do Concílio Vaticano II sobre Liturgia. Para Gambetti, "sempre que possível, é mais que apropriado que os padres concelebrem, também devido ao fato de que uma alternância regular do presidente é prevista para as concelebrações que já acontecem regularmente na Basílica de São Pedro".

Ele disse que o mesmo princípio se aplica a indivíduos e grupos de católicos, que são convidados a participar da mesma missa "para que ela seja uma expressão de fraternidade e não de particularidades que não refletem o sentido de comunhão eclesial manifestado pela celebração eucarística".

Maranhão ganha sua primeira basílica menor


O papa Francisco concedeu o título de basílica menor à igreja de São Sebastião, na cidade de Carutapera. É a primeira basílica menor do estado do Maranhão. A concessão do título, segundo decreto da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, intensifica “o vínculo particular com a Igreja de Roma e com o Santo Padre” e “é um incentivo a promover a sua exemplaridade como verdadeiro centro de ação litúrgica e pastoral na Diocese”.

O anúncio da elevação da igreja de São Sebastião à basílica menor foi feito na terça-feira, 22 de junho, pelo bispo da diocese de Zé Doca (MA), dom João Kot. Em seu comunicado, o bispo afirmou que a concessão deste título “coroa os 60 anos da consagração da Igreja Matriz de São Sebastião”, data que foi comemorada em dezembro de 2020.

“Ao povo de Deus da nossa Igreja particular de Zé Doca peço que continuem a rezar para que esta Basílica Menor em Carutapera seja acolhida como sinal da Providência Divina e desejo que cada um que visitar este lugar encontre todos os incentivos de fé para levar uma vida cristã digna e colaborar com a salvação de todos”, disse.

Segundo a diocese de Zé Doca, a igreja de São Sebastião recebeu o título de basílica menor “em reconhecimento à sua singular arquitetura, além de sua importância histórica e missionária para a Igreja no estado do Maranhão”.

A construção do templo é da década de 1940 e foi marcada pelo envolvimento da população e pelo empenho do seu primeiro pároco, padre Augusto Mozzet. Para erguer a igreja foram superados sérios obstáculos de logística, pois naquela época a região era uma vila de pescadores e agricultores, sem comunicação rodoviária com o restante do país. Todo o material foi transportado por via marítima, em embarcações artesanais, em viagens que duravam dias.

Papel da Igreja é preparar para a vida eterna, não contar mortos, diz bispo de Goiás



O bispo de Formosa (GO), dom Adair José Guimarães, disse em sua homilia na missa do último domingo, 20 de junho, que o papel da Igreja em meio à pandemia “não é se tornar uma contadora de óbitos”, mas sim preparar os fiéis para a vida eterna. Para o prelado, os cuidados sanitários cabem à autoridade civil, enquanto o campo da Igreja é a evangelização e o cuidado das almas.

O Brasil ultrapassou no domingo os 500 mil mortos por covid-19 e, por este marco, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns, a Academia Brasileira de Ciências, a Associação Brasileira de Imprensa e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, publicaram uma carta na qual expressaram “indignação” por “manifestações contrárias às medidas recomendadas por organismos sanitários, no cuidado e na promoção da vida humana”.

As entidades signatárias afirmaram ser “pertinente e indispensável” a CPI da pandemia, instalada no Congresso Nacional, para investigar as ações da gestão pública diante da crise da pandemia. Por fim, também expressaram “solidariedade, com uma palavra de conforto” aos parentes das vítimas.

Durante uma missa de crisma na paróquia Santa Catarina de Sena, em Damianópolis (GO), dom Adair José Guimarães recordou o contexto da pandemia vivida “no mundo todo” e perguntou: “O que a Igreja tem a fazer no meio de tudo isso?”. Segundo o próprio bispo, cabe à Igreja “nos preparar”. “O papel da Igreja não é dar indicativos de remédio, não é se tornar uma contadora de óbitos. Não. O papel da Igreja é auxiliar a fé, dar os sacramentos, assistir aos doentes, rezar pelos que morrem, pelo descanso eterno deles”, disse.

Em seguida, o bispo afirmou que “o ser humano não é dono da vida. Deus que é o dono da vida”. “Quantas pessoas já morreram neste mundo, estão a morrer. Quantas pessoas que esta peste já dizimou, tristemente. A tarefa nossa é nos preparar, pois não sabemos quando será a nossa hora, quando será a nossa vez”, disse.

Nesse sentido, dom Adair disse que “a Igreja não é um sindicato, a Igreja não é uma hospedaria, a Igreja não é um hospital, a Igreja não é uma ONG, a Igreja não é uma associação intramundana, intra-histórica para salvar vidas, para ensinar a fazer as coisas e nos impede das catástrofes sociais etc. Não. A Igreja é a nossa Mãe que nos ensina o caminho da santidade e como enfrentar os desafios”.

O bispo de Formosa declarou que “toda essa parte social, os cuidados sanitários, é a autoridade civil que deve fazer, desde as prefeituras até o mais alto escalão da administração pública do país. Não é aí o campo da Igreja”. Segundo ele, “o nosso campo [da Igreja] é a evangelização, é o zelo, o cuidado das almas, o cuidado com os pobres, com os que sofrem”.