O desenvolvimento histórico da Igreja manifesta, nas diferentes épocas, diversos meios de levar a cabo a evangelização.
A mensagem para a Jornada Mundial da Juventude deste ano destacou a necessidade de viver o compromisso missionário no chamado "continente digital". Mas é preciso saber usar com sabedoria este meio, considerando também seus possíveis riscos, como a dependência, o confundir o mundo real com o virtual, substituir o encontro e o diálogo direto com as pessoas pelos contatos na internet etc.
Outro âmbito de evangelização é o da mobilidade. Hoje, são muitos os jovens que viajam, por motivos de estudo, trabalho ou diversão. Mas existem também os movimentos migratórios: estes fenômenos podem se tornar oportunidades providenciais para a difusão do Evangelho.
Após a Jornada, eu gostaria de analisar brevemente a realização desta evangelização. Nosso ponto de referência para esta reflexão será o primeiro elemento da mensagem para a JMJ: a "evangelização web".
É significativo que o então Papa tenha destacado a internet como um areópago moderno no qual a evangelização deve ser levada a cabo, principalmente pelos jovens, por serem eles os que mais interagem nela.
Não podemos nos esquecer que esta tarefa não pode se desvincular do mundo real, da salvação eterna das almas de todos e cada um dos homens aos quais podemos chegar com a mensagem do Evangelho.
Desde que o Papa lançou este comprometedor convite, surgiram grandes iniciativas apostólicas no mundo digital, especialmente no Facebook. E alguns perguntaram se valia a pena que os católicos continuassem usando tal rede social, dado que nela há muitos ataques à fé católica.
Antes de fazer perguntas tão exageradas, precisamos lembrar que o uso da internet implica, evidentemente, um trabalho no mundo, neste mundo que perseguiu e martirizou milhares de cristãos em todas as épocas da Igreja.
Aqui, estamos falando apenas de ataques contra a fé, que não podem nos faltar, porque, se vivêssemos permanentemente em paz em nossa proclamação do Evangelho, isso seria sinal de que nossa pregação não é cristã, pois, como disse Jesus no Evangelho de São João, "se me perseguiram, também vos perseguirão".
Algumas páginas católicas, diante dos ataques, acabaram sendo excluídas pelos seus criadores, mas aqui surge a pergunta: o bem que se fez por meio destas obras não foi maior que o mal padecido quando elas deixaram de existir?
Há algum tempo, o Papa Francisco nos recordava que uma árvore que cai faz mais barulho que um bosque que cresce. Tertuliano repetia que o sangue dos mártires é semente de novos cristãos. E nós poderíamos dizer também: a anulação de um apostolado tem de ser semente de novas e maiores obras evangelizadoras. Assim pensam os verdadeiros cristãos.
Há aspectos negativos, mas podemos ver o lado positivo também, pois, a cada dia, a Igreja se estende mais, é mais conhecida tal como ela é, graças a todos aqueles que, dia a dia, contribuem com seu grãozinho de areia na internet.
Há páginas católicas excelentes no Facebook, e cabe a nós seguir adiante com estas obras; e se uma delas cai, levantemos sete novas, pois, com ou sem dificuldades, Cristo deve ser anunciado.
E aqueles que desejam ajudar nesta missão, além de beneficiar-se dela, mas não têm tempo ou conhecimentos suficientes para contribuir com algum site, também podem ser grandes evangelizadores promovendo tais páginas entre seus contatos, curtindo seus posts e compartilhando os bons artigos que são publicados.
A messe é grande e não podemos ficar de braços cruzados, esperando que o demônio e seus sequazes trabalhem nos lugares em que nós também podemos atuar.
Por isso, mãos à obra, recordando que a união faz a força, e que o amor é sempre mais forte que o ódio. No final das contas, por mais que tenhamos de nos desgastar nesta missão, a recompensa que nos espera no céu é excelente.
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Fonte: Aleteia
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