quarta-feira, 30 de maio de 2012

Formação: que formação?


É raro participar de alguma assembleia diocesana ou paroquial onde nestes últimos anos não apareça a exigência ou a prioridade da FORMAÇÃO. Trata-se de um clamor que brota do desejo de conhecer mais e de preparar pessoas e agentes para desempenhar melhor o seu papel dentro da comunidade e no confronto com a cultura contemporânea.

Mas, qual é o sentido esta palavra? Ele significa criar convicção, dar uma forma, modelar, adquirir uma personalidade, um estilo de vida que caracterize alguém.

Podemos-nos também perguntar: como acontece a formação?

Logo nos deparamos com dois modelos de formação:
 
1.    Estática: parte das idéias, das normas, das doutrinas. Exige uma Verdade objetiva e absoluta. Nela prevalece a execução, é ativista, genérica, aérea, uniforme. Baseia-se na ascética, pois exige sacrifício e sublimação.

2.    Dinâmica: parte da vida, da situação de cada pessoa e de cada cultura, dos anseios, dos relacionamentos. Exige a elaboração de um projeto de vida e, portanto discernimento. Trata-se, portanto de uma formação situada, criativa, fecunda, existencial. Exige mística, convicção. Fundamenta-se numa experiência profunda de Deus.

Para nós cristãos a luz sempre nos vem da Palavra de Deus que de forma pedagógica interveio na vida e na história do seu povo.

Portanto toda a história do Povo de Deus manifesta a pedagogia de Deus que acompanha a sua caminhada e o forma ensinando-o progressivamente. O Salmo 118 sobre a lei de Deus louva o homem reto “que na lei do Senhor vai progredindo”.

Através dos profetas e dos acontecimentos, Ele vem acalentando o sonho da Terra Prometida e alterna o uso da bondade com o uso dos castigos, mas sempre trata com misericórdia e amor os seus filhos para reconduzi-los ao bom caminho.

No meio deste Povo a fidelidade de Deus se expressa na escolha de um “pequeno resto” o resto de Israel, os pobres de Javé aos quais manifesta o seu carinho e que cultiva, sobretudo em meio ao sofrimento, para manter viva a sua promessa. Até chegar à “plenitude dos tempos”, quando envia o seu Filho Jesus.(cfr. Gal 4,4).


Jesus, por sua vez, experimenta a progressividade e o crescimento na sua existência de vida. Lucas afirma no seu evangelho: “O menino crescia”(Lc 2,40). Ora, se há crescimento há progressão, há avanços, há aperfeiçoamento.

Jesus usa da pedagogia da progressão também com os apóstolos: prepara-os para a missão, às vezes é duro com eles, chama atenção, toma atitudes, mas sempre dá chance até a última hora: “Amigo, para que estás aqui?”(Mt 26,50).

Com as pessoas que não entendem ou não querem entender, ele usa de uma psicologia e de uma pedagogia de mestre: basta ver o diálogo com a Samaritana (Cfr Jo 4).

Torna-se duro, não com os pecadores, mas com os chefes, os doutores da lei, os fariseus e os sacerdotes porque impõem pesos nos outros, porque julgam e condenam sem dar chance. Típico é o caso do comportamento de Jesus na ocasião em que estavam apedrejando a mulher adúltera: ele apela para a fraqueza e o pecado de todos: “Quem não tiver pecado, atire nela a primeira pedra”(Jo 8,7).

Jesus ensina mais com a vida, a convivência, as atitudes, a partir dos fatos da vida do que com discursos e cursos: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. Ele não apresenta uma Verdade formal, objetiva e fria, mas se propõe a si mesmo como a Verdade. Ora, ele é pessoa viva, uma verdade que palpita, que cativa e que abrange toda a pessoa: cabeça, coração, afetividade, sexualidade, relacionamentos e socialidade. Ele não é uma verdade abstrata, um sistema que se impõe e escraviza, mas Verdade que liberta e salva. São Paulo exclamará: “É para a liberdade que Cristo vos libertou!”(Gal 5,1).

A experiência da Igreja

A formação dos fiéis na Igreja nunca se deu somente a nível acadêmico, aliás a formação na Igreja abrange todos os aspectos da sensibilidade humana: a arte em todas as suas expressões, o conhecimento intelectual, as manifestações religiosas, os relacionamentos interpessoais, as várias fases da vida pessoal, familiar, social etc.

Assim a Igreja forma os fiéis quando celebra, quando faz festa, quando realiza obras sociais, quando prepara as pessoas para os ministérios (ordenados ou não), quando organiza a atividade pastoral, quando usa os meios de comunicação. A formação, portanto, não consiste apenas em organizar cursos e palestras, mas abrange todas as suas expressões da vivência eclesial.

É claro que, vivendo na história, a Igreja tem adotado, ao longo dos séculos, a metodologia de ensino, de educação e de formação de cada época.

Hoje o método da Igreja, sobretudo aqui na AL é participativo, indutivo, a partir da experiência, interativo e aberto ao diálogo.

No Doc. de Aparecida se afirma que “a formação é permanente e dinâmica, de acordo com o desenvolvimento das pessoas e com o serviço que são chamadas a prestar, em meio às exigências da história” (DA 279) E quando fala da formação bíblico doutrinal, acrescenta: “Junto a uma forte experiência religiosa e uma destacada convivência comunitária, nossos fiéis necessitam aprofundar o conhecimento da Palavra de Deus e os conteúdos da fé, visto que esta é a única maneira de amadurecer sua experiência religiosa. Neste caminho acentuadamente vivencial e comunitário, a formulação doutrinal não se experimenta como um conhecimento teórico e frio, mas como uma ferramenta fundamental e necessária no crescimento espiritual, pessoal e comunitário” (DA 226d).

Enfim, na Igreja a formação significa em primeiro lugar estilo de vida segundo o evangelho para alcançar a plena maturidade em Cristo e testemunho de vida. Isso, naturalmente, inclui também a participação a cursos de formação, a encontros para conhecer e motivar mais o testemunho e a vivência.

Mas, participar de cursos e ter títulos acadêmicos, até de teologia, sem ter uma vida que testemunhe o evangelho no amor, no perdão, na solidariedade, no desapego, no respeito dos outros e na fraternidade, não significa ter a “forma Christi”, que só se dá na configuração a Cristo Senhor. Em outras palavras, a formação cristã aponta para uma vida de santidade. E nós na Igreja devemos trabalhar para isso se quisermos que a formação ajude na trans-formação da vida das pessoas, das nossas comunidades e da sociedade em que vivemos.

Dom Francisco Biasin
Bispo de Barra do Piraí/Volta Redonda (RJ)

terça-feira, 29 de maio de 2012

Fica difícil de entender

Na minha já longa vida de Bispo vi muitas coisas lindas dentro da Igreja: a dedicação incansável da maioria dos Padres;  o zelo por Cristo por parte das catequistas; a prontidão dos ministros da Comunhão;  o respeito pelo Bispo Diocesano;  o grande amor que o povo demonstra para com seus Padres;  o amor filial do povo pelo Santo Padre. Haveria possibilidade de ampliar ainda mais essa listagem. Isso nos leva à conclusão que, apesar dos curtos circuitos, de mal-entendidos, e outras escaramuças, é bonito viver em comunidade e procurar vivenciar em conjunto o grande ideal de vida cristã. Como é bom, como é agradável os irmãos viverem unidos” (Sl. 133, 1). Jesus, desde o início de sua vida pública deu grande importância à vida comunitária. Mas não há lâmpada sem sombra. Vamos apontar uma delas: a instrução doutrinal das novas gerações.

A atitude de passar a “sã doutrina” para as crianças e os jovens deve ser incansável. Não dá para entrar em tranqüilo repouso quando uma geração se abeberou das maravilhas da salvação de Jesus. É preciso que a geração subseqüente também dela se aproxime. O ideal seria que a fé passasse como que por osmose, dentro da família. Mas exigir isso, nos dias atuais, seria acreditar em delírios. Como resposta, a própria comunidade paroquial se organiza para transmitir os valores da fé, através da Catequese. Por toda a parte encontramos pessoas zelosas (80% do mundo feminino), que passam a sua experiência de fé para aqueles que querem se aproximar dos sacramentos de iniciação. Ficamos otimistas quando visitamos esse grupos de catequese paroquial. Dizem-nos os responsáveis, cheios de satisfação: temos 130 crianças na catequese de primeira Eucaristia; neste ano contamos com 80 jovens crismandos. Mas quando visitamos as escolas verificamos que existem 3.000 crianças que jamais farão a Primeira Eucaristia;  topamos com uns 2.000 jovens, que jamais serão crismados. Simplesmente porque não freqüentam a Paróquia. Os pais, arrumam para os filhos cursos de natação; reforço para o estudo da língua inglesa; aulas básicas para tocar violão. Mas se omitem nos caminhos para esclarecer a fé em Cristo. Essa massa corre o perigo de se tornar matéria prima para o trabalho das seitas. Não aprenderam em tempo que Jesus é a “luz do mundo” (Jo 8, 12).
Dom Aloísio Roque Oppermann
Arcebispo Emérito de Uberaba (MG)



A Face Mariana da Igreja


O culto dos Santos e, em seu centro, o culto de Maria constituem – sobretudo para a área protestante – um dos rebentos secundários, biblicamente fundamentados, de que  Igreja Católica se enriqueceu no decurso dos séculos. Tal ponto de vista não é exato no sentido de que o mesmo fenômeno se encontra também nas Igrejas Orientais, onde – de maneira ainda mais escandalosa – uma parede inteira coberta de imagens de Santos separa o povo celebrante da ação sacra.

A iconostase, que nem os católicos conseguem compreender bem – ainda que os teólogos ortodoxos procurem justificá-la -, tem por finalidade mostrar à Comunidade que só podemos encontrar Cristo, e n’Ele o Deus Trino que nos ama, no seio da “comunhão dos santos” e em união com ela. Com efeito, não existe homem algum que viva só para si e que possa ser isolado da comunidade humana, proposição que sem dúvida deve ser aplicada a Cristo, se Ele é verdadeiro homem, seja Ele o que for além disso: Filho de Deus, Redentor da humanidade, etc.

Esse pensamento representa uma base da qual nós podemos partir para oferecer aos homens de hoje – talvez afastados dos ensinamentos outrora familiares da fé cristã – uma compreensão de tais verdades esquecidas.

De qualquer forma, nós já esquecemos e não nos é mais familiar a idéia de que a Igreja é nossa mãe e que esta maternidade se revela de maneira plástica e pode ser captada no fato e no modo de Maria ser mãe de Jesus.


Em primeiro lugar estão os pais, “honra teu pai e tua mãe”,[1] é um Mandamento que é a expressão das relações humanas mais elementares em qualquer cultura sadia, tanto primitiva como superior.

Aqui não se tem em vista o simples ato sexual fisiológico através do qual nasce um novo ser humano – mas a completa responsabilidade pessoal que os pais assumem com relação à educação dos filhos -, nem se entende unilateralmente a dependência para toda a vida do filho que se tornou maior e autônomo com relação aos pais, mas somente uma atitude de “respeito” que continua também na idade madura, porque o momento da gratidão objetivamente não cessa nunca.

Também um filho adulto, se não for um transviado, consegue compreender uma festa como a da mãe, nem se recusa a manter em casa a mãe idosa que ficou viúva.

Então ele adquirirá, em certo sentido, as dimensões da Igreja, identificar-se-á com as suas intenções e, como dizem os padres, tornarse-á um “homem da Igreja”.

Assim, fica claro que no interior da Igreja há os que se contentam em receber de maneira passiva os tesouros da graça e agradecer a Deus, e há os que, à medida que vão recebendo, manifestam da melhor forma a sua gratidão, trabalhando ativamente com a Igreja – exercendo assim o seu “sacerdócio universal”. Eles mesmos vão se dando conta de que deste modo de demonstrar a sua gratidão, longe de empobrecer a pessoa, torna-a mais rica.
Ninguém se limita a dar sem receber, e isso pelo simples fato de que todos recebem de Cristo, e todo o seu “dar” é apenas uma resposta e um efeito de tal recepção.

A grandeza da missão de Paulo é diferente da de um simples cristão de uma de suas comunidades; ele está totalmente consciente desta diferença, que é objetiva, e não se orgulha no plano subjetivo, porque pessoalmente é apenas um “escravo de Cristo” e, além disso, um “aborto”.

A amplidão de sua missão permite-lhe trabalhar “mais do que os outros (apóstolos) juntos”, mas acrescenta logo: “não eu, mas a graça de Deus em mim” [2].

O que Paulo talvez não pudesse conhecer tão bem era que também mais adiante haveria missões amplas como a sua – pensamos num Agostinho, num Francisco de Assis, num Inácio de Loyola – os quais, por sua vez, produziram efeitos através dos séculos na Igreja e no mundo. Mas à missão deve corresponder um segundo fator: a disponibilidade mais perfeita possível em aceitá-la e executá-la no seio da Igreja – todas as missões da Igreja são eclesiais -, porque se faltar tal disponibilidade, se o enviado for negligente ou desinteressado, ou se macular a missão com outros motivos e aspirações pessoais, então também as missões mais importantes podem fracassar e o prejuízo para a Igreja será tanto mais grave.

Porém, quando os dois momentos – o objetivo e o subjetivo – se encontram, produzem então uma vida cristã que pode ser proposta pela Igreja como exemplar e digna de imitação, porque espelha a Santidade de Deus e de Cristo, ou seja, uma vida que pode ser “canonizada”.

E aqui devemos acrescentar uma última coisa: existem grandes missões que são dadas para ações exteriores da Igreja, mesmo se não podem nunca estar separadas da intensidade interior da dedicação e da oração; com freqüência tais missões são facilmente reconhecíveis.
Esquecer que a Bíblia não narra uma história neutra, mas foi concebida por cristãos crentes como o testemunho de sua fé eclesialmente articulada e que a escolha dos Escritos que fazem parte dela (escolha feita entre um grande número de outros escritos) foi realizada por força do poder da Igreja.

A Escritura e seu conteúdo pertencem à Igreja, a qual tem consciência de ser uma intérprete autêntica. Da mesma forma, a Igreja, por força de sua autocompreensão, sabe que pode examinar os que querem unir-se a ela – através do Batismo -, sabe que pode agregar plenamente a si, Corpo de Cristo, os que se decidem a levar nela uma verdadeira vida cristã de fé – através de sua admissão à Eucaristia -, sabe que pode excluir de sua comunhão os que não correspondem à sua imagem da vida cristã.

O que pertence à Igreja pertence também a cada cristão, desde que ele queira viver também na Igreja e de conformidade com as normas que ela recebeu de Cristo.

Nenhum cristão, entretanto, pode apropriar-se de tais bens prescindindo da Igreja. Por exemplo, ele não pode (de modo geral, exceto os casos de necessidade) comungar quando quiser, tirando uma Hóstia do Sacrário. Também não pode dar a si mesmo a absolvição sacramental.

Isso significa que ele além de agradecer a Cristo, deve agradecer também à Igreja. Deve o seu “ser cristão” à instrução recebida da Igreja na reta da fé, a ela deve as graças sacramentais e a vida vivida no intercâmbio da comunhão eclesial.

Ninguém está em condições de medir o que a dedicação do cristão à seqüela de Cristo – morto por todos – realiza no mundo da graça. A este propósito, só podemos dizer que quanto mais um cristão serve e se empenha desinteressadamente e sem egoísmo na obra que Deus em Cristo realiza no mundo, quanto mais Deus, a Igreja e o próximo puderem dispor dele, quanto mais o seu coração puder se abrir diante da miséria dos outros, quanto mais ele considerar importante unicamente a causa de Deus, a salvação de todos e não somente a sua própria salvação e o seu próprio bem-estar, quanto mais as orações que dirige a Deus abraçarem de maneira universal a humanidade e precisamente os seus membros mais abandonados, quanto mais oferecer também a si mesmo a Deus e puser à disposição de sua vontade salvífica a própria vida e, em caso de necessidade, a própria morte, tanto mais Deus, a Igreja e cada um dos homens poderão colher frutos de sua árvore, tanto mais a sua existência se expandirá e se tornará acessível a todos.



[1] Cf. Ex 20,12; Dt 5,16; Mt 15,4;19,9; Mc 7,10; 10,19; Lc 18,20; Ef 6,2
[2] Cf. 1Cor 15,10
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Fonte: Trecho do livro: "O Culto a Maria Hoje", Paulinas.

Irã diz ter evangelho que prova que Jesus não é o Filho de Deus e nunca foi crucificado


O governo do Irã disse hoje (28/05) que um texto religioso que contém versos atribuídos a Jesus Cristo, prova o Islã como a religião dos justos e levará a queda do cristianismo. O mundo cristão nega a existência de tal evangelho.

O livro considerado por alguns com data do século V ou VI foi confiscado na Turquia em 2000. Ele foi apreendido durante uma operação contra uma quadrilha acusada de contrabando de antiguidades, apontam os relatórios do jornal Daily Mail.

Autoridades turcas acreditam que poderia ser uma versão autêntica do Evangelho de Barnabé discípulo de Jesus, conhecido por suas viagens com o apóstolo Paulo.O Irã tem chamado o texto escrito em pele de animal em letras de ouro como evangélico Barnabé. Teerã insiste que o texto prova que Jesus nunca foi crucificado, não era o Filho de Deus e, de fato previu a vinda do profeta Maomé e a religião do Islã.

De acordo com a Basij Press, o texto ainda prevê a vinda do messias última islâmico – uma passagem que muito inspira os autores do relatório.

“A descoberta do original texto de Barnabé vai revolucionar a religião no mundo”, diz o relatório Basij.

Nenhum meio de comunicação publicou os versos. A foto liberada da capa mostra apenas inscrições em aramaico e um desenho de uma cruz.

Turquia planeja colocar o livro em exposição pública, que é susceptível de provocar debate feroz como muitos cientistas acreditam que o texto é uma farsa.


A Internacional News Agency (AINA), diz a inscrição na fotografia que pode ser facilmente lido por um assírio comum. Os assírios viviam tradicionalmente em todo o que é hoje o Iraque, a nordeste da Síria, noroeste do Irã, e sudeste da Turquia.

A tradução da inscrição inferior, que é o mais visível diz: “Em nome de nosso Senhor, este livro está escrito nas mãos dos monges do mosteiro de alta em Nínive, no ano 1.500 ª do nosso Senhor.”

A autenticidade do livro ainda tem que ser provado. Alguns especialistas dizem que o Irã está destacando o livro porque vê o cristianismo como uma ameaça.

Erick Stakelbeck, uma apresentadora de TV e um observador próximo de assuntos iranianos, disse WND.com: “Ao promover o chamado Barnabé Bíblia – o que foi provavelmente escrito por volta do século 16 e não é aceito por qualquer denominação cristã dominante – o regime tenta mais uma vez desacreditar a fé cristã. “No ano passado, as autoridades iranianas confiscaram e queimaram cerca de 6.500 Bíblias por ordem do líder supremo aiatolá Ali Khamenei.
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Fonte: Russia Today e IANoticia 

domingo, 27 de maio de 2012

As peregrinações


Existem inúmeros lugares marianos, metas de peregrinações populares, lugares célebres e famosos em todo mundo, ou pequenos e só conhecidos em nível regional.

Trata-se, sobretudo, da idéia de que, em determinados lugares geográficos, Deus (aqui, através de Maria) está mais próximo do orante e mais benigno do que em outra parte.

Uma concepção deste tipo está sedimentada na idéia de “lugar santo” que é inconciliável com os dados neotestamentários. O Novo Testamento exige uma adoração no Espírito de Deus e na Verdade que é Cristo, como transparece claramente no diálogo de Jesus com a samaritana: “É chegada a hora e já é agora em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em Espírito e em Verdade...” [1].

O próprio Jesus Cristo é o novo Templo[2]. Não existem lugares sagrados no sentido popular comumente entendido: o “Lugar Santo” ou “Sagrado”, o “Templo”, o lugar da presença Divina é o próprio Jesus e, portanto, em união com Ele e no seu seguimento, a Sua Comunidade[3].

“Onde dois ou três crentes se reúnem, ali Cristo prometeu estar presente” (cf. Mt 18,20).


Como na vida de cada pessoa, assim também na vida e na experiência de cada comunidade de fé, pode haver lugares importantes, lugares onde se verificam experiências importantes e que adquiriram um significado permanente.

Também não adianta apelar para os milagres que “lá” se operaram. Não porque se negue que realmente tenham acontecido, mas porque aqui geralmente se parte de um conceito não bíblico de milagre: milagre como violação das leis da natureza. Na realidade, o milagre é algo diferente. Partindo da experiência bíblica da fé, todo evento do qual Deus me fala e no qual se “mostra” a si próprio deve ser considerado como um milagre, uma demonstração de poder, um grande gesto seu, e, portanto deve ser exaltado como tal, independente de sua explicabilidade ou inexplicabilidade “natural”.

Na medida em que Maria desempenha na fé um papel que a Igreja lhe reconhece, também as peregrinações marianas são legítimas, desde que, em primeiro lugar e antes de tudo, procurem levar ao encontro com Cristo. Lourdes pode servir de exemplo da peregrinação cristã mariana, e do encontro do homem com o Deus surpreendente.

Isso torna algumas coisas plausíveis (a alegria ingênua e festiva da procissão com as velas), outras toleráveis (o comércio e a agitação que reinam fora do Santuário) e deixa ao gosto e ao ponto de vista pessoal um espaço livre no que se refere a alguns elementos (tomar ou não tomar banho na água de Lourdes).

Assim, as verdadeiras testemunhas de Lourdes são aquelas inúmeras pessoas que voltam para casa exteriormente idênticas, mas interiormente mudadas.

Enfim, nas peregrinações em grupos manifesta-se um fragmento da Igreja, um fragmento da existência cristã.

Também aqui se trata e uma manifestação, de um sinal, de um símbolo posto em ato: a Igreja como povo de Deus a caminho e, nela, o cristão particular ajudado pela comunidade e orientado, entre fadigas e esperanças, para a meta e realização final.


[1]cf. Jo 4,23-24

[2] Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o levantarás em três dias? Mas ele falava do templo do seu corpo” (Jo 2,19-21).

[3] Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus habita em vós?” (1Cor 3,16; Ver também: 1Pd 2,5s).
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Fonte: trechos do livro "O Culto a Maria Hoje", Paulinas.

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Não há Igreja sem Pentecostes


Celebramos em Pentecostes a vinda do Espírito Santo, depois de cinquenta dias da Páscoa. O Espírito Santo desceu sobre os Apóstolos reunidos no Cenáculo e os tornou capazes de anunciar o Evangelho com coragem (cf. At 2,1-13). Este acontecimento, que nós nos identificamos com ele, é o verdadeiro “batismo” da Igreja. De fato, a Igreja vive da efusão do Espírito Santo, sem o qual ela não teria força e não existiria mais. E este acontecimento renova-se de modo particular em alguns momentos fortes das comunidades eclesiais: nas liturgias, em romarias, nas Santas Missões Populares, nas festas de Crisma, vigílias jovens, nas assembleias pastorais e em tantos momentos especiais para a vida das comunidades, nas quais a força de Deusse sente de modo evidente, infundindo alegria e entusiasmo nos corações. A Igreja toda reunida no Cenáculo recebe o Espírito Santo.

Os Apóstolos “perseveravam na oração em comum, junto com algumas mulheres, entre elas, Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1,14). O Espírito Santo une os fiéis entre si, nasce a Igreja na unidade. Pentecostes reúne a todos. Não há Igreja sem Pentecostes e não há Pentecostes sem a Virgem Maria. Quando os cristãos se reúnem em oração com Maria, o Senhor doa o seu Espírito. Este santifica a comunidade de fiéis e comunica-lhe a plenitude da graça, dirige a Igreja através das dificuldades, perseguições e perigos, até ela alcançar a glória definitiva. É o Espírito Santo que suscita sempre nova vida na Igreja. Ele é a alma e a vida da Igreja. Concede-nos a graça necessária para desempenharmos a nossa missão.

Os Meses Marianos


Uma das características da religiosidade popular é a de jamais concordar plenamente com os conteúdos eclesiais da fé e com seus gestos expressivos oficiais (sobretudo na liturgia). De outro lado, ela contribuiu para plasmar de múltiplas maneiras tanto o pensamento teológico quanto a própria oração oficial da Igreja.

Infelizmente, até hoje a religiosidade popular nunca foi objeto de um estudo de muito fôlego sob o perfil histórico, embora se trate de um fenômeno universal que acompanha toda a história da Igreja, e muito raramente foi objeto de uma reflexão teológico-pastoral sistemática.

Na realidade mariana, com freqüência, domina a experiência da distância e assim Maria se tora um arquétipo ou um mito.

Cox H. exalta de maneira até mesmo inquietante o elemento mariano porque seria mitológico:

“A mariologia tem uma carga de renovação porque nos afasta completamente daquela preocupação obsessiva por aquilo que é verdadeiro ou falso. Leva-nos para ‘além do crer’. É tão claro que Maria é um enredo de fantasia, de criação mítica, de projeção de todo o resto, que parece fora de lugar preocupar-se se ela foi realmente concebida sem pecado, se é Theodokos, se elevada ao céu com seu corpo... Maria é, por excelência, um mito. Por isso, permite-nos... inventar maneiras radicalmente diferentes de aproximar-nos dela, diante de Maria podemos, ou melhor, devemos nos tornar capazes de mito e de símbolos, se quisermos nos aproximar dela, ao passo que diante de Jesus Cristo somos tentados a discriminar em termos de fé-não-fé”.

Falar do culto a Maria na forma de um mês inteiro a ela dedicado significa falar, em primeiro lugar e, sobretudo, do mês de maio e, secundariamente – importância na consciência popular -, do mês do rosário, outubro.

“Ao aproximar-nos do mês de maio, consagrado pela piedade dos fiéis a Maria santíssima, exulta o nosso ânimo ao pensamento do comovente espetáculo de fé e de amor que, dentro em breve, será oferecido por toda a parte da terra em honra à Rainha do Céu.

Efetivamente, é o mês em que, nos templos e nos lares, mais fervorosa e mais efetuosa sobe do coração dos cristãos a homenagem de sua oração e veneração. E é o mês ao qual mais amplos e abundantes afluem do seu trono para nós, os dons da Divina Misericórdia” (Paulo VI).

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Carta do CONIC sobre a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos


Irmãos e irmãs da caminhada ecumênica!
A partir deste domingo, 20 de maio, estaremos celebrando juntos e juntas mais uma Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Este ano, seremos motivados/as pelo lema bíblico da Primeira Carta do Apóstolo Paulo aos Coríntios: “Todos seremos transformados pela vitória de nosso Senhor Jesus Cristo” (1ª Coríntios 15. 51 – 58). As reflexões bíblicas foram preparadas por nossos irmãos e nossas irmãs da Polônia, país marcado por histórias de sofrimento, mas também por muita coragem e resistência. Testemunhando a sua firmeza na fé este povo venceu inúmeros desafios. 

Somos motivados/as a orar e transformar a realidade onde vivemos e a empenhar-nos na construção de um mundo melhor e mais justo. Que mais esta Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos possa nos animar a confiar sempre mais na transformação possível, com fé alimentada na certeza que vem da vitória do Ressuscitado. Desejamos crescer na unidade e na superação de toda e qualquer forma de descriminação. 
O CONIC celebra este ano seus 30 anos de caminhada na promoção das relações ecumênicas entre Igrejas cristãs. Nas diversas celebrações que acontecerão lembrando estes 30 anos, seremos acompanhados/as pelo tema da “INTOLERÂNCIA RELIGIOSA”. Serão produzidos subsídios que acompanharão nossa reflexão e nos desafiarão a propor ações. Para isso, a oferta recolhida durante as celebrações da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos será muito importante. Sendo assim, contamos com o apoio de todos/as vocês e desde já agradecemos o repasse da oferta destinada ao CONIC, solicitamos que informem o depósito para que possamos registrar e agradecer  conic.brasil@terra.com.br . Segue a conta para depósito:

Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil
Banco Bradesco - Agência 0606-8 - Brasília DF
Conta Poupança: 112888 - 4


Paz e bem,

Pastor Sinodal Altemir Labes
Tesoureiro do CONIC