Talvez muitos tenham visto transitar no facebook esta imagem que tenta alargar o conceito de família para incluir as tais uniões homoafetivas. Além disto, ela traz o exemplo da profunda retórica dos defensores da laxidão moral ao referir-se ao Silas Malafaia com o apodo de "Babaca".
Vejam só, que profundo! Esse pessoal pensa que o mero fato de afirmar é o mesmo que argumentar. O que mais me estranha, porém, não é que existam pessoas que defendem esse tipo de coisa, mas que, dentre as que o fazem, alguns se digam católicos.
Expliquemos. Para um católico sê-lo de fato, é necessário que aceite todos os dogmas ou verdades de Fé. Ora, é dogma ser a Igreja infalível em termos de Fé e Moral. A família é, naturalmente, do âmbito da moral. Logo, para um católico, o que a Igreja diz sobre a família, isto é, que deve constituir-se de homem e mulher, é a verdade.
Contudo, como hoje em dia dizer-se católico parece ser qualquer coisa indefinida e que não compromete, há muitos por aí que, embora realmente não tenham a Fé, gostam de afirmá-lo somente porque vão à Missa vez ou outra ou têm alguma devoção a algum santo ou até crêem vagamente em Deus.
Essas pessoas costumam pensar que a defesa da família nos moldes tradicionais é uma atitude preconceituosa. Esquecem-se, porém, que tal é a visão cristã e os cristãos têm o dever da coerência. Mas já que não aceitam o que a Igreja "intolerante" ensina, poderiam pelo menos informar-se do que a este respeito fala a Sagrada Escritura. E esta é veemente ao referir-se às relações homossexuais como "paixões infames" e ensinar que os sodomitas não herdarão o reino dos céus.
Que um ateu não esteja nem aí pra Escritura ou para o que a Igreja ensina, entende-se; mas um católico? Será que não percebem a contradição disto?
O ponto, porém, é que estas pessoas se consideram as esclarecidas! A Igreja mantém a sua estrutura medieval e, no vocabulário desses indivíduos, medieval é o mesmo que obscuro e ignorante. Já o termo "moderno" passa a significar algo luminoso, inteligente, superior... Em pleno século XXI, aferrar-se à posição tradicional é inaceitável, esbravejam. E, de novo, não percebem a contradição disto. Como dizia o Chesterton, os antigos foram realmente muito tolos se conseguiram ser mais tolos que nós.
Convém perguntar: se a Igreja é assim tão ignorante, por que raios esse povo se define católico? Será a verdade mutável? Se a verdade evolui, nada é certo! A Bíblia não é certa, nem tampouco a Igreja. Logo, não sabemos nada sobre Deus hoje; somente sabemos d'Ele o que Ele era há dois mil anos atrás. E, convenhamos, parece que Ele era "preconceituoso" naquela época. Agora, porém, Ele certamente mudou, evoluiu, tornou-se mais "tolerante". Mas, com base em que o afirmam? Respondo: com base nas próprias preferências pessoais e em suposições românticas. Não há nenhuma motivação mais profunda que isso.
Pensam que o que importa é o que se sente. "Se um homem ama outro homem, ótimo! Que vivam juntos!" Ora, mas se é assim, porque razão condenam um pedófilo, por exemplo? Seguindo a sua lógica, deixemos que o pedófilo seja fiel às suas paixões e alcance a felicidade envolvendo-se com crianças! Além disto, cedamos os cadáveres aos necrófilos, ou elogiemos os zoófilos e todo tipo de peculiaridade sexual, porque as paixões agora são lei. Propiciemos todo o conforto e isenção a estes sujeitos! Não atentemos contra a sua realização! Não sejamos intolerantes! Afinal, estamos no século XXI!
Em geral, essas pessoas não defenderão tais comportamentos, mas, ao diferenciarem uma coisa da outra, estarão usando algum tipo de critério. Perguntemos: qual é este critério? Com base em que essas pessoas reconhecem o que é legítimo e o que não é legítimo?
Em geral, a tomada de posição em favor da sodomia se deve ou à inclinação pessoal a este ato, ou a qualquer vago sentimento de compaixão para com esta classe supostamente vítima do preconceito de intolerantes e fanáticos religiosos. E a maioria dessas pessoas, partindo do pressuposto de que os defensores da família são preconceituosos ou homofóbicos, se isenta de pensar a respeito do assunto com vagar e de considerar os argumentos da parte oposta. Todo o seu discurso é muito confortável: eles têm a maioria do seu lado, ganham a admiração de outros vários grupos que extasiam diante de tal demonstração de clareza e maturidade e recebem a confirmação midiática contínua de que não fazem parte da tosca classe dos religiosos bitolados. Ainda que sejam religiosos, agora eles são esclarecidos!
A verdade, então, cede ao consenso e ao conforto. É questão de maioria e de interesse pessoal. Ora, mas se é de maioria, pensemos que os 20 séculos anteriores de cristianismo somam, por certo, muito mais pessoas do que a época atual e que nesses tais vinte séculos a sodomia nunca foi bem vista. Somos então a legítima maioria! É a democracia chestertoniana. No entanto, nós não costumamos apelar para isso porque sabemos que a verdade não depende da quantidade de adeptos. Ela existe objetivamente e podemos conhecê-la.
Mesmo se abrirmos mão da religião, a própria estrutura do corpo humano testemunha a nosso favor, pois, fisiologicamente, o pênis ordena-se à vagina e vice-versa. Na relação heterossexual, tudo acontece com harmonia, o que culmina na formação de uma vida. É o corpo humano reconhecendo a sua ordem. O ânus, porém, não é um órgão sexual. A relação sexual homoerótica está para sempre fadada à esterilidade, pois se opõe à natureza.
Quem vive, portanto, no mundo da fantasia, querendo mudar a estrutura da realidade são os defensores da imoralidade que intentam destruir o conceito cristão de família e pôr em seu lugar qualquer coisa, qualquer tipo de união. Se um homem quer copular com outro homem, isto é lá com eles. Porém, que queiram legitimar este tipo de coisa, inclusive utilizando, para tal empresa, o nome de Deus, aí já é demais. Igualar a família a este tipo de união é obviamente uma ofensa.
Portanto, o cartaz acima não tem qualquer verdade. Como os gayzistas não conseguem refutar o que o Silas, com coragem exemplar, tem dito a este respeito, então apelam para as pechas e ofensas já tão típicos desses sujeitos e que antes honram que envergonham as suas vítimas.
Na verdade, o cartaz verdadeiro deve ser esse:
Se você é católico, não se isente de defender a verdade. Não saia partilhando porcarias por aí; não caia nesse romantismo mole e covarde visando o teu conforto pessoal e o aplauso dos outros. Jesus disse: "não vos conformeis com este mundo". Respeitemos todas as pessoas, inclusos os homossexuais. No entanto, daí não decorre que tenhamos de respeitar a prática homossexual. Isto é outra coisa e não nos é permitido.
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Fonte: http://anjosdeadoracao.blogspot.com.br/2011/12/familia-e-facebook.html