quinta-feira, 16 de maio de 2013

Os pecados contra o Espírito Santo


Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro. (Mt. 12,32).

Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o Espírito Santo, autor da graça! (Hb. 10,29).

O pontificado do Papa São Pio X de 1903 a 1914 - em seu Catecismo Maior, ensinou que são seis os pecados contra o Espírito Santo:

O pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do Espírito Santo.

1º - Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.


2º - Presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.

O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.

Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.

A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do Juízo.

3º - Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.

Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.
 
4º - Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.
 
5º - A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a Salvação.

6º - A Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do Espírito Santo definitivamente.
_______________________________
Fonte: CatólicaNet

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Arquidiocese de São Luís realiza coleta solidária em favor da JMJ 2013



Unida a toda a Igreja do Brasil, a Arquidiocese de São Luís, em apoio à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, pede ao seu clero e ao Povo de Deus, que com generosidade, participem da Campanha Nacional de Solidariedade à Jornada Mundial da Juventude.

A Coleta Solidária foi aprovada pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – na Assembleia Geral. É uma forma que a Igreja encontrou para a realização da Jornada.

Visto que falta pouco tempo para a Jornada Mundial, é uma coleta nacional, a realizar-se em todas as missas e celebrações dos dias 25 e 26 de maio, Solenidade da Santíssima Trindade. Lembramos que a Coleta Solidária deve ser entregue na Administração Arquidiocesana (Cúria) o quanto antes, para, em seguida, ser enviada à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

___________________________
Fonte: Arquidiocese de São Luís.

O bispo e o padre devem ser pastores e não lobos, disse o Papa



“Ser padre, ser pastor é ser para os outros”, afirmou o Sumo Pontífice.

Na manhã desta quarta-feira, 15, o Papa Francisco, presidindo a Missa na Capela da Casa Santa Marta, falou de modo especial sobre a missão do bispo e do padre. Segundo o Santo Padre, estes devem ser pastores e não lobos, que não poupam o rebanho.

O bispo e o sacerdote poderão ser lobos de dois modos, recordou o Papa, citando Santo Agostinho: “quando comem a carne do rebanho ou quando usam a lã, ou seja, comer a carne é se aproveitar dos recursos do rebanho, favorecer-se com os recursos do Povo de Deus; usar a lã é ser vaidoso, querer ser tratado de modo diferente, como centro das atenções, ter privilégios. Em nenhum dos casos o bispo e o padre servem, mas desejam ser servidos. Não são sacerdotes para o povo, mas para eles mesmos”.


De acordo com o Papa, ser padre, ser pastor é ser para os outros. “Ninguém é ordenado sacerdote para si mesmo, mas para o Povo de Deus”, disse o Pontífice, se referindo à primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos.

Encerrando, o Santo Padre voltou a falar do querer bem entre os pastores e o Povo de Deus. Citou os versículos finais dos Atos, quando Lucas escreveu que os cristãos se lançaram ao pescoço de Paulo para abraçá-lo principalmente porque ele havia dito que eles já não o veriam mais.

Papa Francisco recomendou que o Povo reze sempre por seus pastores.

_________________________________
Da redação, com Rádio Vaticano
Fonte: Canção Nova

Papa destaca iniciativa em defesa da vida desde a concepção.



Regina Coeli
Domingo, 12 de maio de 2013



Queridos irmãos e irmãs,

Ao término desta celebração, desejo cumprimentar todos vocês que vieram render homenagens aos novos santos, de modo particular as delegações oficiais da Itália, da Colômbia e do México.

Que os mártires de Otranto ajudem o querido povo italiano a olhar com esperança para o futuro, confiando na proximidade de Deus que nunca nos abandona, ainda que nos momentos difíceis.

Que por intercessão de Madre Laura Montoya, o Senhor conceda um novo impulso missionário e evangelizador à Igreja e que, inspirados no exemplo de concórdia e reconciliação dessa nova santa, os amados filhos da Colômbia continuem trabalhando pela paz e o justo desenvolvimento de sua pátria..


Às mãos de Santa Guadalupe García Zavala confiamos todos os pobres, enfermos e todos que são assistidos por ela e recomendamos sua intercessão à nobre nação mexicana, para que desterrada de toda violência e insegurança, avance cada vez mais pelo caminho da solidariedade e da convivência fraterna.

Estou feliz de recordar que ontem, em Roma, foi proclamado beato o sacerdote Luigi Novarese, fundador do Centro voluntário do Sofrimento e dos Silenciosos Operários da Cruz. Me uno em ação de graças por este padre exemplar, que soube renovar a pastoral dos enfermos fazendo-os sujeitos ativos na Igreja.

Saúdo os participantes da “Marcha pela Vida”, realizada nessa manhã em Roma e convido a manter viva a atenção de todos sobre o tema importante que é o respeito pela vida humana desde o momento de sua concepção. Neste propósito, gostaria de recordar o abaixo-assinado que está sendo feito hoje em muitas paróquias italianas, a fim de apoiar a iniciativa européia “Um de nós”, para garantir proteção jurídica ao embrião, protegendo todo ser humano desde a sua existência. Um momento especial para aqueles que têm o coração na defesa da sacralidade da vida humana será o “Dia da Evangelium Vitae”, que será realizado no Vaticano, no contexto do Ano da Fé, nos dias 15 e 16 de junho próximo.

Saúdo com afeto todos os grupos paroquiais, as famílias, as escolas, os jovens presentes. Com amor filial os nos voltemos agora à Virgem Maria, mãe e modelo de todos os cristãos.

Confira os números da Igreja Católica no mundo

Anuário Pontifício 2013 foi apresentado ao Papa Francisco nesta segunda-feira, 13
(FOTO: L'Osservatore Romano).


Anuário Pontifício 2013


O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone e o arcebispo Angelo Becciu, substituto para os Assuntos Gerais, apresentaram na manhã desta segunda-feira, 13, ao Papa Francisco a edição do Anuário Pontifício de 2013.

A apresentação deu-se na presença dos colaboradores da elaboração e impressão do volume. Também foi apresentado o Annuarium Statiscum Ecclesiae, do mesmo dicastério.

A partir da leitura dos dados, pode-se coletar algumas notícias sobre a vida da Igreja Católica no mundo, de 2012 até a eleição do Papa Francisco.

Nesse período, cabe destacar que foram erigidas 11 novas sedes episcopais, dois ordinariatos pessoais, um vicariato apostólico e uma prefeitura apostólica. Também foi elevada uma prelazia territorial a diocese e dois exarcados apostólicos a eparquias.

As estatísticas, que se referem ao ano de 2011, mostram as dinâmicas da Igreja Católica em 2.979 circunscrições eclesiais do planeta. No que diz respeito ao número de católicos no mundo, em 2011 eram de 1.214.000 frente aos 1.196 milhões de 2010, com um aumento de 18 milhões de fiéis, ou seja, 1,5%. No decorrer dos últimos anos, a presença de católicos batizados no mundo permanece estável, em torno de 17,5%.


Os católicos têm aumentado na África (4,3%), que apontou, entre 2010 e 2011, um aumento de sua população de 2,3%. No continente asiático também há registros de aumento no número de católicos superior ao da população (2,0% frente aos 1,2%). Na América e Europa o aumento de católicos e da população é igual (0,3%). Em 2011, o total de católicos batizados estava distribuído, por continente, desde modo: África (16,0%); América (48,8%); Ásia (10,95); Europa (23,5%) e Oceanía (0,8%).

Clero

De 2010 a 2011, os bispos passaram de 5.104 a 5.132, com um aumento relativo de 0,55%. O aumento foi registrado principalmente na Oceania (+4,6%) e na África (+1,0%) enquanto a Ásia e a Europa estão um pouco abaixo da média mundial e na América não se registam variações.

Da mesma forma, aconteceu com o crescimento no número de sacerdotes iniciado em 2000. Em 31 de dezembro de 2011, registrou-se o número de 413.418 padres, frente aos 405.067 da mesma data em 2001. No entanto, esse aumento não é homogêneo. Na África e na Ásia, o crescimento é respectivamente de +39,5% e de +32% (com um aumento de mais de 3.000 só em 2011). Na América, a situação é a mesma (122.000) enquanto na Europa houve uma queda superior a 9%.
Segue o forte expansão dos diáconos permanentes, que passou de 29.000 em 2001 para 41.000 de 2011. Estão presentes em toda a América do Norte e na Europa, que contam com 97,4% do total, enquanto que os 2,6% restantes se dividem entre a África, a Ásia e a Oceania.

Os religiosos e religiosas

Os religiosos professos, não sacedortes, se consolidam e superam ligeiramente os 55.000. Crescem na África e na Ásia (+18,5 % e 44,9% respectivamente) e diminuem na América (-3,6%), na Europa (-18%) e na Oceania (-21,9%).

Uma constante e forte queda atravessa o mundo das religiosas que neste momento são 713.000, frente as 792.000 de 2001. Há menos religiosas na Europa (-22%), Oceania (-21%) e América (-17%). No entanto, seu aumento é significativo na África (+28%) e na Ásia (+18%).

Os cadidatos ao sacerdócio, diocesanos e religiosos, passaram os 112 mil em 2001 para os 120.616 em 2011. Um aumento de 7,5%. O aumento mais significativo está na África (+30,9%), na Ásia (+29,4), enquanto a Europa e a América registram uma queda de 21,7% e de 1,9% respectivamente.


Da Redação, com VISNews
(Tradução: André Alves)
_____________________________________________
Fonte: Canção Nova

Sobre a redução da maioridade penal



O Que Deus exige de nós? (Mq 6. 6-8)

A partir da pergunta do lema bíblico da Semana de Oração pela Unidade dos(as) Cristãos(ãs) convidamos as igrejas, para refletir sobre as Propostas de Emenda à Constituição que tramitam na Comissão de Constituição e Justiça e que pretendem mudar a Constituição e as leis infra-constituicionais com o objetivo de reduzir a maioridade penal.

Os argumentos utilizados são vários. O mais difundido justifica a redução da maioridade penal afirmando que, em função da proteção garantida pela Constituição Federal, pelo Código Penal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente aos menores, adultos se aproveitariam de jovens adolescentes para cometer crime. Outro argumento é que o Brasil estaria se diferenciando de outros países que consideram a idade de responsabilidade penal abaixo dos 18 anos. Por fim, somam-se a estes argumentos a ampla campanha midiática que reserva espaço considerável nos telejornais para consolidar, de forma sensacionalista, a imagem que o número de crimes hediondos praticados por menores teria crescido.


Projetos de Leis que atingem os direitos conquistados pela sociedade civil, nestes curtos anos de experiência democrática, têm sido frequentes. Chamamos a atenção para um viés autoritário presente em algumas destas propostas que, coincidentemente ou não, têm recebido uma atenção e tentativas de aceleração com vistas á realização dos eventos esportivos internacionais que acontecerão em nosso país. Neste contexto, é preciso, portanto, jogar nossas “imperfeições” sociais de baixo do tapete.

Lamentamos que esta questão esteja em discussão. A Maioridade Penal, na forma como hoje se apresenta na Constituição, é uma conquista da sociedade civil organizada, que têm realizado a duras penas, trabalhos em defesa dos direitos das crianças e adolescentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA é a expressão máxima deste trabalho.

Reduzir a maioridade penal não irá resolver o problema da criminalidade em nosso país. É necessário olhar com seriedade para os problemas estruturais de nossa sociedade. Entre eles, a desigualdade social. Inúmeras pesquisas apontam que a enorme diferença entre ricos e pobres é um dos fatores que contribui para o aumento da criminalidade. 

A precariedade do sistema nacional de educação é outro fator que influencia positivamente para que jovens cometam atos infracionais. Adicionam-se a isso, o fortalecimento de processos culturais como o individualismo, consumismo e hedonismo. A ineficácia de políticas públicas que deveriam contribuir para a reintegração de jovens que cometeram crimes é outra questão a ser considerada. Não são poucos os relatórios que relatam casos de agressão sofridos por jovens em instituições que deveriam ressocializar estes jovens.

Por fim, o argumento de que haveria uma tendência de aumento do número de crimes praticados por jovens é enfraquecido pelos dados de pesquisas internacionais. Segundo levantamento do Instituto Latino-americano das Nações Unidas, entre 2000 - 2001, dos 2.100 adolescentes acusados de atos infracionais, 58,7% estavam envolvidos em furtos, roubos e porte de armas. O crime de homicídio respondia a 2% dos atos praticados por adolescentes, o que equivale a 1,4% dos casos.

Dados atualizados indicam que dos 9.016 internos da Fundação Casa, 83 infratores cumprem medidas socioeducativa por terem cometido latrocínio, isto equivale a menos de 1% dos jovens internos.

A redução da maioridade penal coloca o Brasil no caminho do retrocesso, uma vez que a maioria dos países que consideram a maioridade penal abaixo dos 18 anos está revendo sua legislação e alterando a idade penal para 18 ou 20 anos.

A redução da maioridade penal é inconstitucional. A idade penal de 18 anos integra a cláusula pétrea da Constituição Federal. 

Não queremos que esta medida seja mais uma das que contribui para reforçar a imagem do Brasil como um país que não cumpre os compromissos internacionais assumidos. 

Enquanto nação, nosso país comprometeu-se com a ratificação da Convenção Internacional dos direitos da Criança e do Adolescente da ONU. A redução da maioridade penal contraria as principais tendências de administração da justiça da infância e da adolescência no mundo.

Esta medida representa ainda um indicador negativo na avaliação do processo civilizatório e de desenvolvimento.

Diante dos retrocessos significativos ocorridos na garantia dos Direitos Humanos em nosso país, juntamos nossa voz ás demais organizações de defesa dos direitos da criança e dos adolescentes e nos posicionamos contrários á aprovação desta medida. 

O Estado brasileiro não deveria penalizar quem já é vítima de um sistema desigual e injusto como o brasileiro.

Para mais informações sobre o assunto:

Por que dizer não à redução da maioridade penal? – UNICEF, disponível em: 

Nota contra a Redução da Maioridade Penal – REJU, disponível em:
________________________________________________
Fonte: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC

I Seminário de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes



Hoje, está acontecendo no Auditório Cristina Bastos, no IFF-Centro, a partir das 8horas, o I Seminário Municipal de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. Merece certamente, apoio e ressonância pela gravidade do problema, que tem vitimado a numerosas crianças e adolescentes, deixando marcas implacáveis.

Pesquisas atuais como a Gerard J. Mc Glone, constatam que existem 4,2 milhoēs de Websites pornográficos  ( 12% do total ), havendo 420 milhões de páginas pornográficas, acontecendo 116.000 buscas diárias de pornografia infantil na Gnutella. É visível um verdadeiro mercado milionário e uma volumosa carteira de clientes predadores sexuais em atividade.


Por outra parte, a cultura pedófila tem avançado, com partidos que lutam na Itália e na Holanda pela legalização da pedofilia, e a aprovação do rebaixamento do consentimento para ter relacionamentos sexuais dos 16 anos para os 12 anos, a OGN ANAMBLA tem representação na ONU, representando os "amigos das crianças". No Brasil o turismo sexual infantil, muito embora combatido se expande nas cidades costeiras e balneários,  nas estradas e rodovias principais. É necessária a mobilização e a articulação de todos : Poder Público, Sociedade Civil, Igrejas e Religiões.

Torna-se urgente instaurar uma verdadeira rede de proteção nas famílias, escolas, movimentos infantis e adolescentes, que através da educação para o amor, a afetividade e a sexualidade integradas, possam garantir ambientes seguros e saudáveis, aprendendo e ensinando a filtrar e controlar a internet. A Igreja Católica quer ser aliada e parceira nesta luta, temos o Centro Internacional de Proteção à Criança da Pontíficia Universidade Gregoriana que veicula um programa de e-learning  (aprendizado pela internet) de trinta horas em quatro idiomas, para treinar agentes de todo o mundo contra o abuso sexual. Mas todas as comunidades paroquiais, lideradas pela Pastoral Familiar devem acolher , socorrer , aconselhar e orientar as vitimas, viabilizando também a prevenção e o cuidado efetivo e vigilante. Deus seja louvado!


Dom Roberto Francisco Ferreria paz
Bispo Diocesano de Campos (RJ)

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Efusão do Espírito Santo, o que realmente é?



Em primeiro lugar, gostaria de avisar aos irmãos carismáticos que este quem vos fala também já foi um dia servo da RCC e tenho conhecimento do que acontece nos GO e infelizmente, existe muito sentimentalismo e nenhum conhecimento teológico entre eles. 

Utilizar de chavões não irá adiantar [O Papa aceita a RCC / O Papa disse que ama os carismáticos / A RCC trouxe muitos jovens para a Igreja etc.] porque o foco da questão é doutrinário. Por isso a intenção do artigo é apresentar a efusão como ensina a Igreja Católica e esperamos esclarecer os amigos que tem o entendimento errado do que seja realmente a ação do Espírito Santo através dos dons e carismas. Nada como ler de acordo com o Magistério aliado ao conhecimento prático do assunto.

O Dom SEMPRE existiu, e é tal como ensina Santo Tomás, mas NUNCA foi 'shalalá'.

A doutrina ensinada pela RCC surgiu na década de 70. Como algo que surgiu há 40 anos pode ser teológico? O mesmo ocorre no repouso, fruto de uma experiência mística, como bem ensinada pelos santos místicos (São João da Cruz, Santa Teresa de Ávila, e afins) e por grandes teólogos (Garrigou-Lagrange, Royo Marín, Tanquerey e etc).

Verdadeiro dom de línguas: capacidade de falar outros idiomas sem os haver estudado. Recurso divino para facilitar a pregação do Evangelho aos estrangeiros.

Falso dom de línguas: “palavras” complicadas, esquisitas, incompreensíveis, proferidas por alguém em delírio, em transe, ou mesmo em estado normal (neste caso por pura vaidade, condicionamento da mente ou exibicionismo).

orar em línguas do pentecostalismo que abrange as seitas pentecostais e a RCC são apenas uma caricatura do que foram os verdadeiros dons de línguas ocorridos na Era Apostólica. Que se tratava de um fenômeno linguístico para que novas línguas vernáculas fossem compreendias para o anúncio do Evangelho. Esperamos que seja apenas caricatura mesmo, mas alguns padres e estudiosos afirmam também que alguns casos possam ser uma peça pregada pelo próprio demônio para insultar a Deus.

Leiam o que diz Santo Agostinho, um dos maiores doutores da Igreja:

“Nos primeiros tempos, o Espírito Santo descia sobre os fiéis e estes falavam em línguas, sem as ter aprendido conforme o Espírito lhes dava a falar. Foram sinais oportunos para esse tempo... o sinal dado passou depois” (Comentário da Primeira Carta de São João, Tratado IV, 10).

E Santo Tomás de Aquino:

“Quanto ao dom de línguas, devemos saber que como na Igreja primitiva eram poucos os consagrados para pregar ao mundo a Fé em Cristo, a fim de que mais facilmente e a muitos se anunciasse a palavra de Deus, o Senhor lhes deu o dom de línguas” (S. Tomas de Aquino, Comentário a la primera espistola a los Conrintios, Tomo II, pag 178.).

Os teólogos dividem a graça em santificante ou habitual e atual.

A graça santificante ou habitual nós a recebemos e é a vida de Deus em nós, que nos faz filhos d'Ele, partícipes da própria natureza d'Ele.
A graça atual todos os seres humanos recebem a todo o momento. É uma iluminação à inteligência para que se abrace a verdade e se repudie a mentira e uma sugestão à vontade para que se faça o bem e se evite o mal.

Já a fé é uma virtude teologal, pela qual aderimos de modo sobrenatural à revelação de Deus.

Graça santificante e fé, recebemos no batismo, junto com as outras duas virtudes teologais, a caridade e a esperança.

O que se entende por "efusão do Espírito Santo" uma renovação da graça batismal, daí a referência à iniciação cristã (renovação das promessas) e à santificação (que não pode ocorrer se a pessoa não permanece na graça).

Na realidade, a RCC utiliza de todos os versículos referentes ao Sacramento do Batismo, para explicar esta efusão, que é lícita e que de fato acontece. Este erro existe sim. Outro erro é condicionar a renovação espiritual e mesmo a atuação do Espírito Santo, somente ou quase que somente a partir desta oração, delegando quase que exclusivamente ao grupo de oração esta função de santificar as pessoas, através desta mesma efusão.

O erro a meu ver, não é o desejo de se santificar pela descoberta do Divino Espírito, que para ela estava esquecido e relegado a segundo plano. O erro é condicionar ao grupo, a oração de pedi-lo, afirmando categoricamente que ali, naquele momento, aconteceu, de fato, a efusão. E pior, dizem que os frutos desta efusão é a manifestação de carismas, ao invés de afirmarem que o Espírito Santo, mais do que nos dar carismas , deseja a santificação das almas, que muitas vezes passa pelo ordinário e pela cruz, não pelo extraordinário.

A questão a meu ver é de foco e ensinamento correto dentro da verdadeira pedagogia do Espírito Santo. Ali muito se tem de contaminação de estudos fora Igreja Católica, por isso a confusão.

Dá pra acertar? Creio que sim, desde que a liderança queira mesmo entender e aprender o que nos ensina a Igreja.

Eu sei que é muito difícil mostrar às pessoas da RCC o verdadeiro ensino católico, por conta do que aconteceu na vida de muitos deles. Vejam, muitos ali vieram de seitas, estavam afastados da Igreja e ao se depararem com o louvor, a oração, a palavra de Deus e porque não dizer, o acolhimento, - coisas eminentemente católicas - viram suas vidas transformadas e acharam mesmo que a RCC é quem fez esta transformação. Aliada aos ensinos errados, de que a Igreja precisa se renovar - eu mesmo acreditei nisso, como se renovar fosse mudar tudo.. rsrs -, batem o pé quanto ao que sentiram e aprenderam. Por isso a dificuldade de falar com eles.

Acho eu que o caminho certo é mostrar a verdade, o ensino correto, porque ele é que poderá mudar todo o conceito de doutrina do Espírito Santo, podendo assim dar muito mais fruto em suas vidas. Não acho que deva tentar mudar algo, mostrando só erros, temos que dar oportunidade de mudança.

Pelas apostilas da EPA, que é a escola de formação da RCC, na parte onde trata da identidade do movimento, temos visto um grande equívoco quando ensina sobre este batismo. De fato, e você analisou bem, se é utilizado para respaldar este “batismo” - (uso este termo apesar de ser errado, já que foi pedido para dizer efusão, mas a RCC o utiliza e você o utilizou, por isso abri esta exceção) -, os versículos - e até o catecismo -, que são utilizados para explicar o Sacramento do Batismo e do Crisma, além de condicionar a vinda e a plenitude do Espírito Santo neste dito batismo. Ora, vimos que a vinda e a plenitude ocorrem através dos Sacramentos, onde recebemos por sinais visíveis a graça invisível de Deus, e não somente através de uma oração pedindo esta nova efusão. E quem não passou por esta oração e não pertence à RCC, não tem os frutos e os dons do Espírito Santo? 

Todos nós somos chamados a viver e sermos conduzidos pelo Espírito, e a efusão pode acontecer e muitas vezes acontece mesmo, na oração silenciosa. A alma em contato com Deus, aquela que busca a santidade, recebe do Espírito Santo muitas inspirações e auxílios para crescer cada dia mais. Não se pode dizer que só acontece na RCC e no momento da oração em que se pede a vinda do Espírito Santo, que Ele de fato tenha vindo. E não se pode dizer que mesmo na RCC se dá Sua vinda exatamente no momento da oração.

Sabemos que devemos pedi-lo sempre. “Se Ele é aquele que guia, santifica e que habita no Batizado, deve ser então “nosso” Mestre e nosso guia. – “É pela “intimidade”da Sua união com Ele que medem os seus progressos de santidade”- (La Divinisation du Chrétien – Pe. P. Ramiére, pag. 218).

E Santo Tomás nos ensina que é possível esta nova vinda do Espírito: 

"Que o Espírito Santo seja enviado ou venha de novo, não quer dizer que se tenha ido embora mas que surge na criatura um relacionamento novo com o Espírito: ou porque nunca estivera ali ou talvez porque começa a estar de maneira diferente que estivera antes." (S. Th., I, q. 43, a. 1)".

O que não podemos dizer que é a partir da oração de efusão como ocorre na RCC que acontece de fato esta vinda, assim como somente depois dela é que estaremos cheios para manifestar os carismas, que notoriamente nas apostilas, dizem que fora da RCC eles não passam para muitos católicos de mera teoria. Ora, muitas vezes estamos praticando os dons e os carismas sem ao menos nos darmos conta, já que é algo interior e é o Senhor quem nos conduz a praticá-los. 

Veja, não é um acontecimento mágico. O que concluí do que acontece na RCC é que as pessoas por estarem em contato com os elementos católicos: oração, louvor, Palavra de Deus - e desejosas de recebê-lo, recebem de Deus graças atuais para que acordem para a vida de santidade. Muitos se convertem ao Senhor, mas a partir daí devem necessariamente buscar crescer espiritualmente na maneira que o próprio Espírito ensinou à Igreja. Nada, mas nada é mágico e todos, - os que são da RCC e os que não são -, devem buscar a santidade para ver a Deus.

Um erro da apostila neste sentido está expresso quando dizem: “O dado novo que tem ocorrido na Renovação, em relação ao Batismo no Espírito Santo, é que no seu seio essa graça tem sido dinâmica e se renova continuamente, como acontecia na Igreja Primitiva. Assim, essa renovação constante do batismo, bem como o seu dinamismo, nos tem dado uma identidade ímpar, em se tratando de Igreja Católica; infelizmente única, pois o ideal é que todos os católicos, senão todas as pessoas vivam essa graça”.

O que ela faz é condicionar esta efusão somente aos membros da RCC, como se os católicos em geral não renovassem os efeitos da graça do Batismo que receberam.

Apesar de a apostila dizer que Sacramento do Batismo é uma coisa e o Batismo no Espírito ser outra coisa,* se confunde quando na hora de explicá-los:

“Visto que o Batismo no Espírito Santo não é uma repetição do Batismo Sacramental, vejamos o que ele é: Para isso partiremos de uma ideia apresentada por Jesus no principal dia de uma das Festas dos Tabernáculos, realizada em Jerusalém, quando Ele, de pé, proclamava: “Se alguém tiver sede, venha a mim e beba. Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva" (João 7,37-38). O Evangelista segue esclarecendo o significado destas palavras de Jesus, dizendo: “(Jesus) Dizia isso, referindo-se ao Espírito que haviam de receber os que cressem nele" (João 7,39).

Veja que Jesus falava aqui exatamente do que acontece naquele que recebe o Batismo Sacramento, - e não da efusão -, onde recebemos nossa filiação através da recepção da graça perdida pelo pecado. A partir daí temos o poder de Deus que age em nós e por nós, mesmo que muitos não tenham esta consciência. A RCC a meu ver, acende esta consciência da presença do Espírito Santo, mas a custa de ensinos equivocados.

A santidade deve ser buscada a todo custo e esta deve ser nossa meta – enquanto a RCC exortar neste sentido está correta, o que não se pode é ensinar que basta encontrar-se com Jesus e o Espírito Santo faz o resto ( palavras da apostila). Exortar a crescer na graça é um pedido da própria Igreja e do próprio Cristo e todos nós somos chamados a ela.

Quanto aos dons extraordinários, como dom de línguas, milagres, profecias, e os carismas que são "gratis datae", carismáticos, - conforme Tanquerey. -, em que o Senhor dá a quem Ele quer e na hora que Ele quer para que esta pessoa possa servir à sua Igreja, mas não são condicionados ao estado de graça, não devemos pedir por conta de sermos enganados por ditas experiências e que podemos muito bem julgá-las erroneamente. Cabe à Igreja o discernimento dos dons que ocorrem em seu seio e não os próprios membros que analisam se são ou não são de Deus.

Vejam o quer diz sobre isto a Lúmen Gentium: 

“Não se devem porém, pedir temerariamente, os dons extraordinários nem deles se devem esperar com presunção os frutos das obras apostólicas; e o juízo acerca da sua autenticidade e recto uso, pertence àqueles que presidem na Igreja e aos quais compete de modo especial não extinguir o Espírito mas julgar tudo e conservar o que é bom” (cfr. 1 Tess. 5, 12. 19-21).

São Vicente Ferrer, continuando o ensino de Santo Tomás e de São João da Cruz sobre o assunto, diz:

“Os que queiram viver na vontade de Deus não devem desejar obter [...] sentimentos sobrenaturais superiores ao estado ordinário daqueles que têm um temor e um amor a Deus sinceros. Tal desejo, de fato, só pode vir de um fundo de orgulho e de presunção de uma vã curiosidade em relação a Deus e de uma fé demasiada frágil. A graça de Deus abandona o homem que está preso a este desejo e o deixa à mercê de suas próprias ilusões e das tentações do diabo que o seduz com revelações e visões enganosas”.

A efusão se dá, via de regra, na oração e na recepção dos Sacramentos e nunca deixou de fazer parte da Igreja ou da vida dos fiéis, pois é Ele mesmo o Autor da nossa santificação.

Só gostaria de alertar para uma coisa - o resultado da presença do Espírito e de Sua ação na nossa vida se percebe pela nossa conversão, fidelidade aos Mandamentos e cumprimento da Vontade de Deus - não é pelos sentimentos, entusiasmo, coração palpitante, pois se nos apegarmos a estas coisas e achamos que são sinal de Sua presença,o que faríamos quando esses sentimentos desaparecessem?

Nossa vida religiosa e espiritual não se mede de forma alguma por eles, corre-se o risco de achar que “se não estou sentindo nada, não estou na unção” como dizem.

Sábios conselhos de nossos mestres espirituais.
_______________________
* A palavra "Batismo" significa tradicionalmente o sacramento da iniciação cristã. Por isso, será melhor evitar o uso da expressão "Batismo no Espírito”, ambíguo, por sugerir uma espécie de sacramento. Poderão ser usados termos como "efusão do Espírito Santo", "derramamento do Espírito Santo". Do mesmo modo, não se utilize o termo "confirmação" para não confundir com o sacramento da crisma (Cf. Comissão Episcopal de Doutrina, Comunicado Mensal, Dez. de 1993, 2217). - Orientações Pastorais sobre a Renovação Carismática Católica, CNBB - Documento 53, nº 54.
____________________________________________________
Fonte: Efusão do Espírito Santo - o que realmente é?.: David A. Conceição 05/2013 
Disponível em: Tradição em Foco com Roma.