quinta-feira, 16 de maio de 2013

Nota da CNBB sobre a redução da maioridade penal



“Bem-aventurados os que promovem a paz, porque serão chamados filhos de Deus” 
(Mt 5,9)

O debate sobre a redução da maioridade penal, colocado em evidência mais uma vez pela comoção provocada por crimes bárbaros cometidos por adolescentes, conclama-nos a uma profunda reflexão sobre nossa responsabilidade no combate à violência, na promoção da cultura da vida e da paz e no cuidado e proteção das novas gerações de nosso país.

A delinquência juvenil é, antes de tudo, um aviso de que o Estado, a Sociedade e a Família não têm cumprido adequadamente seu dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos da criança e do adolescente, conforme estabelece o artigo 227 da Constituição Federal. Criminalizar o adolescente com penalidades no âmbito carcerário seria maquiar a verdadeira causa do problema, desviando a atenção com respostas simplórias, inconsequentes e desastrosas para a sociedade.
 
A campanha sistemática de vários meios de comunicação a favor da redução da maioridade penal violenta a imagem dos adolescentes esquecendo-se de que eles são também vítimas da realidade injusta em que vivem. Eles não são os principais responsáveis pelo aumento da violência que nos assusta a todos, especialmente pelos crimes de homicídio. De acordo com a ONG Conectas Direitos Humanos, a maioria dos adolescentes internados na Fundação Casa, em São Paulo, foi detida por roubo (44,1%) e tráfico de drogas (41,8%). Já o crime de latrocínio atinge 0,9% e o de homicídio, 0,6%. É, portanto, imoral querer induzir a sociedade a olhar para o adolescente como se fosse o principal responsável pela onda de violência no país.


O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ao contrário do que se propaga injustamente, é exigente com o adolescente em conflito com a lei e não compactua com a impunidade. Ele reconhece a responsabilização do adolescente autor de ato infracional, mas acredita na sua recuperação, por isso propõe a aplicação das medidas socioeducativas que valorizam a pessoa e lhe favoreçam condições de autossuperação para retornar a sua vida normal na sociedade. À sociedade cabe exigir do Estado não só a efetiva implementação das medidas socioeducativas, mas também o investimento para uma educação de qualidade, além de políticas públicas que eliminem as desigualdades sociais. Junta-se a isto a necessidade de se combater corajosamente a praga das drogas e da complexa estrutura que a sustenta, causadora de inúmeras situações que levam os adolescentes à violência.

Adotada em 42 países de 54 pesquisados pela UNICEF, a maioridade penal aos 18 anos “decorre das recomendações internacionais que sugerem a existência de um sistema de justiça especializado para julgar, processar e responsabilizar autores de delitos abaixo dos 18 anos” (UNICEF). Reduzi-la seria “ignorar o contexto da cláusula pétrea constitucional – Constituição Federal, art. 228 –, além de confrontar a Convenção dos Direitos da Criança e do Adolescente, as regras Mínimas de Beijing, as Diretrizes para Prevenção da Delinquência Juvenil, as Regras Mínimas para Proteção dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San José da Costa Rica e o Estatuto da Criança e do Adolescente” (cf. Declaração da CNBB contra a redução da maioridade penal – 24.04.2009).

O Conselho Episcopal Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Brasília, nos dias 14 a 16 de maio, reafirma que a redução da maioridade não é a solução para o fim da violência. Ela é a negação da Doutrina da Proteção Integral que fundamenta o tratamento jurídico dispensado às crianças e adolescentes pelo Direito Brasileiro. A Igreja no Brasil continua acreditando na capacidade de regeneração do adolescente quando favorecido em seus direitos básicos e pelas oportunidades de formação integral nos valores que dignificam o ser humano.

Não nos cansemos de combater a violência que é contrária ao Reino de Deus; ela “nunca está a serviço da humanidade, mas a desumaniza”, como nos recordava o papa Bento XVI (Angelus, 11 de março de 2012). Deus nos conceda a todos um coração materno que pulse com misericórdia e responsabilidade pela pessoa violentada em sua adolescência. Nossa Senhora Aparecida proteja nossos adolescentes e nos auxilie na defesa da família.


Brasília, 16 de maio de 2013


Dom José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão
Presidente da CNBB em exercício


Dom Sergio Arthur Braschi
Bispo de Ponta Grossa
Vice-Presidente da CNBB em exercício


Dom Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário Geral da CNBB

Como fundar uma igreja evangélica


Cartaz de Anúncio de igrejas evangélicas
Capítulo 1: Nome e denominação da igreja

Para iniciar a sua igreja protestante (que é sinônimo de evangélico se você não sabia), antes de mais nada você deve escolher o tipo de protestantismo a ser seguido. São muitas opções: Igrejas Luteranas, Batistas, Metodistas, Presbiterianas, Anglicanas, Biscaterianas e o diabo a quatro, mas a opção de longe mais recomendada são as igrejas pentecostais, que fazem um sucesso imenso no Brasil e não têm a obrigação de se pautar nas regras da Reforma Protestante, que crente nenhum faz questão de conhecer. Ou melhor ainda, siga a linha Neopentecostal, que é igual aos pentecostais, com a diferença de que as pessoas não podem ver televisão à vontade e as mulheres precisam usar aquelas saias horrorosas e deixar o cabelo descuidado.

Agora escolha qual será o nome da sua igreja. Isso não será difícil, basta você usar a sua criatividade. Uma boa fórmula é começar o nome por Igreja, acrescentar um adjetivo enaltecedor, com o objetivo de passar uma ideia de abrangência, e por último um sinônimo para o lugar em que Deus vive, ou pelo menos que a maioria da população acredita ser o tal lugar. Também pode ser qualquer outro lugar bíblico, como por exemplo o Monte Sinai ou a muralha de Jericó. Abaixo segue um esquema:

Igreja + Adjetivo + do(a) + Substantivo + de Deus

Esquema prático de funcionamento de uma igreja evangelica

Variantes sugeridas para o adjetivo:

§  Universal
§  Internacional
§  Interdimensional
§  Galáctica
§  Mundial
§  Intercontinental
§  Multinacional
§  Sensacional
§  Piramidal
§  Hexagonal
§  Maioral
§  Procedural
§  Carnal
§  Dodecagonal
§  171
§  Pantanal
§  Transcedental

Variantes sugeridas para o substantivo:

§  Reino
§  Graça
§  Universo
§  Poder
§  Empresa
§  Ordem
§  Máfia
§  Praça de Pedágio
§  Quadrilha
§  Patota
§  Turminha
§  Buraco
§  Suvaco
§  Barraco
§  Galáxia
§  Império
§  Faraó
§  Paroquial
§  Principado
§  República Independente
§  Horda
§  Clubinho
§  Bonde

Para fazer exemplos, vamos pegar dois três modelos já existentes, mais alguns dos itens acima e criar alguns nomes de igrejas neopentecostais:

§  Igreja Universal do Reino de Deus (modelo real 1);
§  Igreja Internacional da Graça de Deus (modelo real 2, claramente plagiado baseado no primeiro);
§  Igreja Mundial do Poder de Deus (modelo real 3, claramente plagiado baseado nos dois primeiros);

A partir destes dois e dos itens sugeridos acima:

§  Igreja Galáctica do Universo de Deus
§  Igreja Intercontinental da Ordem de Deus
§  Igreja Multinacional da Máfia de Deus
§  Igreja 171 da Quadrilha de Deus
§  Igreja Sensacional do Pagode de Deus
§  Igreja Carnal do Suvaco de Deus
§  Igreja Dodecagonal da Patota de Deus

Se você quer modelos mais sofisticados, também é possível substituir Deus por outras variantes bíblicas, mas aí não há uma receita de bolo. Mesmo assim darei alguns exemplos mais avançados:

§  Igreja Interdimensional da Praça de Pedágio da Muralha de Jericó
§  Igreja do Santo Dízimo de Cristo
§  Igreja da Mina de Ouro no Monte Sinai
§  Igreja de Jesus Cristo e Maria Madalena no Barraco de Deus
§  Igreja do Santo Dinheiro de Wall Street
§  Igreja da Santa Tela Azul da Morte do Windows

Perfeito, a nossa igreja evangélica já tem um nome agora. Para ilustrar melhor este livro, usaremos o nome Igreja Multinacional da Máfia de Deus a partir deste ponto. O próximo passo é aprender como que se comanda uma igreja crente.

Os pecados contra o Espírito Santo


Todo o que tiver falado contra o Filho do Homem será perdoado. Se, porém, falar contra o Espírito Santo, não alcançará perdão nem neste século nem no século vindouro. (Mt. 12,32).

Quanto pior castigo julgais que merece quem calcar aos pés o Filho de Deus, profanar o sangue da aliança, em que foi santificado, e ultrajar o Espírito Santo, autor da graça! (Hb. 10,29).

O pontificado do Papa São Pio X de 1903 a 1914 - em seu Catecismo Maior, ensinou que são seis os pecados contra o Espírito Santo:

O pecado contra o Espírito Santo consiste na rejeição da graça de Deus; é a recusa da salvação. Implica numa rejeição completa à ação, ao convite e à advertência do Espírito Santo.

1º - Desesperar da salvação: quando a pessoa perde as esperanças na salvação, achando que sua vida já está perdida e que ela se encontra condenada antes mesmo do Juízo. Julga que a misericórdia divina é pequena. Não crê no poder e na justiça de Deus.


2º - Presunção de salvação, ou seja, a pessoa cultiva em sua alma uma idéia de perfeição que implica num sentimento de orgulho. Ela se considera salva, pelo que já fez. Somente Deus sabe se aquilo que fizemos merece o prêmio da salvação ou não. A nossa salvação pode ser perdida, até o último momento da nossa vida, e Deus é o nosso Juiz Eterno. Devemos crer na misericórdia divina, mas não podemos usurpar o atributo divino inalienável do Juízo.

O simples fato de já se considerar eleito é uma atitude que indica a debilidade da virtude da humildade diante de Deus. Devemos ter a convicção moral de que estamos certos em nossas ações, mas não podemos dizer que aos olhos de Deus já estamos definitivamente salvos.

Os calvinistas, por exemplo, afirmam a eleição definitiva do fiel, por decreto eterno e imutável de Deus.

A Igreja Católica ensina que, normalmente, os homens nada sabem sobre o seu destino, exceto se houver uma revelação privada, aceita pelo sagrado magistério. Por essa razão, os homens não podem se considerar salvos antes do Juízo.

3º - Negar a verdade conhecida como tal pelo magistério da Santa Igreja, ou seja , quando a pessoa não aceita as verdades de fé (dogmas de fé), mesmo após exaustiva explicação doutrinária. É o caso dos hereges.

Considera o seu entendimento pessoal superior ao da Igreja e ao ensinamento do Espírito Santo que auxilia o sagrado magistério.
 
4º - Inveja da graça que Deus dá aos outros. A inveja é um sentimento que consiste em irritar-se porque o outro conseguiu algo de bom. Mesmo que você possua aquilo ou possa ganhar um dia. É o ato de não querer o bem do semelhante. Se eu invejo a graça que Deus dá a alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o juiz do mundo. Estou me voltando contra a vontade divina imposta no governo do mundo. Estou me voltando contra a Lei do Amor ao próximo. Não devemos invejar um bem conquistado por alguém. Se este bem é fruto de trabalho honrado e perseverante, é vontade de Deus que a pessoa desfrute daquela graça.
 
5º - A obstinação no pecado é a vontade firme de permanecer no erro mesmo após a ação de convencimento do Espírito Santo. É não aceitar a ética cristã. Você cria o seu critério de julgamento ético. Ou simplesmente não adota ética nenhuma e assim se aparta da vontade de Deus e rejeita a Salvação.

6º - A Impenitência final é o resultado de toda uma vida de rejeição a Deus: o indivíduo persiste no erro até o final, recusando arrepender-se e penitenciar-se, recusa a salvação até o fim. Consagra-se ao Adversário de Cristo. Nem mesmo na hora da morte tenta se aproximar do Pai, manifestando humildade e compaixão. Não se abre ao convite do Espírito Santo definitivamente.
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Fonte: CatólicaNet

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Arquidiocese de São Luís realiza coleta solidária em favor da JMJ 2013



Unida a toda a Igreja do Brasil, a Arquidiocese de São Luís, em apoio à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro, pede ao seu clero e ao Povo de Deus, que com generosidade, participem da Campanha Nacional de Solidariedade à Jornada Mundial da Juventude.

A Coleta Solidária foi aprovada pela CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – na Assembleia Geral. É uma forma que a Igreja encontrou para a realização da Jornada.

Visto que falta pouco tempo para a Jornada Mundial, é uma coleta nacional, a realizar-se em todas as missas e celebrações dos dias 25 e 26 de maio, Solenidade da Santíssima Trindade. Lembramos que a Coleta Solidária deve ser entregue na Administração Arquidiocesana (Cúria) o quanto antes, para, em seguida, ser enviada à Arquidiocese de São Sebastião do Rio de Janeiro.

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Fonte: Arquidiocese de São Luís.

O bispo e o padre devem ser pastores e não lobos, disse o Papa



“Ser padre, ser pastor é ser para os outros”, afirmou o Sumo Pontífice.

Na manhã desta quarta-feira, 15, o Papa Francisco, presidindo a Missa na Capela da Casa Santa Marta, falou de modo especial sobre a missão do bispo e do padre. Segundo o Santo Padre, estes devem ser pastores e não lobos, que não poupam o rebanho.

O bispo e o sacerdote poderão ser lobos de dois modos, recordou o Papa, citando Santo Agostinho: “quando comem a carne do rebanho ou quando usam a lã, ou seja, comer a carne é se aproveitar dos recursos do rebanho, favorecer-se com os recursos do Povo de Deus; usar a lã é ser vaidoso, querer ser tratado de modo diferente, como centro das atenções, ter privilégios. Em nenhum dos casos o bispo e o padre servem, mas desejam ser servidos. Não são sacerdotes para o povo, mas para eles mesmos”.


De acordo com o Papa, ser padre, ser pastor é ser para os outros. “Ninguém é ordenado sacerdote para si mesmo, mas para o Povo de Deus”, disse o Pontífice, se referindo à primeira leitura, extraída dos Atos dos Apóstolos.

Encerrando, o Santo Padre voltou a falar do querer bem entre os pastores e o Povo de Deus. Citou os versículos finais dos Atos, quando Lucas escreveu que os cristãos se lançaram ao pescoço de Paulo para abraçá-lo principalmente porque ele havia dito que eles já não o veriam mais.

Papa Francisco recomendou que o Povo reze sempre por seus pastores.

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Da redação, com Rádio Vaticano
Fonte: Canção Nova

Papa destaca iniciativa em defesa da vida desde a concepção.



Regina Coeli
Domingo, 12 de maio de 2013



Queridos irmãos e irmãs,

Ao término desta celebração, desejo cumprimentar todos vocês que vieram render homenagens aos novos santos, de modo particular as delegações oficiais da Itália, da Colômbia e do México.

Que os mártires de Otranto ajudem o querido povo italiano a olhar com esperança para o futuro, confiando na proximidade de Deus que nunca nos abandona, ainda que nos momentos difíceis.

Que por intercessão de Madre Laura Montoya, o Senhor conceda um novo impulso missionário e evangelizador à Igreja e que, inspirados no exemplo de concórdia e reconciliação dessa nova santa, os amados filhos da Colômbia continuem trabalhando pela paz e o justo desenvolvimento de sua pátria..


Às mãos de Santa Guadalupe García Zavala confiamos todos os pobres, enfermos e todos que são assistidos por ela e recomendamos sua intercessão à nobre nação mexicana, para que desterrada de toda violência e insegurança, avance cada vez mais pelo caminho da solidariedade e da convivência fraterna.

Estou feliz de recordar que ontem, em Roma, foi proclamado beato o sacerdote Luigi Novarese, fundador do Centro voluntário do Sofrimento e dos Silenciosos Operários da Cruz. Me uno em ação de graças por este padre exemplar, que soube renovar a pastoral dos enfermos fazendo-os sujeitos ativos na Igreja.

Saúdo os participantes da “Marcha pela Vida”, realizada nessa manhã em Roma e convido a manter viva a atenção de todos sobre o tema importante que é o respeito pela vida humana desde o momento de sua concepção. Neste propósito, gostaria de recordar o abaixo-assinado que está sendo feito hoje em muitas paróquias italianas, a fim de apoiar a iniciativa européia “Um de nós”, para garantir proteção jurídica ao embrião, protegendo todo ser humano desde a sua existência. Um momento especial para aqueles que têm o coração na defesa da sacralidade da vida humana será o “Dia da Evangelium Vitae”, que será realizado no Vaticano, no contexto do Ano da Fé, nos dias 15 e 16 de junho próximo.

Saúdo com afeto todos os grupos paroquiais, as famílias, as escolas, os jovens presentes. Com amor filial os nos voltemos agora à Virgem Maria, mãe e modelo de todos os cristãos.

Confira os números da Igreja Católica no mundo

Anuário Pontifício 2013 foi apresentado ao Papa Francisco nesta segunda-feira, 13
(FOTO: L'Osservatore Romano).


Anuário Pontifício 2013


O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Tarcísio Bertone e o arcebispo Angelo Becciu, substituto para os Assuntos Gerais, apresentaram na manhã desta segunda-feira, 13, ao Papa Francisco a edição do Anuário Pontifício de 2013.

A apresentação deu-se na presença dos colaboradores da elaboração e impressão do volume. Também foi apresentado o Annuarium Statiscum Ecclesiae, do mesmo dicastério.

A partir da leitura dos dados, pode-se coletar algumas notícias sobre a vida da Igreja Católica no mundo, de 2012 até a eleição do Papa Francisco.

Nesse período, cabe destacar que foram erigidas 11 novas sedes episcopais, dois ordinariatos pessoais, um vicariato apostólico e uma prefeitura apostólica. Também foi elevada uma prelazia territorial a diocese e dois exarcados apostólicos a eparquias.

As estatísticas, que se referem ao ano de 2011, mostram as dinâmicas da Igreja Católica em 2.979 circunscrições eclesiais do planeta. No que diz respeito ao número de católicos no mundo, em 2011 eram de 1.214.000 frente aos 1.196 milhões de 2010, com um aumento de 18 milhões de fiéis, ou seja, 1,5%. No decorrer dos últimos anos, a presença de católicos batizados no mundo permanece estável, em torno de 17,5%.


Os católicos têm aumentado na África (4,3%), que apontou, entre 2010 e 2011, um aumento de sua população de 2,3%. No continente asiático também há registros de aumento no número de católicos superior ao da população (2,0% frente aos 1,2%). Na América e Europa o aumento de católicos e da população é igual (0,3%). Em 2011, o total de católicos batizados estava distribuído, por continente, desde modo: África (16,0%); América (48,8%); Ásia (10,95); Europa (23,5%) e Oceanía (0,8%).

Clero

De 2010 a 2011, os bispos passaram de 5.104 a 5.132, com um aumento relativo de 0,55%. O aumento foi registrado principalmente na Oceania (+4,6%) e na África (+1,0%) enquanto a Ásia e a Europa estão um pouco abaixo da média mundial e na América não se registam variações.

Da mesma forma, aconteceu com o crescimento no número de sacerdotes iniciado em 2000. Em 31 de dezembro de 2011, registrou-se o número de 413.418 padres, frente aos 405.067 da mesma data em 2001. No entanto, esse aumento não é homogêneo. Na África e na Ásia, o crescimento é respectivamente de +39,5% e de +32% (com um aumento de mais de 3.000 só em 2011). Na América, a situação é a mesma (122.000) enquanto na Europa houve uma queda superior a 9%.
Segue o forte expansão dos diáconos permanentes, que passou de 29.000 em 2001 para 41.000 de 2011. Estão presentes em toda a América do Norte e na Europa, que contam com 97,4% do total, enquanto que os 2,6% restantes se dividem entre a África, a Ásia e a Oceania.

Os religiosos e religiosas

Os religiosos professos, não sacedortes, se consolidam e superam ligeiramente os 55.000. Crescem na África e na Ásia (+18,5 % e 44,9% respectivamente) e diminuem na América (-3,6%), na Europa (-18%) e na Oceania (-21,9%).

Uma constante e forte queda atravessa o mundo das religiosas que neste momento são 713.000, frente as 792.000 de 2001. Há menos religiosas na Europa (-22%), Oceania (-21%) e América (-17%). No entanto, seu aumento é significativo na África (+28%) e na Ásia (+18%).

Os cadidatos ao sacerdócio, diocesanos e religiosos, passaram os 112 mil em 2001 para os 120.616 em 2011. Um aumento de 7,5%. O aumento mais significativo está na África (+30,9%), na Ásia (+29,4), enquanto a Europa e a América registram uma queda de 21,7% e de 1,9% respectivamente.


Da Redação, com VISNews
(Tradução: André Alves)
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Fonte: Canção Nova

Sobre a redução da maioridade penal



O Que Deus exige de nós? (Mq 6. 6-8)

A partir da pergunta do lema bíblico da Semana de Oração pela Unidade dos(as) Cristãos(ãs) convidamos as igrejas, para refletir sobre as Propostas de Emenda à Constituição que tramitam na Comissão de Constituição e Justiça e que pretendem mudar a Constituição e as leis infra-constituicionais com o objetivo de reduzir a maioridade penal.

Os argumentos utilizados são vários. O mais difundido justifica a redução da maioridade penal afirmando que, em função da proteção garantida pela Constituição Federal, pelo Código Penal e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente aos menores, adultos se aproveitariam de jovens adolescentes para cometer crime. Outro argumento é que o Brasil estaria se diferenciando de outros países que consideram a idade de responsabilidade penal abaixo dos 18 anos. Por fim, somam-se a estes argumentos a ampla campanha midiática que reserva espaço considerável nos telejornais para consolidar, de forma sensacionalista, a imagem que o número de crimes hediondos praticados por menores teria crescido.


Projetos de Leis que atingem os direitos conquistados pela sociedade civil, nestes curtos anos de experiência democrática, têm sido frequentes. Chamamos a atenção para um viés autoritário presente em algumas destas propostas que, coincidentemente ou não, têm recebido uma atenção e tentativas de aceleração com vistas á realização dos eventos esportivos internacionais que acontecerão em nosso país. Neste contexto, é preciso, portanto, jogar nossas “imperfeições” sociais de baixo do tapete.

Lamentamos que esta questão esteja em discussão. A Maioridade Penal, na forma como hoje se apresenta na Constituição, é uma conquista da sociedade civil organizada, que têm realizado a duras penas, trabalhos em defesa dos direitos das crianças e adolescentes. O Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA é a expressão máxima deste trabalho.

Reduzir a maioridade penal não irá resolver o problema da criminalidade em nosso país. É necessário olhar com seriedade para os problemas estruturais de nossa sociedade. Entre eles, a desigualdade social. Inúmeras pesquisas apontam que a enorme diferença entre ricos e pobres é um dos fatores que contribui para o aumento da criminalidade. 

A precariedade do sistema nacional de educação é outro fator que influencia positivamente para que jovens cometam atos infracionais. Adicionam-se a isso, o fortalecimento de processos culturais como o individualismo, consumismo e hedonismo. A ineficácia de políticas públicas que deveriam contribuir para a reintegração de jovens que cometeram crimes é outra questão a ser considerada. Não são poucos os relatórios que relatam casos de agressão sofridos por jovens em instituições que deveriam ressocializar estes jovens.

Por fim, o argumento de que haveria uma tendência de aumento do número de crimes praticados por jovens é enfraquecido pelos dados de pesquisas internacionais. Segundo levantamento do Instituto Latino-americano das Nações Unidas, entre 2000 - 2001, dos 2.100 adolescentes acusados de atos infracionais, 58,7% estavam envolvidos em furtos, roubos e porte de armas. O crime de homicídio respondia a 2% dos atos praticados por adolescentes, o que equivale a 1,4% dos casos.

Dados atualizados indicam que dos 9.016 internos da Fundação Casa, 83 infratores cumprem medidas socioeducativa por terem cometido latrocínio, isto equivale a menos de 1% dos jovens internos.

A redução da maioridade penal coloca o Brasil no caminho do retrocesso, uma vez que a maioria dos países que consideram a maioridade penal abaixo dos 18 anos está revendo sua legislação e alterando a idade penal para 18 ou 20 anos.

A redução da maioridade penal é inconstitucional. A idade penal de 18 anos integra a cláusula pétrea da Constituição Federal. 

Não queremos que esta medida seja mais uma das que contribui para reforçar a imagem do Brasil como um país que não cumpre os compromissos internacionais assumidos. 

Enquanto nação, nosso país comprometeu-se com a ratificação da Convenção Internacional dos direitos da Criança e do Adolescente da ONU. A redução da maioridade penal contraria as principais tendências de administração da justiça da infância e da adolescência no mundo.

Esta medida representa ainda um indicador negativo na avaliação do processo civilizatório e de desenvolvimento.

Diante dos retrocessos significativos ocorridos na garantia dos Direitos Humanos em nosso país, juntamos nossa voz ás demais organizações de defesa dos direitos da criança e dos adolescentes e nos posicionamos contrários á aprovação desta medida. 

O Estado brasileiro não deveria penalizar quem já é vítima de um sistema desigual e injusto como o brasileiro.

Para mais informações sobre o assunto:

Por que dizer não à redução da maioridade penal? – UNICEF, disponível em: 

Nota contra a Redução da Maioridade Penal – REJU, disponível em:
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Fonte: Conselho Nacional de Igrejas Cristãs - CONIC