Os abusos litúrgicos nada têm a ver com a reforma da liturgia. Não fosse com a Missa de Paulo VI, os modernistas estariam bagunçando o Missal de São Pio V.
Temos que lutar pelo rito tridentino, claro, mas também pela obediência às rubricas no rito atual, e, além disso, pela popularização do latim na Missa da forma ordinária.
Reiteramos o que sempre fomos: Tradicionais, anti-modernistas, anti-liberais e anti-comunistas.
E antes de tudo, apesar dos nossos muitos e grandes pecados: católico, apostólico e romano.
Aceitamos a hermenêutica da continuidade porque ela tem um princípio sadio, uma sequência sadia e uma finalidade sadia. Tudo pela Glória de Deus e exaltação da Santa Igreja. Com isso, rechaçamos a ideais contrárias a esse fim que aplicam a forma ordinária do Rito Romano.
Objeção (Obj): O Paulo VI através da ‘Missa Nova’ quis obscurecer as verdades católicas e assemelhar o rito do culto protestante.
Resposta (Resp): Não é verdade. Essa afirmação não leva em conta tantos discursos ortodoxos do Papa Paulo VI, que nega veementemente tal possibilidade aos membros do Consilium. Também simplesmente desconsidera quando o Papa Paulo VI diz que a reforma litúrgica estaria em harmonia perfeita com o patrimônio litúrgico da Igreja. Eis nossas fontes que se referem a várias oportunidades dele ao tratar sobre isso ou do ecumenismo do Concílio Vaticano II:
(A Reforma litúrgica em marcha, L'Osservatore Romano, 30 de outubro de 1964, aos membros do organismo do consilium):
“Trata-se das fórmulas das orações litúrgicas, na qual interpretação, revisão ou composição tereis de por não só toda vossa sabedoria e vossa perspicácia, mas que tereis de ter também em conta a sensibilidade de nossos tempos em harmonia com o perfeito conhecimento do patrimônio litúrgico tradicional.
Neste sentido não lhe és oculto que as fórmulas de oração pública não seriam dignas de Deus se não expressam fielmente a doutrina católica (...) Só assim as preces oficiais da Igreja se ajustarão à natureza e a condição da sagrada liturgia, e por meio delas poderá o povo cristão tributar a Deus a glória que lhe é devida".
"A genuína aplicação da constituição litúrgica os exige, por fim, realizar uma verdadeira e formosa harmonização do velho e o novo. Neste ponto tem que procurar não experimentar no ânimo de novidades, sem ter em conta ou pondo de lado ao patrimônio litúrgico tradicional. Esses desvios não poderiam se ter por uma renovação da sagrada liturgia, mas seriam antes sua destruição."
"No litúrgico não deveria ter oposição entre nossa época e as passadas; mas tudo há de se fazer de tal modo que qualquer inovação seja concorde e coerente com a genuína tradição e as fórmulas novas floresçam espontaneamente das antigas.”
(Discurso do Paulo VI no dia 20/01/1965, L'Osservatore Romano publicou integralmente no dia 21):
“Queremos torna-los a pensar em uma tentação que se insinua com facilidade nas almas boas e que poderia dar lugar a uma atitude menos boa e inútil na hora de suprimir a mais grave das dificuldades: a doutrinal. Referimo-Nos a tentação de contornar os pontos discutidos, de debilitar, de modificar, de diminuir, de negar, que diz respeito, os ensinamentos da Igreja católica que hoje em dia não são aceitos pelos irmãos separados (...) pretender eliminar as dificuldades tratando de desautorizar, ou de esquecer, ou de disfarçar afirmações que o magistério da Igreja declara comprometedoras e definitivas, não seria bom serviço.”
Deve-se acrescentar que a “Proemium da Institutio Generalis” de 1970, e posteriores edições, no seu artigo segundo e no sexto ao novo deixa claro o caráter sacrifical da Missa e seu reconhecimento a tradição ininterrupta.
Por fim, segue os trechos do Missal Romano que não deixam dúvida sobre o dogma da presença real de Cristo na Eucaristia e seu sentido sacrifical: