segunda-feira, 7 de outubro de 2013

O padre maçom francês não foi recebido pelo Papa


O padre maçom francês que nesse verão fez uma peregrinação a pé até Roma, em uma tentativa de explicar sua dupla filiação, expressou nessa quinta-feira o seu desapontamento por não ter sido recebido pelo Papa. “Mesmo que não se deva sonhar com um encontro com o Papa Francisco, não tenho o direito a uma resposta?”, questionou, em um e-mail enviado à AFP, o padre Pascal Vesin, demitido das suas funções como pároco em maio pelo Bispo de Annecy (Alpes franceses).

Eu pensei que a minha vinda e minha mensagem portadora de uma questão que está além de mim e que se refere a muitos católicos chamaria a sua atenção”, escreveu ele, considerando que a pena lhe foi imposta é “injustificada”. À agência I.Media, especializada em Vaticano, o padre Vesin admitiu ter sido brevemente recebido por um sub-subsecretário da Congregação para a Doutrina da Fé, que o tratou “como quantidade insignificante”, lembrando a ele a “incompatibilidade” entre os princípios da fé e a Maçonaria.



Padre Vesin em Roma

Em 21 de agosto, depois de uma peregrinação de 39 dias desde Megeve, nos Alpes franceses, até o Vaticano, o padre Vesin chegou a Roma na esperança de que o Vaticano entendesse suas razões e que Franciso suspendesse a sanção. Sacerdote há 17 anos, o Pascal Vesin, 43 anos, pastor da paróquia de St. Anne d’Arly-Montjoie em Megeve é ​​membro ativo do Grande Oriente de França há 13 anos. Apegado à Igreja e ao seu sacerdócio, ele acredita que a Maçonaria evoluiu, levanta questões interessantes e não é mais hostil à religião como era um século atrás. Em maio, o padre havia sido afastado de suas funções, impedido de celebrar e comunicar, devido à sua “participação ativa” em uma loja. Ele continua a ser um padre, “mas sem o direito de exercer” explicou o bispo, acrescentando que a pena pode ser dispensada se ele deixar a Maçonaria.


Sua diocese tinha justificado o castigo romano, explicando que o padre tinha decidido, apesar dos avisos pela liberdade absoluta de consciência, reivindicando sua dupla filiação.
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Tradução: José Filardo
Disponível em: Bibliot3ca

Por que os católicos rezam o terço?

Descubra por que, durante séculos, os papas chamaram o terço 

de “arma espiritual” e invocaram Maria como a “vencedora das heresias”


Durante séculos, a Igreja intensificou a oração do terço em momentos de luta. São Domingos o considerava como uma arma espiritual e os papas chamavam Maria de “vencedora das heresias”, invocando sua ajuda para combater questões que vão do catarismo ao comunismo.

A devoção ao terço foi se desenvolvendo lentamente ao longo de cerca de 500 anos.

O terço é uma oração constituída pela recitação de 50 (até 200) Ave-Marias, em grupos de dez, cada grupo precedido por um Pai-Nosso e concluído com um Glória. Durante o rosário, medita-se sobre os mistérios da vida de Cristo e da sua Mãe.

Ainda que a tradição popular atribua a origem do terço a São Domingos (1170-1221), as pesquisas históricas atuais mostram que a devoção a esta oração se desenvolveu lentamente no tempo. O próprio João Paulo II parece afirmar isso em sua carta Rosarium Virginis Mariae (2002), que começa recordando que o terço “foi gradualmente tomando forma no segundo milênio, sob a guia do Espírito de Deus”.

Ainda que não se saiba exatamente qual é a história do início do terço, o Pe. Etienne Richer explica, em "Mariology", que, no final do século XI, ou seja, quase um século antes de São Domingos, “já se conhecia e praticava uma devoção mariana caracterizada por numerosas Ave-Marias, com prostrações rítmicas em honra de Nossa Senhora, primeiro em comemoração das suas alegrias, depois dos seus sofrimentos”. O nome “rosário” começou associado a esta prática.

Nesta mesma época, irmãos e monges cistercienses que não conseguiam memorizar os 150 salmos que sua ordem rezava cada semana, teriam recitado 150 Pai-Nossos. Os leigos logo copiariam esta forma de rezar, mas substituindo o Pai-Nosso pela Ave-Maria. O nome dado a esta devoção foi “Saltério de Maria”.


Por volta do ano 1200, diz-se que Nossa Senhora apareceu a São Domingos e lhe disse: “Reze o meu saltério e ensine-o às pessoas. Esta oração nunca falhará”. Domingos difundiu a devoção ao Saltério de Maria e, como afirma o Pe. Richter, esta devoção foi “incorporada de forma divina à vocação pessoal de São Domingos”.

Nas décadas posteriores, o terço e o saltério de Maria convergiram e a devoção assumiu a forma específica que hoje conhecemos: as 150 Ave-Marias se dividem em dezenas e o Pai-Nosso se insere entre elas, assim como se estabelecem os três grupos de mistérios (gozosos, dolorosos e gloriosos).

Em 2002, João Paulo II acrescentou cinco mistérios ao terço, chamando-os de “luminosos”. Ele propôs estes mistérios com o fim de “mostrar plenamente a profundidade cristológica do terço”, ao incluir “os mistérios do ministério público de Cristo entre o seu Batismo e a sua Paixão”.

O terço é a arma espiritual da Igreja que “afugenta os demônios”.

Desde o século XII, a Igreja intensificou a oração do terço nos momentos de dificuldade e tribulação. Em 1569, São Pio V consagrou oficialmente o terço, atribuindo à sua recitação a destruição da heresia e a conversão de muitos pecadores. Pediu aos fiéis que rezassem o terço naquela época “de tantas heresias, gravemente perturbada e aflita por tantas guerras e pela depravação moral dos homens”.

O prolífico Leão XIII (1878-1903), conhecido sobretudo pelas suas encíclicas sobre questões sociais, especialmente a Rerum novarum (1891) – sobre as condições do trabalho –, escreveu pelo menos 16 documentos sobre o terço, incluindo 12 encíclicas.

Esse “Papa do terço” escreveu sua primeira encíclica sobre esta oração em 1883, no 25º aniversário das aparições de Lourdes. No texto, ele recorda o papel de São Domingos e como a oração do terço ajudou a derrotar os hereges albigenses no sul da França, nos séculos XII e XIII. São Domingos, dizia o Papa, “atacou intrepidamente os inimigos da Igreja Católica, não pela força das armas, mas confiando totalmente na devoção que ele foi o primeiro em instituir com o nome de Santo Terço”.

“Guiado pela inspiração e pela graça divinas – prosseguiu o Pontífice – previu que esta devoção, como a mais poderosa arma de guerra, seria o meio para colocar o inimigo em fuga e para confundir sua audácia e louca impiedade.”

Também falou sobre a eficácia e poder do terço na histórica batalha de Lepanto, entre as forças cristãs e muçulmanas, em 1521. As forças islâmicas haviam avançado rumo à Espanha e, quando estavam a ponto de superar as cristãs, o Papa Pio V fez um apelo aos fiéis para que rezassem o terço. Os cristãos ganharam e, como homenagem por esta vitória, o Papa declarou Maria como Senhora da Vitória, estabelecendo sua festa no dia 7 de outubro, dia do santo terço.

Voltando à necessidade do terço em sua época, o Papa escreveu: “É muito doloroso e lamentável ver tantas almas resgatadas por Jesus Cristo arrancadas da salvação pelo furacão de um século extraviado e lançadas no abismo e na morte eterna. Na nossa época, temos tanta necessidade do auxílio divino como na época em que o grande Domingos levantou o estandarte do Terço de Maria, a fim de curar os males do seu tempo”.

Pio XI (1922-1939) dedicou sua última encíclica – Ingravescentibus malis – ao terço, em 1937, o mesmo ano em que escreveu a Mit brennender Sorge, na qual criticava os nazistas, e a Divini Redemptoris, na qual afirmava que o consumismo ateu “pretende derrubar radicalmente a ordem social e socavar os próprios fundamentos da civilização cristã”.

Criticando o espírito da época, “com seu orgulho depreciativo”, o Papa disse que o terço é uma oração que tem “o perfume da simplicidade evangélica”, que requer humildade de espírito.

“Uma inumerável multidão, de homens santos de toda idade e condição, sempre o estimou – escreveu. Rezaram-no com grande devoção e em todo momento o usaram como arma poderosíssima para afugentar os demônios, para conservar a vida íntegra, para adquirir mais facilmente a virtude, enfim, para a consecução da verdadeira paz entre os homens.”

Em 1951, Pio XII (1939-1958) escreveu Ingruentium malorum, sobre a oração do terço: “Categoricamente, não hesitamos em afirmar em público que depositamos grande esperança no Rosário de nossa Senhora como remédio dos males do nosso tempo. Porque não é pela força, nem pelas armas, nem pelo poder humano, mas sim pelo auxílio alcançado por meio dessa devoção, que a Igreja, munida desta espécie de funda de Davi, consegue impávida afrontar o inimigo infernal”.

Para conhecer Jesus é preciso se voltar a Maria.

Em 1985, o então cardeal Joseph Ratzinger, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, admitiu – no livro-entrevista “Informe sobre a Fé”, com Vittorio Messori – achar que a declaração de que Maria é “a vencedora de todas as heresias” era um pouco “exagerada”.
Explicou que, “quando eu ainda era um jovem teólogo, antes das sessões do Concílio (e também durante elas), como aconteceu e acontece hoje com muitos, tinha algumas reservas sobre certas fórmulas antigas, como, por exemplo, aquela famosa 'De Maria nunquam satis' [de Maria nunca se dirá o bastante]".

É oportuno observar que Joseph Ratzinger cresceu em um ambiente muito mariano. No livro “Meu irmão, o Papa”, George Ratzinger comenta que seus avós se casaram no Santuário de Nossa Senhora de Absam e que seus pais se conheceram por meio de um anúncio que seu pai colocou (duas vezes) no jornal do santuário mariano de Altotting. Os Ratzinger rezavam o terço juntos muitas vezes e, no mês de maio, participavam de numerosas celebrações de Maria e do terço.

No entanto, apesar da sua familiaridade com Maria e da devoção mariana, ele não parecia convencido.

Como explica no livro-entrevista, o cardeal, como prefeito do dicastério vaticano, passou por uma pequena conversão. “Hoje – acrescentou –, neste confuso período, em que todo tipo de desvio herético parece se amontoar às portas da fé católica, compreendo que não se trata de exageros de almas devotas, mas de uma verdade hoje mais forte do que nunca.”

É necessário voltar a Maria se quisermos voltar à verdade sobre Jesus Cristo, à verdade sobre a Igreja e à verdade sobre o homem.”

“A oração do terço permite-nos fixar o nosso olhar e o nosso coração em Jesus, como sua Mãe, modelo insuperável da contemplação do Filho – disse Bento XVI em 12 de maio de 2010, no Santuário de Nossa Senhora de Fátima. Ao meditar os mistérios gozosos, luminosos, dolorosos e gloriosos ao longo das 'Ave-Marias', contemplamos todo o mistério de Jesus, desde a Encarnação até a Cruz e a glória da Ressurreição; contemplamos a participação íntima de Maria neste mistério e a nossa vida em Cristo hoje, também ela tecida de momentos de alegria e de dor, de sombras e de luz, de trepidação e de esperança.”


“A graça invade o nosso coração no desejo de uma incisiva e evangélica mudança de vida, de modo a poder proclamar com São Paulo: 'Para mim viver é Cristo' (Flp 1, 21), numa comunhão de vida e de destino com Cristo.” 
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Fonte: Aleteia

Se o Inferno estivesse vazio, Jesus seria um blefador


Um leitor de “O Catequista” (que prefere ficar anônimo) nos escreveu relatando uma conversa informal que teve com um sacerdote. O padre lhe disse que o Inferno até pode existir, mas que deve estar vazio. Todos se salvariam (mesmo aqueles que não se arrependeram antes da morte), apenas alguns passando pelo Purgatório.

Tenho a impressão de que esse padre, assim como eu, curte o filme “O Auto da Compadecida”*, mas tem uma séria dificuldade de desvincular a ficção da realidade. Desconfiado desse conto de fadas, o leitor nos pergunta o que a Igreja realmente ensina acerca do Inferno e do destino das almas.

Bem, a verdade é que nem as Escrituras, nem a palavra dos santos, nem a Tradição dão qualquer suporte a esta historinha de “Inferno vazio”. Aliás, muito ao contrário. O Abismo tem muitos habitantes, a começar por Lúcifer e os anjos decaídos, conforme revelado no livro de Daniel. Como nós, os anjos rebelados eram criaturas amadas de Deus, mas a sua perversão os precipitou nas trevas para todo o sempre.

Mas antes de falar da Bíblia e da Tradição, vamos refletir sobre as coisas à nossa volta. Pensem, por exemplo, no caso dos criminosos abomináveis: na boa, algum de vocês apostaria um real que os pedófilos incorrigíveis vão habitar o Paraíso? Algum de vocês apostaria na salvação de Hitler, Lênin ou Stálin? E aqueles traficantes que queimam gente viva dentro da pilha de pneus, e morrem impenitentes? Já imaginou eles tocando harpa com asinhas nas costas, pulando de nuvem em nuvem?

É claro, só a Deus cabe o julgamento, mas eu – eu, eu – não arriscaria os meus trocadinhos nessa aposta! Deus é infinitamente misericordioso, mas também é justo. O médico veio para os doentes, mas se os doentes rejeitam o tratamento… como poderá Ele impedir as suas mortes?

Basta observar a realidade do mundo e a podridão dos corações para chegarmos à conclusão de que o Inferno tá mil vezes mais cheio do que show gratuito da Beyoncé.


Muitos são chamados, poucos são escolhidos 
"Como é estreita a porta e apertado o caminho que leva à vida,
e são poucos os que o encontram!" (Mt 7, 13-14)

Há muitas passagens no Novo Testamento que indicam o grande número de homens – grande mesmo! – que caem na desgraça eterna. Como aquela em que um homem perguntou a Jesus (Lucas 13, 23-28):

– Senhor, são poucos os homens que se salvam?

O Mestre respondeu:

– Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque vos digo: muitos tentarão entrar e não conseguirão. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora.

Notem: o Senhor afirmou categoricamente que muitos, mesmo entre os cristãos (“Nós comíamos e bebíamos diante de Ti e ensinavas nas nossas praças!”) não conseguirão entrar na Casa do Pai, e serão enviados para um lugar onde “haverá choro e ranger de dentes”.

É muito difícil ler isso sem concluir que a maioria das pessoas acabará na danação eterna. O pior é que esta passagem da “porta estreita” não está isolada, e corrobora com outros trechos do N.T. que indicam que o Inferno está muito bem povoado.

·                     Jesus diz que “muitos são chamados e poucos são escolhidos” (Mt 22, 14).

·                     Há pessoas que, por mais que ouçam a Palavra de Deus, jamais se abrem para compreendê-la e acolhê-la. Jesus diz que não pode curar (ou seja, salvar) gente assim.

Porque o coração deste povo tornou-se insensível. São duros de ouvido e fecharam os olhos para não ver com os olhos, e não ouvir com os ouvidos, não compreender com o coração e não se converter. Assim não podem ser curados”. (Mateus 13,15)

·                     Jesus acusou os doutores da Lei e fariseus hipócritas de fecharem o Reino dos Céus aos homens com suas falsas doutrinas (Mt 23,13). E depois de os xingar muuuuuuito, questionou: “Como é que poderíeis escapar à condenação do inferno?” (Mt 23,33).

E o trecho que eu jamais gostaria de ter lido nos Evangelhos é este: “Mas o Filho do Homem, quando vier, será que vai encontrar fé sobre a Terra?” (Lucas 18, 8). Com que tristeza o Senhor não teve ter dito isso! Quem se recusar a abraçar a fé, como poderá receber a salvação? É bom lembrar o que Ele disse: quem não crer, será condenado (Mc 16,16).

Pra não me alongar muito, nem vou citar as numerosas passagens do Apocalipse que preveem a condenação de um grande número de pessoas.

Diante disso, alguém que insista em crer que o Inferno não existe ou está vazio terá, necessariamente, que afirmar que Jesus era chegado num blefe. Ficava contando lendas assustadoras sobre mundos imaginários, só pra botar terror e manter a gente no cabresto.
E quanto a Nossa Senhora de Fátima? Ela enganou os três pastorinhos com aquela visão do Inferno cheio de almas desesperadas! NÃO PERA…

Apesar de tantas evidências que desqualificam a tese do Inferno vazio, esse discurso convence a muitos (olha os cristãos-jujuba aí, gente!). Previsível: a grande maioria das pessoas prefere dar ouvidos a mentiras reconfortantes do que a verdades inconvenientes.


* No filme “O Auto da Compadecida”, há uma cena em que Nossa Senhora interdece pelas almas dos pecadores na hora do juízo particular. Contando com tão poderosa advogada, a adúltera, o empresário avarento e os sacerdotes corruptos escapam do Inferno, sendo todos encaminhados ao Purgatório. Devo dizer que a Virgem “força uma barra” em sua busca de amenizar os erros e justificar os piores crimes, mas a cena é bonita, e divertida também (ver aqui e aqui). 

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Pedofilia na Igreja - A verdade não contada


A Igreja Católica é um antro de pedófilos. Isso todo mundo sabe. É de conhecimento comum que esta instituição milenar nada tem feito nos últimos quarenta anos além de abusar de crianças e menores de idade. Padres, bispos e cardeais, quando não estão enganando as pessoas dizendo a elas que irão para o inferno se não amarem a Deus, estão ou em suas luxuosas casas erguidas com o dinheiro que deveria ser usado para alimentar as crianças na África, ou estão abusando de crianças.Verdade? Não exatamente.É curioso como os meios de (des)informação tratam os casos de pedofilia na Igreja. Tudo não passa de mentiras criadas para manchar a imagem da Igreja, fazendo parecer que se trata de uma instituição onde só tem pedófilo.

O conhecido sociólogo italiano Massimo Introvigne mostrou que num período de décadas, apenas 100 padres foram acusados e condenados na Itália, enquanto seis mil professores de educação física sofriam condenação pelo mesmo delito.

Na Alemanha, desde 1995, existiram 210 mil denúncias de abusos. Dessas 210 mil, 300 estavam ligadas ao clero. Ou seja: menos de 0,2%. Por que eles só se ocupam das 300 denúncias contra a Igreja? E as outras 209.700 mil denúncias? Trata-se, como já afirmei, de uma operação engajada de fato em difamar a Igreja Católica. (1)

Houve sim padres e bispos que acobertaram pedófilos, mas é um número bem menor comparado a outras comunidades, como professores, por exemplo. A desproporção das denúncias é algo criminoso.


Existem em média 39 milhões de casos de abusos sexuais nos Estados Unidos. Desses 39 milhões, de 40% a 60% foram abusadas por um membro da família, 5% por professores da escola, e o New York Times publicou uma pesquisa que mostrou que desses casos, apenas DOIS POR CENTO foram abusadas por padres ou membros do clero. (2) Mas lendo os jornais, parece que há uma epidemia de abusos sexuais na Igreja.

Uma piada de mau gosto.

Você já viu esses dados alguma vez no Jornal Nacional? Eu também não.

Ao leitor que estiver em busca de mais dados, ler o excelente artigo do sociólogo Italiano Massimo Introvigne. (3)

Prestem atenção nessa notícia:

‘’Há casos de abusos sexuais que aparecem todos os dias contra um grande número de membros do clero da Igreja Católica. Infelizmente não são casos individuais, mas uma crise moral coletiva que talvez toda a história cultural da humanidade jamais tomou conhecimento com tamanha dimensão. Inúmeros padres e religiosos tem confessado. Não há duvidas que os milhares de casos que tem tomado a atenção da justiça representa apenas uma pequena fração do verdadeiro total, dado que muitos molestados tem sido cobertos e escondidos pela hierarquia da Igreja.’’

Parece um editorial da CNN ou de um jornal de grande circulação atual, não parece? Uma notícia na Folha de São Paulo talvez.

Mas não. Esse é o trecho de um discurso de 28 de maio de 1937, proferido por Joseph Goebbels, ministro da propaganda do partido Nazista Alemão. Esse discurso, que teve um grande eco internacional, foi parte de uma grande campanha do partido Nazista que visava desacreditar a Igreja Católica usando a mesma técnica da mídia atual: envolvendo seu nome em escândalos de pedofilia.

Em 10 de Março de 1937, com a encíclica papal Mit brennender Sorge, o papa Pio XI condenava a ideologia nazista. No fim do mesmo mês, o ministro da propaganda nazista lançava uma campanha contra os abusos sexuais na Igreja, com o objetivo de disseminar a ideia de que a Igreja é um antro de pedófilos. (4)

Sim, a primeira campanha midiática para manchar a imagem da Igreja atribuindo a sua imagem com pedófilos foi construída pelos nazistas.

Imagine como Joseph Goebbels ficaria orgulhoso da nossa mídia atual! Imagine como ele ficaria feliz ao saber que seus ensinamentos de atacar a Igreja inventando mentiras ao seu respeito são rigorosamente seguidos por nossos jornalistas e jornais!

Joseph Goebbels não conseguiu o que queria. Mas os seus aprendizes finalizaram a tarefa com sucesso.

Quando há alguns meses atrás, um soldado britânico foi esfaqueado por um muçulmano, a grande mídia foi em peso dizer que se tratava de uma minoria radical e que o islã é a religião da paz, e que de maneira alguma poderíamos julgar os muçulmanos baseados em alguns fanáticos. Todos contra a Islamofobia!

Quando houve as manifestações ‘’pacíficas’’ em Julho aqui no Brasil, o que mais se ouvia na mídia era sobre aquela ‘’minoria’’ radical que depredava patrimônio público. A maioria era pessoas pacíficas e legais e não podemos julgar baseados numa minoria fanática, não é mesmo? Prejuízo ao patrimônio público: alguns milhões.

Mas e quando é com a Igreja Católica? Se trata apenas de uma minoria de padres ínfima, pequena, quase inexistente que em nada representa esta instituição composta de uma maioria esmagadora de pessoas que realmente fazem o bem ao próximo?

Não. Trata-se de uma epidemia de pedófilos.


Joseph Goebbels ficaria orgulhoso.
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(1) A Igreja, uma mega cobertura
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Título original: Na Igreja Católica só tem pedófilo. Quem não sabe?
Disponível em: A Realidade é Cristo 

Arsenal químico da Síria começa a ser destruído

A equipe da ONU tem o desafio de eliminar aproximadamente 1.000 toneladas 
de gás sarin e mostarda, além de várias armas químicas proibidas

Uma equipe de inspetores encarregada da eliminação do arsenal químico da Síria destruiu ontem (6) ogivas de mísseis, bombas e materiais químicos. A operação, no primeiro dia da campanha de destruição das armas químicas, foi feita por especialistas sírios sob a supervisão de integrantes da Organização para a Proibição de Armas Químicas e em conformidade com a resolução do Conselho de Segurança das Nações Unidas.

A Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou as informações sobre as destruições feitas pelos especialistas. A equipe tem o desafio de eliminar aproximadamente 1.000 toneladas de gás sarin e mostarda, além de várias armas químicas proibidas. Os especialistas têm até meados de 2014 para concluir o trabalho.


Em entrevista à revista alemã Spiegel, o presidente sírio, Bashar Al Assad, voltou a negar que as forças do governo usaram armas químicas no ataque de 21 de agosto, nos arredores de Damasco, a capital síria, que provocou a morte de mais de 1.000 pessoas, inclusive crianças.



O ataque em agosto causou reação internacional e pressão dos Estados Unidos. O governo norte-americano ameaçou deflagrar uma intervenção militar na Síria com o apoio do Reino Unido, mas houve resistência de vários países, inclusive do Brasil.
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Disponível em: Aleteia

domingo, 6 de outubro de 2013

No Angelus, Papa destaca importância da força da fé


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 6 de outubro de 2013


Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Antes de tudo, gostaria de dar graças a Deus pela jornada que vivi em Assis, antes de ontem. Pensem que foi a primeira vez que eu fui a Assis e foi um grande presente fazer esta peregrinação propriamente na festa de São Francisco. Agradeço ao povo de Assis pela calorosa acolhida: muito obrigado!

Hoje, o trecho do Evangelho começa assim: “Os apóstolos disseram ao Senhor: ‘Aumenta-nos a fé!’” (Lc 17, 5-6). Parece-me que todos nós podemos fazer nossa essa invocação. Também nós, como os apóstolos, digamos ao Senhor Jesus: “Aumenta-nos a fé!”. Sim, Senhor, a nossa fé é pequena, a nossa fé é fraca, frágil, mas nós a oferecemos a ti como ela é, para que o Senhor a faça crescer. Parece bom para vocês repetir todos juntos isto: “Senhor, aumenta em nós a fé”? Fazemos isso? Todos: Senhor, aumenta em nós a fé! Senhor, aumenta em nós a fé! Senhor, aumenta em nós a fé! Que a faça crescer!

E o Senhor o que nos responde? Responde: “Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá” (v. 6). A semente da mostarda é pequena, mas Jesus diz que basta ter uma fé assim, pequena, mas verdadeira, sincera, para fazer coisas humanamente impossíveis, impensáveis. E é verdade! Todos conhecemos pessoas simples, humildes, mas com uma fé fortíssima, que verdadeiramente move montanhas! Pensemos, por exemplo, em certas mães e pais que enfrentam situações muito pesadas, ou em certos doentes, inclusive gravíssimos, que transmitem serenidade a quem vai ali visitá-los. Estas pessoas, justamente pela sua fé, não se vangloriam daquilo que fazem, antes, como pede Jesus no Evangelho, dizem: “Somos servos como quaisquer outros. Fizemos o que devíamos fazer” (Lc 17, 10). Quanta gente entre nós tem esta fé forte, humilde, e que faz tanto bem!


Neste mês de outubro, que é dedicado em particular às missões, pensemos em tantos missionários, homens e mulheres, que para levar o Evangelho superaram obstáculos de todo tipo, deram verdadeiramente a vida; como diz São Paulo a Timóteo: “Não te envergonhes, portanto, do testemunho de nosso Senhor, nem de mim, seu prisioneiro, mas sofre comigo pelo Evangelho” (2 Tm 1, 8). Isto, porém, diz respeito a todos: cada um de nós, na própria vida de cada dia, pode dar testemunho de Cristo, com a força de Deus, a força da fé. A fé pequena que temos, mas que é forte! Com esta força, dar testemunho de Jesus Cristo, ser cristãos com a vida, com o nosso testemunho!

E como conseguimos esta força? Nós a conseguimos de Deus, na oração. A oração é a respiração da fé: em uma relação de confiança, em uma relação de amor, não pode faltar o diálogo, e a oração é o diálogo da alma com Deus. Outubro é também o mês do Rosário, e neste primeiro domingo é tradição recitar a Súplica à Nossa Senhora de Pompeia, Beata Virgem Maria do Santo Rosário. Unamo-nos espiritualmente a este ato de confiança na nossa Mãe e recebamos de suas mãos a coroa do Rosário: o Rosário é uma escola de oração, o Rosário é uma escola de fé.
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Fonte: Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal

O purgatório na Bíblia


Muitos me perguntam onde está na Bíblia o Purgatório? Ele é uma exigência da razão e mesmo da caridade de Deus por nós. A palavra “Purgatório” não existe na Bíblia, foi criada pela Igreja, mas a realidade, o “conceito doutrinário” deste estado de purificação existe amplamente na Sagrada Escritura como vamos ver. A Igreja não tem dúvida desta realidade por isso, desde o primeiro século reza pelo sufrágio das almas do Purgatório. 

1 - São Gregório Magno (†604), Papa e doutor da Igreja, explicava o Purgatório a partir de uma palavra de Jesus: “No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo que se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoado nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,31). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro” (Dial. 41,3). O pecado contra o Espírito Santo, ou seja a pessoa que recusa de todas as maneiras os caminhos da salvação, não será perdoado nem neste mundo, nem no mundo futuro. Mostra o Senhor Jesus, então, neste trecho, implicitamente, que há pecados que serão perdoados no mundo futuro, após a morte.

2 - O ensinamento sobre o Purgatório tem raízes já na crença dos próprios judeus do Antigo Testamento; cerca de 200 anos antes de Cristo, quando ocorreu o episódio de Judas Macabeus. Narra-se aí que alguns soldados judeus foram encontrados mortos num campo de batalha, tendo debaixo de suas roupas alguns objetos consagrados aos ídolos, o que era proibido pela Lei de Moisés. Então Judas Macabeus mandou fazer uma coleta para que fosse oferecido em Jerusalém um sacrifício pelos pecados desses soldados. “Então encontraram debaixo da túnica de cada um dos mortos objetos consagrados aos ídolos de Jâmnia, coisas proibidas pela Lei dos judeus. Ficou assim evidente a todos que haviam tombado por aquele motivos… puseram-me em oração, implorando que o pecado cometido encontrasse completo perdão… Depois [Judas] ajuntou, numa coleta individual, cerca de duas mil dracmas de prata, que enviou a Jerusalém para que se oferecesse um sacrifício propiciatório. Com ação tão bela e nobre ele tinha em consideração a ressurreição, porque, se não cresse na ressurreição dos mortos, teria sido coisa supérflua e vã orar pelos defuntos. Além disso, considerava a magnífica recompensa que está reservada àqueles que adormecem com sentimentos de piedade. Santo e pio pensamento! Por isso, mandou oferecer o sacrifício expiatório, para que os mortos fossem absolvidos do pecado” (2Mc 12,39-45).


O autor sagrado, inspirado pelo Espírito Santo, louva a ação de Judas: “Se ele não esperasse que os mortos que haviam sucumbido iriam ressuscitar, seria supérfluo e tolo rezar pelos mortos. Mas, se considerasse que uma belíssima recompensa está reservada para os que adormeceram piedosamente, então era santo e piedoso o seu modo de pensar. Eis porque ele mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, afim de que fossem absolvidos do seu pecado”. (2 Mac 12,44s) .Neste caso, vemos pessoas que morreram na amizade de Deus, mas com uma incoerência, que não foi a negação da fé, já que estavam combatendo no exército do povo de Deus contra os inimigos da fé. Cometeram uma falta que não foi mortal.

Fica claro no texto de Macabeus que os judeus oravam pelos seus mortos e por eles ofereciam sacrifícios, e que os sacerdotes hebreus já naquele tempo aceitavam e ofereciam sacrifícios em expiação dos pecados dos falecidos e que esta prática estava apoiada sobre a crença na ressurreição dos mortos. E como o livro dos Macabeus pertence ao cânon dos livros inspirados, aqui também está uma base bíblica para a crença no Purgatório e para a oração em favor dos mortos.

3 - Com base nos ensinamentos de São Paulo, a Igreja entendeu também a realidade do Purgatório. Em 1Cor 3,10, ele fala de pessoas que construíram sobre o fundamento que é Jesus Cristo, utilizando uns, material precioso, resistente ao fogo (ouro, prata, pedras preciosas) e, outros, materiais que não resistem ao fogo (palha, madeira). São todos fiéis a Cristo, mas uns com muito zelo e fervor, e outros com tibieza e relutância. E S. Paulo apresenta o juízo de Deus sob a imagem do fogo a provar as obras de cada um. Se a obra resistir, o seu autor “receberá uma recompensa”; mas, se não resistir, o seu autor “sofrerá detrimento”, isto é, uma pena; que não será a condenação; pois o texto diz explicitamente que o trabalhador “se salvará, mas como que através do fogo”, isto é, com sofrimentos. 

4 - Na passagem de Mc 3,29, também há uma imagem nítida do Purgatório:”Mas, se o tal administrador imaginar consigo: ‘Meu senhor tardará a vir’. E começar a espancar os servos e as servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo virá no dia em que não o esperar (…) e o mandará ao destino dos infiéis. O servo que, apesar de conhecer a vontade de seu senhor, nada preparou e lhe desobedeceu será açoitado com numerosos golpes. Mas aquele que, ignorando a vontade de seu senhor, fizer coisas repreensíveis será açoitado com poucos golpes.” (Lc 12,45-48). É uma referência clara ao que a Igreja chama de Purgatório. Após a morte, portanto, há um “estado” onde os “pouco fiéis” haverão de ser purificados.

5 - Outra passagem bíblica que dá margem a pensar no Purgatório é a de (Lc 12,58-59): “Ora, quando fores com o teu adversário ao magistrado, faze o possível para entrar em acordo com ele pelo caminho, a fim de que ele não te arraste ao juiz, e o juiz te entregue ao executor, e o executor te ponha na prisão. Digo-te: não sairás dali, até pagares o último centavo.”

O Senhor Jesus ensina que devemos sempre entrar “em acordo” com o próximo, pois caso contrário, ao fim da vida seremos entregues ao juiz (Deus), nos colocará na “prisão” (Purgatório); dali não sairemos até termos pago à justiça divina toda nossa dívida, “até o último centavo”. Mas um dia haveremos de sair. A condenação neste caso não é eterna. A mesma parábola está´ em Mt 5, 22-26: “Assume logo uma atitude reconciliadora com o teu adversário, enquanto estás a caminho, para não acontecer que o adversário te entregue ao juiz e o juiz ao oficial de justiça e, assim, sejas lançado na prisão. Em verdade te digo: dali não sairás, enquanto não pagares o último centavo” . A chave deste ensinamento se encontra na conclusão deste discurso de Jesus: “serás lançado na prisão”, e dali não se sai “enquanto não pagar o último centavo”.

6 - A Passagem de São Pedro 1Pe 3,18-19; 4,6, indica-nos também a realidade do Purgatório:”Pois também Cristo morreu uma vez pelos nossos pecados (…) padeceu a morte em sua carne, mas foi vivificado quanto ao espírito. É neste mesmo espírito que ele foi pregar aos espíritos que eram detidos na prisão, aqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes (…).” Nesta “prisão” ou “limbo” dos antepassados, onde os espíritos dos antigos estavam presos, e onde Jesus Cristo foi pregar durante o Sábado Santo, a Igreja viu uma figura do Purgatório. O texto indica que Cristo foi pregar “àqueles que outrora, nos dias de Noé, tinham sido rebeldes”. Temos, portanto, um “estado” onde as almas dos antepassados aguardavam a salvação. Não é um lugar de tormento eterno, mas também não é um lugar de alegria eterna na presença de Deus, não é o céu. È um “lugar” onde os espíritos aguardavam a salvação e purificação comunicada pelo próprio Cristo.



Prof. Felipe Aquino
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Disponível em: Catequese Católica

O Vaticano tornou-se em algumas das suas partes uma corte

"É claro que se o Vaticano se reduz a uma corte é uma lepra",
afirma o téologo e cardeal Kasper

Walter Kasper, 80 anos, o cardeal mais idoso que participou do último conclave, prestigioso eleitor de Jorge Mario Bergoglio, foi por dezoito ano prefeito do ministério vaticano que se ocupa do ecumenismo. Ele é um dos poucos capaz de discutir com Joseph Ratzinger sobre questões de alta teologia. Ele se declara contente com o colóquio de Francisco com Eugênio Scalfari.

A entrevista é de Paolo Rodari e publicada pelo jornal La Repubblica, 02-10- 2013. A tradução foi veiculada no dia 3 de outubro na IHU On-Line.

Eis a entrevista.

'Não estou somente contente. Estou contentíssimo".

Por que, eminência?

Principalmente por certos conteúdos que saíram do diálogo, e entre estes, a passagem sobre a "corte é a lepra do papado".

"Os chefes da Igreja muitas vezes foram narcísicos e excitados pelos seus cortesãos. A corte é a lepra do papado", disse Francisco a Scalfari. Palavras duríssimas.

Sim, mas muito verdadeiras. Também eu, do meu pequeno canto, sempre defendi o mesmo conceito. E é um alívio que ele fale isto livremente. O Vaticano tornou-se em algumas das suas partes uma corte. Mas ser corte não corresponde nada ao nosso tempo. Mas sobretudo não corresponde nada ao ser Igreja no sentido da Bíblia, da Escritura, dos Evangelhos. A corte, com tudo o que isto importa, não é a Igreja. É uma outra coisa.


"A Igreja não se ocupa de política", diz Francisco. O senhor concorda?

Sim. A Igreja nunca dever fazer, por qualquer motivo, a política dos partidos. Nunca deve entrar no campo que não é seu. Não é o seu terreno. A política não é a sua tarefa. A Igreja deve ser construtora da paz e chamar todos os homens para esta vocação universal.

Scalfari diz ser um não-crente que não busca a Deus, mas é fascinado pela figura de Jesus de Nazaré. O senhor esperava um diálogo do Papa com ele?

Imaginava que ele procuraria o diálogo com todos, também com quem não crê. Isto sim. É um diálogo importante, me parece, porque não pode haver paz no mundo sem este diálogo. Não é suficiente que a Igreja fale e dialogue com as outras religiões e os seus líderes. O diálogo também deve ser, sobretudo, com aqueles que não crêem, com os ateus, até com os indiferentes. Somos todos seres humanos e devemos colaborar sem nos fechar sobre nós.

O senhor vê uma descontinuidade deste pontificado com os precedentes, entre Francisco, Bento XVI e João Paulo II?

A entrevista de ontem (01-10-2013) do Papa confirma um percurso de aproximação com quem não crê. Trata-se de um percurso que não começou agora. Também Karol Wojtyla e Joseph Ratzinger buscaram este diálogo. Parece-me que este Papa dá um novo vigor, que eu denominaria evangélico, claramente evangélico. Ele trouxe um ar fresco do hemisfério Sul. Cada um traz algo diferente. Os Papas não são iguais. Sempre há sinais de continuidade e, sobretudo no estilo, de descontinuidade.
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Disponível em: Aleteia