terça-feira, 24 de dezembro de 2013

Como o Natal é celebrado em Belém, a cidade onde Jesus nasceu?


Em Belém o Natal tem o peso da história. É recordado onte realmente aconteceu. A terra, a paisagem, os lugares são os de 2000 anos atrás. As pessoas que celebram o Natal em Belém podem dizer para si mesmas: “Aqui nasceu Jesus”, experimentando, ao pronunciar aquela pequena palavra, “aqui”, uma grande comoção.

O Natal de Belém é um evento que faz manchetes. Dele falam os jornais e a televisão. A Missa de meia-noite celebrada no local onde Jesus nasceu, é transmitida a todo o mundo. Mas a informação que corre através da mídia é fria, sintética, desbotada. No emaranhado das notícias, torna-se um das muitas e perde o enorme significado que deveria ter.

Para saber realmente como se desenvolve e se “vive” o Natal no lugar onde Jesus nasceu, conversamos com uma pessoa que mora em Belém, um religioso franciscano francês, padre Stephane Milovitch, 45 anos, há 20 comprometidos em realizar o seu apostolado naquela terra que sete séculos foi confiada aos cuidados espirituais dos Frades de São Francisco, indicada com o nome de “Terra Santa”.

“Cheguei aqui no ano de 1992”, diz o padre Stephane “e, exceto por um período de quatro anos passados ??em Roma para estudar, eu sempre estive aqui. Por isso, posso dizer que “vivi” quinze Natais em Belém”.

Mestrado em teologia, poliglota, pessoa afável e grande organizador, Padre Stephane foi por seis anos secretário da Custódia da Terra Santa e desde 2010 é superior da comunidade religiosa franciscana de Belém que tem a sua sede no convento da Basílica da Natividade.

Esta basílica, de aspecto imponente e severo, é o principal objetivo de peregrinos e turistas de todo o mundo. A sua origem remonta ao 326. Foi a rainha Helena,mãe do Imperador Constantino, que a mandou construir, no mesmo local onde, segundo a tradição, aconteceu o nascimento de Jesus. Ao longo dos séculos, a Basílica tem sofrido dificuldades, destruições, reconstruções várias, mas ainda está ali para testemunhar o grande acontecimento.

A partir do seu interior, duas escadas levam a uma cripta, onde se encontra a “Gruta da Natividade”, que foi a gruta-estábulo onde, como está escrito no Evangelho, Maria e José se refugiaram porque “não havia lugar para eles na hospedaria”. E enquanto estavam ali, se cumpriram os dias para Maria, o dia do parto, “e deu à luz seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e o deitou numa manjedoura.”


Na gruta há três lugares distintos de oração: o local do parto, indicado por uma estrela de prata de 14 pontas; alguns metros adiante, o presépio, ou seja, a manjedoura onde Maria colocou Jesus; e, diante, o  altar dos Magos, o lugar onde pararam alguns personagens famosos, estudiosos de astrologia, que vieram do distante Oriente para adorar o Rei-criança cujo nascimento foi anunciado a eles por sinais celestes.

“É necessário esclarecer”, disse o padre Stephane “ que em Belém todos os dias é Natal. Os peregrinos, sejam os que chegam em fevereiro, julho ou agosto, veem aqui para celebrar o Natal. E nós sacerdotes, acolhendo-os, cada dia vivemos com eles o Natal. Na Basílica e na gruta, celebramos a liturgia do Natal, onde se diz “Hoje Jesus nasceu.” Mas isso não tira, porém, que 25 de dezembro seja um dia completamente diferente também para nós. As emoções, os sentimentos, a alegria, naquele dia, aqui, onde há muitos anos atrás aconteceu o evento, é indescritível”.

Como se desenvolve o grande dia?

“É caracterizado pela oração. Uma imensa e contínua oração coral. A partir da tarde do 24 de dezembro até a tarde do dia 25, Belém se torna uma grande igreja onde a oração, especialmente aquela litúrgica e eucarística, é contínua. Chegam peregrinos de todo o mundo. Não só católicos, mas também de outros ritos e de outras religiões. Os sacerdotes, os bispos e todos os frades presentes na “Terra Santa” se transferem para Belém. Vem o Patriarca de Jerusalém, que é a mais alta autoridade católica na Terra Santa, e preside as cerimônias religiosas. Aí vêm as autoridades civis: o prefeito de Belém que, por lei, deve ser um cristão; o presidente da Palestina, Abu Mazen, com os seus ministros, que são muçulmanos; chegam os cônsules católicos presentes na Palestina, também o cônsul da Itália, França, Bélgica e Espanha, e chegam outros políticos, diplomatas de outros países do Oriente Médio, da Europa e de outros continentes. Belém se torna um grande centro ecumênico, preenchido por uma incrível atmosfera mística. Tudo acontece com o sinal da serenidade, da cordialidade como se o mundo se tornasse de repente uma grande família unida”.

Quando começam as cerimônias solenes?

“No início da tarde do 24 de dezembro, com a chegada do Patriarca. Uma chegada que se realiza segundo um cerimonial muito antigo”.

“O Patriarca parte da sua sede de Jerusalém acompanhado por uma procissão de carros. A polícia hebraica colabora, fecha as estradas laterais, assegura que os semáforos estejam no verde. Ao longo do caminho muitas pessoas aparecem na estrada para aplaudir calorosamente.

“A procissão de carros pára no mosteiro de Santo Elias, que está na entrada da cidade de Belém, onde o Patriarca é recebido pelas autoridades civis e religiosas da cidade. Como é sabido, Belém está cercada pelo “muro de separação” entre Israel e a Cisjordânia. A procissão do patriarca deve passar por uma porta que é aberta somente em raras ocasiões para as autoridades de grande peso. De acordo com uma antiga tradição, que remonta ao Império Otomano, o Patriarca, nesta sua viagem é também acompanhado por cinco cavalos. E, por motivos políticos, antes de atravessar o muro, os cavalos israelenses são substituídos por cavalos palestinenses.

“Tendo entrado em Belém, a procissão pára diante do túmulo de Raquel, onde o Patriarca recebe a saudação dos párocos da cidade. Em seguida, a procissão passa através da cidade habitada e chega à Basílica. Eu, como superior da comunidade, espero o Patriarca diante da porta da Humildade, dou-lhe as boas vindas e o acompanho à Igreja, onde preside a primeira função religiosa, o canto solene das Vésperas. No final, sempre em procissão, é acompanhado ao seu quarto para um breve descanso.

“Às 16hs tem-se a procissão que nós frades da comunidade fazemos todos os dias à gruta e nesta ocasião toma um aspecto de solenidade porque à ela participa também o Patriarca. Descemos à gruta, cantamos os hinos e recitamos as orações tradicionais. Neste caso sou eu que celebro e o patriarca assiste.

Terminada a função, o patriarca se retira mas nós continuamos a preparar”

O quê?

“A Igreja, em primeiro lugar. Para a missa da meia-noite há pedidos de todo o mundo. Nem mesmo a Basílica de São Pedro poderia satisfazer todas as petições. Então, somos forçados a remover os bancos. A nossa Basílica pode acomodar 500 pessoas sentadas. Ao remover os bancos, podemos dar espaço para 2000 pessoas. Claro que, para regular a presença de tanta gente somos forçados a distribuir bilhetes, que são totalmente gratuitos. São dados aos peregrinos vindos de todos os lados, enquanto que se exclui os habitantes de Belém.

“Depois praparamos a ceia da noite de Natal. A preparamos na “Casa Nova”, uma estrutura que usamos para acomodar os peregrinos. A ceia frugal, franciscana, com a presença de todos os frades presentes na Terra Santa, que naquela ocasião vão todos para Belém. É uma ceia que faz parte do cerimonial e com os frades cenam as autoridades de Belém, o Patriarca, os bispos, o presidente Abu Mazen com os seus ministros, os cônsules. É uma ceia em sinal da fraternidade, da amizade e da paz.

“A cerca das 21hs nós abrimos a porta de entrada da Basílica e começamos a deixar entrar os peregrinos que tem o bilhete. Por razões de segurança, a entrada é muito lenta. Cada pessoa deve passar por um detector de metais de segurança”.

E se chega à Missa da Meia-Noite.

“Às 23h e 30min começa a cerimônia principal, aquela que está intimamente relacionada ao nascimento de Jesus. É naturalmente presedida pelo patriarca e concelebrada por bispos e sacerdotes, no geral 150. Começa-se com o canto das laudes, segundo o cerimonial. Cinco minutos antes da meia-noite, chega o presidente Abu Mazen com a sua comitiva. É recebido pelo Patriarca que o cumprimenta brevemente. No curso da meia-noite, os sinos da Basílica começam a tocar, o coral entoa o “glória”. Um sacristão tira o pano que envolve a parte inferior do altar, feita um berço, e na qual foi colocada a estátua do menino Jesus. É o momento mais emocionante. Lembra o nascimento do Salvador. O canto de glória, realizado naquele lugar, tem um significado especial, porque lembra o que os anjos ouviram dos pastores. Como relatado no Evangelho, “uma multidão dos exércitos celestiais, louvava a Deus e dizia: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre aqueles a quem Deus ama”.

“O patriarca homenageia ao Menino Jesus com incenso e depois começa a Missa, que acontece regularmente celebrada em latim, com leituras que são lidas em oito idiomas.

“Abu Mazen e seus seguidores são de religião muçulmana. De acordo com uma antiga tradição, os muçulmanos podem estar presentes na Missa, mas não no momento da comunhão. Então, após a recitação do Agnus Dei, o patriarca cumprimenta o presidente Abu Mazen, que se retira com todo o seu séquito. A missa continua com grande quantidade de pessoas que recebem a Sagrada Comunhão, enquanto o coro canta canções tradicionais do Natal.

“No final do rito eucarístico, há a cerimônia de transferência da estátua do Menino à cuna do altar no presépio. Nâo se trata de um presépio construído para a ocasião, como acontece em todas as igrejas do mundo. Aqui nós temos o verdadeiro, permanente, localizado no local onde Jesus foi colocado na manjedoura por Maria, como lemos no evangelho.

“O patriarca pega a criança e em procissão chega à gruta da natividade. A procissão é limitada aos concelebrantes e algumas outras pessoas porque na gruta o espaço é limitado. Aqui acontece uma cerimônia muito comovente. Uma espécie de sagrada representação, explicada por antigos cantos gregorianos com textos em latim que são do IV-V séculos.

A primeira etapa é o lugar onde se encontra a estrela de prata de 14 pontas que, segundo a tradição está no lugar do nascimento de Jesus. O cantor declama os passos dos Evangelhos que contam a história, mas também acrescenta os detalhes que o atualizam. Diz, por exemplo, que chegado o tempo a Virgem Maria deu à luz seu filho. E ao texto histórico acrescenta “hic” “aqui” porque ali, naquele exato lugar aconteceu o nascimento. Depois diz que Nossa Senhora envolveu o bebê em panos, e o patriarca, com gestos, como uma mãe amorosa, envolve a estátua de Jesus com panos brancos. O cantor continua dizendo que o bebê será colocado numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria e também a esta frase acrescenta “hic” “aqui”, pois a manjedoura, que está ali diante dos olhos dos presentes, na qual o patriarca coloca agora a estátua, é justo aquela onde a Virgem Maria colocou o menino Jesus. Os detalhes do canto e os gestos do patriarca recordam o evento mais importante ocorrido na face da terra e as emoções nos corações dos presentes são indescritíveis.

“Acabada a cerimônia, o patriarca volta à basílica, cumprimenta as autoridades e os fiéis e volta para o seu quarto para descansar.

“Geralmente, naquela hora já são as três da manhã. Mas, como eu disse, o Natal em Belém é caracterizada por uma oração contínua. Na gruta iniciam as Missas, que acontecerão uma após a outra durante todo o dia 25 de dezembro. Outras missas serão celebradas continuamente em outras igrejas em Belém. Onde não se reza, se canta a céu aberto. Vários coros locais, ou de turistas, realizam canções de Natal acompanhados por grupos de pessoas vindos de fora. Estas músicas, que no silêncio da noite sobem ao céu de várias partes da cidade, e que são cantos de coros, melódicos, pungentes, criam uma atmosfera de encanto e serenidade”.

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Tradução do original italiano por Thácio Siqueira
Disponível em: Central Católica

A importância de celebrar o nascimento de Jesus no dia 25 de dezembro


Sabemos que o Império Romano perseguiu pesadamente os cristãos por quase três séculos; desde Nero em 64, mas, por fim, depois de muitos mártires e o trabalho incansável de evangelização dos primeiros cristãos, o grande Império, o maior de todos os tempos, se converteu ao cristianismo quando o Imperador Constantino, o Grande, se converteu e proibiu a perseguição aos cristãos pelo Edito de Milão, no ano 313. “A espada romana se curvou diante da Cruz de Cristo”, como disse Daniel Rops.

Depois, no ano 385 o grande imperador cristão romano, Teodósio, pelo Edito de Tessalônica, adotou o cristianismo como a religião oficial do Império. Mas, ainda no tempo do paganismo, os romanos adoravam o deus Sol e celebravam a festa do seu nascimento “Natalis solis invicti”. O Imperador de Roma, Aureliano (270-275) tornou oficial e tradicional a comemoração do sol nascente e invencível.

Acontece que no dia 22 de dezembro ocorre o solstício de inverno no hemisfério Norte, isto é, o dia em que a Terra tem o seu eixo vertical com a máxima inclinação, fazendo com que no Norte se tenha o dia mais curto e a noite mais longa do ano; ao contrário do que ocorre no hemisfério Sul na mesma data.

Os romanos pagãos consideravam isso uma ameaça dos deuses, porque dia-a-dia, na chegada do inverno, as horas de sol sobre a Terra diminuía, até chegar ao máximo que eles consideravam ser no dia 25 de dezembro. Então, por medo ofertavam aos deuses desagravos, rituais e celebrações longas, para impedir que a ira dos deuses impedisse a luz do sol de iluminar a Terra.

Os cristãos, embora convertidos, tinham saudades dessas majestosas festas do Sol Invicto Nascente, que começava a voltar a iluminar a Terra. Pedagogicamente, e sabiamente, a Igreja passou a comemorar nesse mesmo dia, o nascimento do verdadeiro Sol, como disse o profeta Malaquias, “Sol da Justiça que traz a salvação em seus raios” (Ml 3, 20). Então, o Messias Salvador passou a ser mostrado na cultura deles, a “Luz para iluminar as nações” (Lc 2, 32). “Eu sou a Luz do mundo” (Jo 1, 9).

Especialistas alertam contra "tendências preocupantes" do secularismo ocidental


Especialistas em liberdade religiosa lançaram o alerta aos participantes de uma conferência em Roma: a discriminação e perseguição contra os cristãos está crescendo em muitas regiões do mundo.
 
Paul Marshall, do Centro para a Liberdade Religiosa, entidade do Instituto Hudson, falou sobre as causas da atual perseguição anticristã no mundo.
 
"O laicismo ocidental tem aumentado nas últimas décadas", disse Marshall em entrevista à CNA em 13 de dezembro. "Quero enfatizar que os modelos de que estamos falando não são os mesmos do mundo comunista nem os do Oriente Médio. Não é uma perseguição naquele sentido, mas está se tornando muito preocupante".
 
"Há tendências muito inquietantes e temos que estar cientes delas.É discriminação no local de trabalho, no direito de falar abertamente,na liberdade de viver a fé... As coisas estão realmente ficando piores no Ocidente".
 
Marshall apontou vários exemplos recentes dessa discriminação:"famílias alemãs adeptas da instrução em casa e que tiveram que pedir asilo nos Estados Unidos, pessoas demitidas do trabalho porque usavam símbolos cristãos, etc".
 
"O Fórum Pew de Religião e Vida Pública, um importante centro dedados e estatísticas religiosas que mede a hostilidade religiosa na Europa Ocidental, diz que os índices[de discriminação] já são tão altos quanto os do Oriente Médio", afirma Marshall, observando que “essas situações nascem de uma mentalidade subjacente. Dentro do sistema de ensino, houve uma insistência muito intensa em modelos baseados no pressuposto de que uma sociedade laica é uma sociedade em que a religião não tem espaço. Ela pode ser privada, pode ficar em casa, na igreja, mas não pode ter espaço na sociedade em geral".


Diferente da noção tradicional de discriminação, "este é um ponto de vista novo e incomum", que está mais ligado à "ideia de que uma sociedade não pode ser realmente aberta se a religião estiver presente nela".

 
"Em vez de uma sociedade para todos, em que os laicos são livres, os cristãos são livres e os hindus são livres", a nova visão da sociedade laica é a de "um Estado que detém uma ideologia particular e pede que todos se rendam a ela".
 
Marshall descreveu a mudança nesse entendimento como "a passagem de uma sociedade plural para uma sociedade ideologicamente laica". E sentencia: "Isso é preocupante".
 
A conferência "Cristianismo e Liberdade: Perspectivas Históricas e Contemporâneas"se realizou de 13 a 14 de dezembro na Pontifícia Universidade Urbaniana, em Roma,como iniciativa dentro do Projeto Liberdade Religiosa,promovido pelo Centro Berkley para a Religião, a Paz e as Relações Internacionais, da Universidade de Georgetown.
 
Dom Dominique Mamberti, Secretário da Santa Sé para as Relações com os Estados, falou na conferência sobre "dissipar o mito errôneo e datado de que o cristianismo é inimigo da liberdade pessoal e de consciência e de que a sua pretensa verdade leve necessariamente à violência e à opressão. Nada poderia ser menos preciso historicamente do que esse tipo de afirmação”, declarou ele.
 
O arcebispo destacou a ligação crucial entre o cristianismo e a liberdade, observando que essa ligação "tem as suas raízes nos ensinamentos de Cristo mesmo. A liberdade é intrínseca ao cristianismo, porque, como diz São Paulo, Cristo nos libertou para permanecermos livres". Embora o apóstolo se referisse principalmente à "liberdade interior", disse Mamberti, "essa liberdade interior tem, naturalmente, consequências sociais".
 
Quando os seres humanos não conseguem dar o devido valor à liberdade religiosa, os resultados para a sociedade como um todo podem ser muito prejudiciais, alertou ainda."Se o homem não pode se abrir para o Infinito de acordo com a sua consciência, a verdade cede espaço para o relativismo mentiroso;a justiça cede aos abusos da ideologia dominante, seja ela ateia, agnóstica ou mesmo de conotação religiosa".
 
A noção moderna de liberdade tende a ser entendida como "mero livre arbítrio" ou, negativamente, como "ausência de vínculos", prosseguiu Mamberti.No entanto, a ideia cristã mais tradicional da liberdade "não é dominada pelo medo, mas pela alegria da verdade que nos liberta".

 
Esta visão, segundo o arcebispo, "é contrária ao relativismo e também às formas de fundamentalismo religioso que, a exemplo do relativismo, veem a liberdade religiosa como uma ameaça para a sua afirmação ideológica".
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Disponível em: Aleteia

Sacerdotisas católicas: uma possibilidade?


Nesta semana, o papa Francisco deve ter franzido a testa ao ouvir o boato de que ele criaria mulheres cardeais. "De onde veio essa ideia?", indagou. Essa ideia vem das mesmas pessoas que, embora saibam que as mulheres não podem receber a ordenação sacerdotal, gostariam de ver mulheres diaconisas e até cardeais, já que, tecnicamente, os cardeais não precisam ser sacerdotes. A coisa toda tem a ver com o interminável debate sobre a ordenação de mulheres, assunto em que a Igreja anglicana tem tido um papel de destaque entre as igrejas históricas.
 
Na década de 1980, de fato, os membros da Igreja da Inglaterra estavam debatendo essa possibilidade. Sua irmã, a Igreja Episcopal dos Estados Unidos, já tinha dado sinal verde a essa prática em 1974. Várias outras igrejas nacionais, no seio da comunhão anglicana, seguiram a rota norte-americana.
 
Enquanto a Igreja da Inglaterra continuava o debate, observadores católicos e ortodoxos orientais analisavam a questão. Eu era padre da Igreja da Inglaterra na época e ouvia atentamente os prós e os contras. Para ser justo, os dois lados tinham argumentos interessantes. Não teria sido um debate tão apaixonado se não houvesse bons argumentos, diga-se de passagem.


As pessoas favoráveis à ordenação de mulheres argumentavam,com base na Sagrada Escritura, que "em Cristo não há homem nem mulher, nem escravo nem livre" (Gal3,28). Assim como a escravidão foi abolida muito embora fosse aceita nos tempos bíblicos, também as mulheres deveriam conquistar a plena igualdade. Os defensores dessa ideia diziam que a visão de Pedro, em Atos 11,sobre os animais que ele considerava impuros e que mesmo assim Deus lhe ordenava comer, significava que o Espírito Santo conduzia a Igreja por novas e radicais estradas, derrubando leis antigas para abraçar novas liberdades. Os proponentes da ordenação de mulheres afirmavam ainda que elas poderiam fazer o trabalho de um padre tão bem quanto um homem, e que, com certo carinho nas funções pastorais, poderiam ser até melhores do que o homem. Quando confrontados com o argumento de que homens e mulheres desempenham papéis complementares, eles respondiam que, se o sacerdócio fosse aberto a homens e mulheres, ele se tornaria plenamente humano, já que, precisamente, os homens e mulheres se complementam e tornariam mais completo o ministério.

 
Os que se opunham à ordenação de mulheres também argumentavam com base na Sagrada Escritura. Citavam São Paulo, que ditou que as mulheres não devem ensinar em posições de autoridade na Igreja (vide I Timóteo 2,11-15). Defendiam que a complementaridade masculina e feminina significa que mulheres e homens têm papéis diferentes, e não meras formas diferentes de exercer as mesmas funções. Ligavam a masculinidade ao papel do sacerdote mencionando o Cristo na Eucaristia e dizendo que, embora tivesse aceitado as mulheres de uma forma radical para a sua época, Jesus não escolheu nenhuma delas como apóstola. Os anglicanos com mentalidade mais católica diziam que a Virgem Maria já tinha dado a resposta feminina mais adequada ao Senhor: uma resposta de humilde submissão à vontade de Deus e, portanto,um exemplo não só para mulheres, mas para os homens também. Se as mulheres fossem ordenadas, aquele exemplo da resposta feminina à iniciativa masculina de Cristo ficaria perdido, diziam eles.
 
Os anglicanos tinham que lidar, enfim, com todos esses argumentos para decidir a polêmica.O assunto foi votado pelo Sínodo Geral,o órgão que dirige a Igreja da Inglaterra,e a ordenação de mulheres foi aprovada em 1992.As primeiras ordenações femininas na Igreja anglicana ocorreram em 1994. Desde então, mulheres também foram ordenadas bispas em várias províncias do mundo todo.A inovação foi recentemente aprovada na Inglaterra e no País de Gales.
 
Enquanto isso, permanece como lei canônica na Igreja católica que "só o batizado católico homem pode receber a ordenação sagrada" (§ 1577). O debate católico sobre a questão vem ofuscando a controvérsia anglicana. Em 1976, dois anos após as primeiras ordenações femininas na Igreja Episcopal, o Vaticano emitiu a Inter Insigniores, documento cujas conclusões afirmam, com base em várias razões doutrinais, teológicas e históricas, que a Igreja “não se considera autorizada a admitir mulheres na ordem sacerdotal”. No mesmo ano, porém, um estudo da Comissão Bíblica Pontifícia concordou que o Novo Testamento não é suficientemente claro a esse respeito: os membros da comissão admitiram, a partir da evidência bíblica, que a possibilidade da ordenação de mulheres poderia ser levada em consideração.
 
Mas a Igreja Católica não é adepta do “sola Scriptura”.Em 1994, ano em que a Igreja da Inglaterra começou a ordenar mulheres, o papa João Paulo II publicou a carta apostólica Ordinatio Sacerdotalise declarou: "A fim de que toda dúvida seja removida a respeito de um assunto de tão grande importância, eu declaro que a Igreja não tem absolutamente a faculdade de conferir a ordenação sacerdotal às mulheres, e que esta sentença deve ser considerada como definitiva por todos os fiéis da Igreja".Para esclarecer a questão ainda mais, a Congregação para a Doutrina da Fé afirmou em 1995que, embora a carta apostólica do papa João Paulo II não fosse em si mesma “infalível”, ela faz parte do “magistério universal e ordinário infalível da Igreja,o que requer assentimento definitivo”.
 
Roma falou, causa encerrada.
 
No entanto, certos grupos de ativistas continuam tentando mudar a doutrina da Igreja. Alguns vão longe o suficiente para ordenar mulheres ilicitamente e continuar afirmando mesmo assim que são "fiéis católicos".
 
A visão do papa Francisco sobre o assunto é iluminadora. Em seus comentários sobre a possibilidade de mulheres cardeais, ele disse que as pessoas que estão pressionando querem “clericalizar as mulheres”. E uma parte importante da missão do papa Francisco é justamente a de reorientar a Igreja para longe do exagerado controle clerical.

 
Ele quer que os leigos,sejam homens,sejam mulheres, ouçam o chamado a evangelizar e a se envolver na emocionante “bagunça” de viver e proclamar o Evangelho. Ele sabe que precisamos de sacerdotes para os sacramentos, para ensinar a fé e para governar aIgreja, mas sabe também que a missão do sacerdote não é um fim em si mesma. A missão do clero é servir constantemente e ajudar os fiéis a viver em plenitude a sua vocação no mundo. Concentrar-se apenas nos padres e nos bispos é perder o foco.Adicionar ainda mais categorias ao clero é prejudicar a proposta original.
 
Em vez de criar sacerdotisas, o próprio sacerdócio deve se tornar, mais claramente, um ramo da vocação de todo o povo de Deus. Ironicamente, ao insistir em não ordenar mulheres, a Igreja católica,muito longe de ser uma instituição antiquada e ultrapassada,está mostrando a todos os cristãos o caminho para um novo modelo de ministério, em que o clero, a exemplo de Cristo, existe “para servir e não para ser servido”. Em vez de se agarrar ao poder, o clero deve capacitar o povo de Deus para ser o Corpo dinâmico de Cristo no mundo.


Pe. Dwight Longenecker

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Disponível em: Aleteia

Papa Francisco celebrará Missa do Galo


O papa Francisco presidirá a tradicional Missa do Galo hoje, às 18h30 (horário de Brasília), no Vaticano. A celebração será transmitida, ao vivo, pela Rádio Vaticano, direto da Basílica de São Pedro. Cardeais, bispos e sacerdotes presentes irão concelebrar com o papa Francisco.

No final da missa, Francisco levará uma imagem do Menino Jesus à manjedoura e se encontrará com dez crianças, que representarão os cinco continentes.

Na ocasião, haverá a inauguração de um presépio erguido diante do obelisco no centro da Praça de São Pedro.


Visita


Ontem à tarde, o papa Francisco visitou Bento XVI para desejar-lhes as felicitações natalinas. Durante o encontro, houve um momento de oração. O papa Francisco saudou também os  membros da família de Bento XVI.
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Fonte: CNBB

Os Reis Magos, uma lição de fé


O Filho de Deus nasceu revestido de nossa miséria humana, escondendo-se sob as feições de um menino comum toda a “plenitude de sua divindade”, como disse São Paulo.

Assim quase ninguém pôde suspeitar que naquele Menino chamado Jesus se ocultasse Deus. Mas Deus, de sua maneira, quis manifestar a sua glória, dignidade e a divindade.

Houve a primeira manifestação aos pastores pobres de Belém, os primeiros judeus a reconhecerem o seu Deus; eles contemplaram os Anjos cantando o “Glória in excelsis Deo”. Esses pastores, avisados pelos Anjos, naquela mesma noite reconheceram e adoraram o recém-nascido Salvador do Mundo.

Uma segunda manifestação da divindade de Jesus aconteceu quarenta dias após o nascimento, em sua apresentação no Templo. Simeão e Ana manifestaram a sua glória. Uma terceira vez, ainda mais solene, aconteceu por meio de ilustres personagens, provenientes de longe: é a terceira Epifania (manifestação) de Jesus ao mundo, mas agora aos pagãos.

Enquanto os anjos, com seus cânticos, anunciavam nos campos de Belém o nascimento de Jesus, uma nova Estrela anunciava-O no Oriente de maneira misteriosa. Os representantes dos pagãos foram os Magos; homens que se ocupavam das ciências, especialmente da astronomia, da medicina e da matemática.

Pouco sabemos sobre esses reis Magos; eram pequenos reis soberanos de tribos primitivas do Oriente, viviam como patriarcas, senhores de rebanhos. Não há consenso sobre o país exato de onde vieram. São Jerônimo (†420) e Santo Agostinho (†430) diziam que os Magos vieram da Caldéia.


Os Padres gregos, a tradição da Síria, vários doutores da Igreja, afirmam que vieram da Pérsia. São Clemente de Alexandria (†215), São João Crisóstomo (†407), Santo Efrém (†373), S. Cirilo de Alexandria (†442), doutores da Igreja, afirmam que vieram da Pérsia, onde eram sacerdotes e pertenciam à uma casta religiosa e científica. Esses têm a seu favor as pinturas das Catacumbas de Roma, dos primeiros séculos, que os representam sempre com roupas persas: chapéus altos com abas caindo sobre os dois lados do rosto; túnica branca e comprida presa na cintura, sobre a qual cai longo manto para trás.


Segundo esses Padres, os reis Magos eram cultos, conheciam os livros dos judeus e professavam uma religião muita acima do paganismo; conheciam a ciência dos astros e liam pergaminhos antigos. De alguma forma conheciam a fé do povo judeu, a espera do Messias que traria salvação não só para Israel, mas também para as demais nação. Não podemos esquecer daquele eunuco etíope, evangelizado e batizado por S. Felipe (At 8,29ss).

E este oriental lia o profeta Isaias, e exatamente o trecho que falava do Servo Sofredor (Is 53,7). Este fato é uma prova de que muitos no oriente conheciam a glória de Israel e a sua fé.

E não podemos esquecer também que: “A rainha de Sabá, tendo ouvido falar de Salomão e da glória do Senhor, veio prová-lo com enigmas.(1Rs 10,1-2).

Ora, se a rainha de Sabá conhecia a fama de Salomão, 900 anos antes de Cristo, então, os reis Magos também podiam conhecer a fé judaica. Eles possuíam os livros dos hebreus deixados no exílio; e neles se falava de um Salvador que nasceria de uma virgem em Israel, e que seria adorado por todas as nações do mundo, e que seria o redentor da humanidade.

Neste tempo muitos no Oriente já usavam o astrolábio para conhecer as estrelas e estudavam atentamente o céu. Não é fantasioso imaginar que no mesmo dia do nascimento de Jesus eles possam ter vislumbrado um astro diferente no céu, de uma beleza singular, que os fez concluir que aparecera  a “estrela de Jacó”, que se movia do sul para o norte, em sentido contrário aos demais astros.

Santo Inácio de Antioquia (†107), mártir em Roma, diz na Carta aos Efésios que este astro que guiou os Magos era como aquela coluna de fogo que guiou Israel pelo deserto em sua marcha à Terra Prometida. Enfim, a fé os levou em busca do Salvador, e eles não desanimaram até encontrá-Lo. Segundo uma tradição esses reis magos simbolizavam as três raças humanas: a amarela, a negra a e branca, descendentes dos três filhos de Noé: Sem (Gaspar), Cam (Balthazar) e Jafé (Melchior).

Gaspar que dizer: “ele vai levado pelo amor”; Balthazar quer dizer: “sua vontade é rápida como a flecha e faz a vontade de Deus”; Melchior significa: “Ele penetra docilmente”. Os reis da Abissínia reivindicam a honra de serem descendentes dos reis Magos.

A estrela milagrosa, servindo-lhes de guia, conduziu-os até a Cidade Santa e desapareceu. A tal desaparecimento, pensaram os Magos que o Menino tivesse nascido nessa cidade, razão pela qual perguntaram: “Onde nasceu o Rei dos judeus? Porque vimos a sua estrela no Oriente e viemos para adorá-Lo.” (Mt 2, 2)

segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Com Deus em nosso colo


Uma das fantásticas es maravilhosas alegrias do Natal é encontrar-se com o Deus Menino, a Criança Adorável que nos inunda de ternura e amor. Ter a Deus no colo nosso coração, na manjedoura de nossa alma, para balançá-lo e afagá-lo com carinho, expressando para Ele o quanto significa para nós, e quanto precisamos Dele. 

Certamente esta presença divina pequenina entre nós, nos faz descobrir a verdadeira face de Deus, a sua infinita misericórdia e bondade. Nos faz acreditar que é possível sonhar com um mundo sem guerras, com uma humanidade nova, fraterna e solidária.

Na sua fragilidade, candura e inocência se fortalece o nosso propósito de lutar pela paz, pela não violência, pela firmeza da verdade. Iluminados pela sua graça nos reconciliarmos com a vida, com as nossas origens superando e curando nossas feridas, machucados e decepções. Existe realmente a terapia do Natal, ela nos permite desvencilharmo-nos do que nos pesa na consciência, o que levamos de lembranças negativas, para renascer e recuperar a alegria e o gozo de viver.

O infinito e o divino irromperam no tempo e fizeram morada permanente na nossa história, se tornando um vizinho, um amigo e companheiro de jornada, para comunicar-se plenamente, sem mediações midiáticas ou virtuais, para poder abraçar e restaurar a nossa pobre condição.

Sim o sagrado se fez gente, para que nós pela graça participássemos da sua divindade, para sanar o mundo, para torná-lo um presépio cheio de harmonia, equilíbrio, de sustentabilidade amorosa em comunhão com toda a criação, acolhendo a todas as criaturas no banquete da vida e do Reino.


Por isso é necessário anunciar como os Anjos o Natal, com a poesia e musicalidade da concórdia dos corações, com a delicadeza e gentileza, de quem cuida, ama e protege, pois, Natal como bem afirmava a imortal poetisa Cecília Meirelles se celebra uma vez no ano, mas acontece infinitas vezes na vida de cada pessoa, quando deixamos o Deus Criança entrar de novo na nossa alma sedenta de amor e de beleza.

Que possamos ter uma vez mais esta experiência de recriançar a nossa vida com fé, ternura e a pureza do Menino Deus. Deus seja louvado!


Dom Roberto Francisco Ferreria Paz

Bispo de Campos (RJ)

Aborto: quando o preço da liberdade é a vida de um bebê

Não é fácil entender uma Carta Magna que declara a vida 

como um direito inviolável – com exceção da vida dos nascituros


"Deixai que as criancinhas venham a mim" (Mt 19, 14): esta é uma das muitas alusões que Jesus faz às crianças no Evangelho. É como se, propositalmente, Ele quisesse nos fazer entender o lugar que cada criança ocupa no seu coração e no coração de Deus Pai.
 
Não é por acaso que hoje existem campanhas de defesa da vida, da educação, do bem-estar e da integridade física e emocional de todos estes pequenos no mundo inteiro. Os direitos das crianças estão acima dos direitos dos adultos, a quem corresponde protegê-las.
 
Apesar de tudo isso, testemunhamos inúmeras ações que atentam contra a vida das crianças. Desde antes de nascer, seu direito de viver é violado, pois se considera mais importante o direito à saúde ou "honra" da mãe.
 
A manipulada e eufemística linguagem dos que afirmam que no óvulo fecundado há vida, mas não existe um ser humano, ou dos que falam de "limpeza uterina", mas não de aborto, para não atormentar a própria consciência, leva a ideias cada vez mais fortes nas legislações de muitos países que se declaram modernos e laicistas (como contraposição à Igreja ou às diversas confissões religiosas, como se a fé fosse contra a lógica ou ameaçasse a liberdade humana).


Antes, os abortos eram praticados de maneira clandestina, e o medo de ser julgados pela lei levava muitas pessoas a camuflar-se nas clínicas de aborto. Hoje, com a garantia da própria lei (que estabelece na Constituição a defesa da vida e o direito a ela), defende-se a interrupção da gravidez em diversos casos: má-formação, risco de vida para a mãe, estupro.
 
Parece que todos têm direito de viver, menos os não nascidos. Este é o jogo do Estado frente a uma Constituição que cheira a hipocrisia. Não é fácil entender uma Carta Magna que declara a vida como um direito inviolável, com exceção da vida dos não nascidos.

 
Ainda assim, muitos continuam praticando abortos clandestinos, talvez por saber que, ainda que a lei permita, o coração dita outra coisa. É mais fácil optar pela clandestinidade, para não ter de enfrentar a censura moral externa nem ter de explicar a ninguém os motivos da decisão.
 
O fato de uma ação ser legal não significa que ela seja moralmente boa. O consenso, a democracia, a tomada de decisões generalizadas não muda o objeto da ação. O aborto sempre será um crime – a razão e o instinto humanos sabem isso perfeitamente. Ainda que se conte com o aval de um juiz, a pessoa carregará nos ombros e na consciência o peso de uma vida interrompida.
 
O aborto é a clara manifestação da degradação da consciência, da ruptura dos valores humanos, que antes reconheciam que a vida está acima de tudo, mas hoje concebem o livre arbítrio, a comodidade e o prazer como os verdadeiros referenciais da existência.
 
Como se não bastasse, todos os que defendem a vida da concepção até a morte natural são considerados como uma "seita minoritária" e atacados pelo fato de buscarem ser a voz dos que não têm voz; são declarados intolerantes por aqueles que acham que sua liberdade vale uma vida alheia e que ninguém tem o direito de interferir em suas funestas decisões.
 
Nosso mundo é estranho: uns buscam mil maneiras de evitar filhos, optando inclusive pelo aborto, enquanto outros procuram concebê-los a qualquer preço, com técnicas de reprodução assistida – porque o filho é entendido como um direito, não como um dom.

 
E aqui reside o engano de muitos, pois o outro é concebido como um objeto a ser adquirido. Parece que o mundo já não precisa do anúncio do final dos tempos, porque nós mesmos estamos causando a condenação e o desaparecimento da raça humana.
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Disponível em: Aleteia