quarta-feira, 23 de julho de 2014

Iraque: ن , Somos todos nazarenos!


Somos todos cristãos iraquianos! Pela primeira vez em dois mil anos não tem nenhum cristão em Mossul. Os cristãos iraquianos tiveram de escolher entre a morte e o exílio após o ultimato dos fanáticos do Estado Islâmico (EI).

Antes de obrigar a escolher entre a conversão imposta, a fuga ou a morte, os extremistas islâmicos marcaram todas as casas dos cristãos com o símbolo ن, muitas vezes escrito com um círculo.


Este símbolo é, de fato, uma letra do alfabeto árabe, o “nome”, que corresponde à letra “N” do alfabeto latino, um N de “Nazarat”, ou nazareno. Este é o termo pejorativo com o qual são chamados os cristãos no Alcorão. 



Uma vez exilados, todos os bens deles ficam à mercê dos “bons crentes” que são os jihadistas do EI. Por trás das motivações religiosas, o desejo de dinheiro e poder nunca está distante.


Estes sinais nas casas, antes de desapropriá-las ou depois de ter matado os proprietários, lembra a ação dos nazistas nos 30 trinta, nas iniciativas contra a comunidade judaica. Aqueles loucos extremistas pintavam a estrela de Davi sobre as vítimas.


Os cristãos, mas também os muçulmanos de Bagdá, uniram-se exibindo cartazes escritos “sou iraquiano, sou cristão”, para exigir a reação de quem governa.

De onde vieram os quatro símbolos dos Evangelhos?


Como foram atribuídos os símbolos dos quatro Evangelhos? A arte cristã sempre representou cada evangelista por um ser vivente: São Mateus é simbolizado por um homem; São Marcos, por um leão; São Lucas, por um touro; e São João, por uma águia.

O fundamento desses ícones é bíblico. O livro do Apocalipse de São João, por exemplo, traz a visão de quatro seres viventes que rendiam glória a Deus:

“O primeiro animal vivo assemelhava-se a um leão; o segundo, a um touro; o terceiro tinha um rosto como o de um homem; e o quarto era semelhante a uma águia em pleno voo. (...) Não cessavam de clamar dia e noite: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Dominador, o que é, o que era e o que deve voltar.” [1]

Os mesmos quatro animais estão em outra visão do profeta Ezequiel:

“Distinguia-se no centro a imagem de quatro seres que aparentavam possuir forma humana. (...) Quanto ao aspecto de seus rostos tinham todos eles figura humana, todos os quatro uma face de leão pela direita, todos os quatro uma face de touro pela esquerda, e todos os quatro uma face de águia.” [2]

Mas, afinal, por que esses quatro animais foram identificados com os evangelistas? O primeiro autor cristão a utilizar essa analogia foi Santo Irineu de Lião [3], seguido por Santo Agostinho [4]. Os dois, no entanto, associaram os animais aos evangelistas de forma diferente da que se usa hoje, posto que a ordem dos Evangelhos, no começo da Igreja, ainda não estava bem definida.

Foi São Jerônimo quem começou a tratar os evangelistas da forma como são tratados hoje. São Gregório Magno explica com clareza por que referenda a sua atribuição:

“Que na verdade estes quatro animais alados simbolizam os quatro santos evangelistas, é o que demonstra o próprio início de cada um destes livros dos evangelhos. Mateus é corretamente simbolizado pelo homem porque ele inicia com a geração humana; Marcos é corretamente simbolizado pelo leão, porque inicia com o clamor no deserto; Lucas é bem simbolizado pelo bezerro, porque começa com o sacrifício; João é simbolizado adequadamente pela águia, porque começa com a divindade do Verbo, dizendo: ‘No princípio era o Verbo, e o Verbo estava junto de Deus, e o Verbo era Deus’ (Jo 1, 1), e assim tem em vista a substância divina, fixando o olhar no sol à maneira de uma águia.”

Inter Mirifica


Entre as coisas admiráveis (inter mirífica) de nossa época, estão “aqueles meios que não só por sua natureza são capazes de atingir e movimentar os indivíduos, mas as próprias multidões e a sociedade humana inteira, como a imprensa, o cinema, o rádio, a televisão e outros deste gênero, que por isto mesmo podem ser chamados com razão de Instrumentos de Comunicação Social” (Decreto do Vaticano II).

O Vicariato de Comunicação Social e a Assessoria de Imprensa da Arquidiocese do Rio de Janeiro confirmam as palavras do documento conciliar. Os meios de comunicação, e também as forças políticas, foram capazes de movimentar se não multidões em número (pois muitos católicos apoiaram a primeira decisão da Arquidiocese), ao menos o “espírito de multidão”. Com efeito, parece que, com este espírito, os órgãos arquidiocesanos, sensíveis ao jornalismo e ao mundo artístico carioca, reverteram o parecer da nossa querida Arquidiocese sobre o veto ao uso da estátua do Cristo Redentor do Corcovado, na cena do filme em que um ator termina suas lamúrias ao símbolo religioso mais famoso do Rio com um gesto obsceno (uma “banana”, conforme o declarado no Globo há cerca de duas semanas). Dizia ontem a respeito do artigo de Bellotto: “diurnarius diurnarium fricat”.

Que dizer dos achincalhes, da falsa doutrina, do deboche, do vilipêndio contra os católicos que pulularam no Globo com as matérias de Cora Rónai, Arnaldo Bloch, Frei Betto, Tony Bellotto, além dos próprios envolvidos no filme?

Bento XVI escreve a ateu


Bento XVI voltou a surpreender o mundo recentemente, após um longo período de recolhimento, desde que apresentou sua renúncia, em fevereiro passado. Em uma carta de 11 páginas, o Papa Emérito respondeu às críticas do ateu italiano Piergiorgio Odifreddi, feitas no livro "Caro Papa, escrevo-te", a propósito da pesquisa teológica e dos escândalos envolvendo a Igreja.

No texto, o Papa Emérito demonstra uma incrível capacidade de diálogo, passeando, sem medo, por temas bastante espinhosos. Sem menosprezar o esforço de Odifreddi, Bento XVI elogia a busca por um diálogo aberto com a fé da Igreja Católica, ao mesmo tempo em que também o adverte de um juízo equivocado quanto à pessoa de Cristo, convidando-o "a tornar-se um pouco mais competente do ponto de vista histórico". "O que o senhor diz sobre a figura de Jesus não é digno do seu nível científico", reclama o teólogo.

A carta é de uma sabedoria espantosa. Para além dos julgamentos cínicos que ora circundam as redações de tantos jornais e cátedras universitárias, o Papa afasta com maestria a figura de "cardealpanzer" que durante anos tentaram lhe imputar. Algo que talvez explique o silêncio sintomático das manchetes jornalísticas - que, obviamente, deram destaque apenas às palavras de Bento XVI sobre a pedofilia -, frente ao conteúdo denso da missiva do Santo Padre. Com uma mídia acostumada a fazer sonetos à lua, esperar que se faça um retrato honesto do que fala a Santa Igreja é flertar com o ridículo.

Refutando a tese de Odifreddi, com a qual o professor julga ser a teologia mera "ficção científica", Bento XVI recorda que a função dessa nobre ciência é, justamente, "manter a religião ligada à razão, e a razão, à religião". Com efeito, a carta do Papa Emérito lembra o conceito de Santo Agostinho sobre a "teologia física". Desde os seus primórdios, os pensadores cristãos procuraram afastar a fé em Jesus Cristo da origem comum de outras religiões, diga-se, os mitos e a política, dando ao conhecimento a primazia de seus estudos. Por isso, é falsa a acusação de que no cristianismo não se encontra nada de relevante ao pensamento filosófico, uma vez que foi precisamente nesta fé que "o racionalismo se tornou religião e não mais seu adversário"01.

Papa Francisco: sinal de contradição.


Para certos setores da Igreja, o Papa Francisco se tornou um sinal de contradição, especialmente por seu modo de agir em diferentes momentos. Olham-se com reprovação muitas de suas atitudes.

Viu-se com maus olhos que na Quinta-feira Santa, em 2013, no início do seu pontificado, ele tenha celebrado a Missa fora dos muros vaticanos, na prisão de menores, em Roma, lavando os pés de não-católicos e, especialmente, de mulheres. Chegou-se a afirmar que ele tinha traído a Tradição, da qual é a principal garantia. O Papa foi questionado por não viver no Palácio Apostólico, residência habitual dos papas, tendo optado por viver na Casa Santa Marta.


Francisco foi também questionado por sua busca de diálogo com o judaísmo e o Islã. Critica-se sua proximidade dos evangélicos desde quando era arcebispo de Buenos Aires e também agora, como sucessor de Pedro.


Entristece-me profundamente que muitos ataques e incompreensões venham de católicos compromentidos. Alguns se expressaram de boa fé, confusos; mas outros o fizeram com rancor, acusando o Papa de incorrer em heresia e, inclusive, apostasia.


Experiência de São Pedro, o primeiro Papa


Tudo isso me recorda algo narrado por São Lucas no Novo Testamento. Refiro-me ao que aconteceu quando Pedro, o primeiro Papa, admitiu na comunhão eclesial o centurião romano Cornélio (At, capítulos 10 e 11), administrando o sacramento do Batismo a ele e toda sua família.


Peço a Deus que nos ajude a ter a mesma abertura dos crentes de origem judaica que questionaram Pedro, mas depois se tranquilizaram e louvaram a Deus quando o apóstolo lhes contou os pormenores. Eles compreenderam que também os pagãos tinha recebido a Palavra de Deus.


“E, quando Pedro subiu a Jerusalém, os fiéis que eram da circuncisão repreenderam-no: Por que entraste em casa de incircuncisos e comeste com eles? Mas Pedro fez-lhes uma exposição de tudo o que acontecera, dizendo: Eu estava orando na cidade de Jope e, arrebatado em espírito, tive uma visão: uma coisa, à maneira duma grande toalha, presa pelas quatro pontas, descia do céu até perto de mim. Olhei-a atentamente e distingui claramente quadrúpedes terrestres, feras, répteis e aves do céu. Ouvi também uma voz que me dizia: Levanta-te, Pedro! Mata e come. Eu, porém, disse: De nenhum modo, Senhor, pois nunca entrou em minha boca coisa profana ou impura. Outra vez falou a voz do céu: O que Deus purificou não chames tu de impuro. Isto aconteceu três vezes e tudo tornou a ser levado ao céu. Nisso chegaram três homens à casa onde eu estava, enviados a mim de Cesaréia. O Espírito me disse que fosse com eles sem hesitar. Foram comigo também os seis irmãos aqui presentes e entramos na casa de Cornélio. Este nos referiu então como em casa tinha visto um anjo diante de si, que lhe dissera: Envia alguém a Jope e chama Simão, que tem por sobrenome Pedro. Ele te dirá as palavras pelas quais serás salvo tu e toda a tua casa. Apenas comecei a falar, quando desceu o Espírito Santo sobre eles, como no princípio descera também sobre nós. Lembrei-me então das palavras do Senhor, quando disse: João batizou em água, mas vós sereis batizados no Espírito Santo." "Depois de terem ouvido essas palavras, eles se calaram e deram glória a Deus, dizendo: Portanto, também aos pagãos concedeu Deus o arrependimento que conduz à vida!” (At 11, 1-18).  

terça-feira, 22 de julho de 2014

Em Gaza não tem uma guerra, mas um "massacre inútil"


Começa uma nova onda de bombardeios, destruição e morte, em Gaza, no décimo quinto dia do início da operação militar israelense "Margem de proteção". De acordo com o porta-voz dos serviços de salvamento palestino, Ashraf al-Qodra, já na madrugada foram mortas sete pessoas, entre elas, cinco membros de uma mesma família. O número de mortos sobe para 583 palestinos e mais de 3.640 feridos.

"O que está acontecendo em Gaza - disse à Agência Fides Sua Beatitude Michel Sabbah, o patriarca latino emérito de Jerusalém dos Latinos - não é uma guerra, mas sim um massacre. Um massacre inútil, que não fará Israel avançar sequer um passo em direção à paz e segurança". O Patriarca afirma que, em vez disso, "com todo este sacrifício humano, os corações dos israelenses e palestinos se encheram novamente de ódio".

Os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos


Dom Aldo di Cillo Pagotto, sss, arcebispo Metropolitano da Paraíba, reforçou o posicionamento da Igreja sobre a participação de padres e religiosos na política partidária. Leia o texto divulgado hoje e enviado à ZENIT:

Portaria na forma de Nota Normativa da Arquidiocese da Paraíba sobre:

a) Filiação de Clérigos em partidos políticos;

b) Disputas de Clérigos a cargos eletivos;

c) Participação de Clérigos em atividades político-partidárias, vinculados a cargos públicos remunerados, por identificação e por pertença partidária.

1.     Considerando os fatos - remotos e recentes - referentes à filiação de Clérigos e de Religiosos a partidos políticos; - Considerando o fato de Clérigos e Religiosos disporem seus nomes para a candidatura e disputa a cargos eletivos; - Considerando o fato da participação efetiva de Clérigos e Religiosos em atividades político-partidárias, vinculadas a cargos públicos remunerados;

2.     Considerando alguns Clérigos incardinados na Arquidiocese da Paraíba, ou que nela já exerceram seu ministério, embora hoje afastados, bem como a presença de Religiosos presbíteros que exercem na Arquidiocese da Paraíba o seu ministério, vinculados a Ordens Religiosas; - Considerando os rumores sobre Clérigos que se articulam com coligações partidárias para eventualmente se lançarem como candidatos, disputando cargos políticos na esfera federal, estadual ou municipal;

3.     Considerando que, de forma precoce, são lançadas as campanhas eleitorais na esfera federal, estadual ou municipal, provocando questionamentos por parte de políticos, jornalistas, radialistas e fiéis - veiculados e repercutidos pelos meios de comunicação, solicitando respostas do Arcebispo, dando margens a interpretações diversas na opinião pública;

4.     Considerando o que dispõe a Tradição e o que ordena o Magistério da Igreja a respeito da identidade sacerdotal, lavradas nas sábias e precisas Normas do Código de Direito Canônico; - Considerando as Diretrizes Pastorais emanadas pessoalmente pelo Papa emérito Bento XVI, por ocasião da “visita ad limina” dos Bispos do Regional NE 2 (Províncias Eclesiásticas de Natal, RN; Paraíba, PB; Olinda e Recife, PE e Maceió, AL) no dia 17 de setembro de 2009, bem como de Carta Normativa emanada aos 12 de dezembro de 2003 pelos Bispos das supracitadas Províncias Eclesiásticas (abaixo resumidas);

5.     Preposto à Arquidiocese da Paraíba, tenho conhecimentos sobre a militância direta de padres e religiosos em política partidária - independentemente das observações em tela, eles assumem por conta própria o seu percurso histórico político-partidário. Como parlamentares sufragados, eles se sentem representantes de projetos e bandeiras que correspondem às expectativas de lideranças de movimentos populares.

6.     Pela presente Nota Normativa, uma vez mais, de forma caridosa e fraterna, admoesto os Clérigos, esclarecendo o que a própria Igreja define, restringe e proíbe, conforme rezam os Cânones do Código de Direito Canônico:

a)     Cânon 285 § 1 do CDC: “Os clérigos se abstenham completamente de tudo o que não convém a seu estado, de acordo com as prescrições do direito particular”.

b)    Cânon 285 § 3 do CDC: “Os clérigos são proibidos de assumir cargos públicos que implicam participação no exercício do poder civil”.

c)     Cânon 287 § 1º do CDC: Os clérigos promovam sempre e o mais possível a manutenção, entre os homens, da paz e da concórdia fundamentada na justiça. - § 2º. Não tenham parte ativa nos partidos políticos e na direção de associações sindicais (...).

EUA proíbem voos para Israel


A Agência Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos proibiu suas companhias aéreas de voar entre os EUA e Israel por 24 horas, após um ataque com foguetes perto do principal aeroporto de Tel Aviv.

A FAA afirmou em um comunicado que a proibição é somente para companhias norte-americanas, e que "instruções atualizadas" seriam emitidas "enquanto as condições permitirem".

As companhias aéreas americanas Delta, US Airways e United Lines já haviam anunciado a suspensão de seus voos com destino a Israel momentos antes da proibição da FAA.

A Delta anunciou que deixaria de voar para Israel "para garantir a segurança de seus passageiros e empregados". A companhia informou que um de seus Boeing 747, que partiu do aeroporto JFK, em Nova York, com destino a Tel Aviv com 290 pessoas a bordo, foi desviado para o aeroporto Charles de Gaulle, em Paris, depois de receber informações de que caíram foguetes próximo ao aeroporto israelense.

"A Delta suspendeu até novo aviso seu serviço entre o aeroporto internacional Ben Gurion em Tel Aviv e seu terminal no JFK", informa a companhia. "Em coordenação com a Agência Federal de Aviação norte-americana (FAA), tomamos esta medida para garantir a segurança de nossos passageiros e de nossos empregados".

A US Airways cancelou nesta terça-feira seus voos 797, que cobre o trajeto de Tel Aviv a Filadélfia, e 796, que faz o caminho inverso, conforme informou a empresa à AFP.