segunda-feira, 4 de agosto de 2014

"Em Gaza, não há vencedores"


No decorrer de sua longa jornada nos Estados Unidos, que durou do 8 ao 28 de julho, o Patriarca Latino de Jerusalém, mons. Fouad Twal manifestou sua preocupação com a situação na Faixa de Gaza, onde "os cristãos e os muçulmanos inocentes são mortos a cada dia".

Segundo informa o site do Patriarcado, no passado 24 de julho, Twal reuniu-se com o staff da Casa Branca Denis McDonough, e o Conselheiro Presidente, John Podesta, para discutir da situação dos cristãos na Terra Santa, no quadro alarmante da guerra em Gaza, por outro lado degenerada durantes as semanas de ausência do patriarca.

"Não há vencedores nesta guerra em Gaza. No final disso só haverá morte e destruição”, declarou monsenhor Twal, acrescentando que" a única solução é chegar a um acordo em que os direitos dos palestinos sejam reconhecidos, porque a paz é construída sobre a justiça".

Canal de televisão árabe mostra apoio aos cristãos iraquianos


Um canal de televisão libanês está usando em seu logotipo a letra árabe “nun”, equivalente ao “n” do alfabeto latino, em aparente demonstração de solidariedade para com os cristãos perseguidos no Iraque. A letra é a inicial da antiga palavra árabe “nassarah”, um termo usado no alcorão para se referir aos cristãos.
 
Dima Sadeq, uma das principais apresentadoras do canal LBCI, apareceu na tela usando uma camiseta com a letra “nun” estampada. "De Mossul a Beirute, todos nós somos ‘nun’", disse ela pouco antes de uma recente edição do noticiário noturno da LBCI.

Homossexualidade e ordenação sacerdotal (II)


A “Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às ordens sacras”, da Santa Sé, cuja análise iniciamos na semana passada demonstra, no Capítulo 3, o seguinte: a vocação sacerdotal é um chamado de Deus que requer a livre resposta do homem. Contudo, não se pode esquecer que esse chamado se dá por meio da Igreja, na Igreja e para o serviço da Igreja. Desse modo, não basta querer ser padre, é preciso adequar-se às condições propostas pela Igreja para se chegar à ordenação sacerdotal.

Leve-se em conta na formação os aspectos humano, espiritual, intelectual e pastoral do candidato ao sacerdócio, destacando-se a formação humana capaz de fazer com que seja percebida no candidato às sagradas ordens a sua maturidade afetiva.

São chamados, pois, a grande responsabilidade quanto ao que será ordenado o Bispo (no caso dos seminaristas diocesanos) ou o Superior Geral (no caso dos religiosos), o reitor do seminário ou formador de casa religiosa, o diretor espiritual dos formandos, o confessor, e o próprio candidato ao presbiterato.

A Instrução parece enfatizar bem a missão do diretor espiritual que, apesar do segredo da direção, deve tratar com o formando temas como a castidade sacerdotal (celibato), a maturidade afetiva específica do padre e a necessidade de notar no seu dirigido as qualidades primordiais exigidas de quem almeja ser ministro de Deus.

Pela via negativa, o mesmo diretor deve analisar bem as qualidades do candidato em sua personalidade, observando se ele não apresenta “distúrbios sexuais incompatíveis com o sacerdócio”. Caso ele pratique atos ou ao menos tenha fortes tendências homossexuais, o diretor espiritual (e também o confessor) deve desestimulá-lo de seguir o caminho do sacerdócio ministerial.

Da parte do candidato, “primeiro responsável pela sua formação”, espera-se firmemente que aja com clareza e lealdade ante seus formadores, não lhes escondendo a própria homossexualidade que, segundo o Documento, o impede de ser sacerdote.

"Serei preso se não bombardear Gaza"


Israel pode continuar esta ocupação, mas não em meu nome”. Essas foram as fortes palavras de Udi Segal, um jovem de 19 anos, enquanto conta sua história pessoal ao ilFattoQuotidiano.it. O jovem israelense é considerado desertor do Exército por seu país. Hoje, especialmente pela internet, ele é visto como um grande testemunho no caminho em busca da paz.


Udi, depois que se posicionou, já espera ser preso no complexo militar de Prison Six, pelas autoridades do país. A acusação é a de ter se recusado a integrar o Exército nesta convocação perante a guerra na Faixa de Gaza.

A oposição dos soldados


Ele não é o único, até agora são pelo menos 50 soldados do Israel Defense Force que se recusaram a participar da operação militar. Eles explicaram porque se recusam em uma cartapublicada no Washington Post: “Nós nos opomos ao Exército israelense e à lei do serviço militar obrigatório porque repudiamos esta operação militar”. 


O rapaz de 19 anos pensa como os outros que escreveram a carta. O apoio dos cidadãos israelenses à política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ainda é maciça. "Mas existem muitas pessoas que estão cansadas desta guerra. Só entre meus colegas conheço pelo menos 120 ou 130 jovens que tomaram a mesma decisão que eu”, afirma o jovem.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Bombardeio atinge paróquia em Gaza


O Exército de Israel bombardeou, na terça-feira, uma paróquia católica da cidade de Gaza que está sob a responsabilidade do pároco argentino Jorge Hernández, em uma ofensiva que já matou mais de 1.200 pessoas, em sua maioria civis, e que destruiu parte de várias mesquitas e escolas da ONU.

A Paróquia Sagrada Família, localizada no bairro Al Zeitun, no leste de Gaza, foi atingida pelas bombas israelenses, apesar de oferecer refúgio para dezenas de crianças deficientes e para idosos.

O ataque israelense destruiu a casa das freiras da instituição, que se ocupam de cuidar das crianças e idosos.

O padre argentino explicou, em declarações à agência Fides, que além da casa das freiras do Instituto do Verbo Encarnado, o bombardeio destruiu parcialmente a escola paroquial adjacente e seu escritório.

Segundo a Fides, o objetivo principal do bombardeio era uma casa que se encontra a poucos metros da paróquia. Essa moradia ficou completamente destruída.

Hernández detalhou que, ontem à tarde, “o Exército israelense começou a enviar mensagens SMS aos residentes deAl-Zeitun, onde fica a paróquia católica e uma ortodoxa, com a ordem de abandonar as casas já que iam a bombardear”.

Muitas pessoas conseguiram fugir, mas aqueles que atualmente vivem na igreja não puderam.

Além do pároco Hernández, vivem ali três Irmãs de Madre Teresa, junto com 29 crianças deficientes e nove mulheres anciãs sob suas responsabilidades.

Os quatro religiosos decidiram ficar na paróquia, apesar de que há três semanas o Exército israelense bombardeia sistematicamente a Faixa de Gaza, na terceira ofensiva massiva desde 2007, quando o movimento palestino Hamasganhou as eleições e assumiu o poder.

Aliança Evangélica Mundial responde ao pedido de desculpas do papa apresentando o seu próprio pedido de perdão

 

O líder da Aliança Evangélica Mundial aplaudiu o encontro entre o papa Francisco e os pentecostais em Caserta, na Itália, na última segunda-feira, e respondeu ao pedido de desculpas do Santo Padre pela falta de compreensão dos católicos fazendo o seu próprio pedido de perdão em nome dos evangélicos que discriminaram os católicos.

O secretário geral da Aliança Evangélica Mundial, Rev. Dr. Geoff Tunnicliffe, disse que o pedido de desculpas do papa Francisco em nome dos católicos que perseguiram outros cristãos no passado foi louvável, bíblico e reflete a mensagem de Jesus. E, como Francisco, o líder evangélico também pediu perdão pelos cristãos evangélicos que fizeram o mesmo contra os católicos.

Em entrevista à Rádio Vaticano nesta quarta-feira, 30, Tunnicliffe fez uma série de reflexões sobre o gesto do papa de se reunir com mais de 200 membros da Igreja Pentecostal da Reconciliação na cidade italiana de Caserta. No sábado, o papa tinha se reunido também com a comunidade católica da cidade.

Perguntado sobre o impacto do encontro do papa com os pentecostais, ele declarou: "Eu acho que a aproximação do papa Francisco é um bom augúrio para conversas futuras, porque isso vai nos permitir ir mais fundo em nossas interações".

"Nos últimos anos, a Aliança Evangélica Mundial, que representa cerca de 650 milhões de cristãos do mundo todo, tem tido uma crescente interação com o Vaticano e com a Igreja católica. Estamos concluindo o nosso segundo diálogo teológico oficial, que identifica áreas de preocupações comuns e áreas em que ainda discordamos".

Homossexualidade e ordenação sacerdotal (I)


Este e o próximo artigo expõem, a pedido de leitores, as linhas gerais da “Instrução sobre os critérios de discernimento vocacional acerca das pessoas com tendências homossexuais e da sua admissão ao Seminário e às ordens sacras” emitida pela Congregação para a Educação Católica em 4 de novembro de 2005.

O texto é curto (tem 18 parágrafos), claro, bem fundamentado e traz normas válidas para todas as casas de formação para o Sacerdócio Ministerial, seminários diocesanos ou religiosos, segundo confirma um Rescriptum da Secretaria de Estado da Santa Sé emitido em 2008.

Os dados da Instrução deixam claro que, se há lobby gay entre clérigos – segundo aparece no livro italiano “E Satana si fece trino” (E Satanás se fez três – tradução livre), do Pe. Ariel Levi di Gualdo, e em notícias da imprensa – ele se formou e vem agindo à margem dos ensinamentos da Igreja que tem, como veremos, normas claras sobre a questão da homossexualidade e ordenação sacerdotal.

A Instrução começa lembrando, logo na Introdução, que, em continuidade com o Concílio Vaticano II (1962-65), a Congregação para a Educação Católica publicou vários documentos contemplando os diversos aspectos da formação integral dos futuros sacerdotes.

Desta vez, porém, o Documento não visa ater-se a detalhes sobre todas as questões de ordem afetiva ou sexual a reclamar atenção da Santa Sé, mas se volta apenas para uma situação atual e urgente, a saber: a admissão ou não ao Seminário e às Ordens sacras dos candidatos que tenham tendências homossexuais profundamente radicadas.

O Capítulo 1 recorda, com a Tradição da Igreja, que só o batizado do sexo masculino pode receber validamente a ordenação sacerdotal (cf. cânon 1024 do Código de Direito Canônico da Igreja Latina e cânon 754 do Código das Igrejas Orientais) e é por meio dessa ordenação que o sacerdote representa Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja a qual ele serve incondicionalmente na caridade pastoral.

Isso requer do candidato ao presbiterato uma profunda maturidade afetiva capaz de levá-lo à correta relação com os homens e as mulheres da Igreja, para os quais ele deve ser um pai espiritual.

O papa Francisco e os evangélicos


No início deste ano, o papa Francisco se encontrou com um velho conhecido chamado Tony Palmer. Ele era um sul-africano que vivia na Inglaterra, casado com uma italiana católica, e morreu tragicamente num acidente de moto na semana passada.
 
Tony Palmer conheceu Bergoglio quando era missionário na Argentina. Ele se apresentava como "bispo anglicano", mas não era bispo da Igreja da Inglaterra propriamente dita. É mais correto dizer que ele era bispo na "tradição anglicana". Membro de um novo movimento da Igreja evangélica que valoriza a tradição, a adoração carismática e o zelo evangélico, Palmer era um bom representante do movimento cristão que tem sido chamado de "Igreja de convergência".

 
A "Igreja de convergência" pode ser descrita como uma “Igreja paralela” que é carismática, evangélica e católica. Em outras palavras, seus adeptos abraçam e endossam o melhor dessas três tradições cristãs. Sem uma estrutura organizada e sem a burocracia de uma confissão institucional, os membros da “Igreja de convergência” se movem entre fronteiras confessionais, nacionais e tradicionais. Formando alianças com cristãos simpatizantes de muitas denominações, eles são, no geral, pessoas brilhantes, zelosas, positivas e proativas no ministério cristão.

 
Com ênfase numa mensagem simples do evangelho, eles também apreciam o culto litúrgico, a prática dos dons do Espírito Santo e um profundo amor pelas Sagradas Escrituras. Os cristãos da “Igreja de convergência” têm como objetivo pregar e viver um cristianismo radical básico.
 
Se quisermos entender melhor o papa Francisco como reformador, é o apreço dele por esta nova geração de evangélicos que pode lançar mais luz sobre os objetivos do seu papado e sobre ele próprio como pessoa. É interessante observar que o papa tem mantido relações cordiais com os líderes das denominações protestantes tradicionais, como Justin Welby, arcebispo de Canterbury, mas, quando se reúne com seus amigos evangélicos, ele os convida para o café-da-manhã ou para o almoço e passa horas conversando, rindo e desfrutando da comunhão com eles.

 
Quem vê o papa Francisco como reformador deve enxergar nas suas relações com os evangélicos o coração da sua reforma. Não é uma simples tentativa de limpar o chamado “banco do Vaticano” ou de varrer os pedófilos para fora da Igreja. Não é o simples simbolismo de morar na Casa Santa Marta, almoçar no refeitório junto com todos e andar num carro modesto. A reforma que ele planeja é muito mais radical do que isso. Ele quer que os católicos sigam Jesus Cristo de maneira radical, alegre e capaz de fazer a terra tremer.

 
O apreço de Francisco pelos evangélicos é, portanto, mais do que uma tentativa cordial de chegar até os cristãos que sempre foram marginalizados pela Igreja católica e que, verdade seja dita, têm sido, no geral, duramente anticatólicos. Seu apreço pelos evangélicos é mais do que uma tentativa de conter a onda de católicos que migram para as igrejas carismáticas do mundo todo. Francisco os admira de fato e, em muitos aspectos, quer que os católicos sejam mais parecidos com eles.

 
Isso quer dizer que os católicos têm que bater mais palmas nos louvores, falar em línguas e abraçar um calvinismo aguado e utilitarista? Quer dizer que Francisco quer “protestantizar” a Igreja católica? De maneira nenhuma. Eu acho que ele quer que os católicos sejam não exatamente mais protestantes, e sim mais católicos mesmo. Em outras palavras: ele quer que os católicos resgatem o zelo e a paixão dos santos e dos mártires. Ele quer que os católicos reaprendam a vida simples dos apóstolos e sejam alegres nos níveis mais elementares da fé: vivendo uma vida cheia do Espírito Santo na relação do dia-a-dia com Jesus Cristo.