O líder da
Aliança Evangélica Mundial aplaudiu o encontro entre o papa Francisco e os
pentecostais em Caserta, na Itália, na última segunda-feira, e respondeu ao
pedido de desculpas do Santo Padre pela falta de compreensão dos católicos
fazendo o seu próprio pedido de perdão em nome dos evangélicos que
discriminaram os católicos.
O secretário
geral da Aliança Evangélica Mundial, Rev. Dr. Geoff Tunnicliffe, disse que o
pedido de desculpas do papa Francisco em nome dos católicos que perseguiram
outros cristãos no passado foi louvável, bíblico e reflete a mensagem de Jesus.
E, como Francisco, o líder evangélico também pediu perdão pelos cristãos
evangélicos que fizeram o mesmo contra os católicos.
Em entrevista à
Rádio Vaticano nesta quarta-feira, 30, Tunnicliffe fez uma série de reflexões
sobre o gesto do papa de se reunir com mais de 200 membros da Igreja
Pentecostal da Reconciliação na cidade italiana de Caserta. No sábado, o papa
tinha se reunido também com a comunidade católica da cidade.
Perguntado sobre
o impacto do encontro do papa com os pentecostais, ele declarou: "Eu acho
que a aproximação do papa Francisco é um bom augúrio para conversas futuras,
porque isso vai nos permitir ir mais fundo em nossas interações".
"Nos últimos
anos, a Aliança Evangélica Mundial, que representa cerca de 650 milhões de
cristãos do mundo todo, tem tido uma crescente interação com o Vaticano e com a
Igreja católica. Estamos concluindo o nosso segundo diálogo teológico oficial,
que identifica áreas de preocupações comuns e áreas em que ainda
discordamos".
Reconhecendo os erros
Ao comentar o
pedido de desculpas do papa Francisco em nome dos católicos que discriminaram
os protestantes, Tunnicliffe elogiou o papa por dar o passo público de pedir
perdão, considerou a atitude como "bíblica" e disse que ela
"reflete a mensagem de Jesus".
Depois de dizer
que o ato do papa Francisco representará uma "mensagem forte para o mundo,
especialmente para os países onde existem tensões significativas entre
católicos e evangélicos", Tunnicliffe também fez um pedido de desculpas.
"Eu também preciso
dizer o seguinte: reconheço que houve na história situações em que os
protestantes, incluindo os evangélicos, discriminaram os cristãos católicos. Eu
sinto muito por esse tipo de atitude. Embora nós possamos discordar
teologicamente, isso nunca deve nos levar à discriminação ou à perseguição
contra o outro. Todos nós precisamos reconhecer todos os nossos erros e pedir
perdão uns aos outros".
O líder
evangélico observou que as conversas oficiais entre católicos e evangélicos
ainda são uma parte essencial do caminho ecumênico e disse que o encontro
histórico ajudou a construir a confiança e a amizade, que, espera ele, podem
levar ao aprofundamento do diálogo ecumênico. Tunnicliffe pediu a continuidade
das relações dentro da "família cristã".
"Jesus",
disse ele, citando João 17, "nos pediu claramente para sermos um". É
muito importante, por isso, ajudar os que estão fora da Igreja a entender que,
"embora haja diferenças dentro das denominações cristãs, também temos
muitas áreas em comum" no essencial.
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Fonte: ZENIT
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