quinta-feira, 14 de agosto de 2014

São Maximiliano Kolbe - 14 de agosto


Sobre a trágica morte de São Maximiliano Kolbe no campo de extermínio de Auschwitz, muito se sabe e se comenta. Menos conhecida, entretanto, é sua existência cheia de inteligentes e ousados empreendimentos apostólicos, fruto de um espírito de grandes horizontes iluminado por entranhada devoção à Virgem Santíssima.

Talis vita, finis ita,1 diz um conhecido adágio romano. Se Maximiliano teve, no fim da sua existência, o heroico gesto que o conduziria ao martírio, foi porque Maria Imaculada o inspirou. E ele soube corresponder inteiramente, já desde menino, a tão bela e elevada vocação.

Nascido na era do progresso

A Polônia dos anos finais do século XIX e iniciais do XX, como toda a Europa e a América, achava-se em plena prosperidade material. A sociedade de então se deliciava na euforia e no esplendor da Belle Époque, na fartura e no conforto, mais preocupada com o gozo da vida do que com o que se relacionava com a Religião. O laicismo dominava as mentes e os costumes.
Nesse contexto histórico, nasceu Raimundo Kolbe, em 8 de janeiro de 1894, na cidade polonesa de Zdu?ska Wola, recebendo no mesmo dia as águas batismais. Seus pais, Júlio Kolbe e Maria Dabrowska, eram lídimos cristãos e devotíssimos da Virgem Maria. De seus cinco filhos, dois faleceram quando ainda crianças, e os outros três abraçaram a vida religiosa.

Uma visão que deu rumo à sua vida

Criança muito viva e travessa, Raimundo recebeu certo dia uma repreensão de sua mãe que lhe marcou a vida:

- Se aos dez anos você é tão mau menino, briguento e malcriado, como será mais tarde?

Essas palavras calaram fundo na alma do pequeno. Ficou aflito e pensativo. Queria mudar de vida e recorreu a Nossa Senhora. Ajoelhado aos pés de uma bela imagem da igreja paroquial, perguntou-Lhe:

- Que vai acontecer comigo?

Qual não foi sua surpresa, quando lhe apareceu a Mãe de Deus, trazendo em Suas mãos duas coroas, uma branca e outra vermelha. Sorrindo maternalmente, perguntou-lhe qual escolhia. A branca significava que perseveraria na castidade e a vermelha, que seria mártir. Grande alma, ele escolheu as duas.

A vocação religiosa

Nasceu-lhe, então, por graça da Imaculada, a vocação religiosa. Decidiu ser capuchinho franciscano, e aos 14 anos começou os estudos em ?ód?, no seminário menor dos frades conventuais, junto com seu irmão Francisco.

Aos 16 anos, foi admitido no noviciado, escolhendo o nome de Maximiliano, em honra do grande mártir africano. Quiçá pensasse já em seu futuro...

No ano seguinte, pronunciou os votos simples. Por sua privilegiada inteligência, decidiram os superiores mandá-lo para a Cidade Eterna, a fim de continuar os estudos no Colégio Seráfico Internacional, dos franciscanos, e em seguida cursar filosofia na famosa Universidade Gregoriana.

Ouvindo falar das especiais dificuldades que havia para se manter a pureza na Roma de então, o jovem frade pediu para não ir. Mas, em nome da santa obediência, partiu para a Capital da Cristandade onde, além de completar seus estudos, fez sua profissão solene a 1 de novembro de 1914, acrescentando ao seu nome religioso o de Maria, a Virgem Imaculada.

Carta do Papa ao secretário-geral da ONU sobre o Iraque

CARTA
Do Papa Francisco ao secretário-geral da ONU,
Ban Ki-moon sobre a situação no Iraque
Quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Com o coração apertado e angustiado, acompanhei os dramáticos acontecimentos dos últimos dias no norte do Iraque, onde os cristãos e as outras minorias religiosas foram obrigados a fugir de suas casas e assistir à destruição de seus lugares de culto e do patrimônio religioso. Comovido com esta situação, pedi ao Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, que serviu como representante dos meus predecessores, Papa São João Paulo II e Papa Bento XVI, junto ao povo no Iraque, para manifestar a minha proximidade espiritual e expressar a minha preocupação, assim como de toda a Igreja Católica, com o intolerável sofrimento de pessoas que desejam somente viver em paz, harmonia e liberdade na terra de seus antepassados.

Neste mesmo espírito, escrevo ao senhor, secretário-geral, e lhe exponho as lágrimas, os sofrimentos e os gritos de desespero dos cristãos e das outras minorias religiosas na amada terra do Iraque. Ao renovar o meu apelo urgente à comunidade internacional para intervir e por fim à tragédia humanitária em andamento, encorajo todos os organismos competentes das Nações Unidas, especialmente os responsáveis pela segurança, a paz, o direito humanitário e a assistência aos refugiados, a prosseguirem seus esforços, em conformidade com o Preâmbulo e os artigos pertinentes da Carta das Nações Unidas.

Satanistas afirmam ter hóstia consagrada para ser profanada em missa negra nos EUA


O chefe da igreja satânica da cidade norte-americana de Oklahoma, que planeja realizar uma missa negra em um espaço público do Centro Cívico municipal no mês que vem, afirmou que a hóstia consagrada que pretende usar no ritual satânico já foi enviada a ele por um amigo.
"Estou farto de ouvir falar sobre essa hóstia consagrada", diz Adam Daniels, da organização Dakhma de Angra Mainyu, em resposta a perguntas enviadas por e-mail pela Aleteia. "Como a minha substituta já disse a outros inquisidores católicos, a Eucaristia foi enviada a nós por um amigo. Isso é tudo que eu vou dizer sobre esta consecução. A minha pergunta é: por que um pedaço de pão, sobre o qual um homem disse algumas palavras, é tão sagrado?".
Daniels, que usa o título de “dastur”, um termo equivalente a “sumo sacerdote” no zoroastrismo, confirmou que a controversa missa negra em Oklahoma será realizada conforme planejado, em 21 de setembro.
"A missa negra resumida [a partir dos rituais satânicos de Anton Lavey] vai acontecer", afirmou ele. "Depois, The Choke [uma banda local] vai se apresentar. Em seguida, Matthew Garman vai fazer um exorcismo arimânico [ou seja, satânico: trata-se de “expulsar” o Espírito Santo da pessoa “exorcizada”]. Kelsey e eu [Daniels] vamos presidir este rito. Antes de cada ritual, eu vou explicar o propósito de cada rito da fé arimânica [satânica]".
Adam Daniels prossegue: "Eu alugo um pequeno espaço uma vez por ano para ensinar o público sobre a minha religião. Isto é um direito meu, protegido pela Primeira Emenda [à constituição norte-americana], como cidadão dos Estados Unidos, e não como uma ovelha do império católico que sofreu lavagem cerebral".
O evento satânico acontecerá no teatro do Centro Cívico de Oklahoma, que tem capacidade para 92 pessoas. Daniels afirma que nenhuma autoridade municipal lhe pediu que reconsiderasse o caso à luz dos protestos de católicos locais, liderados pelo arcebispo, dom Paul S. Coakley. 

Dom Coakley está convidando os católicos a “sacudir o céu” com orações para que a missa negra seja cancelada.

"Apesar dos repetidos pedidos, não houve nenhuma indicação de que a prefeitura tenha a intenção de impedir este evento", escreveu o arcebispo em uma carta desta semana dirigida aos fiéis da arquidiocese. "Eu levantei as minhas preocupações em conversa com as autoridades da cidade e apontei o quanto esse ato sacrílego é profundamente ofensivo para os cristãos, especialmente para os mais de 250.000 católicos que vivem na cidade de Oklahoma".
Na carta, datada de 4 de agosto, memória litúrgica de São João Maria Vianney, o arcebispo se disse preocupado com os "poderes obscuros" que a missa negra invocaria no seio da comunidade local e com o "perigo espiritual que isso representa para todos os que estão direta ou indiretamente envolvidos". Embora o evento esteja sendo promovido como "apenas um tipo de entretenimento ocultista, este ritual satânico é muito sério", avisa o arcebispo. "É uma inversão blasfema e obscena da missa católica. Usando uma hóstia consagrada, obtida ilicitamente de uma igreja católica, e profanando-a da forma mais vil que podemos imaginar, os praticantes a oferecem em sacrifício a Satanás". 

O poder da Ave Maria


Milhões dos católicos rezam frequentemente a Ave Maria. Alguns repetem-na depressa, nem mesmo pensando nas palavras que estão dizendo.

Este artigo poderá ajudá-lo a recitá-la mais pensativamente.

- Podem dar grande alegria à Mãe de Deus para se obter as graças que ela deseja.

- Uma Ave Maria bem rezada enche o coração de Nossa Senhora com alegria e  nos concede grandes graças. Uma Ave Maria bem recitada dá-nos mais graças que mil rezadas sem reflexão.

- A Ave Maria é como uma mina de ouro da qual nós podemos sempre extrair e nunca se esgota. É difícil rezar a Ave Maria? Tudo o que temos que fazer é saber seu valor e compreender seu significado.

S. Jerônimo nos diz que “as verdades contidas no Ave Maria são tão sublimes, tão maravilhosas, que nenhum homem ou anjo poderiam compreendê-las inteiramente.”

S. Tomás de Aquino, príncipe dos teólogos, “o mais sábio dos santos e o mais santo dos sábios”, como Leo XIII o chamou, pregou o Ave Maria por 40 dias em Roma, enchendo os corações de êxtase.

Pe. F. Suárez, o santo e erudito jesuita, declarou que ao morrer dispostamente daria todos os livros que escreveu, todas as obras de sua vida, pelo mérito de uma só Ave Maria rezada devotamente.

S. Matilde, que amava muito Nossa Senhora, certo dia estava se esforçando
para compor uma bela oração em sua honra. Nossa Senhora apareceu-lhe, com as letras douradas em seu peito: “Ave Maria, cheia de graça.” Disse-lhe: “Desista, minha filha, de seu trabalho, pois nenhuma oração que talvez você pudesse compor dar-me-ia a alegria e o prazer da Ave Maria.”

O filho na boca do tigre.



Lidar com crianças e adolescentes exige precaução. Não esperar o mal, mas antecipar-se à sua mera ameaça. Isso dá vigília, alma alerta, olheira em plantão. Vale a pena. Pois a dor do descuido é sempre cruel. Bem o sabe o pai do zoológico de Cascavel que incorreu nessa falta de precaução.

Aos 11 anos, seu filho já devia ser consciente de limites que, claramente, desconhecia. Derramou-se em insana brincadeira à volta do tigre. Uma hora, fera que é, o felino Hu reacendeu os instintos de selva, onde a lei dita que meninos provocando presas de tigre dilacerados serão.

Consta que o pai primeiro incentivou a brincadeira suicida! Quando viu o braço do filho na boca do tigre, atirou-se na área reservada, para socorrer o atacado. Hoje, aos prantos, o pai se desculpa com o mundo. E lembra que o filho, já sem braço, ainda teve fôlego de revelar o bom coração (apto, portanto, a acolher educação e limites), dizendo: não matem o tigre.

Após a instigação irresponsável, o pai teria convocado o filho. Que não obedeceu. Filho tem que obedecer a pai e mãe! É da necessidade de sobrevivência e desenvolvimento de crianças e adolescentes, é do bom senso, e – acima de tudo, por mais que digam o contrário – é da lei! Código Civil: pais devem exigir de suas proles respeito, obediência e serviços. Exigir.

No caso, temos um filho de pais separados. Problema dos tempos, o caso comprova. Pais separados tendem a afrouxar disciplinas. Certa culpa se instala, e não quer o pai, que não detém a guarda, gastar fim de semana a ser antipático disciplinador. Um erro caro. Ao mesmo tempo, a mãe guardiã, a quem sobra o encargo disciplinar, além de padecer tolerâncias hormonais femininas que retardam o pronto castigo, também não quer ser a vilã nessa história em que o pai visitante é sempre o divertido parque de diversões. Ou permissivo zoológico. 

Papa reza em Santa Maria Maior e viaja hoje para a Coreia do Sul


O Papa Francisco viaja, nesta quarta-feira, 13, para a Coreia do Sul, nesta que será a terceira viagem internacional de seu pontificado e a primeira ao continente asiático. Ele embarca no avião, em Roma, às 16h (11h no horário de Brasília), e deve chegar ao solo coreano às 10h30 (horário na Coreia), desta quinta-feira, 14 (no Brasil, 22h30 de hoje), após percorrer quase 9 mil quilômetros. Por ocasião da viagem, não foi realizada a tradicional catequese com os fiéis na Praça São Pedro.

O avião da Alitalia que transportará o Santo Padre com os seus acompanhantes e dezenas de jornalistas de todo o mundo sobrevoará o espaço aéreo de nove países: Croácia, Eslovênia, Áustria, Eslováquia, Polônia, Bielorrússia, Rússia, Mongólia e China.

O motivo principal desta visita do Papa é participar na Jornada da Juventude Asiática, que se realiza em Daejeon, localizada a cerca de 140 quilômetros ao sul da capital Seul. Francisco também vai beatificar os primeiros 124 mártires coreanos.

Para além das autoridades do país, o Papa Francisco terá um encontro com os bispos coreanos e outro com os bispos do continente asiático. Ele vai se encontrar com as comunidades religiosas católicas, com líderes do laicado católico, com líderes religiosos do país, além de visitar um centro de pessoas portadoras de deficiência e celebrar uma Missa pela paz e reconciliação na Coreia, na catedral de Seul.

Em videomensagem enviada ao povo coreano, o Santo Padre manifestou seu desejo durante a viagem: anunciar Jesus aos jovens e a todos e compartilhar o Evangelho do amor e da esperança.

Esta é a terceira viagem internacional do Papa Francisco. A primeira foi ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude em 2013, e a segunda foi à Terra Santa, em maio deste ano.

É a terceira vez que a Coreia do Sul recebe um Papa. João Paulo II, agora santo da Igreja, visitou o local duas vezes: em 1986, para celebrar os 200 anos da Igreja Católica no país, regressando três anos depois, em 1989, por ocasião do 44º Congresso Eucarístico Internacional.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Congresso da Pastoral Familiar encerra com mensagem de esperança


Mensagem final do I Congresso Latino-americano 
de agentes de Pastoral Familiar
“Eu e minha família serviremos ao Senhor”

Queridas famílias latino-americanas e caribenhas: “Eu e minha família serviremos ao Senhor” (cf. Js 24, 15).

Convocados pelo Departamento de Família, Vida e Juventude do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), reunimo-nos na Arquidiocese da Cidade de Panamá, as delegações das Conferências Episcopais da América Latina e Caribe com a presença do Pontifício Conselho para a Família (Roma), para vivenciar o I Congresso Latino-americano de Agentes de Pastoral Familiar, de 4 a 9 de agosto de 2014, com o tema “Família e desenvolvimento social para a vida plena e a comunhão missionária”.

Vivemos dias de experiência fraterna, intenso ambiente de trabalho, alegria e profunda reflexão que nos permitiram reavivar em nós a certeza de ser uma única família congregada no amor e na ternura de um mesmo Deus e Pai. Assim, guiados pelo Espírito Santo, revisamos nosso caminhar pastoral e buscamos juntos novos horizontes para enfrentar os desafios que hoje nos apresenta a realidade das famílias latino-americanas e caribenhas.

Estamos muito unidos às famílias católicas e cristãs do Iraque, que sofrem nestes momentos de violência, e rezamos para que a paz e a justiça vençam o ódio e o rancor.

Cremos que estamos dando passos seguros no caminho que o Papa Francisco inaugurou com a convocatória do III Sínodo Extraordinário da Família em outubro próximo. Um ano depois, acontecerá a Assembleia ordinária, que tratará o mesmo tema da família. E, nesse contexto, em setembro de 2015, terá lugar o Encontro Mundial das Famílias na Filadélfia. Percorramos este caminho unidos na oração, a fim de haver bons frutos para a Igreja e para o mundo. 

Como provar que Jesus é Deus?


Os homens de nosso tempo, embora aceitem Jesus Cristo como um grande líder religioso, estão cada vez menos dispostos a reconhecê-lo como Deus. A Sua divindade, no entanto, é a coluna vertebral da religião cristã, sem a qual todo o edifício da fé rui inevitavelmente. Afinal, se Jesus é Deus, tudo o que disse é verdadeiro – e a Ele devemos, pela fé, “plena adesão do intelecto e da vontade”, já que Deus “não pode enganar-se nem enganar” ninguém [1] –, mas, se é apenas uma pessoa “iluminada”, a religião que fundou pode muito bem ser remodelada ao gosto dos tempos.

Para provar que Jesus é Deus, o autor C. S. Lewis serviu-se de um argumento que já era apresentado desde o início da Igreja e apresentou-o no livro Mere Christianity [“Cristianismo puro e simples”, no Brasil]. Ele chamou o argumento de “the shocking alternative – a alternativa estarrecedora”:

“Entre os judeus surge, de repente, um homem que começa a falar como se ele próprio fosse Deus. Afirma categoricamente perdoar os pecados. Afirma existir desde sempre e diz que voltará para julgar o mundo no fim dos tempos. Devemos aqui esclarecer uma coisa: entre os panteístas, como os indianos, qualquer um pode dizer que é uma parte de Deus, ou é uno com Deus, e não há nada de muito estranho nisso. Esse homem, porém, sendo um judeu, não estava se referindo a esse tipo de divindade. Deus, na sua língua, significava um ser que está fora do mundo, que criou o mundo e é infinitamente diferente de tudo o que criou. Quando você entende esse fato, percebe que as coisas ditas por esse homem foram, simplesmente, as mais chocantes já pronunciadas por lábios humanos.”

“Há um elemento do que ele afirmava que tende a passar despercebido, pois o ouvimos tantas vezes que já não percebemos o que ele de fato significa. Refiro-me ao perdão dos pecados. De todos os pecados. Ora, a menos que seja Deus quem o afirme, isso soa tão absurdo que chega a ser cômico. Compreendemos que um homem perdoe as ofensas cometidas contra ele mesmo. Você pisa no meu pé, ou rouba meu dinheiro, e eu o perdôo. O que diríamos, no entanto, de um homem que, sem ter sido pisado ou roubado, anunciasse o perdão dos pisões e dos roubos cometidos contra os outros? Presunção asinina é a descrição mais gentil que podemos dar da sua conduta. Entretanto, foi isso o que Jesus fez. Anunciou ao povo que os pecados cometidos estavam perdoados, e fez isso sem consultar os que, sem dúvida alguma, haviam sido lesados por esses pecados. Sem hesitar, comportou-se como se fosse ele a parte interessada, como se fosse o principal ofendido. Isso só tem sentido se ele for realmente Deus, cujas leis são transgredidas e cujo amor é ferido a cada pecado cometido. Nos lábios de qualquer pessoa que não Deus, essas palavras implicam algo que só posso chamar de uma imbecilidade e uma vaidade não superadas por nenhum outro personagem da história.”

“No entanto (e isto é estranho e, ao mesmo tempo, significativo), nem mesmo seus inimigos, quando lêem os evangelhos, costumam ter essa impressão de imbecilidade ou vaidade. Quanto menos os leitores sem preconceitos. Cristo afirma ser ‘humilde e manso’, e acreditamos nele, sem nos dar conta de que, se ele fosse somente um homem, a humildade e a mansidão seriam as últimas qualidades que poderíamos atribuir a alguns de seus ditos.”

“Estou tentando impedir que alguém repita a rematada tolice dita por muitos a seu respeito: ‘Estou disposto a aceitar Jesus como um grande mestre da moral, mas não aceito a sua afirmação de ser Deus.’ Essa é a única coisa que não devemos dizer. Um homem que fosse somente um homem e dissesse as coisas que Jesus disse não seria um grande mestre da moral. Seria um lunático – no mesmo grau de alguém que pretendesse ser um ovo cozido – ou então o diabo em pessoa. Faça a sua escolha. Ou esse homem era, e é, o Filho de Deus, ou não passa de um louco ou coisa pior. Você pode querer calá-lo por ser um louco, pode cuspir nele e matá-lo como a um demônio; ou pode prosternar-se a seus pés e chamá-lo de Senhor e Deus. Mas que ninguém venha, com paternal condescendência, dizer que ele não passava de um grande mestre humano. Ele não nos deixou essa opção, e não quis deixá-la.” [2]