sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Solenidade da Assunção de Nossa Senhora - A realeza de Maria Santíssima


Em 1950, o Papa Pio XII, por meio da constituição apostólica Munificentissimus Deus, definiu “ser dogma divinamente revelado que a imaculada Mãe de Deus, a sempre virgem Maria, terminado o curso da vida terrestre, foi assunta em corpo e alma à glória celestial” [1]. Ou seja, Deus, em sua bondade, dispôs que o corpo de Maria, que carregou em seu ventre o próprio Verbo humanado, fosse poupado da corrupção do túmulo. Por mais que se usem argumentos para explicar logicamente esse mistério, a Assunção de Maria é um ato gratuito e livre de amor do Todo-Poderoso, que quis elevar a bem-aventurada Virgem Maria primeiro à glória do Céu.

O argumento mais convincente para a elevação de Nossa Senhora é o da ausência. Não existe nenhum lugar onde se possa dizer que o seu corpo esteja enterrado. Como é possível que os primeiros cristãos, que conservavam os sepulcros dos grandes santos e padres da Igreja primitiva, não tenham guardado o túmulo da mãe de Cristo? De fato, existe um túmulo no Getsêmani, mas ele frequentemente é referido como um “túmulo vazio”, pois os fiéis católicos, desde o começo, creem que Maria está ressuscitada na glória dos céus.

É interessante que, no mosaico da abside da Basílica de Santa Maria em Trastevere, em Roma, Nossa Senhora não só está à direita de Nosso Senhor – como indicam as palavras do salmista: “À vossa direita se encontra a rainha com veste esplendente de ouro de Ofir” [2] –, mas os dois se encontram sentados no mesmo trono. Jesus tem seu braço direito envolvendo Sua mãe e ela, que tem em uma mão um manuscrito do Cântico dos Cânticos, mantém os seus dedos apontados para Jesus – a Rainha que aponta para o Rei. É uma imagem do que acontece nas bodas de Caná, quando ela diz: “Fazei tudo o que ele vos disser” [3], e do que rezamos na Salve Rainha: Et Iesum, benedictum fructum ventris tui, nobis post hoc exsilium ostende. Depois deste desterro, ela realmente nos mostra Jesus.

Essa figura de Jesus e Maria sentados no mesmo trono está profundamente enraizada na teologia bíblica. No livro Queen Mother: A Biblical Theology of Mary’s Queenship [“Rainha Mãe: Uma Teologia Bíblica da Realeza de Maria”][4], Edward Sri explica como, no reino de Judá, o rei sempre reinava juntamente com sua mãe. Assim, por exemplo, Salomão, ao ser entronizado como rei, colocou sua mãe, Betsabéia, à sua direita: “Betsabéia foi até o rei Salomão para falar a respeito de Adonias. O rei levantou-se e veio a seu encontro, prostrou-se diante dela e, depois, sentou-se no trono. Puseram também um trono para a mãe do rei, a qual sentou-se à sua direita” [5]. Essa cerimônia do Antigo Testamento nada mais é que prefiguração do reinado de Cristo e de Sua mãe, Maria Santíssima, para quem também foi colocado um trono no Céu. Apenas São Gabriel Arcanjo diz a Maria que “o Senhor Deus lhe dará [a Jesus] o trono de Davi, seu pai” [6], ela tomou consciência de que seria rainha.

Santo Afonso Maria de Ligório ensina, citando São Pedro Damião, que o mistério da subida de Maria aos céus foi mais solene do que a ascensão de Jesus, “porque só os anjos saíram ao encontro de Jesus Cristo, mas Nossa Senhora foi assunta ao céu na presença do Senhor da glória e de toda a sociedade bem-aventurada dos anjos e dos santos” [7]. A Igreja recorda a realeza de Maria na Liturgia, quando lê a passagem do Apocalipse de São João que fala de “uma Mulher vestida de sol, tendo a lua debaixo dos pés e sobre a cabeça uma coroa de doze estrelas (...). E ela deu à luz um filho homem, que veio para governar todas as nações com cetro de ferro” [8]. 

Homilia do Papa, na Coreia, na Solenidade da Assunção

HOMILIA
Viagem apostólica à Coreia do Sul
Santa Missa na solenidade da Assunção de Maria
World Cup Stadium – Daejeon
Sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Amados irmãos e irmãs em Cristo!

Em união com toda a Igreja, celebramos a Assunção de Nossa Senhora, em corpo e alma, à glória do Paraíso. A Assunção de Maria mostra-nos o nosso destino como filhos adoptivos de Deus e membros do Corpo de Cristo: como Maria, nossa Mãe, somos chamados a participar plenamente na vitória do Senhor sobre o pecado e a morte e a reinar com Ele no seu Reino eterno.

O «grande sinal» apresentado na primeira leitura – uma mulher vestida de sol e coroada de estrelas (cf. Ap 12, 1) – convida-nos a contemplar Maria, entronizada na glória junto do seu divino Filho. Convida-nos ainda a tomar consciência do futuro que, já desde agora, abre diante de nós o Senhor Ressuscitado. Tradicionalmente, os coreanos celebram esta festa à luz da sua experiência histórica, reconhecendo a amorosa intercessão de Maria operante na história da nação e na vida do povo.

Na segunda leitura de hoje, ouvimos São Paulo afirmar que Cristo é o novo Adão, cuja obediência à vontade do Pai derrubou o reino do pecado e da escravidão e inaugurou o reino da vida e da liberdade (cf. 1 Cor 15, 24-25). A verdadeira liberdade encontra-se no amoroso acolhimento da vontade do Pai. De Maria, cheia de graça, aprendemos que a liberdade cristã é algo mais do que a mera libertação do pecado; é a liberdade que abre para um novo modo espiritual de considerar as realidades terrenas, a liberdade de amar a Deus e aos nossos irmãos e irmãs com um coração puro e viver na jubilosa esperança da vinda do Reino de Cristo.

Hoje, ao venerar Maria, Rainha do Céu, dirigimo-nos a Ela como Mãe da Igreja na Coreia para Lhe pedir que nos ajude a ser fiéis à liberdade régia que recebemos no dia do Baptismo; que guie os nossos esforços por transformar o mundo segundo o plano de Deus; e que torne a Igreja neste país capaz de ser, de uma forma mais plena, fermento do Reino de Deus na sociedade coreana. Possam os cristãos desta nação ser uma força generosa de renovação espiritual em todas as esferas da sociedade; combatam o fascínio do materialismo que sufoca os autênticos valores espirituais e culturais e também o espírito de desenfreada competição que gera egoísmo e conflitos; rejeitem modelos económicos desumanos que criam novas formas de pobreza e marginalizam os trabalhadores, bem como a cultura da morte que desvaloriza a imagem de Deus, o Deus da vida, e viola a dignidade de cada homem, mulher e criança.

Como católicos coreanos, herdeiros duma nobre tradição, sois chamados a valorizar esta herança e a transmiti-la às gerações futuras. Isto implica para cada um a necessidade duma renovada conversão à Palavra de Deus e uma intensa solicitude pelos pobres, os necessitados e os fracos que vivem no meio de nós. 

Encontro do Papa com jovens da Ásia

Viagem apostólica à Coreia do Sul
Encontro com os jovens da Ásia
Santuário de Solmoe
Sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Queridos jovens amigos!

«É bom para nós estarmos aqui!» (Mt 17, 4). Estas palavras foram pronunciadas por São Pedro, no Monte Tabor, quando se viu na presença de Jesus transfigurado em glória. É verdadeiramente bom para nós estarmos aqui, juntos, neste Santuário dos Mártires Coreanos, nos quais se revelou a glória do Senhor na aurora da vida da Igreja neste país. Nesta grande assembleia, que reúne jovens cristãos da Ásia inteira, de certo modo podemos pressentir a glória de Jesus presente no meio de nós, presente na sua Igreja que abraça toda a nação, língua e povo, presente com a força do seu Santo Espírito que faz novas, jovens e vivas todas as coisas.

Agradeço a vossa calorosa recepção, o dom do vosso entusiasmo, os cânticos cheios de alegria, os testemunhos de fé e as lindas expressões da variedade e riqueza das vossas diferentes culturas. De modo particular, agradeço aos três jovens que partilharam comigo as vossas esperanças, inquietações e preocupações. Escutei-as atentamente e guardo-as no meu íntimo. Agradeço a Dom Lazzaro You Heung-sik as suas palavras de boas-vindas e vos saúdo a todos do fundo do coração.

Nesta tarde, quero deter-me a reflectir convosco sobre uma parte do tema desta VI Jornada Asiática da Juventude: «A glória dos Mártires resplandece sobre vós». Tal como o Senhor fez resplandecer a sua glória no testemunho heróico dos mártires, do mesmo modo deseja que a sua glória resplandeça na vossa vida e, por vosso intermédio, deseja iluminar a vida deste grande Continente. Hoje Cristo bate à porta do vosso coração; convida a levantar-vos, a permanecer bem despertos e atentos, a ver as coisas que verdadeiramente contam na vida. Mais ainda! Pede-vos para irdes pelas estradas e caminhos deste mundo e baterdes à porta do coração dos outros, convidando-os a recebê-Lo na sua vida.

Este grande encontro dos jovens da Ásia permite-nos vislumbrar algo daquilo que a própria Igreja é chamada a ser no projecto eterno de Deus. Juntamente com os jovens de toda a parte, quereis empenhar-vos na construção de um mundo onde todos vivam juntos em paz e amizade, superando as barreiras, recompondo as divisões, rejeitando a violência e os preconceitos. Isto é justamente o que Deus quer de nós. A Igreja é germe de unidade para a família humana inteira. Em Cristo, todas as nações e povos são chamados a uma unidade que não destrói a diversidade, mas a reconhece, harmoniza e enriquece. 

Angelus com o Papa em Daejeon, na Coreia

ANGELUS
Viagem apostólica à Coreia do Sul
World Cup Stadium – Daejeon
Sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Amados irmãos e irmãs!

No término da Santa Missa, dirigimo-nos uma vez mais a Nossa Senhora, Rainha do Céu. Oferecemos-Lhe as nossas alegrias, os nossos sofrimentos e as nossas esperanças. De modo particular, confiamos-Lhe todos aqueles que perderam a vida no naufrágio da balsa Sewol e quantos sofrem ainda as consequências deste grande desastre nacional. O Senhor acolha os falecidos na sua paz, console as pessoas que choram e continue a sustentar aqueles que tão generosamente acorreram em auxílio dos seus irmãos e irmãs. Este trágico acontecimento, que uniu todos os coreanos na dor, os confirme no seu compromisso de trabalhar juntos e solidários para o bem comum. 

Discurso do Papa aos Bispos da Coreia

DISCURSO
Viagem Apostólica à Coreia do Sul
Encontro com os Bispos da Coreia na sede 
da Conferência Episcopal Coreana
Quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Queridos Irmãos Bispos!

Com grande afeto, a todos vos saúdo e agradeço a Dom Peter U-il Kang as palavras fraternas de boas-vindas que me dirigiu em vosso nome. É uma benção para mim estar aqui e poder conhecer pessoalmente a vida dinâmica da Igreja na Coreia. A vós, como pastores, compete a tarefa de guardar o rebanho do Senhor. Sois os guardiões das maravilhas que Ele realiza no seu povo. Guardar é uma das tarefas confiadas especificamente ao Bispo: cuidar do povo de Deus. Hoje quero refletir convosco, como irmão no episcopado, sobre dois aspectos centrais da guarda do povo de Deus neste país: ser guardiões da memória e guardiões da esperança.

Ser guardiões da memória. A beatificação de Paul Yun Ji-chung e dos seus companheiros é uma ocasião para agradecer ao Senhor que, a partir das sementes lançadas pelos mártires, fez brotar uma colheita abundante de graça nesta terra. Vós sois os descendentes dos mártires, herdeiros do seu heróico testemunho de fé em Cristo. Além disso, sois herdeiros de uma tradição extraordinária, que teve início e cresceu amplamente graças à fidelidade, perseverança e trabalho de gerações de leigos. É significativo que a história da Igreja na Coreia tenha começado por um encontro direto com a Palavra de Deus. Foi a beleza intrínseca e a integridade da mensagem cristã – o Evangelho e o seu apelo à conversão, à renovação interior e a uma vida de caridade – que impressionaram a Yi Byeok e aos nobres anciãos da primeira geração, sendo a essa mesma mensagem, à sua pureza, que a Igreja na Coreia olha, como num espelho, para se descobrir autenticamente a si mesma.

Hoje, a fecundidade do Evangelho na terra coreana e a grande herança transmitida por vossos antepassados na fé podem-se reconhecer no florescimento de paróquias ativas e movimentos eclesiais, nos sólidos programas de catequese, na solicitude pastoral pelos jovens e nas escolas católicas, nos seminários e nas universidades. A Igreja na Coreia é estimada pelo seu papel na vida espiritual e cultural da nação e pelo seu vigoroso impulso missionário: de terra de missão, a Coreia tornou-se hoje terra de missionários; e a Igreja universal continua a beneficiar de tantos sacerdotes e religiosos que enviastes pelo mundo.

Discurso do Papa às autoridades coreanas


DISCURSO
Viagem Apostólica à Coreia do Sul
Encontro com as autoridades no Palácio Presidencial de Seul
Quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Senhora Presidente,

Distintos Membros do Governo e Autoridades Civis,

Ilustres Membros do Corpo Diplomático,

Queridos amigos!

Constitui para mim uma grande alegria vir à Coreia, a “terra do calmo amanhecer”, e experimentar não só a beleza natural do país, mas também e sobretudo a beleza do seu povo e da sua riqueza histórica e cultural. No decurso dos anos, esta herança nacional foi posta à prova pela violência, a perseguição e a guerra; mas, não obstante essas provas, sempre prevaleceu o “calmo amanhecer”, quando o calor do dia ainda não se impôs e a escuridão da noite já se foi, ou seja, uma inalterável esperança de justiça, paz e unidade. Que grande dom é a esperança! Não podemos desanimar na busca destas metas, que beneficiam não só o povo coreano mas também toda a região e o mundo inteiro.

Desejo agradecer-lhe, Senhora Presidente Park Geun-hye, a sua cordial recepção. Saúdo Vossa Excelência e os ilustres membros do Governo. Quero expressar o meu agradecimento também aos membros do Corpo Diplomático e a todos os presentes que contribuíram, com o melhor dos seus esforços, para a preparação da minha visita. Estou muito grato pela vossa hospitalidade, que imediatamente me fez sentir no vosso meio como em casa.

A minha visita à Coreia tem lugar por ocasião da VI Jornada Asiática da Juventude, que reúne jovens católicos de todo este vasto Continente numa jubilosa celebração da fé comum. Além disso, no decurso da minha visita, proclamarei Beatos alguns coreanos martirizados pela fé cristã: Paul Yun Ji-chung e os seus 123 companheiros. Estes dois acontecimentos que celebramos completam-se um ao outro. A cultura coreana possui uma boa compreensão da dignidade e sabedoria próprias dos antigos e honra o seu papel na sociedade. Nós, católicos, honramos os nossos antigos que sofreram o martírio pela fé, porque se prontificaram a dar a vida pela verdade em que acreditaram e de acordo com a qual procuraram viver. Ensinam-nos a viver plenamente para Deus e para o bem do próximo.

Um povo grande e sábio não se limita a amar as suas tradições ancestrais, mas valoriza também os seus jovens, procurando transmitir-lhes a herança do passado que aplica aos desafios do presente. Sempre que os jovens se reúnem, como sucede nesta ocasião, oferecem-nos a todos uma oportunidade preciosa para ouvirmos as suas esperanças e preocupações. E somos chamados também a refletir se estamos a transmitir de modo adequado os nossos valores às futuras gerações e qual tipo de sociedade nos preparamos para lhes entregar. Neste contexto, considero que seja particularmente importante, para nós, refletirmos sobre a necessidade de transmitir aos nossos jovens o dom da paz.

Este apelo reveste-se de um significado muito especial aqui na Coreia, uma terra que sofreu longamente por causa da falta de paz. Exprimo o meu apreço pelos esforços feitos a favor da reconciliação e da estabilidade na Península Coreana e encorajo tais esforços, que são o único caminho seguro para uma paz duradoura. A busca da paz por parte da Coreia é uma causa que nos está particularmente a peito, pois concorre para a estabilidade de toda a região e do mundo inteiro, cansado da guerra.

Mas a busca da paz constitui um desafio também para cada um de nós e, particularmente, para quantos de entre vós têm a tarefa de procurar o bem comum da família humana através do paciente trabalho da diplomacia. Trata-se do desafio perene de derrubar os muros da difidência e do ódio, promovendo uma cultura de reconciliação e solidariedade. De fato, enquanto arte do possível, a diplomacia baseia-se numa convicção firme e perseverante de que a paz pode ser melhor alcançada pelo diálogo e a escuta atenta e discreta, do que com recriminações recíprocas, críticas inúteis e demonstrações de força. 

Pela primeira vez um Papa sobrevoa espaço aéreo da China


Pela primeira vez um avião levando um Pontífice pode sobrevoar o espaço aéreo da República Popular da China, graças à autorização de Pequim.

O Papa Francisco enviou um telegrama ao Presidente Xi Jinping. “Entrando no espaço aéreo chinês, expresso os meus melhores votos à sua excelência e a todos os seus cidadãos e invoco a bênção divina de paz e bem-estar sobre a nação”. 

Salto qualitativo nas relações entre a Igreja e os muçulmanos


A degeneração do conflito que atinge o Iraque levou o PapaFrancisco e seus colaboradores a uma mobilização sem precedentes, que marca um novo salto qualitativo nas relações entre a Santa Sé e os representantes do islamismo.
 
O Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, departamento do Vaticano encarregado de manter, em nome do Papa, as boas relações com o islamismo, acaba de publicar um comunicado para exigir um posicionamento claro e corajoso por parte dos responsáveis religiosos, inclusive muçulmanos.

 
Este conselho pontifício, dirigido por aquele que foi “ministro de Assuntos Exteriores” de João Paulo II, o cardeal francês Jean-Louis Tauran, nos últimos anos foi extremamente cuidadoso para evitar ferir a sensibilidade dos líderes religiosos islâmicos.

 
O cardeal Tauran, que foi nomeado pelo Papa Bento XVI para esse cargo em 2007, depois da enorme crise gerada pelas interpretações do seu discurso na universidade alemã de Regensburg, utiliza agora uma linguagem totalmente inusitada no Vaticano (cf. Declaraçãodo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso, 12 de agosto de 2014).

 
O documento se enquadra nesta campanha que o Papa Francisco está liderando para enfrentar as atrocidades cometidas contra os cristãos, as comunidades yezidis e demais minorias por parte do autodenominado Estado Islâmico do Iraque e o Levante (ISIS, na sigla em inglês).

 
O Vaticano acaba de publicar, além disso, a carta que o Papa dirigiu a Ban Ki-moon, secretário-geral das Nações Unidas, para exigir da comunidade internacional e das agências da ONU uma reação imediata que impeça a catástrofe humanitária que está ocorrendo no norte do país.
 
Enquanto este texto era publicado, o cardeal Fernando Filoni fazia as malas para viajar ao Iraque em nome do Papa, levando a proximidade pessoal de Francisco, bem como todo o seu conhecimento sobre o país – acumulado como núncio de João Paulo II –, um dos pouquíssimos diplomáticos que não abandonaram o país durante a Guerra do Golfo de 2003.
 
A carta enviada pelo Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-Religioso pede aos líderes religiosos muçulmanos que condenem a prática execrável da decapitação, da crucificação e de pendurar os cadáveres nas praças públicas.