sábado, 23 de agosto de 2014

Papa envia ajuda econômica aos cristãos perseguidos no Iraque




O Papa Francisco enviou uma ajuda de um milhão de dólares aos cristãos e outras minorias religiosas iraquianas que tiveram que deixar suas casas em fuga dos milicianos do Estado Islâmico. Uma parte desta doação foi levada pelo Cardeal Fernando Filoni, que esteve em missão especial no país.

O próprio cardeal revelou a notícia em entrevista à CNS, agência católica de notícias dos EUA. Dom Fernando visitou Erbil de 12 a 20 de agosto, e na volta, teve um encontro com o Papa para ilustrar a sua missão. Ele disse que levou consigo apenas um décimo da ajuda e que 75% do dinheiro foi entregue aos católicos e 25% à comunidade dos ‘yazidis’.

Meios de comunicação convertem brincadeira do Papa Francisco em “profecia” sobre a sua morte




No voo de volta da Coréia, o Papa Francisco teve uma ampla e intensa coletiva de imprensa com dezenas de jornalistas que o acompanharam em sua primeira visita à Ásia. Vários meios europeus tiraram de contexto uma de suas frases para difundir a “notícia” de que resta ao Papa apenas “dois ou três anos de vida”.

Quase ao final da coletiva de imprensa no avião papal, o Pontífice respondeu uma pergunta sobre a sua grande popularidade e disse que a vive “agradecendo ao Senhor de que seu povo seja feliz, esperando o melhor para o povo. Vejo isso como uma generosidade do povo de Deus”.

Em tom de brincadeira disse que tenta “pensar nos meus pecados, nos meus erros e não ficar orgulhoso. Porque eu sei que durará pouco tempo. Dois ou três anos e irei para a casa do Pai”, arrancando risadas dos presentes.

Adicionou que vive sua popularidade “como presença do Senhor no seu povo que usa o bispo, que é o pastor do povo, para manifestar muitas coisas. Vivo isso com mais naturalidade que antes, porque me assustava um pouco”.

“Iniciamos a Terceira Guerra Mundial”, disse o Papa Francisco




O Papa Francisco acaba de fazer sua primeira viagem à Ásia. Foi o primeiro Pontífice a sobrevoar o território chinês com explícita autorização daquele regime comunista com quem o Vaticano não tem relações diplomáticas.



A viagem à Coréia do Sul foi um sucesso!  Discursos oficiais e homilias em inglês, (diga-se muito melhor que o português que ele ensaiou no Brasil), visitas aos lugares do martírio dos santos coreanos que foram crucificados e mortos pela fé (o Papa rezou diante de uma “coroa de espinhos” feita de arame farpado que foi instrumento de tortura dos mártires), visita aos excluídos da sociedade coreana, ou seja, pessoas com diferentes tipos de problemas mentais e físicos e que são muito discriminados naquela região, missa para um milhão de pessoas, a maioria jovens que participavam da Jornada da Juventude Asiática, encontros com grupos inter-religiosos e os costumeiros com bispos, religiosos e autoridades.



Na ida e na volta, é também tradição que o Papa dê entrevista coletiva aos jornalistas que o acompanham no mesmo voo. As perguntas são as mais variadas possíveis e o Papa não costuma fugir das respostas. Interessante é que na viagem de volta o Papa  tocou em assuntos muito delicados como a “guerra justa” em caso de genocídio como ocorre no momento com as minorias no Iraque e Síria, dizendo que é justo deter o inimigo, não com o uso da violência, mas é justo e imperativo proteger a vida dos indefesos.

Cristãos no Iraque: “queremos o Papa Francisco aqui”




Refugiados e esquecidos. Os cristãos do Iraque sentem-se abandonados por todos, ou quase todos. Um dos poucos pontos de referência que permanece é o Papa Francisco. Ele é a pessoa que está insistindo para que se acendam os refletores sobre a dificuldade deles, enquanto organismos internacionais e soldados curdos pensam em deter os extremistas do Estado Islâmico.
Uma oração pelos cristãos

Neste 20 de agosto, durante a catequese, o Papa convidou os presentes a se unirem “à oração por todos os cristãos perseguidos no mundo, particularmente no Iraque, e rezar também pelas minorias religiosas não cristãs no Iraque, também elas perseguidos” (Avvenire, 20 de agosto). Um convite que é resposta às notícias sempre mais preocupantes que circulam na imprensa nos últimos dias. Os cristãos fogem da perseguição jihadista principalmente em Mossul, Qaraqosh e Bartella.

Sofrimento e martírio

Os testemunhos recolhidos pelos jornalistas em Erbil são emblemáticos: “apenas o Papa Francisco ainda se lembra de nós: disse que virá para nos consolar, mas o mundo já nos abandonou”, sustenta Fryal Acim, professora de 43 anos, acampada há duas semanas na Igreja de São José. “Choramos e rezamos por todos os yazidis, sobretudo pelas mulheres que foram raptadas e estupradas por aqueles brutos. Mas também nós sofremos um doloroso martírio”.

Fuga sem retorno

Existe sempre mais consciência de que a fuga da planície de Nínive não terá retorno. “Perdemos o passado e ainda não temos futuro”, diz Hassan Habili, 32 anos, que fugiu com a família nas primeiras horas do dia 6 de agosto, pouco antes dos extremista invadirem Qaraqosh. “Não confiamos mais em ninguém, porque mesmo se o Exército federal iraquiano tivesse que reconquistar as nossas vilas, permaneceria o perigo do retorno dos jihadistas que, mais ou menos de maneira escondida, massacram-nos desde sempre. Quem nos garante que daqui a seis meses, ou seis anos não recomeça tudo de novo?”.

Cristãos leigos e leigas




Este quarto domingo de agosto é dedicado aos leigos. A data chega bem, para situar uma iniciativa importante que está em andamento, relativa à identidade eclesial e à missão dos leigos.

Trata-se do documento que está sendo construído pela CNBB, no qual se procura aprofundar e atualizar a compreensão da vida e da missão dos leigos, na Igreja e na Sociedade.  Ainda estamos em tempo de colaborar com nossas ponderações e sugestões, para que o documento receba a aprovação oficial da CNBB na próxima assembleia, em abril do ano que vem.

Este trabalho está sendo conduzido pela Comissão especial, nomeada pela CNBB, que conta sobretudo com a participação de leigos, que recolhem as colaborações através das diversas instâncias da organização dos leigos, entre as quais se destaca o Conselho Nacional do Laicato do Brasil, com os respectivos Conselhos Regionais, a Assembleia Nacional dos Organismos do Povo de Deus, e outros.

Por estas referências, já percebemos um fato muito promissor: os leigos estão encontrando caminhos para se articularem, e para atuarem, seja no contexto da Igreja como da Sociedade.

Em termos de processo histórico, tomando como ponto de partida o Concílio Vaticano II, percebemos uma cadência interessante. São 50 anos do Concílio, são 25 anos da Exortação Christifidelis Laici, e são 15 anos do documento da CNBB sobre a Missão e os Ministérios dos cristãos Leigos e Leigas.

Diocese de Balsas acolhe 8ª Romaria da Juventude do Maranhão




A diocese Balsas (MG) recebeu no último final de semana, dias 16 e 17 de agosto, a 8ª Romaria da Juventude do Maranhão. Nesta edição, o tema trabalhado foi “Juventude em marcha pela vida: chega de violência e extermínio de jovens!” e lema “O meu desejo é a vida do meu povo” (Est. 7.3b). A Romaria, que também contou com a presença de jovens do Piauí, Tocantins e Pará, é um dos principais eventos organizados pela Pastoral da Juventude (PJ) do Maranhão. 

Acompanharam os jovens quatro bispos do regional Nordeste 5 (MA) da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB): dom Enemésio Ângelo Lázzaris, da diocese de Balsas; dom Armando Martin Gutierrez, da diocese de Bacabal; dom Elio Rama, da diocese de Pinheiro; dom Vilson Basso, que é referencial juventude do Maranhão e bispo da diocese de Caxias.

O bispo de Balsas, dom Enemésio Lázzaris, agradeceu a Deus pela presença de cada um e afirmou que “a diocese se sente feliz e honrada em ter acolhido os jovens”. Dom Enemésio deixou clara a necessidade de valorizar sempre mais a juventude das comunidades.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Papa Francisco escolhe tema do Dia Mundial da Paz 2015





“Não mais escravos, mas irmãos”. Este é o tema que o Papa Francisco escolheu para o 48º Dia Mundial da Paz, que será celebrado em 1º de janeiro de 2015. A informação foi publicada, nesta quinta-feira, 21, no Boletim da Santa Sé.



Essa será a segunda mensagem escrita por Francisco para o Dia Mundial da Paz. Em comunicado emitido hoje, o Pontifício Conselho da Justiça e da Paz explica que a escravidão ainda é uma realidade e representa um “golpe de morte” para a fraternidade universal. A fraternidade, aliás, foi tema da mensagem de paz deste ano de 2014: “Fraternidade, fundamento e caminho para a paz”.


quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Mensagem do Papa Francisco para a celebração do Dia Mundial da Paz




 MENSAGEM Mensagem do Santo Padre Francisco
para a celebração do XLVII Dia Mundial da Paz
1º de janeiro de 2014

FRATERNIDADE, FUNDAMENTO E CAMINHO PARA A PAZ

1. Nesta minha primeira Mensagem para o Dia Mundial da Paz, desejo formular a todos, indivíduos e povos, votos duma vida repleta de alegria e esperança. Com efeito, no coração de cada homem e mulher, habita o anseio duma vida plena que contém uma aspiração irreprimível de fraternidade, impelindo à comunhão com os outros, em quem não encontramos inimigos ou concorrentes, mas irmãos que devemos acolher e abraçar.

Na realidade, a fraternidade é uma dimensão essencial do homem, sendo ele um ser relacional. A consciência viva desta dimensão relacional leva-nos a ver e tratar cada pessoa como uma verdadeira irmã e um verdadeiro irmão; sem tal consciência, torna-se impossível a construção duma sociedade justa, duma paz firme e duradoura. E convém desde já lembrar que a fraternidade se começa a aprender habitualmente no seio da família, graças sobretudo às funções responsáveis e complementares de todos os seus membros, mormente do pai e da mãe. A família é a fonte de toda a fraternidade, sendo por isso mesmo também o fundamento e o caminho primário para a paz, já que, por vocação, deveria contagiar o mundo com o seu amor.

O número sempre crescente de ligações e comunicações que envolvem o nosso planeta torna mais palpável a consciência da unidade e partilha dum destino comum entre as nações da terra. Assim, nos dinamismos da história – independentemente da diversidade das etnias, das sociedades e das culturas –, vemos semeada a vocação a formar uma comunidade feita de irmãos que se acolhem mutuamente e cuidam uns dos outros. Contudo, ainda hoje, esta vocação é muitas vezes contrastada e negada nos factos, num mundo caracterizado pela «globalização da indiferença» que lentamente nos faz «habituar» ao sofrimento alheio, fechando-nos em nós mesmos.

Em muitas partes do mundo, parece não conhecer tréguas a grave lesão dos direitos humanos fundamentais, sobretudo dos direitos à vida e à liberdade de religião. Exemplo preocupante disso mesmo é o dramático fenómeno do tráfico de seres humanos, sobre cuja vida e desespero especulam pessoas sem escrúpulos. Às guerras feitas de confrontos armados juntam-se guerras menos visíveis, mas não menos cruéis, que se combatem nos campos económico e financeiro com meios igualmente demolidores de vidas, de famílias, de empresas.

A globalização, como afirmou Bento XVI, torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos.[1] As inúmeras situações de desigualdade, pobreza e injustiça indicam não só uma profunda carência de fraternidade, mas também a ausência duma cultura de solidariedade. As novas ideologias, caracterizadas por generalizado individualismo, egocentrismo e consumismo materialista, debilitam os laços sociais, alimentando aquela mentalidade do «descartável» que induz ao desprezo e abandono dos mais fracos, daqueles que são considerados «inúteis». Assim, a convivência humana assemelha-se sempre mais a um mero do ut des pragmático e egoísta.

Ao mesmo tempo, resulta claramente que as próprias éticas contemporâneas se mostram incapazes de produzir autênticos vínculos de fraternidade, porque uma fraternidade privada da referência a um Pai comum como seu fundamento último não consegue subsistir.[2] Uma verdadeira fraternidade entre os homens supõe e exige uma paternidade transcendente. A partir do reconhecimento desta paternidade, consolida-se a fraternidade entre os homens, ou seja, aquele fazer-se «próximo» para cuidar do outro.

«Onde está o teu irmão?» (Gn 4, 9)

2. Para compreender melhor esta vocação do homem à fraternidade e para reconhecer de forma mais adequada os obstáculos que se interpõem à sua realização e identificar as vias para a superação dos mesmos, é fundamental deixar-se guiar pelo conhecimento do desígnio de Deus, tal como se apresenta de forma egrégia na Sagrada Escritura.

Segundo a narração das origens, todos os homens provêm dos mesmos pais, de Adão e Eva, casal criado por Deus à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 26), do qual nascem Caim e Abel. Na história desta família primigénia, lemos a origem da sociedade, a evolução das relações entre as pessoas e os povos.

Abel é pastor, Caim agricultor. A sua identidade profunda e, conjuntamente, a sua vocação é ser irmãos, embora na diversidade da sua actividade e cultura, da sua maneira de se relacionarem com Deus e com a criação. Mas o assassinato de Abel por Caim atesta, tragicamente, a rejeição radical da vocação a ser irmãos. A sua história (cf. Gn 4, 1-16) põe em evidência o difícil dever, a que todos os homens são chamados, de viver juntos, cuidando uns dos outros. Caim, não aceitando a predilecção de Deus por Abel, que Lhe oferecia o melhor do seu rebanho – «o Senhor olhou com agrado para Abel e para a sua oferta, mas não olhou com agrado para Caim nem para a sua oferta» (Gn 4, 4-5) –, mata Abel por inveja. Desta forma, recusa reconhecer-se irmão, relacionar-se positivamente com ele, viver diante de Deus, assumindo as suas responsabilidades de cuidar e proteger o outro. À pergunta com que Deus interpela Caim – «onde está o teu irmão?» –, pedindo-lhe contas da sua acção, responde: «Não sei dele. Sou, porventura, guarda do meu irmão?» (Gn 4, 9). Depois – diz-nos o livro do Génesis –, «Caim afastou-se da presença do Senhor» (4, 16).

É preciso interrogar-se sobre os motivos profundos que induziram Caim a ignorar o vínculo de fraternidade e, simultaneamente, o vínculo de reciprocidade e comunhão que o ligavam ao seu irmão Abel. O próprio Deus denuncia e censura a Caim a sua contiguidade com o mal: «o pecado deitar-se-á à tua porta» (Gn 4, 7). Mas Caim recusa opor-se ao mal, e decide igualmente «lançar-se sobre o irmão» (Gn 4, 8), desprezando o projecto de Deus. Deste modo, frustra a sua vocação original para ser filho de Deus e viver a fraternidade.

A narração de Caim e Abel ensina que a humanidade traz inscrita em si mesma uma vocação à fraternidade, mas também a possibilidade dramática da sua traição. Disso mesmo dá testemunho o egoísmo diário, que está na base de muitas guerras e injustiças: na realidade, muitos homens e mulheres morrem pela mão de irmãos e irmãs que não sabem reconhecer-se como tais, isto é, como seres feitos para a reciprocidade, a comunhão e a doação.