segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Mentir é sempre pecado?




As pessoas tendem a considerar a mentira como um pecado circunstancial, como se determinadas situações - salvar pessoas em risco de vida, por exemplo - a tornassem moralmente legítima. No entanto, a doutrina tradicional da Igreja ensina que a mentira é sempre e intrinsecamente má. “A mentira é, por sua natureza, condenável” [1], diz o Catecismo. Isso significa dizer que ela não é pecado porque é proibida - como é comer carne na Sexta-Feira Santa, uma proibição de que se pode obter dispensa -, mas porque é desordenada em si mesma. Por isso, não é justificável mentir em nenhuma circunstância.



O Catecismo da Igreja Católica define a mentira como “falar ou agir contrariamente à verdade, para induzir em erro” [2]. No caso, trata-se de falar ou agir contrariamente àquilo que está na própria mente. Uma pessoa, por exemplo, que estivesse enganada a respeito de algo e o comunicasse, pensando ser a verdade, não mentiria. Se, ao contrário, se começa a dizer coisas que não estão de acordo com o que está na mente, a razão de ser da palavra, que é comunicar os pensamentos, desaparece.



É preciso levar em conta, sobretudo, o grande apreço que os cristãos devem ter pela verdade, pois Nosso Senhor se definiu como “o caminho, a verdade e a vida” [3] e o Espírito Santo foi chamado por Ele de “o Espírito da Verdade” [4]. Ao mesmo tempo, é com seriedade que Jesus repreende os mentirosos: “O vosso pai é o diabo, (...) nele não há verdade. Quando ele fala mentira, fala o que é próprio dele, pois ele é mentiroso e pai da mentira” [5].


sábado, 4 de outubro de 2014

As dez recomendações para os eleitores


 
Publicamos a seguir o panfleto que a regional leste 1 da CNBB publicou a respeito das eleições que acontecerão nesse próximo domingo no Brasil. 

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Vote certo. Vote bem. 

Somos responsáveis pelo futuro do nosso país. 

1. Votar é um exercício importante de cidadania; por isso, não deixe de participar das eleições. Seu voto contribui para definir a vida política de nosso país.

2. Verifique se os candidatos estão comprometidos com a superação da pobreza, com a educação, saúde, moradia, saneamento básico, respeito à vida e ao meio ambiente.

3. Veja se seus candidatos estão comprometidos com a justiça, segurança, combate à violência, dignidade da pessoa, respeito pleno pela vida humana desde a sua concepção até a morte natural.

4. Observe se os candidatos representam o interesse apenas de seu grupo ou partido e se pretendem promover políticas que beneficiam a todos. O bom governante governa para todos.

5. Dê o seu voto apenas a candidatos com “ficha limpa”. O homem público deve ter honestidade (idoneidade moral).

Mazelas intelectuais nascidas do Protestantismo – o Estado Laico


Recentemente, o senador Magno Malta, da bancada evangélica, protestou contra uma resolução do governo federal que proíbe que as clínicas de tratamento de dependentes químicos falem sobre religião aos pacientes (veja aqui o vídeo). Muitos evangélicos fazem um esforço louvável na luta contra a perseguição sofrida pelos cristãos no campo político, mas a verdade é que eles estão provando do veneno que os seus próprios “pais” injetaram no Ocidente. 


A Reforma Protestante não significou apenas uma ruptura com o catolicismo; antes de mais nada, significou a ruptura do mundo ocidental com Deus. Acham que estou exagerando? Se não acreditam em mim, olhem para as consequências da Reforma: do protestantismo nasceram as piores mazelas intelectuais da humanidade, e isso inclui o conceito de “Estado Laico”. 


O que é Estado Laico? 


O maior jurista do Brasil, Dr. Ives Gandra, define: 


“O Estado laico não é ateu ou agnóstico. É um estado que está desvinculado, nas decisões dos cidadãos que o assumem, de qualquer incidência direta das instituições religiosas de qualquer credo.” (Fonte: ConJur)


Prestem atenção nessa expressão: INCIDÊNCIA DIRETA. Isso quer dizer que um líder religioso não pode impor a sua vontade ao Estado. Porém, nada impede que as pessoas de qualquer credo, como legítimos cidadãos, exerçam INFLUÊNCIA INDIRETA sobre o governo de sua cidade, estado ou país.


E como os cristãos podem exercer essa influência indireta no campo político? Votando em candidatos que representem os seus valores e objetivos ou realizando protestos nas ruas, por exemplo. O problema é que, todas as vezes que os cristãos fazem isso, algum paspalho grita: “VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO, O ESTADO É LAICO!”.


Como todos sabem, a maioria esmagadora da população brasileira é cristã; assim, o normal seria que as decisões do Estado estivessem de acordo com os anseios e valores dessa maioria. “Estranhamente”, porém, vemos acontecer algo bem diferente: os cristãos assistem atônitos, dia após dia, os governos “laicos” afrontarem a família tradicional e os valores cristãos.

Discernimento eleitoral não é simples emoção, simpatia ou antipatia, cor partidária, mero conhecimento ou amizade pessoal.



A cidadania brasileira está desafiada, mais uma vez, a viver o necessário discernimento eleitoral, para fazer escolhas qualificadas no próximo domingo. Esse exercício é de fundamental importância, pois serão definidos nomes a ocuparem os cargos eletivos, todos estratégicos para a condução do país. Não é fácil esse processo de discernimento. A primeira e importante consideração, necessariamente, é sobre o perfil e a vida de cada candidato. É difícil encontrar um nome que reúna todos os itens apontados como indispensáveis para governar e representar bem o poder que pertence ao povo; e que a ele deve ser devolvido na forma de serviços. Os eleitos precisam ser pessoas capazes de reconhecer e atender aos anseios da população, particularmente dos mais pobres. Diante dos critérios a serem observados, constata-se que processo de qualificada escolha de candidatos é laborioso, mas isso não pode produzir desânimo.
Nas eleições, o povo tem a chance de compor um time que, embora possa não alcançar o patamar da seleção sonhada, seja capaz de produzir avanços na superação urgente de graves problemas, como as desigualdades sociais. Para isso, é preciso contrabalançar elementos - trajetória, consistências pessoais, força de liderança, lastro de representatividade. Essas qualidades, e muitas outras, precisam ser observadas e identificadas nas pessoas que se submetem ao sufrágio das urnas. Eleger políticos com perfil marcado pela articulação dessas características é contribuir para a composição de um quadro, nos governos e parlamentos, com mais lucidez no trato, defesa e promoção de tudo que é público.
 
Vale ressaltar que mediocridades são um veneno terrível que enterra definitivamente as aspirações do povo. Elas corroem instâncias de grande importância política e social, transformando-as em palcos de interesses partidários e de grupos. A partir da presença de pessoas desqualificadas, governos e parlamentos tornam-se marcados por uma visão míope das urgências da sociedade, agravada pela incapacidade de analisar, escolher e agir com rapidez. Não se pode permitir que um mandato de quatro anos torne-se tempo para o eleito “ciscar de cá prá lá e de lá prá cá”, obrigando o gigante que é esta nação a permanecer adormecido. Bom seria contar com uma série de nomes cuja dificuldade de escolha residisse na excelência dos muitos perfis, todos sem senões, com os elementos adequados da vida pessoal, social e política. Infelizmente não é assim.

Semana Nacional da Vida


 
Teve início no dia 1º de outubro a Semana Nacional da Vida, que culmina com o Dia do Nascituro, a ser celebrado na quarta-feira, 8. Trata-se de uma mobilização em todo o país, com intensa programação nas dioceses, paróquias e comunidades. A data é fixa no calendário da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e propõe à sociedade o debate sobre os cuidados, proteção e a dignidade da vida humana em todas as suas fases, desde a concepção até seu fim natural. 

A Semana Nacional da Vida foi instituída em 2005 pela 43ª Assembleia Geral da CNBB. O Dia do Nascituro é dedicado ao novo ser humano, à criança que vive dentro da barriga da mãe. A data celebra o direito à proteção da vida e saúde, à alimentação, ao respeito e a um nascimento sadio. O objetivo é suscitar nas consciências, nas famílias e na sociedade o reconhecimento do sentido e valor da vida humana em todos os seus momentos. 

Diz o texto da CNBB: “A atividade da Semana Nacional da Vida e do Dia do Nascituro é uma feliz iniciativa da Igreja. Busca ecoar na consciência, não só dos católicos, mas também de todos os homens e mulheres de nossa sociedade, o quão é necessário criar uma cultura da vida numa realidade que, muitas vezes, passou a considerar certas condições humanas como descartáveis”. 

Para auxiliar na organização e vivência das atividades de evangelização, a Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB e Comissão Nacional da Pastoral Familiar oferecem o subsídio “Hora da Vida” 2014. Este ano o tema de reflexão é: “Vida e Missão: lançar as redes em águas mais profundas”. 

A revista "Hora da Família" ano 2014 contém roteiros para Encontros de Família, abrangendo temas que vão desde a Sagrada Família de Nazaré até a participação na Eucaristia Dominical, desde a espiritualidade do casal/família até os desafios da sociedade, explicitando como e porque a espiritualidade cristã constitui um recurso para a família, um bem que enriquece a convivência quotidiana, lançando uma ponte entre a rotina e as tarefas diárias e o desígnio de Deus, que atualiza, a cada dia e em cada circunstância, sua aliança de amor para conosco. 

Publicado o texto base da Campanha da Fraternidade 2015

 
A Campanha da Fraternidade 2015, promovida pela conferência nacional dos bispos do Brasil, terá como lema: “Fraternidade: Igreja e Sociedade” e lema “Eu vim para servir” (cf. Mc 10, 45), buscando recordar a vocação e missão de todo o cristão e das comunidades de fé, a partir do diálogo e colaboração entre Igreja e Sociedade, propostos pelo Concílio Ecumênico Vaticano II.
O texto base utilizado para auxiliar nas atividades da CF 2015 já está disponível nas Edições CNBB. Tal documento reflete a dimensão da vida em sociedade que se baseia na convivência coletiva, com leis e normas de condutas, organizada por critérios e, principalmente, com entidades que “cuidam do bem-estar daqueles que convivem”. 
Na apresentação do texto, o bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, explica que a Campanha da Fraternidade 2015 convida a refletir, meditar e rezar a relação entre Igreja e sociedade. 
“Será uma oportunidade de retomarmos os ensinamentos do Concílio Vaticano II. Ensinamentos que nos levam a ser uma Igreja atuante, participativa, consoladora, misericordiosa, samaritana. Sabemos que todas as pessoas que formam a sociedade são filhos e filhas de Deus. Por isso, os cristãos trabalham para que as estruturas, as normas, a organização da sociedade estejam a serviço de todos”, comenta dom Leonardo. 

Vaticano: a reunião de cúpula sobre o Oriente Médio aborda o terrorismo


 
Os representantes pontifícios no Oriente Médio e os superiores dos dicastérios competentes continuaram hoje o seu encontro, que começou ontem e termina amanhã. Reunidos no Vaticano por desejo do papa Francisco, eles analisarão juntos a situação dos cristãos na região.

Durante o encontro desta manhã, o secretário para as Relações com os Estados, dom Dominique Mamberti, fez uma apresentação geral sobre a situação política no Oriente Médio e sobre os princípios inspiradores da ação da Santa Sé, "revelando as repercussões globais do que ocorre na região", explica a nota da Sala de Imprensa da Santa Sé. "A paz é buscada através de uma solução 'regional' e compreensiva, que não descuide os interesses de nenhuma das partes, através do diálogo e não com decisões unilaterais impostas pela força", diz o comunicado.

Fazendo referência ao fenômeno do terrorismo, o secretário destacou "a importância de se combater o fundamentalismo que está na sua base" e explicou que "um papel importante deveria ser desenvolvido pelos líderes religiosos, favorecendo o diálogo inter-religioso e em particular a colaboração de todos pelo bem da sociedade".

Ele recordou ainda que "a Santa Sé, ao acompanhar a situação política no Oriente Médio e, em geral, a relação com os países de maioria muçulmana, sempre leva em conta, como questões fundamentais, a proteção e o respeito pelos cristãos e pelos outros grupos minoritários como cidadãos de pleno direito, além dos direitos humanos, em particular o da liberdade religiosa".

O núncio apostólico em Israel e delegado apostólico para Jerusalém e Palestina, dom Giuseppe Lazzarotto, apresentou um relatório sobre o conflito israelense-palestino e sobre a presença dos cristãos na Terra Santa. "É central, para a estabilidade do Oriente Médio e para a paz da região, a solução do conflito entre Israel e Palestina", destacou. Depois de tantos anos, a situação continua sem se resolver, com as gravíssimas consequências regionais e mundiais, complementou, indicando também que "tinham se aberto esperanças de paz com a peregrinação do Santo Padre à Terra Santa e com o sucessivo encontro de oração no Vaticano". Do mesmo modo, o conflito recente em Gaza recorda o quanto a situação é grave e difícil, "mas é necessário renovar os esforços diplomáticos para uma solução justa e duradoura que respeite os direitos de ambas as partes em conflito".

Mês Missionário



A missão é parte constitutiva da identidade da Igreja, chamada pelo Senhor a evangelizar todos os povos. Sua razão de ser e agir como fermento e como alma da sociedade, que deve renovar-se em Cristo e transformar-se em família de Deus. Por isso, a missão que se realiza deve, antes de tudo, animar a vocação missionária dos cristãos, fortalecer as raízes de sua fé e despertar sua responsabilidade para que todas as comunidades cristãs ponham-se em estado de missão permanente. Trata-se de despertar, nos cristãos, a alegria e a fecundidade de serem discípulos de Jesus Cristo, celebrando com verdadeiro gozo o “estar-com-Ele” e o “amar-com-Ele” para serem enviados para a missão.

A missão nos leva a viver o encontro com Jesus num dinamismo de conversão pessoal, pastoral e eclesial, capaz de impulsionar os batizados à santidade e ao apostolado, e de atrair os que abandonaram a Igreja, os que estão distantes do influxo do Evangelho e os que ainda não experimentaram o dom da fé.

Outubro é o Mês das Missões, um dos meses temáticos do ano, como os dois últimos, agosto e setembro. Outubro é um tempo forte para se intensificar as orações e os trabalhos de missão. A dimensão missionária é a mais profunda identidade da Igreja. Ela existe para continuar a missão de Cristo aqui na terra.

No primeiro dia do mês, a Igreja celebrou o dia de Santa Terezinha do Menino Jesus, a padroeira das missões. Uma santa doutora da Igreja que faleceu aos 24 anos, no convento, é conhecida por ser uma santa com vida simples, sem feitos extraordinários. Por ser a padroeira das missões, o exemplo da vida de Santa Terezinha faz com que todos os cristãos se sintam compromissados com a evangelização, em levar a Palavra de Deus a todos os lugares e a todas as pessoas.