Recentemente, o senador Magno Malta, da bancada
evangélica, protestou contra uma resolução do governo federal que proíbe que as
clínicas de tratamento de dependentes químicos falem sobre religião aos
pacientes (veja aqui o vídeo). Muitos evangélicos fazem um esforço louvável na
luta contra a perseguição sofrida pelos cristãos no campo político, mas a
verdade é que eles estão provando do veneno que os seus próprios “pais”
injetaram no Ocidente.
A Reforma Protestante não significou apenas uma
ruptura com o catolicismo; antes de mais nada, significou a ruptura do mundo
ocidental com Deus. Acham que estou exagerando? Se não acreditam em mim, olhem
para as consequências da Reforma: do protestantismo nasceram as piores mazelas
intelectuais da humanidade, e isso inclui o conceito de “Estado Laico”.
O que é Estado Laico?
O maior jurista do Brasil, Dr. Ives Gandra, define:
“O Estado laico não é ateu ou agnóstico. É um
estado que está desvinculado, nas decisões dos cidadãos que o assumem, de
qualquer incidência direta das instituições religiosas de qualquer credo.” (Fonte: ConJur)
Prestem atenção nessa expressão: INCIDÊNCIA DIRETA.
Isso quer dizer que um líder religioso não pode impor a sua vontade ao Estado.
Porém, nada impede que as pessoas de qualquer credo, como legítimos cidadãos,
exerçam INFLUÊNCIA INDIRETA sobre o governo de sua cidade, estado ou país.
E como os cristãos podem exercer essa influência
indireta no campo político? Votando em candidatos que representem os seus
valores e objetivos ou realizando protestos nas ruas, por exemplo. O problema é
que, todas as vezes que os cristãos fazem isso, algum paspalho grita: “VOCÊ NÃO
PODE FAZER ISSO, O ESTADO É LAICO!”.
Como todos sabem, a maioria esmagadora da população
brasileira é cristã; assim, o normal seria que as decisões do Estado estivessem
de acordo com os anseios e valores dessa maioria. “Estranhamente”, porém, vemos
acontecer algo bem diferente: os cristãos assistem atônitos, dia após dia, os
governos “laicos” afrontarem a família tradicional e os valores cristãos.
Como se explica o fato de que, em uma democracia,
os interesses e ideologias de uma minoria se imponham sobre os valores da
maioria cristã? Simples: após herdarem o conceito de “Estado Laico” dos
protestantes, os pensadores iluministas difundiram a ideia de que a religião
não deve influenciar de modo algum – nem direta nem indiretamente – as decisões
do Estado.
E assim o cristão é tido como uma espécie de
cidadão de segunda classe, que deve se submeter caladinho aos valores dos
não-cristãos (que, hipocritamente, se dizem”neutros”, mas na verdade são
comprometidos com ideologias maçônicas, iluministas e marxistas). O Dr.
Ives Gandra questiona essa visão:
“Quando se diz que, em um Estado laico, quem tem
religião não tem voz — porque vai levar suas convicções —, a pergunta que se
faz é: e aqueles que têm convicções diferentes, quando levam suas convicções,
com que direito levam, em um país em que a liberdade de expressão é absoluta?”
Vivemos dias muito loucos, e não é no sentido de
dias divertidos. São dias muito chatos, ditatoriais. Vivemos sobre a ditadura
do chamado “Estado Laico”. Quando alguém se sente ofendidinho porque no
seu ambiente de trabalho tem um crucifixo ou uma imagem de Nossa Senhora, já
vem gritando “O ESTADO É LAICO, O ESTADO É LAICO”. Muitas vezes o pastrami em
questão não tem a menor ideia do que seja laicismo, às vezes não sabe nem mesmo
o que significa “Estado”.
A “Sola Scriptura” e seu filho roto
Agora, vamos ao ponto central deste post: o que os
protestantes têm a ver com isso? Como a burrice – ou ingenuidade – deles foi
responsável pela proliferação desse câncer no Ocidente? Bem, o conceito que
vigora hoje de “Estado Laico” não nasceu pronto, mas veio se desenvolvendo a
partir do início da Reforma Protestante.
Observem que a Reforma se deu durante o período
histórico conhecido como “Renascença”. Mas vamos voltar mais ainda no tempo:
vejamos como funcionava a religião panteísta do Império Romano. Em linhas gerais,
tínhamos uma religião estatal, extremamente ritualística e que procurava
absorver outros deuses de outros panteões e civilizações. Era uma busca por
manter a estabilidade social e política. Guardem esse fato.
Depois, na Idade Média, temos um conflito. O homem
medieval ocidental era muito mais espiritual do que jamais fomos ou seremos.
Dentro desse quadro, o governo espiritual era muito mais importante para o
homem comum do que o governo secular (as autoridades seculares eram aquelas
não-religiosas). Os homens viam o Papa como uma instância superior na terra,
pois representava a vida prometida, a recompensa do Salvador pela nossa
peregrinação nesse vale de lágrimas.
Para quebrar essa hegemonia, a ideia perfeitamente
imbecil dos protestantes foi desconsiderar a autoridade papal espiritual e
transferi-la para a Sola Scriptura (somente as Escrituras). Essa é uma das
bases da doutrina protestante, a afirmação de que toda a autoridade está na
Bíblia, reduzindo ou anulando a autoridade dos ensinamentos dos legítimos
sucessores dos Apóstolos – o Papa e os bispos. Seria cômico se não fosse
trágico o fato de que não há nenhuma passagem na Bíblia que fundamente a Sola
Scriptura.
Olha minha resposta à matéria postada no link aqui copiado:
ResponderExcluirhttps://www.esquerdadiario.com.br/O-discurso-de-Bolsonaro-e-o-debate-sobre-o-Estado-Laico
O problema desta visão esquerda é exatamente achar que nós Cristãos somos desinformados. O estado laico para vocês (esquerda) é o Estado que pode se comportar como anticristão e já provou que a intenção de se apossar do Estado é exatamente para isto, mas, travestido de um discurso "democrático" ou de "laicidade". Resistiremos e somos a maioria graças a Deus! Estado laico se comportando como anti valores Cristãos vai ter a oposição de 90% dos brasileiros (católicos e Protestantes). Fecho com suas próprias palavras: "Passa também pela expropriação de todos os bens da Igreja para serem administrado pelos próprios trabalhadores, os que geram riqueza na sociedade"...Não prosperarão porque nós (Católicos e Protestantes) não permitiremos!
Percebem que Católicos e Protestantes estão no mesmo barco? Percebem que quando a esquerda olha para o Cristianismo, enxergam um só (Católicos e Protestantes); por tanto, parem de fazer divisão entre nós neste aspecto político; nossas diferenças são no campo teológico e este campo pertence só a nós e não ao mundo secular...o mundo secular quer banir Cristo da política e isto nos afeta como um todo!
Simplificando a visão: Imagina se nosso Presidente fosse declaradamente da religião satanista e sempre agradecesse ao seu "deus" satanás por está ali. Qual seria nosso (católicos e protestantes) discurso? "O Estado é laico"! Entenderam agora porque o Estado tem que ser laico? O problema está no Estado anticristão que neste viés de laico não tem nada e é isto que nós protestantes e católicos temos que combater!
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