segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Sínodo: novas perspetivas pastorais para a família; não a soluções únicas – Card. Erdo expõe Relatório após o Debate




A segunda semana do Sínodo sobre a família começou com a “Relatio post disceptationem” – o Cardeal Peter Erdo, relator-geral do Sínodo, apresentou em 58 pontos os principais contributos propostos nas reflexões da primeira semana. Ideia principal a reter a necessidade de fazer escolhas pastorais corajosas na ação da Igreja junto das famílias, nomeadamente naquelas onde aconteceram separações ou mesmo divórcios.

O documento desenvolve-se em três ideias-chave: escutar o contexto socio-cultural em que vivem as famílias hoje; olhar para Cristo e para o seu Evangelho da família e confrontar-se sobre as perspetivas pastorais a iniciar.

A família, realidade decisiva e preciosa, lugar das alegrias, dificuldades e afetos é, segundo este primeiro relatório, uma escola de humanidade que deve ser em primeiro lugar escutada na sua complexidade. E muitos são os problemas com que se depara a família: o individualismo; a afetividade narcisista; a fragilidade dos sentimentos; a precariedade laboral; o terrorismo; as migrações, são só algumas das situações que deterioram a vida da família.

A esta realidade a Igreja deve dar “esperança e sentido” – diz o relatório que propõe uma nova dimensão da pastoral familiar. Olhando Jesus Cristo, que nos reafirma a união indissolúvel entre homem e mulher, mas que nos permite também ler em termos de continuidade e novidade a aliança nupcial. O princípio deve ser aquele da gradualidade para os cônjuges dos matrimónios falhados sempre numa perspetiva inclusiva:

“ Torna-se necessário um discernimento espiritual, no que diz respeito às convivências, aos matrimônios civis e aos divorciados recasados, compete à Igreja reconhecer aquelas sementes do Verbo espalhadas para além dos seus confins visíveis e sacramentais. (...) A Igreja dirige-se com respeito àqueles que participam na sua vida em modo incompleto e imperfeito, apreciando mais os valores positivos que conservam do que os limites e as faltas.”

Segundo o relatório é, assim, que a Igreja deve enfrentar a realidade da família, escutando o contexto sócio-cultural das famílias, olhando o Senhor Jesus Cristo para reafirmar a indissolubilidade entre homem e mulher e em terceiro lugar enfrentar as instâncias pastorais mais urgentes confiando a sua concretização às Igrejas locais sempre em comunhão com o Papa. É preciso anunciar o Evangelho da família, sobretudo, através dos fieis:

“Evangelizar é responsabilidade partilhada por todo o povo de Deus, cada uma segundo o próprio ministério e carisma. Sem o testemunho alegre dos cônjuges e das famílias, o anúncio, mesmo que correto, arrisca-se a ser incompreendido ou de se afogar no mar de palavras que caracteriza a nossa sociedade. As famílias católicas são chamadas a ser elas próprias os sujeitos ativos de toda a pastoral familiar.”

As famílias são apresentadas no relatório como sujeitos ativos na pastoral familiar, sobretudo na preparação dos noivos para o matrimónio e no acompanhamento da vida familiar após o matrimônio.

Delegados de diversas confissões cristãs participam do sínodo



A décima congregação geral do sínodo sobre a família contou com a participação de sete “delegados fraternos”, representantes de diversas confissões cristãs não católicas romanas. O pronunciamento do oitavo delegado, o metropolita Hilarion, presidente do Departamento para as Relações Exteriores do Patriarcado de Moscou, acontecerá nos próximos dias.



Em seus discursos, os delegados fraternos expressaram ao Santo Padre e aos padres sinodais a gratidão pelo convite a participar da assembleia. Em seguida, cada um apresentou a situação da família no âmbito da própria confissão cristã.



No conjunto, foram destacados os desafios e as esperanças do núcleo familiar que são comuns a todos os cristãos: a família é essencial para a sociedade e é a base fundamental da comunhão na justiça. As dificuldades, entretanto, também não faltam em todos os contextos, com maior ou menor intensidade conforme cada caso: crise econômica, meios de comunicação reduzindo os momentos de diálogo doméstico, modelos que induzem ao adultério, guerras, migrações, globalização, drama de doenças como aids e ebola, fundamentalismo islâmico especificamente em alguns países. Todos esses desafios põem continuamente em risco o bem da família.



Observou-se ainda que, entre os cristãos, é comum a necessidade de uma preparação adequada para o matrimônio e de uma reflexão adequada sobre o casamento entre crentes e não crentes.


Divisão entre cristãos fere a Igreja e Cristo, diz Papa



 CATEQUESE Praça São Pedro – Vaticano Quarta-feira, 8 de outubro de 2014

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

Nas últimas catequeses, procuramos lançar luz sobre a natureza e a beleza da Igreja e nos perguntamos o que significa para cada um de nós fazer parte deste povo, povo de Deus que é a Igreja. Não devemos, porém, esquecer que há tantos irmãos que partilham conosco a fé em Cristo, mas pertencem a outras confissões ou a tradições diferentes da nossa. Muitos se resignaram a esta divisão – mesmo dentro da nossa Igreja católica se resignaram – que no curso da história muitas vezes foi causa de conflitos e de sofrimentos, também de guerras e isto é uma vergonha! Também hoje as relações não são sempre baseadas no respeito e na cordialidade… Mas, eu me pergunto: como nos colocamos diante de tudo isso? Somos também nós resignados, se não indiferentes a esta divisão? Ou acreditamos firmemente que se possa e se deva caminhar na direção da reconciliação e da plena comunhão? A plena comunhão, isso é, poder participar todos juntos do corpo e sangue de Cristo.

As divisões entre os cristãos, enquanto ferem a Igreja, ferem Cristo, e nós divididos provocamos uma ferida em Cristo: a Igreja, de fato, é o corpo do qual Cristo é a cabeça. Sabemos bem quanto esteve no coração de Jesus que os seus discípulos permanecessem unidos no seu amor. Basta pensar em suas palavras reportadas no capítulo 17 do Evangelho de João, a oração dirigida ao Pai na iminência da paixão: “Pai santo, guarda-os em teu nome, que me encarregaste de fazer conhecer, a fim de que sejam um como nós” (Jo 17, 11). Esta unidade já estava ameaçada enquanto Jesus ainda estava entre os seus: no Evangelho, de fato, recorda-se que os apóstolos discutiam entre eles sobre quem era o maior, o mais importante (cfr Lc 9, 46). O Senhor, porém, insistiu tanto sobre a unidade no nome do Pai, fazendo-nos entender que o nosso anúncio e o nosso testemunho serão tanto mais credíveis quanto mais por primeiro formos capazes de viver em comunhão e de nos querermos bem. É o que os seus apóstolos, com a graça do Espírito Santo, depois entenderam profundamente e levaram no coração, tanto que São Paulo chegará a implorar à comunidade de Corinto com estas palavras: “Rogo-vos, irmãos, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, que todos estejais em pleno acordo e que não haja entre vós divisões. Vivei em boa harmonia, no mesmo espírito e no mesmo sentimento” (1 Cor 1, 10).

domingo, 12 de outubro de 2014

Homem invade igreja e danifica 16 imagens sacras em São Francisco - MG





Um homem de 21 anos foi preso após danificar 16 imagens sacras da igreja matriz de São José, em São Francisco, Norte de Minas Gerais, nesta quarta-feira (8). Entre as imagens quebradas estão as de São José, Nossa Senhora do Carmo, São Francisco, São Pedro, Santo Antônio, Nossa Senhora de Lurdes, Nossa Senhora das Graças, Santa Luzia, Santa Margarida. Elas foram adquiridas a partir de 1905, quando a igreja começou a ser construída.



O vigário paroquial Claudeslei Alves conta que duas mulheres entraram desesperadas e gritando na casa paroquial, afirmando que um homem havia invadido a igreja. "Embora as duas portas laterais estivessem abertas, ele arrombou a porta principal foi jogando as imagens [que ficavam suspensas em altares] no chão. Em seguida colocou fogo na cadeira presidencial e fugiu, mas acabou preso pela polícia."



Já padre Germano Schultheis conta que seguia para uma comunidade rural quando soube do ocorrido. "Pensei como pode acontecer uma coisa dessas. O povo construiu esta igreja e adquiriu com muito esforço estas imagens, e agora tudo está no chão, não conseguia acreditar", diz.



A voluntária da igreja Margarida do Rosário estava no local no momento do crime e ficou assustada com a situação. "Cheguei e vi que as imagens quebradas. A cadeira utilizada pelo padre estava em chamas, abri a sacristia e começamos a pegar água para apagara o fogo. É uma tristeza sem explicação. Isso daqui é um pedaço da vida da gente, cada santo representa uma história", afirma.



O homem de 21 anos foi preso e chegou na delegacia de Polícia Civil sem o acompanhamento de um advogado ou qualquer membro da família. Ele confessou em depoimento ter quebrado os santos e ter colocado fogo na cadeira presidencial. Ele disse ao delegado Eujécio Coutrim que não faz uso de remédios controlados, não tem problemas mentais e nem religião.


Ativistas do Bastardxs promovem beijo gay em frente a Igreja da Candelária no Rio



Duas ativistas do movimento feminista Bastardxs promoveram um beijaço gay em frente à Igreja da Candelária, no Centro do Rio, no início da tarde deste sábado (04/10). Seminuas, Sara Winter - ex-femen - e Bia Spring foram para a frente do templo católico promover um ato pacífico em favor do estado laico e pela criminalização da homofobia.



As duas também proferiram palavras em repúdio ao discurso do candidato à presidência Levy Fidelix (PRTB) sobre a comunidade LGBT. "Há uma grande quantidade de candidatos e políticos eleitos que estão diretamente envolvidos com instituições religiosas, sobretudo cristãs, que tanto atrasam o desenvolvimento de nossa política, principalmente com relação aos direitos reprodutivos da mulher e também às políticas públicas voltadas para o público LGBT", declarou Sara.

No dia da padroeira do Brasil, Cristo ganha bolo de quatro metros em festa de aniversário de 83 anos




Uma das sete maravilhas do mundo moderno, o Cristo Redentor completou 83 anos, neste domingo, com uma festa repleta de atrações dedicada aos turistas que aproveitavam a manhã de sol para visitar o cartão-postal. Também em homenagem ao dia de Nossa Senhora Aparecida e ao Dia das Crianças, o evento contou com uma missa e uma apresentação de teatro circense para os pequenos. Um bolo de quatro metros doado pela Sociedade dos Amigos da Rua da Carioca e Adjacências (Sarca) foi distribuído aos visitantes, enquanto a banda de metais da associação embalava o público com marchinhas carnavalescas.

Logo cedo, às 8h, os visitantes foram recebidos com uma bênção ministrada pelo padre Omar Raposo, capelão do Santuário Cristo Redentor do Corcovado. Ele fez um discurso de boas-vindas aos turistas em sete idiomas diferentes e conduziu uma procissão com a imagem da padroeira do Brasil. Às 9h30m, o grupo de jovens da Comunidade Católica Shalom, do Catete, deu início à oração do terço mariano. Em seguida, às 11h, o padre Omar começou a missa. Durante a homilia, reforçou a mensagem de paz que o Cristo transmite ao mundo.

— Hoje celebramos quatro motivos importantes: o aniversário desse monumento sagrado; os 130 anos do trem do Corcovado, completados na última quinta; o dia de Nossa Senhora Aparecida e o Dia das Crianças. Queremos aproveitar essa soma de homenagens tão especial para tocar o coração da sociedade sobre a importância da paz e do amor ao próximo. Esperamos que as pessoas sejam inspiradas pela generosidade que os braços abertos do Cristo representam e orem conosco pelos excluídos, pelas vítimas da violência e pelas famílias de todo o mundo — ressaltou padre Omar, que neste domingo também comemora dez anos de sacerdócio.

PT lamenta elevado número de religiosos eleitos: haverá dificuldade em discutir o “aborto”




A opinião pública define como  Conservador no país aquela pessoa que entre outras coisas defende a família tradicional, a propriedade privada e meritocracia, por exemplo. Segundo levantamento do  Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap) o brasileiro elegeu a bancada mais Conservadora das últimas cinco décadas.

A decisão soberana dos brasileiros foi criticada pelo Partido dos Trabalhadores em notícia publicada no site da instituição com o título irônico “Novo Congresso será Jurassic Park ideológico”. “No domingo passado, emergiu um Parlamento repleto de religiosos, ruralistas e militares de extrema-direita como há muito não se via no Brasil”, diz um trecho do texto.

Ainda de acordo com a matéria do site institucional do PT a escolha destes parlamentares é ” reflexo do clima geral de desqualificação da política”. Mais adiante o texto aponta o medo petista:  “o novo quadro dificultará o debate sobre pautas como a união homoafetiva, a legalização do aborto e a descriminalização da maconha para fins medicinais e de consumo recreativo”.

sábado, 11 de outubro de 2014

Uma mãe para as crianças do Brasil




No dia 12 de outubro comemoramos, simultaneamente, Nossa Senhora Aparecida e o Dia da Criança. Não sei qual foi a motivação para juntar as duas comemorações em uma só, mas confesso que é uma feliz coincidência.



Toda criança, para nascer, precisa de uma mãe. Para crescer e se desenvolver de forma saudável também precisa da mãe ou de alguém que faça às vezes de mãe. Por isso, ninguém é mais importante na vida da pessoa do que a mãe e o pai. Sem eles, não teríamos nascido.



Ao lado deles, na medida em que a pessoa cresce, vão conquistando importância os irmãos, amigos de infância, avós, professores, catequistas e assim por diante. As referências, no entanto, para a maioria das pessoas, continuam sendo os pais. É por isso que é tão difícil para um filho entregar a mãe ou o pai na hora da morte.



A mãe de todos os brasileiros e, principalmente das crianças do Brasil, é Nossa Senhora Aparecida. É ela que congrega os devotos em seu santuário e estende o seu manto protetor sobre os seus filhos amados. A sua predileção são as pessoas indefesas, ou seja, as crianças, os pobres e os doentes. Não é por nada que encontramos tantas comunidades consagradas à Mãe Aparecida por este Brasil afora. E também não é por nada que a sua imagem se encontra na maioria das capelas da Diocese, ocupando lugar central nas comunidades mais pobres e necessitadas. Como brasileiros, somos felizes por termos, em Nossa Senhora Aparecida, uma mãe que olha com carinho e ternura para nós.