terça-feira, 17 de março de 2015

Desmoralizando uma nação Católica

Beijo gay: cena do primeiro episódio da novela "Babilônia"

Os meios de comunicação social, embora exerçam papel fundamental para a informação, podem contribuir gravemente para a desmoralização da sociedade. Em 1952, quando os primeiros ventos de mudanças na legislação do divórcio sopravam sobre o Brasil, o então arcebispo de Cuiabá (MT), Dom Francisco Aquino Corrêa, escrevia jubiloso, no dia de ação de graças: “Não podemos esquecer aqui a vibrante reação e repulsa da opinião nacional às recentes ameaças do divórcio, o que prova que o Brasil se sente muito bem, na sua posição quase singular de povo anti-divórcio" [1]. Após várias décadas, o cenário brasileiro é exatamente o oposto. O divórcio não só virou lei como é advogado por grande parte da população. E isso se deve, principalmente, à atuação dos chamados mass media que, ao longo desses anos, ora por meio de telenovelas, ora pela divulgação de “indiscrições sensacionalistas e insinuações caluniosas", trabalharam minuciosamente para moldar a opinião pública à sua imagem e semelhança [2].

Beijo gay na novela
"Em Família"
Com raras exceções, a mídia é, inegavelmente, contrária à moral cristã. Dia sim dia também, a fé católica é atacada nas bases, a fim de que a Igreja deixe de exercer seu papel de Mater et Magistra. Ainda soam frescas em nossas memórias as estultices do diretor da BBC, Mark Thompson, acerca do posicionamento da emissora em relação ao islã e ao cristianismo: “Zombaremos de Jesus, mas não de Maomé" [3]. No Brasil, onde Thompson parece ter feito escola, de maneira parecida expressou-se recentemente um comediante, que protagonizou um dos “vídeos de humor" mais estúpidos contra os cristãos: “Eu, por exemplo, não faço piada com Alá e Maomé, porque não quero morrer! Não quero que explodam a minha casa só por isso" [4]. Assim funciona a lógica da covardia. Em nome do politicamente correto, o cristianismo é massacrado publicamente. Em nome do politicamente correto, coloca-se uma redoma de vidro sobre um grupo — mas não por respeito aos seus costumes e tradições, é óbvio, e sim por puro medo das possíveis consequências — e o escárnio sobre outro. Ora, que isto fique bem claro: os meios de comunicação social devem tutelar pelo respeito à dignidade da pessoa humana, inclusive por sua sua fé [5].

Homilética: 5º Domingo da Quaresma - Ano B: "Atração da Cruz".


Aproximam-se aqueles dias intensos nos quais celebraremos o mistério da nossa salvação. No próximo domingo, a Igreja tornará a vivenciar a entrada de Cristo em Jerusalém e viverá a partir de então, e com muita intensidade, aqueles dias tão fortes da Semana Santa e do Tríduo Sacro. Tão perto de tão grandes acontecimentos, é maravilhoso poder escutar essas palavras de Jesus na Missa de hoje: “E quando eu for levantado da terra atrairei todos os homens a mim” (Jo 12,33).

A cruz do Senhor atrai. Já disse e tornarei a repetir: erram todos aqueles cristãos que querem tirar a cruz do cristianismo, equivocam-se todos aqueles que querem apresentar um cristianismo light, sem exigências, a gosto do “cliente”. Certas comunidades, ditas cristãs, ao parecer muito interessadas no dinheiro dos “fregueses”, retalham a doutrina de Cristo e apresentam somente aquelas coisas que são consideradas agradáveis às pessoas atualmente.

No Evangelho (Jo 12,20-33) Jesus mostra que desejam vê-Lo: É o caminho da Cruz, o caminho da obediência a Deus, o caminho da semente lançada à terra, que não fica só, mas, morrendo, produz muito fruto. É chegada a hora de Jesus. Trata-se de sua Paixão e Ressurreição, pela qual Ele se lança totalmente no plano do Pai e realiza plenamente sua vontade.

“Chegou a hora – declara Ele – em que será glorificado o Filho do Homem” ( Jo 12, 23 ). Sim! Está para chegar a hora da glorificação do Filho do Homem, mas isto obrigará a passagem dolorosa através da Paixão e da Morte na Cruz. De fato, só assim se realizará o plano divino da salvação que é para todos, judeus e pagãos. Com efeito, todos são convidados a fazer parte do único povo da Aliança nova e definitiva. Nesta luz, compreendemos também a solene proclamação com que termina o trecho evangélico: “E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a mim” (Jo 12, 32), como também o comentário do Evangelista: “Assim falava para indicar de que morte deveria morrer” (Jo 12, 33). A Cruz: a altura do amor é a altura de Jesus e a esta altura Ele atrai a todos.

Para conhecer Jesus: devem morrer as seguranças humanas, o apego à própria vida é à sabedoria humana… Deve morrer tudo o que nos afasta do projeto de Jesus, que veio para que todos tenham vida em abundância.

Ao ser pregado na Cruz, Jesus é o sinal supremo de contradição para todos os homens! “Cristo, Senhor Nosso, foi crucificado e, do alto da Cruz, redimiu o mundo, restabelecendo a paz entre Deus e os homens. Jesus Cristo lembra a todos: “quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim” (Jo 12,32), se vós Me puserdes no cume de todas as atividades da terra, cumprindo o dever de cada momento, sendo Meu testemunho naquilo que parece grande e naquilo que parece pequeno, tudo atrairei a Mim. O Meu reino entre vós será uma realidade” (Cristo que Passa, 183). Cada cristão seguindo Cristo, há de ser uma bandeira hasteada, uma luz colocada no candeeiro: bem unido pela oração e mortificação à Cruz, em cada momento e circunstância da vida, há de manifestar aos homens o amor salvador de Deus Pai.

A cruz de Cristo atraiu cada um de nós e continuará atraindo, também através da vida santa de cristãos bem dispostos a servir a Deus em todos os momentos e a todos os seres humanos por amor a Deus. Isso acontecerá se a nossa vida estiver selada pela santa Cruz, que aponta e traz em si o mistério da Ressurreição do Senhor. Tudo isso custará sacrifício, mas… O que foi a entrega de Cristo na cruz senão uma oferta, um dom sagrado (sacrifício), ao Pai no Espírito?

Tempo de Penitência


Nestes dias de Quaresma, queremos renovar a nossa fé através de uma vida penitencial mais intensa, aproveitando os temas que a liturgia nos oferece, com orações mais frequentes, jejuns e, sobretudo, uma vida de caridade mais aplicada – a fraternidade.

A penitência e a prática que nos impomos, em primeiro lugar, não são exclusivas deste tempo. Toda a nossa vida deve ser imbuída deste espírito se quisermos seguir a Cristo. A ascese faz parte de nossa caminhada espiritual. Porém, para vencer a inconstância, que é característica do ser humano, são importantes tempos fortes para retemperar a nossa vontade através de uma inteligência do mistério da cruz redentora. É um tempo de retomar com mais vigor essa caminhada ascética.

São Paulo descreve essa fraqueza falando de si mesmo, da luta interior que experimentamos para viver a fé: "Sabemos que a Lei é espiritual, mas eu sou carnal, vendido como escravo ao pecado. Realmente não consigo entender o que faço, pois não pratico o que quero, mas faço o que detesto” (Rom 7, 14). E conclui: "Quem me libertará deste corpo de morte"? (Idem, 24). Por isso se esforçava como aquele que corre no estádio e castiga o seu corpo reduzindo-o à servidão (1Cor. 9, 24-27).

Nascidos no pecado e na concupiscência, como nos lembra o salmista {salmo 51 (50)}: “Eis que nasci na iniquidade, minha mãe concebeu-me no pecado", somente a conversão pode restituir-nos a vida, integrando-nos no Reino da Graça.

A penitência é esse dom que recebemos e respondemos com nosso esforço, que temos de fazer para vencer as fraquezas da carne, para superarmos as paixões e vícios da natureza humana. Ninguém consegue sair de uma prisão, de um atoleiro sem acolher uma boa notícia que o fortifique para dar passos concretos, com sua vontade.

A própria vida de Cristo nos é um exemplo, como ensina “A Imitação de Cristo”: "Toda a vida de Cristo foi cruz e martírio; e tu queres descanso e alegria" (L II, cap. 12). E, mais adiante, reitera que não é próprio do homem carregar a sua cruz, mas "é por meio de muitas tribulações que podemos entrar no Reino de Deus” (Atos, 14,21). 

segunda-feira, 16 de março de 2015

Europa abandona centenas de igrejas a usos profanos

A igreja de São José em Arnherm, Holanda, usada para clube de skaters

Centenas de igrejas na Europa estão à venda ou já foram reconvertidas em lojas ou bares.

Uma igreja chegou a ser transformada em pista de patinagem e o bispo de Besançon nem esperou vender a sua catedral para organizar nela uma exibição equestre.

A igreja católica de São José, em Arnhem, Holanda, é ponto de encontro de skaters, quando outrora acolhia milhares de fiéis, noticiou o site da Infocatólica.

Moradias, lojas de roupas, supermercado, floricultura, escola circense e até um bar estilo Frankenstein na cidade de Edimburgo (Escócia) são alguns dos exemplos da degradação em que caíram esses templos outrora sagrados no período "pós-conciliar".

Simultaneamente, o judaísmo ortodoxo se mantém estável e o Islã não pára de crescer.

Cuba constrói a sua primeira igreja desde 1959


A Igreja de Cuba constrói um novo local de culto, o primeiro desde a revolução em 1959. O local escolhido é uma pequena cidade na província de Pinar del Río, conforme relatado pelo último número da revista Palabra Nueva publicado pela Arquidiocese da Havana.

"A nova igreja será dedicada ao Sagrado Coração de Jesus. Ocupará uma área de 200 metros quadrados no centro de Sandino, a maior cidade da província, e vai acomodar cerca de 200 pessoas sentadas", indica o bispo da Diocese de Pinar del Río, monsenhor Jorge Enrique Serpa Perez, informou a Agência Fides.

No dia 9 de setembro de 2014 foi colocada a primeira pedra e este gesto “é sinal que fortalece a nossa fé como povo de Deus, com isso a Igreja local se sente premiada pelo céu, e não sem motivo, porque depois de 50 anos sem construir templos em Cuba, precisamente na nossa diocese, no mais ocidental da nossa querida ilha, onde o Senhor quis colocar a sua nova casa, isso nos motiva a dizer que só Deus pode fazer estas coisas, é o amor a Deus e à sua Igreja, é o desejo de um povo que quer fazer a vontade de Deus o que permitiu que se pense grande. Obrigado, Senhor, por tanta generosidade com este povo”, escreveu no site da diocese o padre Cirillo Castro Fuentes, encarregado de abençoar a primeira pedra do templo. 

Participar da Santa Missa aos domingos!


Dentro da quaresma nos é proposto um momento oportuno de reflexão. Somos chamados a fazer exercícios espirituais intensos e de uma acurada revisão de nossa vida e do nosso agir cristão. Por ocasião da quaresma quero propor algumas “gotas” de santidade para a nossa profunda renovação espiritual.

Começo fazendo uma pergunta ao meu leitor: você participa todos os domingos da celebração da Santa Missa? Não vou nem fazer aquela pergunta clássica se você vai assistir à missa, porque isso não existe, você vai é participar, você é ativo, enquanto Assembleia orante dos fiéis, na celebração da Santa Missa.

Na celebração dominical da Santa Missa nós nos reunimos enquanto comunidade eclesial de fiéis. Não existe este negócio de que eu não vou na missa, porque rezo em casa. A única oração agradável a Deus, no recesso de nosso quarto, é a oração individual. Ninguém de nós é ilha, reza sozinho. Por isso a missa é a atualização da paixão, morte e ressurreição de Cristo, conforme a realização do desígnio do Pai: “Jesus se ofereceu na cruz por nós, cumprindo em si mesmo as suas próprias palavras quando disse que: ‘ninguém tem maior do que aquele que dá a sua vida por seus amigos, por quem ama”(Jo 15,13).

A missa é a maior e a mais sublime festa que um batizado deve participar: o que somos e temos, nós recebemos gratuitamente do Senhor, por isso devemos ser agradecidos ao Criador, participando da Santa Missa, que é um preceito dominical. Como é bonito ver famílias unidas chegando para a celebração da Santa Missa. Não por desencargo de consciência ou por pseuda obrigação. Participar, com alegria e ação de graças, da atualização dos mistérios da nossa fé, da Santa Missa quando adoramos ao Deus Uno e Trino, agradecendo as obras de Deus, elevando a nossa gratidão aos céus, para pedir os nossos pedidos, para pedir pelo sufrágio dos fiéis defuntos, para receber o Santíssimo Corpo e o Santíssimo Sangue de Jesus, sua Alma e Divindade. 

Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos 2015: igrejas do Brasil promovem unidade com diversidade.


Uma visão de unidade cristã acompanhada por respeito pela diversidade inspirou o processo de elaboração dos materiais deste ano da Semana Nacional de Oração pela Unidade dos Cristãos e Cristãs (SOUC). O grupo responsável pelo material, formado de representantes de igrejas e organismos ecumênicos, ressaltou o valor da unidade cristã numa época em que a intolerância religiosa cresce ao redor do mundo. O material é publicado em parceria pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos.

Tradicionalmente celebrada entre 18 e 25 de janeiro (no hemisfério Norte) ou em Pentecostes (no hemisfério Sul), a edição deste ano, que será comemorada entre 17 e 24 de maio, enfoca um tema inspirado no evangelho de João: “Dá-nos um pouco da tua água”.

Enviado em 2012 pela Comissão de Fé e Ordem do Conselho Mundial de Igrejas (CMI), o convite para preparar o material foi, ao mesmo tempo, uma oportunidade e um desafio para o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (CONIC). Liderado pelo presidente, dom Manoel João Francisco, e pela secretária-geral, pastora Romi Bencke, o CONIC reuniu um grupo de representantes de suas igrejas-membro e membros fraternos, como o Centro de Estudos Bíblicos (CEBI) e o Conselho Latino-Americano de Igrejas (CLAI).

O grupo de trabalho reuniu-se em fevereiro e março de 2013 e concluiu a proposta em julho. O Comitê Internacional designado pelo CMI e pelo Conselho Pontifício para a Unidade dos Cristãos reuniu-se em setembro de 2013, em São Paulo, Brasil, para finalizar o material.

“O grupo brasileiro e o grupo internacional conviveram e trabalharam juntos durante cinco dias na periferia de São Paulo em setembro de 2013. O grupo internacional teve uma rica experiência de descoberta da realidade brasileira e dos desafios à unidade cristã, inseparáveis da luta contra a intolerância cultural e religiosa que cresce no Brasil”, lembrou o Dr. Odair Pedroso Mateus, um dos coordenadores da Comissão de Fé e Ordem do CMI.

O tema de 2015 foi inspirado pelo Evangelho de João, que fala do encontro de Jesus com a mulher samaritana, um símbolo de amor que tem o poder de diminuir as barreiras baseadas na religião, etnia ou cultura. A proposta de material foi elaborada pelo grupo e trabalho do CONIC.

O gesto bíblico de oferecer água a quem chega, como forma de boas-vindas e partilha, e algo presente em todas as religiões no Brasil. Espera-se que o estudo e a meditação propostos sobre a história de Jesus encontrando a mulher samaritana perto do poço possam ajudar as pessoas e as comunidades a perceber a dimensão dialógica do projeto de Jesus, que chamamos de Reino de Deus.

domingo, 15 de março de 2015

Papa diz no Angelus que "Deus nos ama com amor gratuito e sem limites" e lamenta atentados anticristãos que o mundo esconde.


ANGELUS
Praça São Pedro – Vaticano
Domingo, 15 de março de 2015

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

O Evangelho de hoje nos oferece as palavras pronunciadas por Jesus a Nicodemos: “Com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu Filho único” (Jo 3, 16). Ao ouvir esta palavra, dirigimos o olhar do nosso coração a Jesus Crucificado e sentimos dentro de nós que Deus nos ama, nos ama de verdade, e nos ama muito! Esta é a expressão mais simples que resume todo o Evangelho, toda a fé, toda a teologia: Deus nos ama com amor gratuito, e sem limites. É assim que Deus nos ama.

Deus demonstrou este amor, sobretudo, na criação, como proclama a liturgia, na Oração Eucarística IV: “fizestes todas as coisas para cobrir de bênçãos as vossas criaturas e a muitos alegrar com a vossa luz”. Na origem do mundo está apenas o amor livre e gratuito do Pai. Santo Irineu, um santo dos primeiros séculos, escreveu: "Deus não criou Adão porque precisava do homem, mas para ter alguém para cumular com os seus benefícios" (Adversus haereses, IV, 14, 1). Assim é o amor de Deus.

Assim prossegue a Oração Eucarística IV: “E quando pela desobediência perderam a vossa amizade, não os abandonastes ao poder da morte, mas a todos socorrestes com bondade, para que, ao procurar-vos, vos pudessem encontrar”. Ele veio com a sua misericórdia. Como na criação, também nas etapas sucessivas da história da salvação ressalta a gratuidade do amor de Deus: o Senhor escolhe seu povo não porque este mereça, e diz-lhe assim: Eu o escolhi, precisamente porque é o menor entre todos os povos. E quando chegada ‘a plenitude dos tempos’, apesar dos homens não terem cumprido mais uma vez a aliança, Deus, em vez de abandoná-los, estreitou com eles um novo vínculo, com o sangue de Jesus, o vínculo da nova e eterna aliança, um vínculo que nada poderá romper nunca.