MEDITAÇÕES DA VIA SACRA
COM O
PAPA FRANCISCO
Coliseu
Romano
Sexta-feira
Santa, 03 de Abril de 2015
“A
cruz, ápice luminoso do amor de Deus que nos guarda.
Chamados,
também nós, a sermos guardiões por amor”
Estávamos no dia
19 de Março de 2013. O Papa Francisco tinha sido eleito poucos dias antes. Fez
a homilia sobre São José, dizendo que fora o «guardião» de Maria e de Jesus e
que o seu estilo era feito de discrição, humildade, silêncio, presença
constante e fidelidade total.
Na Via-Sacra que estamos prestes a começar, haverá uma referência constante ao
dom de sermos guardados pelo amor de Deus, nomeadamente por Jesus crucificado,
e ao dever de, por nossa vez, sermos por amor guardiões da criação inteira, de
todas as pessoas, especialmente da mais pobre, de nós mesmos e das nossas
famílias, para fazer brilhar a estrela da esperança.
Queremos viver esta Via-Sacra numa profunda intimidade com Jesus. Vendo com
atenção aquilo que está escrito nos Evangelhos, individuar-se-ão discretamente
alguns sentimentos e pensamentos que poderiam ocupar a mente e o coração de
Jesus naquelas horas de provação.
Ao mesmo tempo, deixar-nos-emos interpelar por algumas situações de vida que caracterizam –
positiva ou negativamente – os nossos dias. Expressaremos assim uma
ressonância, que traduz o nosso desejo de realizar algum passo de imitação de
Nosso Senhor Jesus Cristo na sua paixão.
Ó Pai, que
quisestes salvar os homens com a morte do vosso Filho na Cruz, concedei-nos
que, tendo conhecido na terra o seu mistério de amor, sejamos suas testemunhas,
por palavras e obras, junto de todos aqueles que nos fazeis encontrar na vida
diária. Por Cristo Senhor Nosso. Amen.
Jesus é
condenado à morte
Intimidade,
traição, condenação
V/. Adoramus te,
Christe, et benedicimus tibi.
R/. Quia per
sanctam Crucem tuam redemisti mundum.
Do Evangelho
segundo São Lucas
«Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós (…). Este cálice é a nova
Aliança no meu sangue, que vai ser derramado por vós».
Do Evangelho
segundo São Marcos
«Tomando novamente a palavra, Pilatos disse-lhes: “Então que quereis que faça
daquele a quem chamais rei dos judeus?” Eles gritaram novamente: “Crucifica-o!”
(…) Pilatos, desejando agradar à multidão, soltou-lhes Barrabás; e, depois de
mandar flagelar Jesus, entregou-o para ser crucificado»
SENTIMENTOS E PENSAMENTOS DE JESUS
Acabei de
celebrar a Páscoa com os meus discípulos. Tinha-o desejado ardentemente: a
última Páscoa, antes da paixão, antes de voltar para Ti! Inesperadamente,
porém, senti-me turbado. A um discípulo meu, o diabo meteu-lhe no coração a
ideia de me trair. No jardim do Getsémani, veio ter comigo. Com um gesto que
significa amor, saudou-me dizendo: «Salve, Mestre!». E deu-me um beijo. Que
amargura, naquele momento! Durante a ceia, implorei-Te, Pai, que guardasses os meus discípulos no teu
nome, para serem um só, como Nós o somos.
Nós somos, ó
Jesus, ainda mais frágeis na fé do que os primeiros discípulos. Corremos o
risco de Vos trair, quando o vosso amor deveria levar-nos a crescer no amor por
Vós. Precisamos de oração, vigilância, sinceridade e verdade. Assim a fé crescerá. E
será robusta e jubilosa.
Guardados pela Eucaristia
«O vosso corpo e
o vosso sangue, Senhor Jesus, nos guardem para a vida eterna».[8] Que este
milagre se realize para os sacerdotes que presidem à Eucaristia e para todos
nós, fiéis, que nos aproximamos do altar para receber-Vos a Vós, pão vivo
descido do céu.
Pater noster, qui es in cælis:
sanctificetur nomen tuum;
fiat voluntas tua, sicut in cælo, et
in terra.
Panem nostrum
cotidianum da nobis hodie;
et dimitte nobis
debita nostra,
sicut et nos
dimittimus debitoribus nostris;
et ne nos inducas in tentationem;
sed libera nos a
malo. Amen.