Ao menos 147 cristãos foram mortos e cerca de 80 ficaram feridas nesta quinta-feira (02/04), quando
combatentes do grupo radical islâmico Al Shabaab invadiram um campus
universitário na cidade de Garissa, no nordeste do Quênia, mantendo cristãos
como reféns e trocando tiros com forças de segurança por várias horas.
Segundo a Cruz Vermelha queniana, os
atacantes ocuparam e controlam os edifícios da residência universitária, onde
residem várias centenas de estudantes.
“Há muitos cadáveres de cristãos no interior
da universidade” afirmou, à agência Reuters, um porta-voz do grupo terrorista
que diz que “os muçulmanos foram libertados”.
Ainda segundo a Cruz Vermelha, pelo menos 50
estudantes foram libertados.
Collins Wetangula, vice-presidente do diretório
estudantil da universidade, relatou que os atiradores invadiram os dormitórios
perguntando se os presentes eram cristãos ou muçulmanos. "Quem fosse
cristão era baleado ali mesmo", disse. "A cada tiro que ouvia,
pensava que iria morrer."
O ataque aconteceu
ao amanhecer, quando muitos estudantes ainda estavam nos dormitórios. Esse é o
pior ataque no país desde o atentado contra a embaixada dos Estados Unidos, em
1998, quando 213 pessoas morreram.
Perpetrado por um grupo de homens armados, o
ataque visou uma universidade de Garissa, no leste do Quênia – a cerca de 150 quilômetros da fronteira com a Somália -, e teria começado na mesquita do estabelecimento,
durante as orações da manhã.
O Al Shabaab
assumiu a responsabilidade pelo ataque. O grupo tem ligações com a rede
terrorista Al Qaeda e já realizou uma série de ataques em solo queniano, em
retaliação ao envio de tropas quenianas para combater o grupo na Somália.
"Estamos vasculhando a área", afirmou. "Podemos confirmar a morte de quatro terroristas", acrescentou, afirmando que a operação prossegue, mas que 90% da ameaça foi eliminada. Nkaiserry afirmou ainda que o número total de agressores ainda é desconhecido.
Os terroristas foram mortos depois que forças
de segurança quenianas lançaram uma ofensiva no último edifício onde os
insurgentes estavam encurralados já há mais de 12 horas.
O ministro disse que aproximadamente 500 dos
815 estudantes do Garissa University College foram resgatados. Alguns
conseguiram escapar sem ajuda.
O chefe da polícia queniana, Joseph Boinet,
disse que o Quênia introduziu um toque de recolher, das 18h30 às 6h30, em
quatro regiões próximas da fronteira com a Somália, como medida de segurança.
Ele afirmou ainda que os extremistas dispararam indiscriminadamente dentro do
complexo universitário.
O governo queniano também ofereceu uma
recompensa de cerca de 215 mil dólares pelo principal suspeito de ter
organizado e planejado o ataque. Autoridades de segurança divulgaram uma
fotografia de Mohammed Dulyadayn, também conhecido como Mohammed Kuno
Gamadheere ou xeique Mohammed, um ex-professor que lecionava sobre o Alcorão e
que teria se unido ao extremistas somalianos e chegado a postos de comando.
Sheikh Abdiasis Abu Musab, porta-voz de
operações militares do Al Shabaab, disse que o grupo manteve muitos cristãos
como reféns. "Separamos as pessoas, libertando os muçulmanos",
declarou à agência de notícias Reuters.
A tática da Al Shabaab de separar muçulmanos de
cristãos durante seus ataques vem estremecendo a relação entre essas duas
comunidades no país. Nos últimos dois anos, a milícia deixou mais de 200 mortos
no Quênia.
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Com informações:
DW, Rádio Ecclesia e Folha de S. Paulo
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