São João Paulo II, em 30 de abril do ano 2000,
instituiu a Festa da Divina Misericórdia para toda a Igreja, decretando que a
partir de então o segundo Domingo da Páscoa passasse a se chamar Domingo da
Divina Misericórdia, tal como foi inspirado à Santa Faustina: “Eu desejo que
haja a Festa da Misericórdia. Quero que essa Imagem, que pintarás com o pincel,
seja benzida solenemente no primeiro domingo depois da Páscoa, e esse domingo
deve ser a Festa da Misericórdia” (Diário, 49; cf. 88; 280; 299b; 458; 742;
1048; 1517).
Entre os anos 1931-1938, Santa Faustina foi
inspirada para introduzir esta festa. Ela foi uma freira polonesa que recebeu a
mensagem de misericórdia para toda a humanidade, introduzindo algumas novas
formas devocionais que pretendem auxiliar e impulsionar o cristão a se
aproximar, com confiança, mais e mais do mistério da Divina Misericórdia – o
terço, a novena, a hora santa, a imagem da Divina Misericórdia, e uma nova
celebração litúrgica: a Festa da Divina Misericórdia.
O fundamento da mensagem da Divina Misericórdia é a
confiança. Somos como vasos de misericórdia, e o quanto de misericórdia estes
vasos irão armazenar e distribuir para os outros depende da nossa confiança. E
a confiança requer conversão do nosso coração e de nossa alma para entendermos
a Misericórdia de Deus, para sermos misericordiosos com os outros e para
deixarmos Deus dirigir nossa vida.
Em Provérbios 3,5 está escrito: "Tem confiança
no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes na tua prudência”. Confiar
em Deus é fácil quando as coisas vão bem, contudo, em tempos de provação,
sofrimento, dúvida, fraqueza e ansiedade começamos a imaginar "onde está Deus"?
"Ele realmente existe?" Se rezamos e acreditamos que estamos fazendo
a Sua vontade, então nós devemos pedir por força e firmeza na fé.
A confiança é a chave para se viver a mensagem da
Divina Misericórdia. Quando nossa fé for testada em tempos de provação e
sofrimento, reflitamos no que diz o Diário de Santa Faustina: "Quanto mais
a alma confiar, tanto mais receberá" (Diário da Santa Faustina, 1577).
Em Mateus 11, 28-30 está preconizado: "Vinde a
mim todos os que estais fatigados e carregados, e eu os aliviarei. Tomai sobre
vós o meu jugo e aprendei de mim que sou manso e humilde de coração, e achareis
descanso para as vossas almas, porque o meu jugo é suave, e o meu peso é
leve".
Estas provações na vida nos dão oportunidades de
rever nossa fé e frequentemente nos forçam a questionar nossa relação com Deus.
Santa Faustina escreveu: "Deus às vezes permite coisas estranhas, mas isso
acontece sempre para que se manifeste na alma a virtude" (Diário, 166). O
sofrimento tem sempre um propósito, assim como ensinou o Apóstolo São Paulo:
“Porque o que presentemente é para nós uma tribulação momentânea e ligeira
produz em nós um peso eterno de uma sublime e incomparável glória, não
atendendo nós às coisas que se veem, mas sim às que se não veem" (2Cor 4,
17-18).