Celebramos hoje a festa do Pentecostes. Esta festa já existia no
AT, mas tinha um sentido diferente daquele que hoje lhe damos. A palavra
Pentecostes significa em grego quinquagésimo, isto é, 50 dias depois da festa
da Páscoa. Os judeus chamavam-lhe, por isso, a Festa das Semanas, onde
ofereciam a Deus as primeiras colheitas, como forma de agradecimento.
Mas nós, no Pentecostes,
celebramos a descida do Espírito Santo cinquenta dias depois da ressurreição de
Jesus. É o que nos relata a primeira leitura. Esta leitura narra o evento no
dia em que os Apóstolos se encontravam reunidos em Jerusalém com Maria, Mãe de
Jesus, em oração (cf. At 1, 14). De repente, ouviu-se um rumor semelhante a forte
rajada de vento e apareceram uma espécie de línguas de fogo, que se iam
dividindo e pousando sobre cada um deles. E todos ficaram cheios do Espírito
Santo (cf. At 2, 1-5).
O Espírito Santo é fonte e força do amor mútuo. É também sinal de que estamos vivendo um novo tempo. Jesus culminou o caminho dele aqui na terra e foi glorificado por Deus Pai, mas não nos deixou sozinhos: deu-nos o mesmo Espírito que o ungiu e o animou na missão.
A missão do Espírito que nos foi dado nos leva à
verdade completa, faz-nos entrar em comunhão com os seres humanos e com Deus. O
Espírito é presença de Deus nos caminhos da história por meio da Igreja, que é
movida por ele. Ao unir os seres humanos no amor, o Espírito nos dá a certeza do
que será no final dos tempos, a comunhão plena no Reino de Deus. Por causa
desse amor que nos põe em comunhão, há partilha dos bens, há oração sincera, há
evangelização. Em função da comunhão, o Espírito nos faz falar e compreender
todas as línguas, porque a língua universal é o amor e sem ele somos apenas
“sinos que retinem” (1Cor 13,1). Por isso, crer no Espírito significa crer no
futuro da vida, na renovação radical de toda a terra, no caminho do amor que
supera as dificuldades deste mundo e nos dirige ao amor em plenitude.