Há um momento oportuno, com a renovação na direção
da CNBB, para que finalmente soltemos um grito que está preso há muitos anos
nas gargantas dos católicos do Brasil: precisamos da CNBB cada vez mais para os
católicos. Precisamos acabar com este vago desconforto que os católicos mais
simples, os que acreditam no Credo e tentam viver como manda a Igreja, sentem
quando entram em muitas paróquias, sedes diocesanas e outros órgãos eclesiais
católicos, de que estão entrando em centros de política partidária de esquerda,
altamente laicizados.
Pode parecer pretensioso que um leigo se ponha a
externar propostas de caminhos ou reformas na vida religiosa da Igreja; mas uma
vez que nossos Bispos estão promovendo movimentos de rompimento constitucional
na vida política, coletando assinaturas para reformas políticas visivelmente de
esquerda e inclusive propondo a instalação de assembleia constituinte para
modificar a Constituição Federal no meio da crise econômica e política mais
séria que o Brasil já teve desde a redemocratização, e motivada pelas más
opções ideológicas que estão presidindo a vida pública no Brasil - tomadas
exatamente pelos grupos que serão beneficiados pela reforma política que a
Igreja brasileira agora promove - essa fronteira fica, digamos, borrada:
se os clérigos empenham seu precioso tempo em complicar os assuntos políticos,
resta a nós, leigos, arcar com a situação um tanto desorganizada que se
apresenta na nossa vida religiosa negligenciada. É preciso rezar. Alguém tem
que fazê-lo.
Compreendemos que, no período da ditadura militar e
da empolgação com uma leitura “descontinualista”, ou "de
ruptura", do Vaticano II, e com a empolgação com uma “teologia da
libertação” que nasceu na Alemanha e na URSS e foi trazida para a América
Latina por alguns teólogos que estudaram ali no final da década de sessenta e
na década de setenta, como se fosse uma “teologia latino-americana”, mas que na
verdade é uma ideologia estrangeira que apenas tirou Jesus do centro
da fé, retirando da Bíblia e da Tradição sua autoridade de Revelação, para
substituí-los pelo socialismo, pelo “Pobre” e “Oprimido”, e por Marx e Gramsci,
tenhamos perdido uma parte da Igreja brasileira para os esquerdistas,
marxistas e socialistas. Isto decorreu, em grande parte, da circunstância
política de então e, muitas vezes, da omissão dos bons católicos. Não se pode
negar que alguma coisa boa ficou. Mas muita coisa péssima, também. Mas ainda há
tempo de mudar.
É necessário iniciar uma grande corrente de oração,
em frente às cúrias diocesanas, sedes de institutos religiosos e da CNBB ou
mesmo paróquias pelo Brasil inteiro: a Igreja Católica de volta para os
católicos! Seria talvez o caso de reunir semanalmente um grupo
de leigos para rezar o terço nesta intenção, nas portas desses lugares, ou
seja, cumprir o pedido do Papa Francisco de que todos rezemos pela fé dos
nossos padres e bispos. É preciso que os bons padres e principalmente os bons
bispos vejam que nós, povo católico, queremos que eles se posicionem mais
corajosamente frente àqueles que já não têm fé, mas apenas querem usar a Igreja
para fazer política ideológica. Eles podem parecer fortes, podem parecer
maioria, mas não são. Estamos do lado de vocês: desafiem-nos com a verdade
cristã! Deixemos de lado o engajamento político eclesial socialista,
proponham-nos a verdadeira fé cristã, e sua verdadeira doutrina social. Quanto
mais resgatarmos a verdadeira fé, mais gente haverá com vocês, do lado de Deus
e da fé católica. E mais nossos pobres serão amados e nossos ricos,
evangelizados. Ousemos retomar nossa identidade!
Pleitear a devolução da Igreja para os católicos
não significa, de jeito nenhum, descuidar do grande diálogo com o mundo e com a
cultura contemporânea, nem de abandonar o fervor missionário e evangelizador,
nem de diminuir eventuais esforços de diálogo ecumênico e
inter-religioso. o problema é que, muitas vezes a pretexto de diálogos
assim, nós católicos perdemos a noção de quem somos. Vemos alguns de
nossos pastores, ou seus delegados, a título de "diálogo com o mundo
contemporâneo", tornarem-se algumas vezes tão mundanos quanto o mundo. A
título de "diálogo com a cultura atual", renegarem o legado da
Tradição católica. Ou a título de diálogo ecumênico, tornarem-se mais
protestantes que os protestantes. para que o diálogo entre os católicos e estas
realidades aconteça realmente, é preciso que do lado dos católicos haja
verdadeiros católicos. Dialogar não significa renunciar nossa identidade, nem
encher a Igreja de gente sem fé. Se não, não se trata de diálogo, mas de
renúncia e destruição da própria Igreja.
Assim, como proposta de intenções a serem
incorporadas nessa grande reza do terço em prol da fé católica em nosso país,
sugerimos as seguintes: