Há alguns meses publiquei neste blog dois textos
sobre um jornalista que se auto-intitula filósofo chamado Olavo de Carvalho.
Para minha surpresa, nos últimos dias tenho recebido um enxurrada de
comentários raivosos, de pessoas que vêm aqui xingando e descarregando todo
tipo de insanidades contra essas duas postagens. Só aprovei aqueles comentários
de pessoas que falam com o mínimo de civilidade. Pois bem: todas essas pessoas
são seguidoras e admiradoras do tal Olavo de Carvalho.
A questão é que acompanhei durante alguns meses as
postagens de textos e vídeos do site do qual Olavo é dono: o Mídia sem Máscara.
Como já falei em outras postagens, o site é exclusivamente voltado a falar mal
(nem posso dizer que são análises porque não há análises sérias ali, apenas
esculachos) da esquerda, do marxismo, do PT, do MST, de Lula, da Dilma, de tudo
o que não seja de extrema direita e que não esteja vinculada a uma visão de
mundo conservadora, fascista e cristã.
Mas os colunistas são uma verdadeira piada: há um
tal de Julio Severo, um protestante homofóbico; Graça Salgueiro, uma senhora
que vive desejando golpes militares de direita na América Latina (uma
característica desses colunistas: golpes militares podem, desde que sejam de
direita e mesmo que sejam contra governos de esquerda eleitos
democraticamente); Nivaldo Cordeiro, que praticamente repete as mesmas asneiras
ditas e escritas por Olavo de Carvalho, entre vários outros.
Entre um desses admiradores de Olavo está um tal de
Leonardo Bruno, que edita um blog chamado Conde Loppeux de La Villanueva e
também escreve para o Mídia sem Máscara, mas em quem eu nunca tinha prestado
atenção até ele vir aqui me anunciar uma postagem que ele fez respondendo à
minha “Olavo de Carvalho e a pieguice intelectual brasileira”. Leonardo é
um blogueiro de orientação fascista que xinga a todos os que não estão
alinhados a suas ideias. Em um desses comentários, me falou que não interessa
que eu tenha publicado artigos e livros porque a universidade brasileira é tão
insignificante quanto eu. Agora vejam só: um homem que considera a universidade
insignificante apenas porque ela não é a imagem e semelhança do que ele acha
que tem que ser. O sujeito é tão ignorante que não entende nada de linguística
e antropologia (segundo ele próprio) e fala que essas duas áreas do
conhecimento servem apenas para empregar pessoas. Mas pessoas de orientação
fascista não suportam a universidade enquanto centro de livre discussão de
ideias; ela só é útil pra eles se estiver livre de qualquer oposição e
rigidamente controlada por um Estado de extrema direita. Ora, a academia ainda
é um dos poucos espaços na sociedade onde convivem ideias pluralistas, há
intelectuais de direita, de esquerda, outros que estabelecem diálogos com ambos
sem necessariamente aderir a um lado ou a outro.