Assustou-me
ouvir um pregador católico terminar, para milhares de pessoas, a sua pregação
com estas palavras: Em nome do Deus Pai, em nome do Deus Filho e em nome do
Deus Espírito Santo. Estranho, porque, falando ele a milhões de católicos
que acreditam na palavra do seu pregador, ensinou doutrina contrária ao
catecismo católico. Certamente não o fez com má intenção, mas errou e alguém
deveria fraternalmente corrigi-lo. Imagino que ele terá suas explicações a dar.
O trinitarismo
foi uma heresia que, ao afirmar excessivamente a individualidade das três
pessoas da Santíssima Trindade, acabou por afirmar a existência de três deuses
iguais e não de um só Deus. Ao invés de serem cristãos monoteístas trinitários,
os adeptos desta doutrina desembocaram no triteismo. Anunciavam não um, mas
três deuses iguais. O Dogma dos cristãos católicos, ortodoxos e evangélicos
afirma que no Deus único, vivo e verdadeiro há três pessoas co-eternas e
co-iguais, mas Deus é um só, o mesmo em substância, distinto em existências.
O certo seria o
pregador ter concluído sua fala Em nome do Pai e do Filho e do Espírito
Santo, um só e único Deus. Teria acertado, pois teria afirmado a
triunidade de Deus. O Antigo Testamento enfatiza a unidade de Deus. Ele é um
só. Lá mesmo já se encontram passagens que distinguem Senhor, de Redentor e de
Espírito Santo e há relatos que mostram um patriarca falando a três pessoas
como se falasse a uma só. No Novo Testamento são inúmeras as referências ao Pai
como Deus, a Jesus Cristo como Deus e ao Espírito Santo como Deus, mas nunca um
Deus à parte, nem as três pessoas parte ou pedaço de um Deus e, sim, cada pessoa
como Deus. Isto levou séculos de debates até que se encontrou a fórmula mais
adequada para falar de um mistério tão incompreensível. O Pai não é o Filho,
nem o Espírito Santo, o Filho não é o Pai nem o Espírito Santo e o Espírito
Santo não é nem o Filho nem o Pai. Três pessoas num só ser essencial: Deus; aí
o mistério.
Monarquianismo,
subordinacionismo, arianismo e dezenas de outras doutrinas foram confrontadas.
O que chegou até nós foi a definição do que aceitamos crer como cristãos.
Cremos em um só Deus em três pessoas. Abençoar os católicos daquela maneira
revela resquícios de trinitarismo. Ao falar na mídia, todo cuidado é pouco,
Milhões passarão a dizer o que dizemos, sem saber que estão pregando contra o
Catecismo da Igreja Católica. É bem para isso que existe, na Igreja, a prática
da correção fraterna. Se eu errar, corrija-me! Se meu irmão errar, cabe a mim
alertá-lo, sem que um perca o respeito pelo outro. Maior respeito merecem Deus
e a Igreja! É por isso, para isso e por outros motivos também, que existe a
Pastoral da Comunicação.
Pe. Zezinho,
scj
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Catholicos
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